If I die Young (REESCREVENDO) escrita por Baby Blackburn


Capítulo 18
Listen to the wind blow, down comes the night. Run in the shadows


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal!
Cheguei trazendo mais um capítulo de transição mas também de revelações.
O próximo capítulo é o tão esperado por vocês, onde tudo vai se encaixar e vai sanar todas as suas dúvidas. Durante esse fim de semana eu vou estar relendo TODOS os comentários para ter certeza de que nenhuma ponta ficou solta, então essa é a hora de perguntar o que vocês querem saber.
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Boa leitura :)



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(Scorpius Malfoy)

Scorpius chegou em casa com o coração na garganta e a mochila pesando nos ombros pelo peso do que poderia achar nos papéis que Gustav havia lhe entregado naquele dia mais cedo. Entrou na grande casa que dividia com a avó em completo silêncio, na tentativa de chegar em seu quarto o mais rápido possível.

— Hyperion? – Narcissa chamou da sala. A mesma estava aproveitando o final da tarde para tomar um chá de ervas, que Ginny Potter havia recomendado para suas dores, quando viu o neto se esgueirar até a escada. – Está se escondendo de alguém?

— Oi, vó. – Respondeu sem graça enquanto arrumava a mochila nos ombros e descia os poucos degraus que tinha subido. – Chá novo?

— Por que entrou em silêncio?

— Não queria acordar a senhora.

Narcissa o olhou com uma das delineadas sobrancelhas levantada.

— São cinco e meia da tarde, Hyperion. – Ela repousou a xícara na mesinha ao lado da poltrona e cruzou elegantemente as pernas. – O que tem na mochila?

— Roupas que estavam na Lily. – Scorpius falou na esperança de cortar o interrogatório. O rosto da avó se iluminou ao ouvir o nome da garota. Bingo.

— Ah, e quando ela vem jantar conosco?

— Ahn...- Checou o relógio. Precisava ler os arquivos e fazer pesquisas antes de voltar para a casa da namorada. – Amanhã. É, amanhã nós três vamos sair para jantar.

— Maravilha! – Narcissa se levantou energicamente e se encaminhou em direção ao neto. As mãos longas e ossudas repousaram nas bochechas pálidas do rapaz. Seu olhar transbordava amor e orgulho. Sem dizer nada, ela deixou um beijo na testa dela e sumiu pelos corredores. Scorpius sentiu um arrepio passar por sua espinha antes de voltar para a realidade e correr para as escadas.

Chegou no seu quarto e trancou a porta. Revirou a mochila em busca dos papéis e quando os teve em mãos seu corpo murchou. Há semanas vinha nutrindo uma desconfiança descomunal em Matteo e os arquivos a sua frente não mostravam nada. Ele não era culpado de nada, ao menos nada que Gustav teve acesso.

*

Malfoy batia os dedos no volante de forma nervosa enquanto esperava por Matteo sair de casa. Já havia deixado diversas mensagens para Lily e Albus sem nenhum retorno e seu peito estava começando a se comprimir de dor.

— Vamos? – Scorpius saltou levemente de susto com a chegada repentina do outro. Antes que pudesse se recuperar, a cabeça de Jonathan Yaxley, noivo de Matteo, apareceu na janela do mesmo.

— Hey, Malfoy! – Jonathan e Scorpius haviam se conhecido quando ainda eram crianças e mantinham uma amizade desde então. Fora Malfoy quem apresentara os dois. – Traga meu garoto para casa em segurança.

— Pode deixar. – Ele respondeu desconfortável.

— Te vejo mais tarde. – Disse para Matteo antes de depositar um leve beijo em seus lábios. – Te amo.

— Também te amo, te vejo mais tarde. – Respondeu apaixonadamente e acenou quando Yaxley se dirigia até a porta da casa dos dois. Scorpius os olhou de relance antes de virar a chave do carro e dar partida.

— Falou com Lily enquanto estava em casa? – Perguntou após alguns minutos de silêncio. Matteo resmungou em negação enquanto começava a mexer no porta-luvas do amigo. – Nem ela e nem Albus estão respondendo minhas mensagens e ligações, estou começando a ficar preocupado.

— Não, tive que ajudar Jo com algumas coisas do casamento. – Resmungou enquanto fechava, insatisfeito, o porta-luvas. – Eles devem estar brincando de detetives, sabe como é. - Malfoy o olhou incomodado. Matteo, alheio ao outro, se virou incomodado para o banco traseiro. – Tem algo de comer nessa mochila? Não tive tempo de pegar nada antes de sair.

