O Plano de uma Heroina escrita por Pedro Haas


Capítulo 4
Parte 4


Notas iniciais do capítulo

AQUI ESTAMOS NÓS, PARA A CONCLUSÃO!



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Capítulo 4

"Primeiramente, queria começar isto pedindo desculpas. Me desculpe por tudo, me desculpe me desculpe me desculpe me desculpe..."

***

Pisquei o olho por um momento, pois não conseguia acreditar no que via, Duda estava ao meu lado e estava tão chocada quanto eu. O Lar Arsalein é um casarão situado quase que de modo teatral entre os prédios de um dos bairros no centro de São Paulo, era de cor bege e bem enfeitado, como um verdadeiro orfanato bem amistoso se pareceria. Contudo, agora estava com a maior parte chamuscada e negra, e chamas eram cuspidas pelas janelas. Pouca gente passava por ali agora, algumas ficavam de fora assistindo o trabalho dos bombeiros em ligar a mangueira gigantesca no hidrante, outros ficavam bem perto da ação. Esses eram, em grande parte, crianças, de idades variadas entre 5 (aparentemente) até 15 anos. Algumas estavam bem arrumadas, outras eram apenas um trapo ambulante.

Não vi que estava já bem perto da confusão, apenas andei observando o incêndio se desenrolar, observava com um certo fascínio, nunca tinha visto um assim de perto.

Duda me olhou com cara feia, e eu desviei o olhar meio envergonhado. Ela se aproximou de mim e me deu um tapa na bunda, eu pulei de surpresa.

— Vem comigo – disse ela.

— Não seria melhor a gente esperar aqui? – mas ela já nem estava mais por lá.

Ela contornou os carros de bombeiros e seguiu em direção a uma intrincada rede de becos residenciais e comerciais. Cara, como essa cidade é grande.

— Pra onde você tá indo? – perguntei enquanto a acompanhava – Sabe, eu tô velho demais pra te acompanhar seu ritmo.

— Você deveria reclamar menos e andar mais! – ela falou com uma certa dureza na voz, me pegou desprevenido – Desculpe, é que algo está acontecendo aqui.

— O que quer dizer com isso?

Ela não se deu o trabalho de me responder, não precisava. Na esquina de um dos becos, estavam parados dois lobos. É, lobos. Maria Eduarda estava ali, parada em minha frente, congelada, os animais ainda não haviam percebido nossa presença.

— Vamos... Apenas voltar, que tal? – falei o mais calmo possível.

— Animais são diferentes, não consigo sondar seus pensamentos porque eles não pensam, sabe? – ela voltou até mim – Porém, daqueles eu posso... – seu olhar expressava uma mistura de pavor e de curiosidade. Nos afastamos um pouco, enquanto eles ainda não tinham nos percebido.

— Eu conheço de literatura o suficiente pra saber o que são lobisomens – eu mesmo não acreditei na ideia, telepatia é uma coisa, homens-lobo era outra.

À frente, os possíveis lobisomens se mexeram, parecendo inquietos. Observando bem, realmente não pareciam cachorros normais, muito menos lobos normais. Um lobo comum não seria do tamanho de um jumento, mas o que estava ao lado era de um tamanho mais "normal", seria um filhote? O grandão era coberto por pelos marrons, e o focinho era uma coisa assustadoramente branca, o mais novo era cinza, eu desviei o olhar como se eles tivessem magicamente se virado para onde a gente estava.

Puxei Duda para um canto, para ficarmos longe da visão deles.

— Isso é de foder com a cabeça... – ele olha para o lado e depois para ela – Desculpe o palavreado, mas olha, eu estava surpreso o suficiente contigo, isso aqui já é demais.

— Se quer ir embora, vá – ela disse friamente, algo parecia a estar incomodando – Mas eu preciso muito passar por eles.

Pedras de gelo atingiram meu estômago, era uma ansiedade sem tamanho. Uma garota telepata, lobisomens, o que mais viria agora?

— Se pode ouvir o que eles estão pensando, pode deduzir um jeito de passarmos, certo? – ela acenou que sim, e se concentrou.

