Autumn Leaves escrita por Liids River


Capítulo 1
One


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaa de novo
nossa,duas vezes na mesma semana
o que está acontecendo
usahsauhsaushausah
eu tô com essa ideia de One desde o meu ano novo enquanto eu observava mainha e painho no sitio em que passamos no interior
então,eu resolvi escrever ;

gente,vamos todo mundo ler essa fic maravilhosa : https://fanfiction.com.br/historia/725435/A_Ultima_Guerra_de_Percy_Jackson/ ;

e essa one linda do meu cheiroso Ivo : https://fanfiction.com.br/historia/728375/Do_not_mess_with_series/

EU TENHO AVISINHOS NAS NOTAS FINAISSSS


ps : música da one é do ed sheeran
não tem muito a ver com a one,ma se quiser ouvir, é bommm


ps2: tem estação mais nostalgico do que o outono? não tem.



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Era outono de novo.

Lá estavam aqueles dois. Desde que nos mudamos, aquela vista era a favorita deles.

Casas no centro de NY não tinham aquela vista, claro. Mas também, achava um exagero nos mudarmos definitivamente para o Acampamento Meio-Sangue Romano. A junção dos dois acampamentos me deixava nervosa as vezes. Quero dizer, as pessoas mais poderosas do mundo estavam ali. Além da proteção mágica, o que mais impediria uma rebelião dos monstros contra nós? Eu esperava que acontecesse, confesso. Mas esse não é o foco daqui.

As famílias mais velhas tinham seus próprios chalés. Não eram mais divididos por Deuses. Apenas os mais novos, que não eram filhos de semideuses. Eram os mais raros visto de que boa parte dos que eram, já haviam sido reclamados.

O nosso chalé era mais afastado dos outros. A área escolhida, fora a do Acampamento Meio-Sangue, claro. Não que o Acampamento dos Romanos fosse menor, muito pelo contrário. Trazer todo o acampamento de lá, fora a tarefa mais difícil que já vimos. Talvez eu escreva sobre isso depois.

Era grande o bastante para nos acomodar. Gostava daqui, apesar de a escola ser do outro lado do Acampamento. Tínhamos de tudo agora.

Nossa chalé era grande. Grande o bastante para nós quatro. Os quartos eram separados apesar de mamãe não gostar muito de Anthony ter um quarto só para ele bagunçar.

Ah é,oi.

Nina Jackson aqui.

A saída para a varanda sempre fora o lugar favorito dos dois. A visão do sol se ponto atrás do campos de morangos. O vale logo atrás. Nenhum outro chalé havia sido construído depois do nosso. Com certeza mamãe havia colocado um dedo dela nisso.

Cem metros até o chalé de Piper e Jason. Até meu padrinho , Nico tinha um cantinho ali. Todo mundo estava junto e era confortável, apesar de as vezes, eu ter que fugir para encontrar um lugar que não houvesse alguém conhecido.

Mamãe e papai estavam ali. Sentados em suas cadeiras de balanço.

Lembro de uma vez ouvir o papai falando que eu saberia que ele estava velho se ele tivesse uma cadeira de balanço.

Bem, ali estava ele.

Mamãe tinha as penas dobradas em cima da cadeira e estava com um cobertor fino por cima,  por conta do inicio de outono. Papai estava apoiando a cabeça do lado direito da cadeira de mamãe, quase impedindo-a de se balançar.

Sentei-me na escadinha que dava para onde eles estavam e fiquei apreciando a vista junto à eles. Esperava um dia encontrar alguém para amar do jeito que mamãe amava o papai. Ou vice e versa.

Esperava um dia ter um canto no Acampamento e que alguém me observasse de longe. Nem precisava ser um filho, um cachorro já estava de bom tamanho.

Pelo canto do olho, eu vi o Bojack se aproximando da cadeira de papi e deitando-se, já na altura dos seus 9 anos, aos pés dele.

Papai colocou os pés em cima do pelo de Bojack, fazendo-lhe um carinho. O cachorro levantou a cabeça um pouco e colocou a língua pra fora como se pensasse : você é um folgado, humano.

O céu estava tão limpo que nem parecia inicio de outono se não fosse pelo tom rosado e pelas nuvens brancas.

