Um mal antes da Noite da Purificação. escrita por LuisProd43


Capítulo 1
Capítulo 1 - A lenda local




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Uma semana antes da Noite da Purificação, uma noite onde todos os crimes são liberados no país num prazo de 12 horas. Tal proposta feita e aprovada pelo presidente a uns 7 anos atrás.

 Numa tarde todos moradores da ilha foram surpreendidos pelo ressurgimento de seu antigo habitante. O rei dessa terra antes da chegada dos homens para coloniza-los. Kong, o grande gorila.

 Todos os moradores locais achavam isso uma maluquice. E que esse mal é apenas uma lenda da ilha. Mas não era apenas isso. Durante a tarde ele surgiu, dizem que veio de um dos tuneis subaquáticos da grande ilha, onde diziam que ele dormia. Muitos não acreditaram quando ele surgiu, mas uma pessoa já estava a espera dele. Meu avô.

 Na casa grande onde ele construirá para a família em um ponto do morro Leste da ilha assim que começou a ser ocupado. Tinha um período do ano o qual o meu avô sempre ficava sentado no telhado com sua arma, guardada desde a época de serviços no exército. Esperando e esperando, não sabíamos o que era, minha avó também não sabia dizer o que era, mas como sempre respeitou o meu avô não impediu ele de subir ao terraço da casa sentar em sua cadeira de frente para a mesa com seu arsenal e ficar olhando para o mar e as luzes da capital do estado no outro lado da baia. Anos se passaram desde que meu avô começou a fazer isso. Nunca negou que estava esperando um inimigo maior. Achávamos que ele estava caducando. Principalmente quando instalou um telescópio ao lado do lugar onde sentara. Dizia.

 - Minha visão está falhando, não quero que isso seja motivo para me pegar desprevenido.

 Passou então a observa com a ajuda daquele telescópio, mas invés de apontar para cima, apontava para frente e para os lados.

 Quando a proposta da noite da purificação foi aprovada. Achávamos que era esse o mal que o meu avô esperava, mas ele diz que não era esse mal, criado pelos homens e sim o que foi criado pela natureza que era seu inimigo.

 Ficávamos preocupado pois a semana no qual ele ficava esperando o seu inimigo coincidiu com a Noite da Purificação. Na primeira vez, meu pai e todos os meus tios e tias tentaram impedir dele subir para o terraço nessa noite. Mas meu avô sempre batia o pé.

 - Faço isso anos, antes de criarem essa maluquice. Estarei lá em cima armado esperando pelo meu inimigo. E se algum engraçadinho tentar me atacar nesse momento, usarei a arma nele, simples assim. Estou tão equipado lá em cima quanto vocês aqui em baixo.

 Então foi decidido que toda a família passaria a Noite da Purificação juntos na casa do meu avô, com alguns anos tornamos o lugar mais fortificado. Assim como todos que moravam no morro. Criamos até um andar abaixo da casa, no meio da rocha que ali estava. Para escondermos as crianças, eu mesmo fiquei lá por dois anos.

 Foi então que quando estávamos chegando para ficar na casa, uma semana antes da noite que algo veio acontecer.

 Todos estávamos no jardim, meus tios conversavam e eu e meus primos jogávamos. Apostando quem seria aquele que ficaria com o vovô no terraço na noite. Todos queriam, embora soubéssemos que ele não deixaria, mas talvez pudéssemos ficar no terreno.

 Um grande barulho, de algo batendo na água veio de fora. E um tremor abalou a ilha. Minha tia que estava no segundo andar da casa olhou para onde ficava o mar e gritou. Todos correram para ver o que era, eu e meus primos subimos a escada para ter uma visão da praia. Meu tio abriu o grande portão que abria para a visão do mar, o qual não usávamos mais. Foi ao chegar na janela que vemos o estrondoso Kong.

 Um grande gorila de metros e metros de altura. Nadando no mar. E se aproximando da outra parte norte da ilha, perto de onde era a ponte para o continente. Ao chegar na praia ele se ergueu e ficou de pé na grande ilha. Meu avô logo subiu a escada externa que levava para seu terraço. Virou o telescópio para cima, onde ficava o rosto do animal. E admirou.

 - É ele.

 Meu avô abriu um velho caixote que tinha perto da mesa e de lá tirou um lança míssil. Apoiou na mesa, já não conseguia suporta o peso dele.

 - Pai deixa disso, temos que avisar as autoridades o exército tem que fazer algo. – Disse meu tio.

 - Eles já foram avisados, mas como sempre demoraram para tomar uma atitude. Sou a pessoa mais perto preparada.

 Então virou e apontou e disparou.

