Not A Bad Thing escrita por Queen Lexie


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!


Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/728558/chapter/1

6:00 am

Mais um dia começa na agitada Nova York e Regina já está de pé tomando um chocolate quente. Fazia frio aquela manhã e ela tentava se aquecer, se preparando psicologicamente pra enfrentar o dia seguinte a uma nevasca na madrugada que deixou a maior parte de Manhattan enfeitada de branco. Regina saiu a passos largos em direção ao metrô. Ela morava num prédio no Brooklin e não tinha um carro, mas mesmo que tivesse seria uma odisseia tentar atravessar a cidade com aquele transito e neve, pensou ela quando se sentou em um dos bancos do trem.

Desembarcou 42 minutos depois no centro de Manhattan, correndo pra chegar ao café onde trabalhava, o Gold Coffee que tinha um dono mais que querido pra morena.  Robert Gold, ou Senhor Gold como todos os chamavam era um homem idoso perto dos 60 anos que adorava o que fazia. Sua esposa Belle havia falecido num acidente ha alguns anos, eles tinham um filho, Gildeon que era um doce e havia acabado de se formar médico. Ele trabalhava no café durante o verão pra economizar pra faculdade, e era muito responsável e estudioso, embora não quisesse seguir os passos do pai e assumir a cafeteria um dia. Ela amava o senhor Gold, ele era como um pai pra morena e era recíproco, e ela sempre seria agradecida por ele ter lhe dado a chance de ter um emprego e continuar os estudos. Graças a ele conseguiu uma bolsa para estudar na mesma escola de seu filho, o que fez os dois ficarem muito próximos. Eles se tornaram grandes amigos e ambos confiavam na morena pra tomar conta do café quando precisavam se ausentar. Belle também adorava a menina e ela sempre era convidada para o Natal, Ano novo, e todos os aniversários  da familia. Regina era órfã, perdeu os pais em um tiroteio na escola em que ambos trabalhavam. Muitos mortos e muitos feridos no ataque. Ela acabou indo morar num orfanato onde anos depois, quando tinha 10 anos conheceu o senhor Gold num evento promovido pelo orfanato onde pessoas apadrinhavam crianças. Ele poderia apenas contribuir para mantê-la ali no local, mas fez muito mais do que isso. Deu oportunidade, uma chance para que ela tivesse educação, carinho e apoio, e ela nunca se esqueceria disso. Regina era uma mulher solitária apesar de seu jeito tão doce e espontâneo. Ela se contentava com os sorrisos que recebia dos clientes que atendia, pela capacidade dela de fazer um dia ruim ficar melhor. Ela sempre dizia que se você puder fazer alguém sorrir, então seu dia já terá sido proveitoso.

Chegou ao café e encontrou o Sr Gold já concentrado  nas maquinas que estavam a todo vapor, e Tinker, sua unica e melhor amiga já terminando de limpar as mesas. Ela guardou suas coisas, colocou o avental e se dirigiu até o balcão onde deu um beijo no rosto do homem mais velho que sorriu.

—Bom dia tio Gold!

—Bom dia flor do meu dia - ele disse a fazendo sorrir enquanto pegava um pedido pra atender-

—Como o senhor está? Gil me ligou ontem a noite pedindo pra ficar de olho no senhor, disse que passou mal a noite ele veio até aqui te medicar- ela disse enquanto entregava um café para um cliente-

—Deus como esse menino é exagerado! É apenas uma gripe, o inverno este ano está bem rigoroso em NY, não é pra tanto. Eu estou bem! - ele disse emburrado enquanto terminada de atender uma outra cliente-

—Não é exagero tio - ela disse doce- nós nos preocupamos, o senhor já não é tão jovem, essas coisas são perigosas, só estamos cuidando do senhor- ela completou segurando a mão do senhor que lhe sorriu-

—Eu sei querida, vocês são os melhores filhos que alguém poderia pedir- ele disse terno fazendo Regina sorrir- e nem adianta dizer que você não é minha filha porque você é e ponto. E quando eu morrer você e Gildeon vão herdar tudo o que eu tenho!

