Give me love. escrita por MoonPie


Capítulo 4
Capitulo 4


Notas iniciais do capítulo

Aiai, acho que ficou meio bleh, mas eu nao desisto.



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                                             ***

Una andava aleatoriamente pela cidade, após cumprir vários serviços para o pai, estava um pouco cansada e só procurava um lugar tranquilo para jantar. Sinceramente torcia por um lugar vazio e sem possíveis casais para usar a flecha. Já havia acertado muitas pessoas por hoje, incluindo uma flecha quebrada.

                                                  ***

Chegou ate um lugarzinho que ela gostava de ir às vezes, um restaurante simples, mas que tinha pratos deliciosos olhou pelas amplas janelas da frente e pode perceber que a maioria no estabelecimento já eram casais formados, e um ou dois grupos de amigos, ela não teria que se preocupar. Entrou, e logo um garçom veio ate ela.

—Boa noite, mesa para quantos?

—Só uma pessoa mesmo. – ela tentou forçar um sorriso para o moço.

—Tudo bem, pode vir por aqui. – ele caminhou em direção a uma mesa para dois, na janela.

Una sentou-se a mesa e pegou o cardápio, o moço foi servir outra mesa enquanto ela lia as opções que iam de saladas, lanches, ou massa. Muito diversificado, claro. Optou por uma salada e um sanduiche de cogumelos. Fez o pedido para o moço que logo estava de volta em sua mesa.

Pegou seu celular e olhou, havia algumas mensagens dos seus irmãos, pra variar, e duas mensagens da sua nova amiga Flora. Já fazia dias do ocorrido da livraria e a menina ate agora não tinha dado sinal de vista, e Una pedia aos deuses que ela tivesse esquecido. Não é por que ela quis ter uma amiga por um momento aquele dia que ela realmente tivesse vontade de ficar trocando mensagens com uma mortal qualquer, tipo “Ei, eu disse que meu nome era algum que eu nem lembro, mas na real eu me chamo Una, sou filha de Eros, aquele deus bacana, e meu trabalho é acertar pessoas com flechas, e adivinhe? Eu já te acertei com uma!” Seria super fácil manter a amizade da garota.

Ela abriu a mensagem. 

“Ooi Gabriela! Como você ta?
Então, você ta ocupada hoje? Se não tiver e quiser fazer algo, me da um toque!”

Una bufou, não que ela não queria sair, poderia ate ser divertido fazer alguma coisa diferente! Quem sabe ate não carregar o arco por uma noite, o que é claro que ela não faria, mas sonhar é divertido. Mas ela não queria responder Flora, ela simplesmente não sabia como agir, não estava acostumada a isso.

O garçom voltou, trazendo seu pedido. Que estava com uma aparência divina, por sinal.

—Gostaria de mais alguma coisa?

—Uma agua, por favor. – mas na realidade o que Una adoraria era uma ambrosia dos deuses.

Rapidamente, ele voltou com um copo com gelo e uma garrafinha de agua, Una agradeceu e ele deixou a garota em paz.

Ela começou a comer, ignorando a mensagem de Flora. Iria usar o tempo abençoado da comida para pensar sobre a ideia, enquanto sentia o delicioso gosto dos cogumelos em sua boca. Pensou aonde a garota iria chama-la pra ir, em alguma festa? Ver um filme? Ela não conseguia ter nem ideia. E teria mais pessoas lá? Seu amigo flechado e o outro amigo babaca estariam juntos? Disso ela tinha quase certeza. Só não conseguia descobrir se tal fato a deixava animada ou irritada.

“Bom, se aquele tal de Arth estiver lá, pelo menos eu posso tentar flechar ele com alguém. Assim ele para de agir como idiota.”, pensou, vendo que talvez uma saída não fosse tão ruim assim.

Ela parou e olhou para a cadeira vazia em sua frente, e pensou que realmente não seria nada ruim ter alguém para lhe fazer companhia às vezes. Balançou a cabeça para afastar os pensamentos de solidão que já queriam invadir sua mente. Se ela fosse sair hoje, e se Flora a chamasse para um lugar movimentado, ela iria tentar se comportar normalmente, jurou para si mesma que iria tentar ser pelo menos um pouco sociável, tentar. Mas que não perderia a oportunidade de flechar alguém, caso ocorresse, ainda mais se esse alguém fosse o garoto.

