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Doces sonhos são feitos disso..."

"...Quem sou eu para discordar..."

"...eu viajei pelo mundo e pelos sete mares"

"...Todo mundo está procurando alguma coisa"

...

                                                                                                                 trecho em "Sweet Dreams (Are Made Of This) - Eurythmics".

Madoka estava chorando, seu arco, objeto de tanto zelo, jazia inerte ao seu lado, no chão, sem o brilho rosa que queimava em sua ponta.

Ela apertava o rosto com as duas mãos, como que para impedir o corpo de soluçar incontrolavelmente;

Ver Madoka chorando daquele jeito, era uma dor indescritível para Homura;  “Madoka não..” –  pensava. De toda as mahou shoujo, ela era quem menos merecia passar por aquilo.

Cada lágrima de Madoka era como uma navalha que lascinava o coração de Homura.

—Madoka??

Homura estendeu uma das mãos para sua amiga, receosa. Ela a amava tanto, que tinha medo que qualquer movimento ou ação impensada, pudessem soar insensíveis, e acabar piorando a situação.

Mas antes que pudesse pensar, ou questionar suas ações; sua mão já aconchegava a bochecha de Madoka, em um movimento carinhoso. Ela pôde sentir as lagrimas quentes de Madoka em sua mão; a pele da puelli Rosa também parecia quente, vermelha, por todo o fardo que levava seu nome naquele momento.

As mãos de Madoka também alcançaram as de sua amiga. Seus dedos frágeis de todo o estresse que passara naquele momento tentaram agarrar a mão de Homura.

— Homura-chan.

Ela soltou um fio de voz, que se confundiu com a chuva ao fundo. E antes que pudesse perceber, suas luvas rosa apertavam a roupa de garota mágica de sua companheira.

Seus dedos se apertaram em uma mesma proporção em que seu corpo se curvava e se debruçava sobre o peito de sua amiga:

— Ei, Homura-chan, me diga...

— ...Afinal de contas...

— ...o que eu fiz de errado?

Homura não aguentou: ver sua amiga tão querida naquele estado tão frágil, era muito para ela. Suas próprias lágrimas, mais finas, mas certamente mais quentes, escorreram por seu rosto, pescoço, e, por fim, nas lindas e vivas mechas do cabelo rosa de Madoka.

— E-eu prometo, Madoka; eu vou concertar isso, eu juro por tudo que é mais sagrado, que não deixarei que nada impeça isso. – ela apertou a cabeça da amiga em seu peito mais forte, já sentindo o calor fugir de sua pele: Madoka levantou sua cabeça e pousou a mão em uma das bochechas de Homura:

— Homura...

Homura compreendeu no mesmo instante a importância daquele momento, o que aconteceria em seguida, e a importância de ser sincera com seus sentimentos naquele momento;

Ela deixou que a mão de Madoka a segurasse como apoio para que seus rostos pudessem se aproximar.

— Madoka, eu te amo. – Homura soltou um fio de voz ao sentir o hálito de sua a IGA brincar em seu rosto.

Dessa vez foi Homura que acariciou o rosto de Madoka; enquanto seus lábios se fundiam.

Um beijo curto, os lábios frios, mais cheios de amor, e ela pôde sentir algo que nem em todas as viagens no tempo, ela jamais poderia sequer sonhar.

E então a mão de Madoka caiu inerte no chão.:.

“Eu te farei feliz, Madoka...”

“Custe o que custar...”