—Podemos não falar de morte? Não quero que o senhor morra nem tão cedo! E eu não me importo com nada disso se tiver o senhor aqui- ela disse suspirando-

—Eu sei disso, só estou te deixando ciente. O Gildeon já disse que não quer tomar conta do café, ele quer seguir carreira na medicina e inclusive me pediu pra que o deixasse em suas mãos.

—Tio, podemos não falar disso? Eu não quero pensar em coisas que me remetam ao fato do senhor não estar aqui- ela disse um pouco incomodada, fazendo Robert rir-

—Está bem meu amor! Resolvemos isso outra hora - ele disse fazendo Regina sorrir e se afastar para atender mais uma cliente. Ela não sabia, mas Robert e seu filho tinham decidido em comum acordo em deixar o café nas mãos de Regina. O assunto já estava resolvido e inclusive lavrado em cartório. Gildeon fez questão que ela ficasse com o café, pois sabia que Regina amava o que fazia, assim como seu pai, e  na opinião dele era a melhor barista de Manhatan. Só perdia pra Robert. Regina adorava esse café e nada mais justo do que deixar em suas mãos como um legado de seu pai, que ela amava e cuidava como se fosse dela. Ele amava Regina como uma irmã e isso nunca mudaria, nem mesmo depois que Gold morresse. Mas como a morena odiava falar em testamento e morte, eles acharam melhor não contar a ela sobre o acordo.

—Boa tarde querida, como você está essa tarde? - algumas horas depois uma senhora bem idosa perguntava a Regina que sorriu largo ao vê-la-

—Estou ótima senhora Parker, animadíssima pras férias, graças a Deus! -ela disse enquanto servia seu café de todos os dias-

—Você já fez as provas ?

—Começo hoje, estudei o fim de semana inteiro, quero passar direto pra entrar de férias mais cedo- ela disse sorrindo-

—Tenho certeza que vai conseguir, eu não conheço alguém tão empenhado quanto você, apenas o menino Gold, e ele e você são a mesma coisa hahaha!

—Isso é verdade, Gil é tão metódico quanto eu pra estudar, mas ele é bem melhor que eu nisso, medicina é tenso!

—Que nada querida, nada é impossível, e tenho certeza que você pode conseguir tudo o que quer- a senhora dizia enquanto Regina via alguém entrar pela porta-

—Nem tudo senhora Parker... Nem tudo. - Regina respondeu enquanto olhava a loira que acenou pra ela e se sentou em uma das mesas-

—Bem, não tem como ser possível se você não tentar querida, e se você não contar pra ela, nunca vai saber - a senhora disse casualmente enquanto mexia seu café, fazendo Regina arregalar os olhos-

—Está tão na cara assim?

—Claro como água, só ela que é tão tapada feito uma porta que nunca percebeu - ela disse divertida fazendo a morena rir do comentário-

—Bem, que bom porque eu prefiro assim - ela dizia suspirando-

—Você não prefere não, apenas tem medo de falar e ela não corresponder, mas deixa eu te dizer uma coisa querida: Se ela não te quiser é ela quem perde, porque você é especial Regina, e se ela não enxerga isso, é porque ela não merece os seus sentimentos- ela disse séria fazendo Regina sorrir-

—Obrigada senhora Parker, quem sabe um dia eu siga o seu conselho.

—Só não demore muito porque a vida é muito curta pra não vivê-la querida - ela disse e Regina assentiu com a cabeça, andando em direção a mesa onde ela estava. -