— Não sei, deve ter. – Respondeu sem nenhum interesse, coçando a nuca
de maneira nervosa.

Nott abriu um dos bolsos da mochila surrada em busca de algum alimento quando viu sua foto amassada no fundo dela. Franziu o cenho e olhou para Scorpius, que parecia alheio a tudo. Seu nome e foto estavam no topo de um arquivo que relatava cada ano de sua vida. Multas de trânsito, ficha médica e até mesmo fotos e relatos da sua vida dos último mês.

— Mas que porra?

— O que? – Scorpius se virou e arregalou os olhos ao notar os papéis expostos. – Matteo...

— Por que diabos você tem todas essas informações sobre mim? – Perguntou alterado, sacudindo as folhas na mão. Malfoy se calou e Nott entendeu. Scorpius desconfiava dele. – Você só pode estar de brincadeira...

— Matteo...

— Não! – Gritou enquanto jogava a mochila para o banco traseiro e voltava a mexer nas folhas de forma agressiva. – Você tem que estar de brincadeira. Você não pode estar mesmo achando que eu faria tudo isso. Com a Lily!

— Bom, se você agisse de maneira normal talvez eu não precisasse desconfiar! – Explodiu, perdendo a paciência.

— Agisse de maneira normal? – Riu incrédulo. – E como é isso?

— Você nunca ficava surpreso com nada, estava sempre muito calmo. – Scorpius passou a mão pelo rosto, exasperado. – E não pense que eu não notei as suas saídas constantes do jornal, que batiam com cada acontecimento que a Lily nos contava.

— Me desculpe se eu não surtava por cada palavra que saia da boca dela como você! – Respirou fundo tentando acalmar as batidas de seu coração. – Ah, e não que você precise saber, mas eu saia para resolver coisas do casamento. Quem sabe um dia você também seja acusado de perseguição enquanto planeja seu casamento. – Sorriu irônico antes de amassar os papéis e discar algo para depois levar o celular à orelha.–Se a Lily for louca o bastante de casar com você. Seu maluco!

— O que tá fazendo? – Perguntou enquanto virava na rua do condomínio da namorada.

— Ligando pra Lily, - Respondeu áspero sem olhá-lo – Ou eu não devo por
que você também acha que ela pode estar por trás de tudo isso?

Os dois seguiram em silêncio até parar na frente da casa dos Potter. Scorpius franziu o rosto ao chegar mais perto da entrada. Dois aparelhos telefônicos se encontravam jogados no chão, rodeados de papéis.

Matteo tirou o celular de perto do rosto e se abaixou em direção ao que vibrava no chão, com a tela quebrada que brilhava seu nome. Malfoy passou por cima dos papéis e entrou na casa. Não havia sinal dos dois. Seu celular começou a vibrar no bolso da frente e, ainda olhando alguns cômodos da casa, ele atendeu.

— Alô?

— Scorpius, querido. – A voz ansiosa de Ginny o fez parar de olhar pelos cantos e congelar no meio da sala. – Lily e Albus... eles estão com você?

— Não, eles não estão. – Respondeu o mais calmo que pode. – Os deixei em casa a uma hora e acabei de voltar mas...eles não estão aqui. Não tem ninguém aqui, mas senhora Potter...- Fez uma pausa ao se realizar do que tinha acontecido – Eu...eu acho que sua casa foi invadida.

Do outro lado da linha foi possível escutar o barulho alto e sôfrego de um choro e o barulho forte do aparelho caindo no chão. Levou alguns segundos para que outra voz fosse ouvida, segundos esses nos quais Scorpius continuou pregado no lugar, com o coração nas mãos e o estômago embrulhado.

— Scorpius, é o Ron. – A voz forte como um trovão do tio da namorada o fez despertar. – Onde estão meus sobrinhos?

— Eu..eu não sei. – Pôde sentir um bolo se formando em sua garganta pelo choro chegando. – Os deixei aqui a uma hora e quando voltei eles...não tem ninguém aqui e a porta tava aberta e...

— Scorpius, eu deixei essa casa não faz nem meia hora e eles estavam perfeitamente bem. – A voz de Ron se elevou significativamente.

— Eu não sei...-ele respondeu nervoso, Matteo o olhava amedrontado da porta. – A porta estava aberta e os celulares deles estão no chão com um monte de papéis e...

Ron suspirou de maneira alta e quebrada antes de olhar para a irmã em
prantos.

