Rainha De Copas escrita por Maduquesa


Capítulo 9
capítulo nove


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer a Clarissa FightLikeAGir por favoritar a minha historia, isso significa muito e fico feliz por estar gostando dela, espero que continue acompanhando as aventuras de Ive.
Obrigada
Maduquesa.



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A vila em que paramos após o ataque, em busca de provisões, era bem humilde. Da colina em que a carruagem real ficou dava para ver as casas feitas de madeira velha, ruas de terra batida e mato alto que invadia até algumas regiões dentro da vila. Perguntei-me que tipo de suprimentos eles teriam para dividir com a gente. Não deveria ser muito.

Enquanto ao rei em meu lado, não havia palavra melhor que lívido para descrevê-lo. Tinha gritado tanto com os soldados que seu rosto tinha um tom tão vermelho quanto de uma pimenta, era intimidade, estava furioso com a incompetência de combater os míseros peixes, além de perder as provisões e de atrapalhar seu sono, acredite estava na justificativa essa. Nenhuma menção as baixas dos colegas que os soldados perderam, dos súditos fieis que morreram por ele, nada, apenas seu maldito sono. Na época, tola como era, achei que fosse um jeito machão de lidar com a situação, o rei se importa, não? É claro que sim!

Após tanta bronca e ameaças de execução, voltou a cabine, encostou a cabeça, fechou os olhos e cruzou os braços.

Não tinha me dirigido a palavra desde o ataque das piras.

O que não me incomodou, pois eu mesma estava presa em pensamentos. Magia era o tem que circulava minha mente. Não era algo comum mesmo que sabíamos da sua existência, fazia parte mais das historias de dormir que meu irmão me contava ou das poções das curandeiras(nem sempre bruxas) que do cotidiano.

Mas naquela noite eu tinha visto um, um de verdade. A cena do  fogo brotando de suas mãos enluvadas tornando-se  bolas e curvando-se a seu desejo de luta era arrepiante de forma assustadora e excitante.

Depois disso passei a procurar com os olhos o valete, queria vê-lo como se fosse notar alguma pista diferente nele, algo que dissesse “mago”. Mas quando eu o encontrei ele continuava da mesma forma, seus  cabelos negros ondulados arrumados para trás, suas vestes militares impecáveis como se não tivéssemos passados por um ataque, seus olhos radiavam atenção, belos olhos dourados. De vez em quando não conseguia evitar olhá-lo, talvez algo tivesse mudado.

Mas paranóias a parte, a caravana continuou a seguir seu curso para a cidade de copas. O quê ocorreu sem nenhum imprevisto a mais. Era de dia quando chegamos aos campos de plantação, que cobriam o horizonte sem fim.

Esse cenário seguiu até chegarmos aos portões da cidade. Grandes e imponentes portões de madeira maciça tinham entalhados em sua face o símbolo de copas, mas estava com algumas rachaduras o que mostrava que o desenho já estava lá a muito tempo.

Senti-me como uma criança que está para receber um presente dos pais. Não consegui me manter sentada no banco da carruagem, ajoelhei e me debrucei diante da janela minha expectativa só crescendo a cada momento que os belos portões deslizavam para os lados e abriam passagem para a caravana.

No fundo podia ouvir o rei rindo de forma humorada da minha atitude, mas não pude evitar e com o rosto queimando os meus olhos não se desviavam. Cada momento era muito importante tinha o receio de ser um sonho e caso eu pisca-se tudo desapareceria para sempre.

Aos poucos as casas iam surgindo primeiramente afastada uma das outras, mas depois foram se aproximando até ficarem grudadas em grupos.

A rua principal que nos recebeu terminava no centro em uma fonte de marfim onde ligava varias ruas menores de paralelepípedos por toda  cidade como se fosse o coração da cidade e as veias do corpo.

As casas eram feitas de tijolos, madeira e pedras, algumas eram baixas outras altas, redondas outras quadradas, parecia depender da preferência do dono da casa.

Quando chegamos estava lotado a avenida principal, todos pareciam querer ver o rei, era um povo diferente do que eu estava acostumada. Cada um tinha sua própria característica, cabelos pretos, laranjas, castanhos e juro que vi alguém de cabelo roxo lá!

