The Rose escrita por onlysobrien


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

* Boa leitura *



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Passava meus dedos entre os livros da biblioteca, nada me atraía realmente, até que lembrei-me de algo que se escondia no grande baú em meu quarto.

Corri para fora da grande biblioteca, atravessando o castelo inteiro as pressas, podia jurar que quase enrosquei meus pés na ponta do vestido longo, cheguei finalmente na enorme porta brilhante e bem polida, as rosas nos vasos em cada lado estavam mais vermelhas do que nunca hoje, o jardineiro devia ter regado elas antes que eu acordasse. Abri-la me deu ainda mais a sensação de ansiedade, a fechei por trás de mim para que pudesse ficar completamente só, caminhei até o grande baú banhado de ouro que em algumas partes e a maioria era branco, ele era a chave de todos os meus segredos. Apanhei a chave que ficava escondida em uma pequena brecha na parede do meu quarto, agachei-me em sua frente e o abri.

 

— Ai estão vocês. - Olhei encantada para tudo aquilo.

 

Tudo que eu amava estava ali dentro, todas as lembranças, me doeria se alguém ousa-se tocar em toda aquela preciosidade. Enfim, o avistei. Um livro de capa branca e uma rosa vermelha no centro, com as bordas douradas e mais detalhes em vermelho, se chamava " A Rosa ", demonstrava a beleza de uma mulher tão linda, e o quanto certo homem a amava, a beleza dela era expressada em todo o livro, era apaixonante como ele falava sobre ela, eu já li milhares de vezes e nunca deixo de ficar encantada com tais descrições, isso me fazia querer ser amada, ansiar por elogios, mas como poderia? Não sou nenhuma perfeição nesse mundo imperfeito, sou apenas uma princesa, não há beleza o suficiente para que eu mereça tanta apreciação. Apanhei a foto emoldurada a minha esquerda, era minha mãe, ela sim era a mulher mais linda que eu já havia visto, queria que ela estivesse aqui para me ensinar como ser forte como ela e a ser uma ótima pessoa, sinto tanta falta dela.

Desviei novamente o olhar para o livro. Suspirei. Era um presente. Meu coração começou a acelerar, a adrenalina estava consumindo meu corpo, minha pele se arrepiava, não conseguia me conter, pensar nele era como um sonho. Seu sorriso, seu olhar fixado ao meu, o jeito como fala, como anda, como se ajoelha a meus pés. O causador dos meus sonhos todas as noites, o motivo do meu sorriso todos os dias. Fui pega novamente pensando no sapateiro real, seu nome era Stiles, e ele era o homem que havia me dado este livro. Lembro-me do dia que isto aconteceu como se fosse ontem.

 

" Estava ensolarado, eu estava sentada em um banco de pedra em um pequeno lugar no jardim onde era cercado por algumas colunas e o chão também era coberto por pedra, onde ali havia uma pequena escada para que subíssemos. Estava me sentindo quente por causa do sol que batia em minha pele pálida, mas meu corpo ferveu de repente quando avistei a carruagem do sapateiro que vinha sempre toda a semana trazer-me sapatilhas novas. Como ele sabia que eu adorava.

Ergui minha coluna para vê-lo melhor saindo da carruagem, era escura com detalhes em vinho, ele vinha até mim devagar, mas já podia ver seu sorriso, eu estava em êxtase com aquilo.

 

— Bom dia, Alteza. - Disse gentilmente olhando-me atentamente.

 

— Sabe, pode me chamar de Lydia, prefiro assim. - Tive coragem para falar e ele se surpreendeu, pois em todas as vezes que ele vinha, eu apenas o observava, meus lábios pareciam pesados, não se abriam de jeito algum.

 

— Tudo bem, Lydia. - Ele sorriu. - Bom, eu trouxe essas, espero que seja do seu agrado. -  Ele pegou em suas mãos sapatilhas douradas e brilhantes.

 

— São magníficas, eu adorei. - Os sorrisos quanto o meu, quanto o dele haviam se estendido.

 

Lentamente, ele se ajoelhou a meus pés, retirei os sapatos que estava usando, e finalmente ele as colocou em meus pés, tocando sem querer na lateral deles, era macia e confortável... Espera, ainda estou falando das sapatilhas?

 

— São perfeitas, obrigada Stiles. - Ele sorriu mais uma vez com seus lábios finos, eu não me cansava de apreciar aquela expressão.

 

— Princesa, se me permitir, queria lhe dar um presente que vi hoje mais cedo, pensei que a agradaria, já que é tão solitário ficar aqui sozinha. - Me surpreendi, ele foi até a carruagem, pegou uma caixa marrom e de lá tirou algo fino, estava embrulhado, não conseguia ver o que era.