Durante o trajeto entre as mesas, Regina se pegou admirando a mulher sentada a mesa, digitando freneticamente em seu notebook totalmente concentrada. Ela usava um óculos grande e quadrado, e por mais que ele ficasse estranho em qualquer outra pessoa, nela parecia combinar, tudo nela parecia combinar, os olhos, a boca rosada, aquele sorriso, ah aquele sorriso maravilhoso que ela dava quando estava feliz, que apertava os olhos e os fazia brilhar. Aliás, ela tinha vários sorrisos, e Regina conseguia identificar cada um deles, não apenas os sorrisos, todas as expressões daquele rosto perfeito que ela adorava admirar quando ninguém estava olhando. Deus, ela era tão linda que as vezes a morena pensava estar vendo um anjo. O seu anjo, a personificação da perfeição refletida naqueles olhos verdes que pareciam abrigar um oceano de sentimentos. Pena que os que a morena mais queria não eram direcionados a ela. Regina suspirou profundamente enquanto se aproximava, colocando seu melhor sorriso no rosto para encarar o objeto de sua paixão. Era perdidamente apaixonada por Emma Swan há pouco mais de quatro anos, mas nunca teve coragem de revelar seus sentimentos. Ambas se tornaram amigas depois de se conhecerem no Gold's Coffee. A princípio Regina apenas a observava de longe a loira, que todos os dias no fim da tarde entrava no café e sentava na ultima mesa do canto, colada ao vidro. Pedia um chocolate quente com chantily salpicado de canela com um croissant, e passava a próxima hora e meia seguinte com um livro em mãos, fones de ouvido, concentrada em uma bolha só dela até a hora de se levantar, pagar a conta com o sorriso educado, o fofo que ela dá ao fazer coisas do dia a dia e expressar gratidão por ser atendida, e sair pra sabe se lá onde.

Foi assim por seis meses, Emma chegava e fazia o mesmo ritual pontualmente às 16h e ficava até as 17:30. Mas depois de muito observar, Regina finalmente resolveu falar com ela. Ela já sabia dos horários de Emma então esperou pacientemente que ela entrasse. Quando o fez foi sutil. Ela sabia que Emma chegaria então adiantou seu pedido. Quando a loira entrou, cinco minutos depois, Regina já estava com ele na mão aguardando

—Uau, você realmente sabe o que quero - ela falou sorrindo o sorriso envergonhado que também era muito fofo-

—É o costume, quando atendemos alguém regularmente acabamos lembrando do que a pessoa gosta e fazemos mais rapido - ela diz retribuindo o sorriso -

—Obrigada Srt...

—Regina, e sem srt, pareço uma idosa - ela diz rindo arrancando uma risada da outra-

—tudo bem, Regina, obrigada pela gentileza

— Imagina, sempre as ordens

E foi aí que começou um circulo de conversas e cafés diariamente. No ano seguinte Regina foi pra faculdade, mas as conversas com Emma continuaram todos dias no café. Elas acabaram ficando amigas, mas não era isso que Regina queria.

Ela queria beijar aqueles lábios rosados, queria abraçá-la e afastar dela todo o mal que pudesse acometê-la. Ela queria amá-la e ser amada de volta. Mas quase quatro anos se passaram e Regina sequer contou sobre seus sentimentos por Emma. Ela tinha medo que Emma não a correspondesse, medo de que a amizade acabasse e ela não queria arriscar. Mas ao mesmo tempo, ela queria que Emma pudesse ver o que todos os outros veem, que ela percebesse que ela estava bem ali, do lado dela pra qualquer coisa, que  ela apenas percebesse que não era uma coisa ruim se apaixonar por ela. E esse sentimento de impotência só aumentava quando Regina ouvia Emma desabafar toda a sua frustração em relacionamentos fracassados. Ela só queria uma chance de ser vista, queria poder ter coragem de contar a verdade a mulher por quem estava apaixonada e mostrar que ela era muito melhor que todos os idiotas que saíam com Emma. Bom quem sabe um dia ela consiga ser totalmente sincera e conte tudo pra ela. Estava perdida em pensamentos quando chegou a mesa e nem notou que Emma falava com ela.

—Terra chamando Regina!!!

—Oi, desculpa você falou alguma coisa? -ela disse confusa se sentando de frente a loira que sorria pra ela-

—No caso eu estou falando há uns -ela olhou no relógio em seu pulso- dois minutos, e você tava aí parada pensando na morte da bezerra.

Regina ficou corada porque estava pensando nela e em como queria puxá-la  pela lapela da jaqueta e grudar sua boca na dela até ficar sem ar. Porém logo tratou de se recompor para que a loira não percebesse e inventou a primeira desculpa que viu pela frente.