Em fim, eles olhavam com atenção para a caravana com alegria no primeiro momento, mas um silêncio sepulcral atingiu a todos quando viram que menos a da metade da caravana tinha chegado.

Apenas o som dos cacos do cavalo e o ranger da roda da carruagem eram ouvidos durante o trajeto. Ocasionalmente ouvia-se um choro de um bebê incomodado com o calor e ingênuo o suficiente para perceber a tensão do momento.

Lembro de me encolher para dentro da cabine não agüentava mais olhara para aqueles rostos de tristeza e preocupação. Olhei para o rei, mas ele ainda encarava a população com o olhar calmo e tranqüilo como se estivesse acostumado com a situação.

Não sei que avenida foi pega após a fonte de marfim só sei que deixamos para trás o povo desolado e fomos rumo ao palácio.

~~~//~~~

Sei agora que não levou nem uma hora para chegarmos aos portões do castelo, mas na época o tempo passava de forma excruciante e lenta. Parecia que horas se arrastavam com o andar da carruagem.

O castelo era enorme possuía enormes torres que chegavam a tocar o céu,uma ponte fixa e  era composta por grandes peças de pedra maciça.

Dentro do pátio os soldados formavam filas em uma formação que nos permitia passagem, em sentido todos nos saldaram conforme passávamos.

A carruagem parou em frente as portas do castelo e um servo abriu a porta sem demora.  Calmamente o rei saiu primeiro, parou na porta e olhou para mim de forma carinhosa.

—-- Vamos? ---esticou sua mão. Apoiada nele sai meio desengonçada da cabine, mas fiquei grata por ter me mantido de pé, que vergonha seria cair em frente de tanta gente.

Caminhamos juntos para dentro do palácio de mãos dadas.

~~~//~~~

Fui deixada na mãos de uma serva para que me levasse ao meus aposentos. O rei tinha coisas a se fazer. O castelo por dentro era imponente, possuía estatuas de soldados em toda a parte carcaça de armaduras espalhadas, quadros representando a guerra dos naipes pendurados em cada curva, alem de quadros do próprio rei. Em pouco tempo me perdi no caminho, era um labirinto de curvas, portas e escadas até meu quarto que fiquei preocupada quando eu tivesse que fazer esse percurso sozinha.

Chegamos na porta de meus aposentos, era de madeira negra cuidadosamente entalhadas com símbolos referentes a copas e a vida. O servo a abriu para mim dando espaço para que eu entrasse primeiro.

—-- Senhora seu banho já esta pronto, precisa de ajudar para se livrar de suas roupas?

Sua pergunta me pego desprevenida e enrubesci de imediato.

—-- N...não , eu dou conta sozinha, o...obrigada.--- Com uma leve reverencia a serva pediu licença e saiu do quarto.

Meu quarto ficou na mesma ala que o do rei, era um sonho de luxuoso, duas vezes maior que minha casa. Tinha um canto para leitura com uma poltrona extremamente confortável junto a prateleiras com livros para se guardar os favoritos, outro canto com a escrivaninha detalhada com tantos desenhos dourados que olhar para ela era uma distração em si, sempre tinha uma figura nova que não foi percebida.

Também havia a área com sofás e poltronas, como se fosse uma sala chique, mas nada disso chegava perto da cama, nunca tinha tocado em algo tão macio, afundava apenas com o peso da mão. Possuía balaustres que chegavam quase ao teto e de lá caiam cortinas finas em volta do colchão.

Joguei-me em cima dela assim que a serviçal fechou a porta, não conseguia tirar o sorriso bobo do rosto, estava no paraíso e nem tinha morrido para isso. Lembrei do banho que estava me aguardando e corri para o banheiro.

O lugar era espaçoso e a banheira ocupava um terço dele, nunca tinha visto tanta água quente reunida em um só lugar. Não perdi tempo, deixei cair o vestido ao chão e entrei nua na banheira. Só fui sair quando meus dedos já estavam aparentando estar velhos. Relaxada e com muito sono, enrolei-me na toalha felpuda.

Meu guarda roupa era enorme como um sonho de princesa, não... de rainha. Vesti um vestido verde musgo cumprido, mas que de alguma forma cabia certinho em mim como se fosse feito em medida.

Deitei na cama para tirar um cochilo rápido, logo seria o jantar, nosso primeiro jantar a sós.


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