 

Abri meus lábios em surpresa, agradecendo com o olhar preso ao dele. Olhei para o pacote, ele me entregou e eu o abri. Era um livro, a capa era delicada, com o nome em dourado " A Rosa ".

 

— Estou sem palavras, eu adorei! - Me levantei num pulo me aproximando do moreno. - Não sei como agradecer.

 

— Nossa, eu pensei que não iria gostar, nem sabia que a senhorita gostava de ler, apenas queria fazer-lhe mais feliz. - Ele dizia com as mãos escondidas nas costas, com o olhar baixo e era notável que estava corado. Aquilo era fofo demais.

Eu o olhava com um sorriso tão grande, que achei que ia ficar com aquela expressão o dia todo, minhas bochechas doíam enquanto ele se balançava no lugar e olhava sem jeito para o chão.

Céus, minha mente estava confusa demais para dizer o que eu estava sentindo, mas era algo novo, eu sabia disso."

 

***

 

Segui para o salão de baile, meu pai estava em uma viagem importante, só havia eu, os empregados e guardas no castelo. Estava em um espaço imenso sozinha, já fazia um tempo que aquilo não era preenchido por pessoas. Desde que minha mãe faleceu, o rei nunca mais realizou festas, banquetes ou bailes. Eu usava um vestido cor de pérola, partes em ceda, e armado por baixo. Meu cabelo estava completamente solto como sempre, lisos, pouco ondulados.

 

Enquanto todos andavam para lá e para cá, me vi sozinha dançando no escuro.

 

Pov. Stiles

 

Adentrei o castelo perguntando pela princesa, arrumando uma desculpa de que tinha trazido novas sapatilhas para ela.

Eu sentia tanto sua falta, sua companhia era inexplicável, me fazia tão bem. Mas sei o que sou, apenas um sapateiro, um plebeu, e ela uma princesa, com um reino cheio de riquezas, sempre vivendo no bom e no melhor, totalmente diferente do modo como eu vivia, mas aquilo não me importava, eu não conseguia mais ficar longe de seus cabelos cor de fogo, seus lábios gentis e carnudos, seus olhos verdes, sua pele pálida, sua voz, seu sorriso, aquela era a mulher mais linda que eu já havia visto no mundo. Estava enlouquecido imaginando um modo de lutar contra o desejo.

Logo parei, percebendo uma pequena brecha na enorme porta que levava ao salão de bailes, a empurrei sem fazer barulho algum. Lá estava ela, impecável, seus cabelos ruivos soltos como chamas acesas, a boca marcada de vermelho, um vestido que combinava perfeitamente com o tom de sua pele, era uma cena admirável, ela estava parada no centro olhando para o nada, eu podia ficar a observando o dia todo, ou até fazer uma pintura de eu soubesse pintar. Dei passos silenciosos adentrando o lugar, Lydia parecia pensar, pensar demais, estava distraída. Quando estava perto o bastante, parei.

 

" Ela era o exemplo de perfeição, o jeito como se portava me encantava, tão linda, aqueles cabelos longos tinham tanta vida, tinha vontade de me enroscar neles, tê-los espalhados por meu peito. Seus olhos, eu queria me afundar ali, mergulhar naquela cor tão viva, queria senti-los fitar-me de modo intenso. Seus lábios me causavam um efeito estranho, não sei como explicar, eram lábios, mas os lábios mais lindos que havia visto, eram únicos, rosados, grossos e desejáveis, ela poderia cobrir totalmente os meus, e eu desejaria me afundar ainda mais naquela boca gentil e macia. Seu sorriso, não consigo falar de seu sorriso, era uma obra de arte, eu podia estar triste, muito triste, mas se ela abrisse aquele sorriso para mim, eu iria me sentir o homem mais feliz do mundo. Seu rosto, anjos haviam caído a dado sua beleza a ele, para que um dia eu pudesse admirá-lo e colocá-lo entre minhas mãos. Suas mãos, macias, porém inatingíveis, meu desejo de tocá-las era imenso, mas se elas me tocassem eu me derreteria, mas quando isso aconteceu meus olhos se fecharam quase que por toda eternidade para aproveitar-me quando seus dedos tocaram meu rosto. "

 

Pov. Autora

 

O trecho do livro que descrevia Lydia veio a cabeça do rapaz. Foi o maior motivo de tê-lo dado a ela, descrevia tanto a menina, que chegava a ficar espantado, 

Encostou em seu braço de leve, e ela se virou um pouco assustada.

 

— Stiles? - Olhou confusa para ele, mas logo sorriu.

