— Por favor - dizia a azulada do outro lado da linha.

— Não - repetia pela milésima vez.

As respostas monossilábicas que ele dava não parecia fazerem seu efeito. 

— Gray Sama não ama mais a Juvia - retrucava claramente expondo seu drama.

— Juvia, por favor, eu não vou em uma farmácia comprar absorventes. 

Enquanto dizia aquilo, o moreno levou dois dos dedos até o rosto onde acariciava as temporas bem de vagar enquanto contava até dez mentalmente tentando se acalmar.

— Gray Sama - choramingou.

— Tudo bem - respondia desistente. - Eu vou, me espere.

— Juvia não vai sair do banheiro Gray Sama.

Resolveu não retrucar aquilo, apenas disse um "até logo" e foi em direção a sua missão, comprar absorventes e resgatar uma certa azulada do banheiro.

Aparentemente o estoque de absorventes de Juvia tinha acabado e como uma solução muito obvia ela resolvia ligar para o número dele, pedindo socorro. 

Por qual motivo ela não ligava para alguma das amigas dela? Seria muito menos constrangedor do que ele ir até a cessão de absorventes na farmácia.

Bufou, deixando que alguns fios negros fossem para cima e depois para baixo novamente. Não tinha muita escolha, pelo menos poderia cobrar um favor depois.

Ele caminhava com passos rápidos pela rua, deixava as mãos nos bolsos da calça jeans surrada. 

Por sorte, a farmácia não ficava muito longe de sua casa e muito menos da casa de Juvia o que era uma coisa muito boa.

Ao entrar no local, pode ver que estava perdido. Nem sabia onde aquela atrocidade estava. 

Olhou completamente perdido aquelas prateleiras de vidros repletas de cosméticos para higienização ou não. 

— Por qual deles eu começo? - perguntava se enquanto andava em cada corredor.

Foi no final do terceiro que ele finalmente encontrou a coisa, o monstro o que estava aterrorizando seus pensamentos mais sensatos o que não contava era que teria mais espécimes daquela raça chamada absorventes.

— Que merda - resmungou erguendo um pacote de absorventes sem abas e outro com.

— Qual deles? - perguntou pra si. Se bem que a imagem estava mais como se ele conversasse com os absorventes.

Gray decidiu optar por ambos, seja lá qual fosse o que Juvia usava um desses dois teria que servir de quebra galho.

Pagou o mais depressa que conseguia fazer isso. Seus passos foram rápidos, uma corrida até o apartamento da azulada.

Assim que estava dentro do prédio foi questão de segundos para discar o número dela. 

No terceiro toque atendeu.

— GRAY SAMA - berrou a dona dos cabelos azuis assim como os olhos.

— Acalme se, mulher - respondia com calma. 

— Cadê a chave? - perguntou.

— De baixo do tapete Gray Sama.

Ao ouvir o moreno abaixou um pouco o corpo a ponto de ficar de joelhos, avançou a mão pra baixo do tapete e não demorava a tocar algo metálico. 

— Achei - disse.

— Gray sama, rápido, por favor.

— Eu já vou calma.

Depois de dizer aquilo Gray desligou o aparelho celular e guardou novamente no bolso do casaco. A mão esquerda rodou entre os dedos dele até parar na fechadura.

Bastou que ouvisse um click para empurrar a porta e abrisse. 

— Juvia? - chamou.

— Aqui Gray sama - rebatia.

O Fullbuster fechou a porta atrás de si, dando passos na direção do banheiro.

O apartamento em si era pequeno, tinha uma sala com tv e aparelho de som, ao lado vinha a cozinha com uma mesa de dois lugares sendo esta de forma circular. 

Logo adiante podia se ver um corredor que ligava ao resto da casa. O apartamento não era muito decorado pelo síndico do prédio não permitir, pois se fosse pela azulada aquilo estaria repleto de coisas.

— Posso entrar? - perguntou batendo na porta.

— Não - disse com rapidez.

— Juvia ...

— A Juvia não quer que veja ela nesse estado.

— Tudo bem.

Ele abriu um pouco a porta mostrando a sacola com os absorventes que não demorou muito para larga la no chão.

— Espero que sirvam.

— Obrigada Gray Sama. Gray Sama salvou a vida da Juvia.

Por mais que estivesse negando aquilo no início estava feliz em ser o primeiro que ela chamaria em um pedido de socorro.

— De nada Juvia. 

O dono dos cabelos escuros agora sorria largamente por ter ajudado a pessoa que ama em um momento de desespero.