Encostei minha cabeça no batente da porta e sorri vendo o papai passar a mão em seus cabelos – que agora, tinha uma porção extra de cabelos grisalhos. Lembro de quando eles tentaram acobertar o cabelo branco do papai.

— Diz aqui que é só aplicar – mamãe lia na caixinha. Nem eram tantos ao cabelos do papai. Tinham um dois ou três fios brancos, mas ele insistia.

Ele estava sentado em uma cadeira em frente ao espelho do banheiro da nossa antiga casa, no centro de NY. Queria eu pintar os cabelos do papai, mas mamãe não deixava.

— Nem são tantos assim, papi – murmurei pegando na mão de Anthony. Bebê que só sabia rir e chorar. E fazer coco.

— Você podia assumir o grisalho, sabe – mamãe murmurou, sentando-se no vaso ao lado de papi. Ela olhava para ele como se ele fosse um doce muito querido. No meu caso, um pacote de balas fini - Eu acho que ficaria bem legal...

— Assuma você os seus – ele reclamou, passando a mão no cabelo. Eu confesso, sempre achei o papai um cara bonitão.  A tia Thalia vivia dizendo o contrário, mas eu não concordava. O papai era bonito o bastante para conquistar a mamãe e bem, ele o fez. Ele era digno da mamãe...

...que aqui entre nós ,é a mulher mais linda de todos os mundos e todas as galáxias.

— Eu irei assim que aparecerem – ela murmurou, levantando a sobrancelha. Eu estava treinando aquela expressão de mamãe tinha um tempãaaao.

— Eu sei que tem alguns ai – ele murmurou, olhando para ela. Papi suspirou e olhou para mim – O que você acha? Devo pintar?

Eu não tinha ideia de como ficaria o cabelo de papi se ele fizesse. Provavelmente não mudaria muita coisa. O cabelo dele já era preto. Ia ficar mais preto? Como isso seria possível?

No fundo, eu não queria que o papai pintasse. Todo mundo dizia que eu tinha os cabelos dele. Se ele pintasse, eu não teria mais. Não queria não ter os cabelos de papi. Ou ele pintava de preto ou pintava uns fios grisalhos.

— Não – murmurei. Virei para olhá-lo : papai estava piscando com um olho para mim. Ele estava tentando me subornar? – Não acho que você deva pintar, papi.

O rosto dele foi caindo aos poucos. Eu esperava que ele não ficasse bravo comigo...

— Por que?

— Porque a gente tem o mesmo cabelo – murmurei baixinho. Mamãe sorria de lado para mim, com uma cara de convencida. – Se você pintar, não vamos ter mais.

— Quem disse isso? – ele murmurou, parecia irritado – A gente sempre vai ter o cabelo igual. E se não for o cabelo, são outras coisas – ele fez com o indicador.

— Tipo o que? – perguntei, cruzando os braços. Não queria que papai ficasse tentando me fazer mudar de ideia, se eu já tinha uma ideia pronta sobre o assunto.

— Tipo.. muitas coisas – ele cruzou os braços – Muitas. Coisas que você nem sabe o significado.

Adultos. Sempre acham que sabem mais que a gente.

— Espero – murmurei saindo do banheiro e indo para dentro do quarto. No canto, perto do trocador de fraldas do Tony, tinha um negocio que a mamãe sempre jogava no bumbum dele antes de colocar a fralda. Um pós branco. Peguei o tubo e joguei um pouco no cabelo, na intenção de ficar igual ao cabelo do papai.

Ficou a parte de cima inteira branca. Eu tossi um pouco.

Não era pra ficar tanto,mas tudo bem.

Voltei para o banheiro onde papai e mamãe discutiam sobre o cabelo ainda.

—Ei – murmurei tossindo um pouco – Olha pai, agora a gente ta igual.

Fazemos cada coisa pra ficar parecido com quem a gente ama, não é? Quanta besteira.

Bojack virou, ficando de barriga pra cima. Papai continuou com os pés em cima dele, puxando o cobertor fino de mamãe e usando-o também. Abracei a mim mesma: estava chegando o friozinho de final de tarde.

Melhor friozinho de todos.

Bojack ficou encarando os dois antes de decidir que seria bacana subir em cima dos dois, arrancando risadas. Ele era o cachorro mais temperamental e folgado que existia.