— Fique ai e não mexa em nada. – Ele mandou enquanto pegava as chaves e fazia um sinal para um garoto alto e de cabelos azuis. – Eu e Teddy
estamos chegando.

A chamada foi encerrada, deixando Scorpius e Matteo paralisados, com o silêncio os cercando.

*

— O porteiro recebeu para deixar dois caras entrarem aqui para montar uma surpresa no quintal dos Potter. – Teddy falou assim que entrou na casa e se juntou aos outro na sala. – Eles saíram uma hora depois da mesma maneira que entraram.

— Ele disse de quem recebeu o dinheiro? – Ron perguntou depois da terceira tentativa de desbloquear o celular de Albus. – Alguma descrição?

Teddy lançou um breve olhar para Scorpius e Matteo antes de encarar o chefe e responder.

— Apenas que era uma mulher de estatura média e com um grande sobretudo.

— Como metade de Londres. – Bufou passando as mãos no rosto. – Preciso cuidar da segurança desse lugar e dar uma palavrinha com o porteiro.

Ron ia se levantando quando Teddy o impediu.

— Han...deixa que eu cuido dessa parte.

— Bom, tudo bem. Pode fazer isso depois. Já revistamos essa casa de cima a baixo, não tem motivo para ficarmos aqui, vamos.

Ron e os outros dois se levantaram e foram em direção a saída. Scorpius teveseu braço segurado ao passar por Teddy, que aproximou o rosto do dele.

— Sei quem foi. – Disse antes de responder o chamado do chefe e começar a ir até o mesmo. Malfoy deu uma última olhada para a sala aconchegante dos Potter, aquela mesma sala que abrigou o nervoso rapaz em seu primeiro almoço com a família da namorada. Apesar de não ter mudado em nada parecia distante do lugar que conheceu.

Um arrepio subiu por sua espinha quando seus olhos pararam em uma fotografia dos cinco Potter no Natal. Nela Albus fazia cócegas em Lily que se contorcia para longe das mãos do irmão. Harry estava sentado em uma poltrona e gargalhava abertamente dos filhos e Ginny, que estava posicionada
atrás da poltrona do marido, tinha as mãos na barriga e bochechas rosadas pela risada alta que soltava no momento. James estava do outro lado da poltrona, de braços abertos e sorriso grande. Os cabelos cobertos por um gorro de papai noel e a grande barba presa em uma laço vermelho. Scorpius focou seu olhar nele, e soube que tudo aquilo acabaria naquela noite.

 

 

Os quatro seguiram para a residência de Ron e Hermione Weasley em dois carros. Todos lá dentro os esperavam em expectativa e murcharam ao notar apenas os quatro entrando. Ginny levantou lentamente e abraçou fortemente os dois rapazes recém chegados.

— Eu não posso...não posso perdê-los também. – Ela disse de maneira quebrada para os dois. – Não posso perder todos eles...

— A senhora não vai. – Matteo disse se soltando do abraço. Suas mãos foram em direção ao rosto pálido e sem vida da mulher que o acolheu como uma segunda mãe. – Tia Gin, a senhora não vai perder mais ninguém. Eu e Scorpius prometemos.

— Eles estavam saindo de casa quando foram pegos. – Ron atualizou a todos após abraçar a mãe e esposa. – O porteiro deixou alguém entrar mas as informações que ele deu não serão muito úteis.

— Ele deixou alguém entrar sem autorização? – Molly perguntou com os olhos arregalados.

— Foi subornado. – Teddy respondeu, se posicionando em meio aos pais.

— Então além de pegarem meu filho. Meu único filho, – James se pronunciou pela primeira vez. Lily o abraçava pela direita e Sirius mantinha a mão em seu ombro esquerdo – Você está me dizendo que também levaram meus netos? E o que seu pessoal está fazendo pra resolver essa merda?

— James. - Lily o advertiu baixinho.

— Harry é meu melhor amigo, James. – Ron se impôs e sua voz potente fez com que todos se calassem. – E amo seus filhos como se fossem meus. Mas, no momento, só podemos esperar que entrem em contato pedindo o resgate. Você sabe disso melhor que eu.

— Ninguém vai ligar. – Scorpius falou baixo o suficiente para que ninguém entendesse.

— Como? – Hermione perguntou, de braços cruzados e rosto amarrado.

— Sem querer ofender a você senhor Weasley, ou a qualquer outro detetive aqui nessa sala, - Direcionou seu olhar a James, Tonks e Teddy por cima das lentes do óculos – Mas acho que essa ligação nunca vai chegar.