— Tem pessoas... muitas delas são dá minha idade – Ela fechou os olhos – um homem... Não, dois homens, e alguns adolescentes mais velhos, estão longe, há uns 200 metros, mas é como se eu estivesse ouvindo-os por um telefone, eles estão falando comigo. Os lobos ali só estão montando guarda porque o dono deles mandou, e é só isso que passa pela cabeça deles.

— Então eles são apenas cães muito inteligentes? – suspirei, isso era aliviante de certa forma.

— Parece que sim, na verdade estou torcendo para que seja.

Ouvimos passos apressados andando pelos becos, alguém correndo. Era agudo demais para ser um adulto. Uma garotinha apareceu do caminho que eu e Duda viemos, quando ela nos viu, abriu um sorriso de alívio. As meninas pareciam até se conhecer.

— Que bom te ver, Duda – a menina loira e de olhos azuis parecia alegre.

— Andressa... – ela fez uma pausa – Esse é o Carlos. Carlos, ela é do Lar Arsalein.

— Isso isso! E vou levar vocês até lá, desculpe o incidente ali com a nossa fachada, mas é mais comum do que vocês imaginam – ela deu um risinho.

***

"As coisas estavam tão difíceis, a vida estava difícil demais e eu já não suportava, senti que explodiria, espero que você entenda, Carlos, você é uma ótima pessoa, porém, foi necessário. O Lar Arsalein estava sendo atacado, ele era minha única forma de abandonar tudo isso e entender o que eu era, eu os conheci naquele dia procurando informações na sua casa, conversei com eles, bem, eles conversaram comigo, mas agora não existiam mais, graças àquela merda de hospital, O Hospital". 

***

— O Luiz estava doido te esperando.

— Ele foi muito animado durante nossas conversas, me chamou com pressa – Duda estava divagando, perdida nos pensamentos.

— Estamos chegando? – muita coisa estava esquisita, e uma dor nas costas me atacou subitamente. Tudo estava tão estranho que meu desejo era apenas se certificar que Duda ficaria bem e ir embora.

"Eu te entendo, isso tudo deve ser muita informação para a sua cabeça, mas espera só mais um pouquinho...", A voz dela invadiu minha cabeça novamente.

"Como você pode confiar nessas pessoas tão facilmente?", Parecia uma pergunta boba pra ela, "Digo, você sempre pode confiar nas pessoas imediatamente, mas eu não".

Andressa estava sorridente e caminhando determinada, ela aspirava confiança, mesmo sendo só uma garotinha de uns 9 anos.

"Você sabe muito bem como eu posso confiar nas pessoas, aqui especialmente", Ela olhou para mim e sorriu, "Me desculpe por meter você nessa..."

Balancei a cabeça, "Não se desculpe, eu sinto como se tivesse nascido pra isso, é a coisa mais importante que eu nunca sonhei que poderia acontecer comigo!", Ela sorriu de uma forma reconfortante, enquanto cruzávamos os becos cada vez mais estreitos.

***

"O Hospital é maligno, como aquelas instituições malignas dos filmes. Ele te pega, te estraga e te joga fora, pouca gente sabe o porquê, o Luiz não quis me explicar, talvez ele não saiba também. Eles também têm poderes, e são nossos inimigos, inimigos da nossa liberdade, inimigos dos Novos Humanos"

***

Uma onda de ansiedade passou pelo meu corpo quando Andressa abriu um dos vários portões gradeados pelo caminho. Passamos por um bem protegido por várias trancas, com outros lobos gigantes e inteligentes a espreita. Eles me olhavam como se quisessem me comer vivo, mas Duda disse que essa era a expressão mais amigável que eles foram treinados para fazer à estranhos. Quando a garotinha loira apareceu, no entanto, eles pareciam grandes cachorros dóceis e amigáveis; ótimos cães de guarda. Mas eu não confiava neles mesmo assim, me davam arrepios. Contudo, Duda fez amizade com eles rapidamente, ela e os lobos pareciam se conhecer há anos, bem, ela realmente agia como se conhecesse todo mundo há anos. Ela era atenciosa de maneiras sobrenaturais, eu não entendo como a mãe dela a agredia.