Quando perdemos o Jimmy, fora difícil para todos nós. Inclusive para mamãe que amava o cachorro apesar de todas as suas bagunças.

— Rápido, você precisa levar ele pro hospital papai! – eu chorava. Jimmy havia voltado para casa se arrastando nas patinhas da frente. As patinhas traseiras estavam sem movimento. E era tudo culpa minha!

Eu havia deixado o portão da cerca aberta e ele havia fugido. Ele devia ter comido o lixo da vizinhança inteira.

— Vai papai! – reclamei já sentindo a ardência atrás dos olhos – Pro hospital de cachorro!

Jimmy respirava devagar, mas ainda assim respirava. Ele engasgava e vomitava um liquido verde e eu estava desesperada querendo que fosse comigo e não com o melhor amigo de todos os tempos.

Papai estava tão atônito  que não conseguia se mexe. Mamãe quem corria atrás da chave do carro enquanto Tony chorava feito um...feito um bebê,claro. Era o que ele era.

Mamãe estava séria enquanto colocava a mão no ombro de papi e pedia ajuda para colocar Jimmy no banco.

— Eu vou com você – papai murmurava enquanto levava ele até os bancos do carro

— Não –mamãe respondia enquanto levava o Tony lá pra cima – Alguém precisa fica com eles.

—Eu... – papai respirava com dificuldade. Eu quase nunca via o papai chorar,ele não gostava. Mas ali, parecia que ele ia se transformar numa cachoeira de tão abalado que ele estava.  0 Não, você fica com eles e eu vou.

Mamãe desceu as escadas correndo, pegando a chave no balcão.

—Você não vai conseguir dirigir – ela murmurou. Eu olhava de um lado pro outro enquanto eles falavam.

— Eu vou! Deixa eu ri! – eu pedia embaixo.

Adultos altos. Por que tão altos?

— Eu mando uma mensagem para a veterinária no caminho,vai ser rápido. Logo menos a gente volta pra casa,foi... foi provavelmente alguma coisa que ele come na rua – mamãe murava. Eu pulava tentando pegar a chave da mão dela. Não deveria ser tão dificl dirigir, certo?

— Deixe-me ir – papai pedia baixinho.

—Percy... – mamãe balançou a cabeça e eu senti alguma coisa molhada cair na minha bochecha.

Ah não! Eu estava fazendo todo mundo chorar.

— Mamãe !

Ela se abaixou colocando a mão no meu cabelo.

—Vá deitar,meu amor. – ela sussurrou. Mesmo eu causando um mal tremendo,mamãe estava sendo carinhosa comigo. Eu queria que ela parasse, eu estava me sentindo mais culpada ainda.Ela se levantou e pegou o rosto do papai,beijando-lhe na testa – Coloque-a para dormir. Eu ligo se algo acontecer.

E saiu.

Quando ela fechou a porta,o papai foi se sentar no sofá com as mãos nos olhos. Eu não queria ver o papai chorar,ainda mais sabendo que era minha culpa.

— Pai – murmurei, sentando-me no seu lado – Eu ... me desculpa pai.

Papai continuava com as mãos nos olhos. Eu também não ia querer me olhar caso eu matasse um cachorro.

Eu deveria ficar longe dos espelhos.

— Pai... – puxei seu braço. – Desculpa,pai.

Papai balançou a cabeça e virou os olhos para mim. Os cabelos dele estavam bagunçados e os olhos vermelhos. As bochechas também vermelhas e ele tentou sorrir para mim.

— Tá tudo bem – murmurou. – Vá para sua cama,eu já vou lá,ok?

— Você tá bravo comigo –sussurrei. Eu não queria sair do lado dele,nem que fosse por um final de mundo.

— Não – ele franziu a testa – Claro que não.

—Você não quer ficar comigo – esclareci. Senti minha boca tremer igual sempre tremia quando eu chorava. – É por que ele fugiu quando eu abri o portão pra comprar sorvete e aí eu acho que eu que matei ele,papai.

Eu achei que papai me mandaria por quarto de novo. Ou gritaria comigo,como da outra vez que ele havia ficado bravo.

Mas ele não o fez. Ele me puxou para seu colo e sussurrou :

—Tudo bem,little bird – beijou-me na testa – Vai ficar tudo bem.