 

— Desculpe lhe assustar, só queria ver se estava bem, ou lhe fazer companhia. - Respondeu devolvendo o sorriso.

 

— Você é tão gentil. - A princesa elogiou sinceramente sorrindo.

 

Ela podia não saber, mas ele se sentia incrivelmente bem com aquilo. Os olhares estavam presos um no outro, não se desviavam por nada. Ela queria que ele nunca fosse embora.

 

— Quer dançar? - A coragem bateu a sua porta e lhe puxou para que perguntasse.

 

Ela o encarou arqueando as sobrancelhas surpresa pelo pedido, mas rapidamente agarrou a mão do sapateiro que a conduziu para o lugar onde queria.

 

— Só tem um problema, não temos música. - A menina disse.

 

— Imagine a música que quiser, imagine que ela está tocando, tão alto, como se fosse real. - A ruiva gostou da ideia, pois sabia exatamente qual música queria que preenchesse esse momento.

 

Enquanto ele a conduzia, ela reparava em suas pintinhas espalhadas pelo pescoço e um pouco no rosto, seu sorriso de canto era sedutor, seu cabelo escuro era lindo, reparava o quão charmoso ele era. Reparou também em seus dedos longos, o jeito como ele segurava a mão dela carinhosamente e com todo o cuidado do mundo como se ela pudesse se quebrar com qualquer toque bruto.

Ele a virou para si, e aconteceu, o toque que Lydia mais ansiava, ele alcançou sua cintura com uma das mãos, a cobrindo, ela se arrepiou dos pés a cabeça, com a outra, ele segurou sua mão e ela  se apoiou no ombro do rapaz. Suas expressões estavam intensas, como se naquilo existisse algo mais do que apenas uma dança.

Começaram a se mover em sintonia um com o outro, percebia o quão fortes seus braços eram, estava sentindo calor como hoje mais cedo, o coração de Lydia ia pular do peito, parecia um de seus sonhos, mas não se lembrava de ter ido dormir naquele dia. E Stiles, acreditava no surreal, pois aquilo era surreal demais para ele ter a princesa nos braços.

Ela encostou a cabeça em seu ombro, estavam lentos agora, e ele podia sentir a respiração dela batendo em seu pescoço, o garoto passou a ter a respiração dele trêmula e pesada. Estavam tão íntimos naquele momento, pareciam sentir o que o outro sentia. Suas mãos suavam contra as dela, ele queria tanto agradá-la, apertou ainda mais a mão em sua cintura, a ruiva podia admitir que tinha adorado isso. Queria ser totalmente dele.

Alguns minutos se passaram e finalmente pararam, estavam tão relaxados. 

 

  Seus olhares estavam presos. Eles abaixaram as mãos e ele iria tirar a sua da cintura dela, mas ela não permitiu.

 

— Quer ir a biblioteca? - Perguntou derrepente, e o sapateiro arregalou os olhos surpreso.

 

— Ahn, eu... seria ótimo. - Não conseguiu evitar gaguejar. Também não conseguiu evitar olhar para seus lábios carnudos que vieram ainda mais em sua direção quando ela começou a falar.

 

Ela segurou a mão dele e eles foram quase que correndo para o outro lado do castelo onde ficava a biblioteca, a área estava vazia, os empregados e os guardas não ficavam muito por ali, era onde ela conseguia ter um momento sozinha sem ser em seu quarto.

 

— Sabe esse é meu refúgio, sempre venho aqui. - Revelou ao garoto que tinha deixado parado na porta.

 

Ela foi até a maior estante que ali havia e se virou para trás olhando diretamente para Stiles.

 

— Venha. - Chamou-o e ele a seguiu até entre duas estantes cheias de livros antigos e grossos. Foram quase até o fundo daquele corredor.

 

Lydia se esticou para alcançar um livro que ficava um pouco acima da sua altura, até Stiles perceber a dificuldade da garota e colocar o braço entre o pescoço e o braço da garota e pegá-lo lentamente para que aquela aproximação durasse mais tempo. Estavam um de costas para o outro, em uma aproximação fora do comum, até a menina se virar e se deparar com o rosto de Stiles quase grudado ao dela. Aquele corredor não era nada apertado, mas eles fizeram com que se torna-se assim. Ela sentia a respiração dele e ela sentia a dele descompassada, trêmula como antes.

 

— Peguei. - Disse ele levantando o livro para o campo de visão dela tentando desviar a intensidade do momento por um segundo. Estava nervoso.

 

— Stiles... - Começou a falar o que estava preso em sua garganta. - Você acha que um dia alguém vai me admirar tanto quanto a mulher daquele livro?