"É porque ela era uma idiota", a voz dela veio como um estrondo em mim e me pegou de surpresa, aliás, eu sempre ficava surpreso com a voz dela na minha cabeça, "Desculpe, deve ser estranho mesmo, se quiser eu posso parar..", Ela ficava um pouco alterada quando o assunto era a mãe.

"Tudo bem, olha, daqui a pouco você vai embora e ninguém nunca mais vai falar na minha cabeça, vou sentir saudades!", Eu disse bem humorado, mesmo assim ela não parecia legal, "Tudo bem contigo?", Ela não me respondeu.

— É como se esses becos fossem infinitos! – exclamou Andressa, que levava uma conversa bem amistosa com a Duda agora pouco, porém ficava cada vez mais quieta a medida que chegávamos ao nosso destino – Ainda bem né, senão todo mundo ia saber das coisas.  

Andamos tanto nesses becos, que não poderia ter sido apenas 200 metros como Duda pensava, talvez seus poderes (nossa, poderes, que palavra sensacional!) pudessem alcançar mais do que só 200 metros e ela não sabe, ou talvez Andressa tivesse dando voltas intencionalmente, ou não intencionalmente, afinal ela é só uma criança. 

Quando pensei que não iria acabar mais, cá estávamos, o Lar Arsalein... O verdadeiro.

— Essa porta vai nos levar pra outro lugar, bem longe daqui! – Andressa avisou – Vocês vão sentir um enjoo, mas os portais do Lucas são de primeira qualidade.

"Pera, portais?", Duda apareceu ansiosa em meus pensamentos.

"PORTAIS!", Já eu estava mais animado do que tudo. Esse dia tem como ficar melhor? Só se eu ver raios saindo da mão de um senhor com chapéu de palha.

— Prendam a respiração, a sensação é bem engraçada – Andressa fez um bico, como se estivesse mergulhando, e então abriu a porta.

Era como se estivéssemos olhando para um ralo gigante, puxando-nos para o desconhecido, um cenário negro e sem vida, mas muito chamativo. Andressa pulou por ele como se estivesse mergulhando numa piscina, dei a mão para Duda e entramos.

Eu deveria ter prendido a respiração.

***

"Mas, não adianta eu falar e falar de coisas que você não entende agora e nunca entenderá, mesmo que eu quisesse que entendesse. Vou falar de coisas que você com certeza vai entender, falar sobre a importância que você teve em minha vida".

***

Era como um tobogã, um tobogã escuro, disforme e sem ar, e, mesmo que tenha sido apenas um segundo, para mim foram milênios. Certo, estou exagerando, mas você entenderia se estivesse no lugar mais claustrofóbico do mundo mesmo que por alguns milésimos. Quando senti novamente uma base sob meus pés, era apenas verde. Grama, grandes paisagens, e apenas eu, Duda e Andressa no meio.

— Oops... – Andressa suspirou – Sempre fico sem ar nesses portais, mas depois de um tempo você acostuma – sorriu, e eu me forcei a sorrir também.

— Onde estamos? – a vegetação é muito diferente de uma cidade grande, obviamente, porém tudo aqui me lembrava da minha cidade natal – Digo, com certeza não estamos mais em São Paulo, não é?

— Bem, não estamos mais nem no Brasil, eu acho – ela disse naturalmente olhando para cima, nesse momento, minha barriga pesou um pouco mais – Estados Unidos... É, Estados Unidos, em algum lugar perto de Los Angeles.

Agora Duda que parecia empolgada.

— Quer dizer que eu tô no exterior? Puta merda!

"Olha a boca", Eu a repreendi, e ela me olhou com cara feia.

— Eu fugi, estou longe finalmente... – ela começou a chorar, Andressa a abraçou – eles nunca mais irão me alcançar...

Um pequeno terremoto atrapalhou o momento dramático.

— Cara isso é demais! – Andressa balançou Duda e correu pelo pasto verde e extenso na direção de algo...