Quando mamãe voltou sem o Jimmy,a gente sabia que ele não voltaria mais. Mamãe chegou chorando tanto que foi como se ela perdesse um de nós. Ficou parecendo da vez que o tio Tritão havia me levado no dia do nosso piquenique. Ao contrário do papai,ela ficou um pouco brava comigo.

Não por eu ter deixado ele sair,mas por ter saído atrás do carro do sorvete sozinha.

Quando meu padrinho nos deu o Bojack,tudo pareceu se encaixar. Apesar de nenhum dos dois terem tirado as fotos de Jimmy da casa. Talvez, Jimmy tivesse feito muito mais do que papai me contara. As vezes,eu sentia saudades de deitar-me nele e ficar vendo o céu.

Bojack era temperamental demais para isso. Ele sempre achava que era hora de brincar.

“Vem comer,Bojack” – ele vinha com a bolinha na boca.

“Vamos andar!” – a bolinha na boca.

“Vamos dormir!” – bolinha na boca. Sempre.

 Estava surpresa que ele não estivesse com ela na boca agora.

Mamãe apoiou a cabeça no ombro do papai e deu um suspiro. Os cabelos loiros – que eu havia desejado por um bom tempo – caindo ao redor deles. Mamãe era tão bonita que eu me pegava olhando no espelho,procurando ser como ela.

— Você está linda – papai dizia todo dia depois do trabalho.

— E eu nem tomei banho ainda. – ela respondia,dando de ombros e rindo.

— Ainda assim, não vejo nada de errado em você Sabidinha.

Sabidinha e Cabeça de Algas.

Eu sempre ria quando papai e mamãe se chamavam assim. Era engraçado porquê nenhum deles sabia explicar o apelido direito. Era uma coisa velha e deles.

Igual a eles dois agora : velhos e um do outro.

Os dois começaram a balançar as cadeiras no mesmo ritmo.

Não estou velho! – papai reclamava. A televisão estava ligada no documentário “Planeta Terra” na BBCOne.

E ele ainda dizia que não estava velho.

— Pai – revirei os olhos,terminando meu dever de matemática. Estar na quinta sétima série era uma loucura! – Olha o que você está assistindo.

—Planeta Terra – resmungou – Não é programa de velho.

— É sim. Mais programa de velho é o leilão dos bois –comentei, revirando os olhos mais uma vez e vendo-o corar. Ele amava o leilão dos bois. – Velhos que negam que são velhos.

— Nina – ele resmungou – Você me respeite.

—Velhos que negam ser velhos e que pedem respeito – fingi pensar com a mão no queixo – É,velho.

Ele cerrou os olhos e apontou com o indicador :

— Velhos que podem proibir filhas malvadas a saírem na sexta-feira com aquele garotinho filho de Hermes! 

— Você pode – concordei. Afinal,nós só íamos até o chalé das meninas de Afrodite e voltar. Ela dariam um festa para uma das meninas que estava fazendo aniversário,não era grande coisa. – Eu não ligo muito sabe pai.

Ele revirou os olhos.

—Você se parece com a sua mãe.

Eu sorri,levantando-me. Puxei o controle remoto da mão dele e coloquei no canal do leilão de bois.

— Não precisa fingir que não quer ver os leilões de bois.

—Ei! – ele cerrou os olhos verdes para mim de novo.

Ele tentava me enganar com grande frequência. Papai era tão...tão eu.

Inclinei a cabeça para o lado,vendo-o colocar no planeta terra.

—Certo – suspirei pegando minhas coisas e colocando de volta na mochila. Joguei uma das alças no ombro e peguei uma maçã,mordendo-a.

—Eu vou ver se mamãe quer que eu leve o Tony para conversar com o tio Nico – suspirei. Anthony era um grande fã do meu padrinho. Ele adorava o estilo dele e ficavam falando de rpgs e games por um tempão. – Você vem,papi?

—Não – ele bocejou – Vou descansar um pouco mais.

—Você nem fez nada hoje,pai – eu ri de lado.

— Eu colhi os morangos do café.

—Isso foi ontem – pigarreei.

Ele levantou os olhos para mim de novo e suspirou.

—Estou cansado.  Desde de ontem. O meu cansaço não tem limites.

Eu sorri indo até ele. Beijei-lhe na testa e baguncei os cabelos mais grisalhos agora.