Terminou de comer e pegou novamente o celular, entrando na conversa de Flora.

“Ooi, tudo bem e você? Não estou não, podemos fazer algo, se ainda quiser.”

Apertou “enviar”, mordendo o lábio nervosa, esperando que a garota já tivesse outros planos e a rejeitasse para que ela não tivesse que se preocupar com socialização.

Rapidamente o celular vibrou, “Nova mensagem de Flora Livraria” dizia a tela. Una terminou sua agua e desbloqueou o celular.

“Claaro! Já estava achando que não ia me responder kkk
Tem uma festa da minha escola hoje. Quer ir?
Já aviso que não vai ser naaada demais, só uns adolescentes bobos achando que sabem beber, mas costuma ser divertido!”

Una já imaginou uma típica festa de colegial, pessoas bêbadas e vitimas infalíveis. Sempre muitas flechas quebradas. É ela poderia se divertir mesmo.

“kkkk parece super agradável! Meu sonho uma festa dessas. Por que não? Kk”.

Mal deu tempo dela pedir a conta e já chegou outra resposta.

“Ótimo! Vamos nos divertir então! Já te mando endereço e horário. Se precisar de carona é só avisar.”

“Não preciso de carona, mas obrigada! Vou esperar o endereço, ate já!” respondeu e conseguiu se espantar com a própria simpatia.

Pagou a conta e deu uma gorjeta para o moço que a atendeu, e saiu para a rua novamente, andando pela calçada mal iluminada e por conta das arvores que bloqueavam a luz dos postes, não estava muito longe de casa, mas também não tinha pressa de chegar ao seu flat bagunçado. Adorava andar observando as casas, como a arquitetura antiga se misturava rapidamente com elementos modernos naquele bairro, diferente do centro da cidade que era cheio de prédios enormes que eram engolidos pelo céu e poluíam a paisagem.

                                              ***

Chegou em casa e observou seu cantinho, um colchão alto no chão, cheio de cobertas e travesseiros misturados em cima, algumas roupas que ela relutava em tirar do chão, uma mesa de artesanato toda organizada, com as flechas não terminadas, algumas penas em potes e vários instrumentos usados na construção das flechas. Havia alguns pôsteres, pinturas e desenhos espalhados pelas paredes, bandas, pintores e rabiscos seus. Um balcão dividia o ambiente para a pequena cozinha, que tinha uma enorme pilha de louças que ela queria jogar tudo na parede só de olhar.

Ela jogou o arco e a bolsa cheia de flechas em cima da cama e foi tomar um banho. Deixou o celular, agora com som, em cima da pia e entrou no chuveiro. Liberar suas asas era uma sensação boa, embora pesada. Mas ela tinha que admitir que sentia falta de voar e deixa-las livres por ai. Fazia tanto tempo que ela não voava. Passou os dedos pelas penas, no ritual de arrancar algumas pelo caminho, manchando o branco com vermelho vivo.

Terminou e se secou, olhando o celular que havia tocado durante o banho. Era Flora.

“Eei, olha, vai ser lá pelas 21h, vou mandar a localização.” E logo embaixo havia o link de um mapa. Una clicou e ao ver o local pensou que pegaria um taxi, era um tanto longe.

Olhou o relógio, eram 20h40min, ela com certeza não iria correr para chegar na hora. Voltou para seu quarto, jogando sua toalha em cima de uma cadeira. Olhou sua arara de roupa, mas acabou com um short jeans, meia arrastão um pouco rasgado e um camisetâo em um tie dye cinza e preto. Olhou sua imagem no espelho e torceu o nariz para si mesma. Ela não precisava gostar do que estava vendo, ninguém precisava. Calçou os tênis e torceu os cabelos, que molhados já formavam uns cachos perdidos. Jogou-se na cama e esperou. O que ela esperou, nem ela mesma sabia, mas provavelmente o animo e a coragem de ir. Ela fechou os olhos e respirou fundo. Olhou o relógio novamente, 21h10min, ela levantou e pendurou o arco entre suas asas, arrumou sua bolsa com flechas novas e saiu em direção à porta.

                                              ***


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Notas finais do capítulo

Admito que ja queria ter o proximo cap pronto pq estou meio ansiosa com a historia suash mas preciso dormir. Espero que quem leu ate aqui tenha gostado e por favor continue comentado pra me fazer feliz hehe