Algo que... Se erguia do chão... Parecia muito uma... não pode ser, era uma casa?

Um buraco se formou no campo e dele surgiu uma grande estrutura, quase idêntica ao casarão de São Paulo, mas, esta aspirava modernidade. Tudo durou um piscar de olhos, num momento o campo era apenas um campo, no outro, uma mansão estava lá. Andressa corria na direção dela com alegria, e de repente, asas brotaram de suas costas.

— Puta merda! – eu exclamei, e Duda começou a rir de mim em gargalhadas bobas de uma criança – Faça o que eu falo, não o que eu faço, certo?

É, eu também comecei a gargalhar. Gargalhar de emoção.

***

"Eu sempre me senti uma garota desprezível, na pior forma da palavra. Os pensamentos dos adultos me assustavam, mas me influenciavam, eu me sentia cada vez mais parecida com eles, mesmo sendo apenas uma criança. Droga, eu já entendia o conceito do que era sobreviver em sociedade, mesmo que eu não aceitasse e vivesse revoltada. Pra sua sorte, essa revolta me fazia ser racional também, mesmo que eu perdesse facilmente as estribeiras, tão facilmente, que brigava fisicamente com minha mãe constantemente, por conta disso ela começou a me odiar. Eu tinha raiva dos homens também, mas contra eles eu não conseguiria fazer nada. Isso saiu do controle, me tornei inimiga dela de formas que só de estar na presença dela já era sinônimo de raiva. Eu nunca conheci meu pai, porém, sentia que se o conhecesse também o odiaria. O resto da historia você já conhece, basicamente, ficamos brigando assim por bastante tempo...

Até que minha mãe morreu. " 

***

Andressa voou, ela voou! Suas asas eram duas vezes o tamanho dela em comprimento, e eram brancas de maneiras angelicais. Ela voou alto e planou por cima de nossa cabeça, estávamos tão hipnotizados que não vimos que outras pessoas se aproximavam de nós.

— Olá! – um homem de aparência amigável, careca, narigudo e sorridente, se aproximava – É bom recebe-lo aqui, Carlos.

"Ele também pode ler mentes?", Eu e Duda nos perguntamos a mesma coisa quando o vimos.

— Oi... É... – Eu estava resistindo muito mesmo pra não chama-lo de Professor Xavier.

Ele deu uma risadinha.

— Olha, pelo bem de sua segurança, pode me chamar de Professor Xavier sim – um garoto vinha ao lado dele, era loiro como Andressa e usava óculos, sorriu envergonhado quando ouviu a menção ao herói telepata do X-men – De fato eu sou careca e narigudo, e eu também comando esse lugar, mas eu não sou o dono e nem rico.

"É, ele pode mesmo ler mentes".

— Esse aqui é o Luiz – ele o apresentou, o menino acenou timidamente, Duda também estava desconfortável e de cara fechada, mas acenou de volta – Ele é um cara legal, só não é bom com pessoas.

— Olá Luiz, foi você que nos encontrou, não foi? – eu perguntei e ele apenas acenou que sim.

— O Luiz tem habilidades de informática bastante avançadas – o 'Professor' comentou – Ele é o que mais acha crianças perdidas por aí.

Fiquei surpreso que eles não tinham um Cérebro para detectar os mutantes. Esse pensamento passou rapidamente pela minha cabeça e eu e o professor demos um risinho. Duda parecia alheia, depois de alguns instantes, ela olhou para mim e me abraçou.

— Obrigado... – ela sussurrou – Você salvou minha vida... Então lhe darei um presente.

O professor a observava com atenção, agora era eu que não estava entendendo nada. Ela tocou minha cabeça com os dedos e me olhou bem nos olhos, senti uma falta de ar repentina, meus olhos arregalaram e eu observei de longe varias imagens em uma fração de segundos, depois disso, tudo voltou ao normal, como se não houvesse acontecido nada. 

— Isso é uma cápsula do tempo – ela disse, esperando que isso fizesse sentido pra mim – Essa mensagem que te enviei só vai ser aberta daqui há muito tempo.

— Ah não, não é justo – aperto a bochecha dela – Injusto injusto!