—Tudo bem,papai. Até mais.

Dirigi-me  até a saída,não sem antes ouvir que ele havia mudado para o canal de leilão dos bois.

Velho Percy. Meu pai costumava ter mais forças para as coisas. É claro,se acontecesse algum tipo de ataque no Acampamento,ele não mediria suas forças para nos proteger...mas agora éramos nós – Anthony e eu – quem faríamos isso. Proteger ele,sua cabeça que não entendia que ele já não tinha mais o pique de um jovem e sua barriguinha um tanto protuberante .

Que garoto idiota. Quem ele pensava que era?

Aos 15,eu odiava garotos. Principalmente o filho de Jason e Piper.

Ele havia me beijado sem que eu quisesse. Claro,o que eu esperava? Era uma festa. Em festas rolam jogos de desafio e verdade....mas não era pra ser assim. Eu nem sequer deveria ter aceitado participar. Não era para o meu primeiro beijo ser daquele jeito.

Mamãe bateu mais uma vez na minha porta.

— Nina.

— Não quero conversar mamãe!

— Nina. – ela suspirou do outro lado. – Eu só preciso saber se você está bem. Seu pai já está subindo pelas paredes de tão nervoso. Você não pode chegar assim e esperar que acreditemos que está tudo bem.

—Isso mesmo! – papai gritou. – A cara de quem eu tenho que quebrar? Foi o Alex?

— Não pai! – reclamei,escondendo a cara no travesseiro – Só...deixe-me em paz!

— Foi o Denis? Aquele malandrinho! Eu sabia,vindo de um filho de Ares eles podem qualquer coisa! – ele reclamou – EU vou lá.

—Percy!

—O que? Ela tá chorando.

—Deixe-me falar com ela,ok?- ouvi-os discutindo – Vai ficar tudo bem.

Alguns minutos em silencio e mamãe voltou-se.

—Estou entrando.

Ela sabia que eu nunca fechava a porta para ela.

Apesar da idade,minha mãe continuava sendo a mulher mais bonita que eu já havia visto. E sim,eu já conheci Afrodite pessoalmente. Os cabelos longos a deixavam linda e jovial, apesar das ruguinhas ao redor dos olhos. Os cinzento mais bonitos que eu já havia visto também.

Os olhos que eu via no espelho sempre que me olhava.

Eu adorava os olhos de mamãe.

Ela colocou a mão nas minhas costas e chamou-me :

—O que houve,meu amor? – sussurrou. – O que aconteceu?

Sentei-me na cama ainda chateada com as coisas. Nada, nunca era do jeito que imaginávamos.

— Eu só estou triste com algumas coisas.

—A festa ainda está acontecendo – ela murmurou cruzando os braços. O rosto ficou mais sério enquanto ela continuava – Alguém mexeu com você?

— O de sempre mamãe – murmurei segurando o choro – O filho da tia Piper é um completo babaca.

—Sendo filho de quem é,ele deve ser mesmo – papai resmungou do lado de fora.

—Pai! – reclamei. – Por favor ,não fique escutando.

Ele fez silêncio,indo embora,eu espero.

Mamãe sorriu para mim e cruzou as pernas em cima da cama também. Ela era além de minha mãe,minha melhor amiga. Minha melhor pessoa. A favorita na minha lista de pessoas favoritas.

— O que Noah fez dessa vez? – ela perguntou baixinho. Conhecendo papai como ela conhecia,eu falaria baixinho também.

— Ele me beijou – sussurrei.

— E como foi? – ela segurou minhas mãos.

—Horrível – murmurei. – Não foi do jeito que eu imaginei.

Ela franziu a testa confusa. Colocou uma mexa do cabelo atrás da orelha e suspirou :

—Explique.

— Tinha muita gente olhando,mãe – segurei o choro – Ele só...encostou a boca na minha e continuou a festa.

— O que você esperava? – ela murmurou.

Eu nem sabia direito. Gostava mais de Noah do que de qualquer pessoa ali,mas não esperava que ele aceitasse me beijar por conta de um jogo. Isso fazia dele...só mais um.

— Queria que ele me beijasse porquê queria me beijar. Não porque... porquê os outros mandaram ou... – suspirei chateada. – Que droga.