 

Ele se surpreendeu com a pergunta e deu uma pequena risada. - Eu te dei aquele livro Lydia, por que queria que você soubesse o quanto eu te admiro. - O peito de Lydia elevou-se, ela foi pega de surpresa com a declaração que entreabriu os lábios. - Queria que soubesse de tudo que eu sentia, mesmo sabendo que nunca poderíamos ficar juntos.

 

— Como pode sentir isso por mim? - Estava realizada. O homem que ela admirava todos os dias em sua mente estava ali em sua frente declarando-se a ela. A princesa obviamente não tinha noção de quanto era linda, adorável e perfeita aos olhos dele.

 

— Como posso princesa? Não ter você é uma tortura. - Admitiu surpreendendo ainda mais a garota de cabelos cor de fogo. - É a mulher mais bonita e maravilhosa que já conheci.

 

— Não conheceu muitas então. - Ela abaixou o olhar, ele levantou seu queixo com sua mão livre.

 

— Tem razão. Mas nunca tive tanta certeza na vida. A não ser de que você seja a mulher mais maravilhosa de todos os reinos, todos os povoados, você é incomparável, apenas uma coisa pode ser comparada com você.

 

A expressão dela era confusa e seu olhar expressava encanto.

 

— Uma rosa. - Disse o moreno quase a esmagando contra a estante. - Tão intocável, como os espinhos, tão linda, quanto as pétalas, o cabelo tão vivo, quanto a cor da flor e tão preciosa... - Ele ousou tocar os lábios da menina com os dedos. - Enche meu dia de felicidade apenas de ver você sorrindo pra mim.

 

Ele percebeu o quanto Lydia estava arrepiada, seus lábios entreabertos destacando o vermelho que estava deixando o moreno louco.

Quando ela havia processado as palavras que ele tinha lhe dito, não sabia mais como falar, só conseguia olhar em para os olhos avelãs. Ele apoiava o braço ao seu lado na estante.

 

— Eu encontrei o amor, princesa. Mas na pessoa errada. - Ele já ia se afastar mas a menina novamente o impediu e segurou seu rosto.

 

— Você era meu amor a muito tempo, Stiles, não me deixe sozinha novamente. - Ela o olhava com ternura. O sapateiro se sentiu tão encantado com a declaração da princesa, não pode evitar mais nenhuma ação sua.

 

Uniram seus lábios se entregando naquilo que queriam ter feito a muito tempo. Stiles queria engolir aqueles lábios chamativos, o beijo era carinhoso, lento e gostoso para os dois. Ele já havia deixado o livro cair no chão e segurou a cintura de Lydia passando suas mãos por ali, enquanto a ruiva saboreava os lábios finos e macios do moreno, suas mãos foram para a nuca do garoto passando os dedos entre seus cabelos e pescoço voltando depois a seu ombro, Stiles adorou aquilo, e ele finalmente enterrou uma das mãos nos cabelos ruivos arrepiando a princesa por inteiro, o beijo começou a se tornar selvagem e necessitado, a paixão corria pelas suas veias, os seios de Lydia estavam esmagados contra o peitoral de Stiles, ele agora acariciava as bochechas dela enquanto ela terminava mordendo seu lábio.

Quando se afastaram o rapaz reparou o quão inchada a boca dela estava, e a ruiva percebeu o quanto a boca fina estava manchada de vermelho,  os dois respiravam com dificuldade soltando uma leve risada em conjunto. Ela mordeu o próprio lábio agarrando Stiles pelo colarinho pedindo para que a beijasse denovo, ele segurou suas ancas possessivamente e foi em direção a seu pescoço dando leves beijos ali lentamente, enquanto a ruiva jogava a cabeça para trás fechando os olhos. Ele arrastou os beijos para seu ombro, arrastando a alça de seu vestido para baixo, até que ela segurou seu rosto olhando-o fixamente. Ela passou as mãos por sua testa, chegando a suas bochechas e passando os dedos por ali enquanto ele a olhava encantado mergulhando em seus olhos.

O sapateiro abraçou a pequena princesa que escondeu seu rosto em seu peito, foi um beijo repleto de significados e um abraço que expressava carinho e proteção. Acariciou seus cabelos ruivos. Por fim levantou o rosto dela.

 

Ele susurrou em seu ouvido - Eu te amo tanto, Lydia. - Nesse momento a menina se derreteu ao ouvir seu nome sair tão rouco de sua boca.

 

— Não quero mais ficar longe de você. - Pediu Lydia.

 

— Vamos dar um jeito, pequena. - Lançou um olhar reconfortante para a menina. - Agora você não é mais uma rosa, é a minha rosa.


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Notas finais do capítulo

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