— É muito justo, retardado – ela replicou e me abraçou mais apertado com um grande sorriso no rosto – Nunca irei te esquecer, Carlos.

Deixei sua voz inundar o meu cérebro por um momento, como se eu nunca mais fosse ouvi-la na vida.

— Nunca irei te esquecer, Maria Eduarda.

"Você tirou minha vida dos eixos, nunca esquecerei tudo o que vivi nesses dois dias", Eu tentei ao máximo canalizar minha satisfação por essa pequena grande aventura, "Você me deu o melhor presente de todos já", Ela sorriu até ver as lágrimas caindo novamente pelo seu rosto.

O professor apenas observava sorrindo.

"Você é realmente um idiota".

"Promete pra mim, que viverá feliz aqui com eles...", Eu ansiava por essa confirmação.

"Eu prometo", Ela me soltou e me olhou nos olhos novamente. Depois se afastou.

Quando ela já estava de costas, andando em direção à nova vida, eu gritei:

— Espero ouvir falar de você, Duda! – acenei – A garota que mudou o mundo!

Ela sorriu e correu.

Luiz foi atrás dela, provavelmente para apresentar a casa à garota.

— Você seria um ótimo pai – o Professor comentou, se aproximando de mim.

— Realmente, acho que me apeguei bastante – eles se olharam por um instante – Ela vai ficar bem?

— As coisas não estão às mil maravilhas, mas cuidamos de cada um por igual, nós faremos o possível para que todos fiquem seguros e intactos até aprenderem o que é tudo isso – ele fez uma pausa, esperando qualquer reação minha.

— Existem muitas pessoas como a Duda? Digo, com habilidades sobrenaturais?

— Sobrenaturais, não – ele me corrigiu – Especiais, novas... E sim, existem muitas pessoas assim, eu te explicaria tudo, mas ah, longa história... Vou lhe deixar curioso – ele encarou a paisagem, me parecia um homem muito inteligente e também muito misterioso. Queria ter poderes para saber o que se passava em sua cabeça – Não sei se você iria realmente querer... – ele murmurou, parecia exausto – Desculpe, as vezes é complicado não ouvir seus pensamentos.

— Tudo bem...

— Você foi um bom homem, Carlos. O Lar Arsalein lhe agradece – ele se aproximou de mim e apertou forte minha mão, me agradecendo, e quando eu respondi ao aperto, tudo escureceu.

***

"Pois é, sei que você suspeitou sua 'vida' inteira que aquela senhora que me batera na rua era minha mãe, não era, mas para que tudo acontecesse direitinho, eu fiz os dois pensarem que sim. Ela era apenas uma senhora qualquer, muito fraca da cabeça, e deve ter vivido uma ótima vida depois de tudo. Ela não era uma má pessoa.

Desculpe ter mentido para você, Carlos, mesmo que eu tenha mexido com seus sensos de alegria e confiança, mesmo que eu tenha te influenciado a me levar embora naquele 'Ônibus Errado', ainda senti que tudo o que aconteceu foi real. Você realmente me ajudou, e eu... Eu nunca vou esquecer você por isto, Carlos Oliveira. Você, entretanto, me esqueceu já, mas por que eu vou reclamar? Eu mesma fiz isso. Saiba que você viveu uma aventura incrível! E que, em algum lugar do planeta, uma garotinha te ama muito, e fez isso para te proteger deles, então, quando essa mensagem aparecer em seus sonhos daqui há 10 anos, não fique curioso, não me procure, apenas viva feliz sabendo que você foi a pessoa mais importante na minha vida, sei que consegue!

PS: Sua namorada (possivelmente ex, no momento em que você estiver ouvindo isso) te traía naquela época, eu tentei mesmo não te contar, mas no meio de tantas mentiras, eu achei que uma verdade lhe faria bem. Desculpe te contar isso 10 anos depois, pode ser tarde e vocês tenham se casado com comunhão completa de bens, ela queria muito isso (risos).

Com amor, da sua eternamente grata, 

Maria Eduarda".


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Notas finais do capítulo

bang



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