 O míssil fez um grande barulho ao lançar e o coice fez meu avô cair sentado no chão. Mas o míssil teve destino certo e acertou o peito do grande gorila.

 Este rugiu de dor, mas não caiu. Invés disso virou em direção ao lado da ilha em que estávamos. Vinha em nossa direção.

 Minha tia que era da aeronáutica largou o celular, no qual provavelmente estava avisando as autoridades e virou para nós.

 - Está vindo para cá, entrem. Carlos pega as armas, temos que acerta-lo. – Gritou ela. Meus primos menores entraram. Suzana, a mais nova, escorregou por um buraco que levava direto ao abrigo subterrâneo, seu irmão 1 anos mais velho que ela a seguiu.

 - Me tragam outro míssil, está dentro da casa. Embaixo da pia. – Gritava o meu avô. Marcos correu para pegar. Eu por outro lado fui abrir o armário que ficava na varanda da casa. E peguei as armas de longo alcance. Minha prima também pegou algumas para distribuir para os outros. Joguei uma para meu tio do portão e outro para meu pai.

 - Aqui está vô. – Disse Marcos subindo a escada e entregando mais um míssil para meu avô.

 Kong estava mais perto. Posicionei para que pudesse ter um bom apoio, mas era difícil, a terra estava tremendo. Minha mãe já devia estar dentro de casa, ela não gostava de me ver com uma arma. Nunca acompanhou o treinamento que meu pai me deu.

 Mirei o mais alto que pude. E vi o rosto do monstro. Uma fera. A mira ficou perfeita, mas hesitei.

 Até o momento que meu avô gritou.

 - O que estão esperando, a destruição de tudo, atirem.

 Todos nós então abrimos fogo. Vários disparos contra o monstro, que ao ser atingido no rosto urrou de dor.

 Tive que recarregar duas vezes ainda. O monstro começou a atirar barcos que tinha no porto contra nós. Mas por ter a visão perturbada pelos tiros não pode mirar. O barco passou voando por cima da nossa casa em muitos metros. E acertou uma outra casa bem mais alta no morro. Nesse momento todos os moradores já estavam correndo. Um velho dono de mercado do morro passou correndo e parou no nosso portão olhando para o meu avô.

 - Antônio, seu maluco, o que está fazendo? Está irritando o monstro, vamos correr.

 - Estou protegendo o lugar onde moro e todos vocês juntos, algo que sempre estive esperando. E vocês me chamavam de louco ai está a minha loucura. Perseguindo vocês.

 O dono do mercado não ficou ali debatendo.

 Meu avô então mirou mais uma vez em Kong. Agora o grande gorila tentava achar mais coisas para jogar.

 - Quero um lança granada, Maria você trouxe? – Gritou meu tio.

 - Está na mala do carro. – Disse minha tia que estava em cima de um dos carros atirando contra o Kong.

 Meus outros primos que não estavam atirando estavam trazendo munição para a gente quando terminava. Minha tia da aeronáutica largou o telefone e abriu mais uma vez o antigo portão que dava para a vista do mar que havia sido fechado pelo vento.

 - Cansei se esperar por eles. Já foram avisados. – Ela então pegou um outro lança míssil que tinha em uma caixa perto dos instrumentos de plantação da minha vó.

 - Como você sabia que estava ai? – Disse meu avô.

 - Eu sempre soube. Desde criança. – Ela pegou destravou e atirou. O míssil teve um destino certeiro e atingiu o rosto de Kong. Este urrou de dor.

 Agora toda a raiva tinha se acumulado. Ele veio correndo agora pelas 4 patas. Correndo e urrando.

 Foi quando meu avô disparou mais uma vez e este acertou em cheio seu rosto novamente. Realmente a mira do meu avô nunca esteve tão perfeita quanto hoje. Kong urrou de dor e vacilou e caiu na praia. Foi quando um som veio do céu.

 - Falei sempre atrasados. – Falou meu avô quando viu o que era.

 Era a Aeronáutica. Aviões e Helicópteros Apaches. Todos disparando contra o Kong, com balas de calibre maior, que poderia causar mais dano do que as nossas.

 Todos os meus tios cessaram fogo. Estávamos apenas observando Kong sendo atingido, jogando um outro barco contra os helicópteros, que desviaram. Um Navio que estava do outro lado da baia disparou um míssil contra Kong que desviou e caiu na praia. Mas o impacto da explosão fez Kong cair mais na baia. Foi ali que Kong viu sua saída, voltar para dentro do mar. Este se jogou, manchando a agua com seu sangue das feridas causadas pelos misseis.

 Os helicópteros abaixaram mais para continuar acertando enquanto ele estava nadando, mas logo Kong mergulhou. E não foi possível mais vê-lo.

 - Ele irá voltar. – Disse meu avô.


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