—Eu estou preocupada com o tio Gold, ele passou mal ontem e fica falando o tempo todo sobre deixar a herança dele comigo e o Gil... Eu não quero pensar nisso mas ele está numa idade avançada e eu tenho medo de perdê-lo. Ele e o Gil são o mais próximo que eu tenho de uma familia - ela suspirou triste fazendo Emma fechar o sorriso-

—Hey, não fica assim, eu não gosto quando você está triste, esse lugar perde todo o encanto - ela disse sorrindo docemente pra Regina que sorriu fraco de volta- Ah assim é melhor... Rê, eu sei que você adora o Sr. Gold mas a vida é assim. Todos morrem um dia, e o que fica é o que essas pessoas fizeram de bom, os momentos que viveram e como viveram. Ele vai partir um dia e não podemos fazer nada quanto a isso, mas podemos viver intensamente todos os momentos ao lado de quem amamos. E você pode fazer isso com ele enquanto pode, e eu sei que você já faz isso. E você não está sozinha, você tem o seu irmão, a Zelena, a Tinker, até mesmo o Killian, e você tem a mim. - ela disse segurando em sua mão e olhando em seus olhos-

—Eu tenho você? - a morena perguntou fazendo Emma a olhar confusa-

—É claro que tem, você é minha melhor amiga, e junto com a Ruby e meus pais são as pessoas mais importantes  da minha vida - ela disse carinhosa fazendo o coração da morena se partir ao ouvir a palavra "Melhor amiga"-

—Que bom saber disso... -ela disse seria e Emma sorriu-

—Eu preciso ir, tenho reunião com meu coordenador do TCC e ele está me enlouquecendo com plantas e mais plantas - ela disse levantando e pegando suas coisas enquanto Regina seguia sentada-

—Quem manda querer fazer arquitetura? - ela disse divertida fazendo a loira rir enquanto pagava sua conta no caixa para Tinker-

—Bom eu gosto de construir coisas assim como você gosta de mandar nelas, administradora - ela disse rindo vendo a outra se recostar no balcão-

—Hey!! Eu não gosto de mandar, eu gosto de gerir, é diferente - ela fala com um bico fazendo Emma sorrir-

—Eu sei meu amor, eu gosto de implicar com você - ela disse dando um beijo estalado na bochecha da morena e correndo em direção a porta- Te amo, até amanhã! Tchau Tink!- ela disse saindo porta a fora enquanto Regina suspirava olhando pro lugar por onde ela passou segundos antes-

—Eu também te amo Emma... -ela disse baixinho enquanto Tinker a observava-

—Quando você vai tomar vergonha nessa cara e dizer o que sente pra ela? -Tinker perguntou  meio indignada- Regina já faz quatro anos que você é apaixonada por essa garota e fica sofrendo calada! Eu não aguento mais ver isso! Você precisa ter coragem e contar, não pode ficar a vida toda sofrendo calada por alguém que nem faz ideia disso!

—E você quer que eu faça o que? Que chegue pra ela e diga "Olha Emma eu sou louca por você há quatro anos" Ela vai achar que eu sou louca e rir de mim ou pior, ela vai se afastar por achar que está me fazendo sofrer por não me corresponder - ela disse contrariada enquanto limpava o balcão já limpo-

—Querida, você já está sofrendo, o que você tem a perder? - ela disse enquanto via a morena  suspirar e encostar no balcão outra vez-

—Tudo tink, eu a amo tanto que acho que se ela me rejeitasse eu morreria de dor, mas ao mesmo tempo viver nesse martírio que é amar e ver ela sempre sofrendo e se decepcionando com as pessoas erradas, quando eu estou tão perto e sei que posso fazer ela feliz é tão doloroso quanto e isso me faz querer contar tudo, mas tenho medo de perder o que temos... Eu não aguento mais isso tink - ela disse enquanto lagrimas já banhavam seu rosto silenciosas, fazendo tinker abraçá-la-

—Vai ficar tudo bem Rê...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Galera eu não revisei então relevem os erros ok?

AH sobre MOH, eu vou terminar ela, só eu ter tempo e uma disposição que eu vou fazer isso blz?
Isso aí galera, até a próxima!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Not A Bad Thing" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.