Mamãe sorriu e beijou minha bochecha.

— É uma droga. – ela suspirou – Talvez você deve falar com ele depois. Talvez ele quisesse mesmo beijar você,não tem como saber. A senhorita,não lê mentes ainda. – mamãe coçou o pescoço e sorriu nostálgica – O primeiro beijo que dei em seu pai,estávamos em missão.

—Você quem beijou o papai? – perguntei curiosa. Eu já sabia daquela história,mas o papai dizia que ele havia beijado-a.

— Claro – ela doze e deu de ombros – Eu sempre esperei que seu pai fizesse alguma coisa....mas você conhece ele.

Eu sorri sem graça. No quesito “ atitude”,eu era igual ao meu pai.

—Ei! – ele resmungou do lado de fora. – É horrível estar passando casualmente pelo corredor e ouvi-la falando de mim,ouviu Sabidinha?

Minha mãe revirou os olhos e sorriu para mim.

—Não tire suas próprias conclusões....deixei que ele venha falar com você depois,tudo bem? – ela pediu. – Noah é um bom garoto e eu aposto que ele queria beijá-la de verd-

A porta do meu quarto foi aberta de repente.

Papai estava ali,as bochechas coradas e os olhos raivoso. O cabelo preto-grisalho bagunçado. Papai vivia bagunçado agora e era um charme a mais.

— Noah? – ele perguntou irritado – Você anda trocando beijos com aquele mentecapito ?

—Pai ! – arregalei os olhos com vergonha. – Pelos Deuses!

— Ah mas aquele filho de um mequetrefe! – ele resmungou,colocando as mãos na cintura. Parece que de repente meu pai só sabia xingamos de 1970. Olhou para mamãe que só o observava séria – Você não vai dizer nada?!

— A gente? Sério? – ela resmungou – Você vai julgar sua filha,filha de uma filha de Atena,com um filho de Poseidon?

Papai ficava mais vermelho.

— Ele é filho do Jason! – papai murmurou com raiva – Não sei se posso aceitar isso.

—Pai! – resmunguei revirando os olhos – Pelo amor de Atena,não seja desses.

— Tudo bem. Eu terei que conversar com Jason antes de...- ele ficou mais vermelho,gesticulando com as mãos -...disso aí dar continuidade.

—Pai,foi só um beijo. – resmunguei. – Não foi nada.

—Um beijo que deixou você muito triste – ele resmungou. – Nem pra isso Jason serve!

— Qual é essa sua de brigar com Jason agora? – mamãe reclamou.levantando-se. – Você sempre esteve muito bem com ele,ué.

— Bem...- resmungou de novo. Papai era um resmungão fã do canal do boi – Ele... argh,alguém lá em cima disse que isso aconteceria para ele. E desde então...ele faz de tudo para que Noah esteja por perto.

—Pai! – resmunguei de novo – Pelos deuses,eu nem vejo tanto assim em Noah..

Na verdade...

—Você não me engana,Jackson – ele apontou,respirando fundo – Você é uma Jackson. Não me engana. Pior! Você é Chase-Jackson. Não me engana mesmo!

Mamãe suspirava e revirava os olhos. Sabia que nós duas teríamos que conversar sobre esse negócio de Noah comigo.... mas não agora.

Não com o papai aqui.

—Escute,meu amor – mamãe pegou a mão do papai. Ela começaria seu showzinho. Minha mãe era a única pessoa depois da vovó e do vovô que conseguiam fazer o papai mudar de ideia – Você sabe que a Nina tem que fazer suas próprias escolhas-

—Ela é muito nova para sair beijando garotos por aí – ele resmungou – Deuses,eu achei que...bem....que ela nunca iria beijar garotos.

Mamãe inclinou a cabeça,fazendo-lhe um carinho no rosto.

— Percy... você sabe que não é assim – papai olhava ara ela,as pupilas dilantando. – Deixa-a pensar tudo bem? Ela está bem,só está chateada agora.

—Eu vou acabar com Jason mais tarde – ele disse ainda irritado. Era engraçado como papai tentava se conter mas não conseguia. Era exatamente como vovô dizia : ele não conseguia ser contido. – Você sabe que eu posso,não sabe? – ele perguntou para mamãe.

