Erina não era a princesa indefesa presa na torre, não era mesmo. Não era frágil e tímida, muito menos fraca e submissa, e passava longe de ser só um peão no jogo de xadrez. Ela desceria a torre por conta própria, lutaria com quem lhe contrariasse, não precisaria de um príncipe, apenas de uma arma e um cavalo. Souma tinha certeza disso, e vê-la ali, obedecendo aquele homem, que infelizmente era seu pai, até temendo-o, deixava-lhe extremamente irritado.

Na sua visão, Azami era apenas o vilão que ela derrotaria no fim. Erina só precisava de um incentivo, estimulo, só um empurrão, e Souma seria ele. Seria a ajuda que a princesa precisava para tomar coragem de ter sua independência, e de bônus a costumeira arrogância.

Porém, tudo dependia dela, apenas dela.

Souma sorriu provocativo esperando a resposta dela sobre seu prato. Diferente do que esperava, ela se levantou e já saiu lhe ditando coisas. Mal deu tempo de assimilar as palavras e a garota já estava saindo do quarto. Mas parou na porta e Souma estranhou, seguindo-a.

Erina corou e murmurou tão baixo que se não estivesse tão perto, não a teria ouvido:

“E... Eu não sou uma princesa indefesa, muito mesmo uma princesa, nem nada disso, mas se você quiser ser meu príncipe, talvez eu não me importe de ser a princesa. Porém, claro, eu não preciso de ajuda, posso fazer tudo sozinha.”

De nada adiantava ser o príncipe se ela não precisava dele. Souma pensou imediatamente. E então repensou as utilidades de um príncipe.

Vermelha como um tomate cereja, Erina fechou a porta e se afastou do quarto em que Souma estava sorrindo com um rubor no rosto.