— E o que te faz ter tanta certeza? – Tonks questionou.

— Você sabe o porquê, senhor Weasley. – Respondeu olhando diretamente para os olhos de Ron. Pela troca de olhares intensa, pode ver o exato momento em que algo dentro dele se iluminou em compreensão.

— Como é você sabe sobre isso? – Perguntou na defensiva enquanto se sentava na frente do rapaz. Todos os olhos da sala se dividiam entre os dois. – Como descobriu?

— Nada passa por Lily Luna.

Sirius tinham aberto a boca para perguntar do que eles estavam falando
quando foi interrompido por Teddy, que olhava ao redor.

— Cadê a Rose? – Perguntou se levantando abruptamente.

— Ela saiu com Hugo a um tempo. – Hermione falou cansada, enquanto se sentava com a cabeça entre as mãos. – Eles foram procurar por Albus e Lily pela cidade, tentar achar algum sinal dos dois.

Teddy olhou para Scorpius ansioso e em desespero antes de caminha em direção ao loiro.

— Eu, Scorpius e Matteo vamos atrás deles. – Falou alto, assustando a todos. – Eles não sabem o que aconteceu e não conhecem Lils e Al tão bem quanto esses dois.

— Tudo bem. – Ron concordou cansado. – Mantenha contato comigo ou, se preciso, com a central.

— É, tá bom. – Teddy respondeu nervosamente, pegando um casaco e puxando os dois para a porta.

— Teddy? – Tonks chamou da sala.

— Sim.

Os dois se olharam por alguns minutos antes dela assentir contrariada.

— Tome cuidado.

Teddy sorriu e fechou a porta atrás de si. Andou apressado até o carro, parando quando notou os dois rapazes plantados na entrada da casa.

— Vamos logo. – Chamou enquanto entrava no veículo.

— Exatamente para onde estamos indo? – Matteo perguntou abrindo a porta traseira.

— Atrás de Rose. – Respondeu dando partida. – Ela pagou o porteiro para deixar dois homens entraram no condomínio. Disse que era uma surpresa e como ela é da família ele não se opôs. Ela não saiu para ir atrás deles, ela foi de encontro a eles.

— Rose fez tudo isso? – Scorpius perguntou espantado.

— Porque está tão surpreso? Rose é insana. – Teddy disse com os olhos presos na estrada. – Quando éramos crianças ela era a personificação do capeta, sempre aprontando e mentindo tão bem que ninguém podia descobrir as merdas que ela escondia. – Ele riu enquanto passava a língua pelo piercing preso em seu lábio inferior. – Soube que ela estava envolvida nessa merda toda no momento em que o porteiro falou ter sido um favor para a mocinha gentil que sempre ia até a casa dos Potter.

— Por que não contou para Ron? – Matteo perguntou.

— Ele nunca acreditaria em mim. Para eles, Rose é perfeita. – Sua expressão se tornou mais dura antes de se transformar em dúvida e olhar para Malfoy. – Que papo estranho é aquele que você e Ron estavam tendo?

— Lily vem sendo ameaçada a meses. – Scorpius coçou a nuca e fechou
os olhos com força. Sua cabeça doía. – O acidente de carro e a invasão na casa não foram por acaso. Achamos que pode ter sido a mesma pessoa que forjou o acidente de James.

—O acidente do Jay...

—Achamos que foi forjado.

— E tudo isso foi Rose?

— Não tínhamos chego em nenhuma conclusão ainda. – Matteo respondeu colocando a cabeça no vão entre os dois bancos da frente. – Mas faz total sentido ser ela, por tudo o que Lily nos contou.

— Pera ai, - Teddy soltou uma risada sarcástica enquanto olhava rapidamente para os dois rapazes – Vocês estão nisso há meses, invadiram a sala de Ron, roubaram arquivos do jornal do meu pai e foram atrás de metade de Londres e foi eu quem desvendei o mistério em uma conversa com o porteiro?

— Acho que é por isso que você é detetive. – Matteo constatou baixinho.

— E você trabalha com jornalismo investigativo, sem desculpas. – Respondeu o olhando pelo retrovisor. Parou o carro no sinal vermelho, havia chego no centro de Londres. – Agora, -se virou para os dois – Por onde começar?


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam?
Deixem perguntas nos comentário e me contem o que estão achando!
Até a próxima semana:)
Love always, BB.



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