—Eu sei,meu amor – ela murmurou. – Que tal.. a gente tomar um café com canela,eu faço uns biscoitos para nós dois – ela beijou-lhe na bochecha de novo – Nós podemos...assistir Os Caça-Fantasmas de novo e você esquece tudo isso,tudo bem?

Papai amoleceu um pouco e voltou os olhos para mim.

— Hn.. –ele resmungou. – Você tá bem,little bird?

Eu sorri para ele. Baguncei meus cabelos para ficar mais parecida com ele.

— Eu estou,papi.

Ele amoleceu um pouco mais,ainda assim as bochechas vermelhas.

—....canela no café? – perguntou.

Mamãe sorriu para ele e assentiu.

Ele entrelaçou os dedos no dela e disse :

— ... Caça-Fantasmas?

—Ou qualquer outro filme que você queira ver – ela murmurou e sorriu apaixonada. – E aí..a Nina pode ir ver se o Anthony está se comportando bem lá com Noah e os outros – ela deu uma piscadinha para mim. – Que tal?

Papai pensou um pouco voltando os olhos para mim.

—Se ele tentar qualquer coisa,você trate de usar o chute que lhe ensinei!

—Eu tinha 7 anos quando você me ensinou,pai – reclamei.

Ele mudou a postura e disse como se fosse um grande sábio japonês :

— Um ensinamento bom,nunca é esquecido.

Eu ri um pouco,voltando a minha realidade.

Papai virou a cabeça e sorriu para mim. Acho que mamãe tinha cochilado no ombro dele. As cadeiras não balançavam mais e a noite já adentrava no céu.

Anthony sentou-se ao meu lado e cutucou as unhas com os dentes.

— O que você tá fazendo? – perguntou.

—Nada,Tonhão – murmurei,olhando-o. Anthony olhou-me ofendido e revirou os olhos verdes – como os do papai. Ele jogou os cabelos prestos para trás e riu. – O que foi?

—Papai e mamãe juntos – ele apontou. – Eles não se desgrudam nunca.

Talvez Anthony ainda não entendesse o que eles sentiam um pelo outro. Nos seus o que...? 12 anos? Eu acho. Para mim,Tony sempre seria um menino de 7 anos.

Coloquei um braço ao redor dos ombros dele e sorri.

— Você se imagina assim com alguém? – apontei com a cabeça para os dois.

— Você se imagina assim com Noah? – ele perguntou,provocando.

Revirei os olhos para ele.

— Não sei... – ele Tony respondeu. – Papai ama muito a mamãe.

— E a mamãe ama muito o papai.

Os dois se levantaram quando terminei de falar. Mamãe esticou os braços, espreguiçando-se. O papai empurrou Bojack para o lado, também se espreguiçando.

E me ocorreu uma coisa. Olhei para Anthony e sorri enquanto o via observar nossos pais. Ele encostou a cabeça em meu ombro e suspirou.

—Talvez não exista ninguém como a mãe e o pai – murmurei.

Ele levantou a cabeça e sorriu,enquanto via os dois darem as mãos e virem na nossa direção.

— Eu sei que não – ele sussurrou e levantou-se correndo em direção aos dois.

Eu sorri quando papai e ele começaram uma lutinha boba, enquanto mamãe se enrolava no cobertor.

Eu sabia que cada um deles me amava de cada forma....

Papai olhou para mim e sorriu.

....mas eu amava maior.


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Notas finais do capítulo

lecau né?
vamos lá : me perguntaram se vou continuar escrevendo essa familia e a resposta é : sim.
eu irei,já tô organizando postagem nova com meus xuxus
não é porque nessa fic a Nina tá com os seus (16?) anos que eu vou dar continuidade nessa idade
eu tenho planos para elessss
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sobre o capitulo que vem ai da short fic que tô fazendo : talvez eu perca umas amizadessss com ele
tô formantando direitinho pra não causar mais danos kk
logo menos eu posto
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sobre o final alternativo de keep u safe : eu acho que vou mandar por mp pra quem me pediu
não sei se vou postar,afinal pra mim aquele é o final certo ;c
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com que vcs mais ficam nostalgicos?
pra mim, minha semana depois do ano novo
penso se teria sido diferente se eu tivesse agido diferente
também sinto falta do meu terceiro ano estressante
sdds
espero que vcs gostem