Ela não é minha sogra! escrita por Eloá Gaspar


Capítulo 1
Capítulo Único




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— Zelena! - Belle chamou diante da porta da casa da bruxa.
 Já era a terceira vez que Belle havia chamado por Zelena e ela tinha ouvido na primeira, mas não tinha a mínima intenção e vontade de atender.
 Emma e Regina já estavam de volta a Storybrook e a Bruxa Má estava feliz com a volta da irmã e com seu bem estar, porém era óbvio que não se aproximaria de Regina, não depois de todas aquelas coisas horríveis que ela havia lhe dito e muito menos com a irmã tendo trazido aquele Robin genérico do mundo dos desejos.
 Se dependesse de Zelena, o Robin genérico nunca se chegaria perto da sua filha, afinal ele não era pai dela, o verdadeiro pai da pequena Robin havia morrido, assassinado pelo o verdadeiro amor da bruxa. Zelena respirou mais fundo e  pesadamente, essa ainda era uma memória dolorosa.
— Zelena! Eu sei que você está aí! - Belle não ia desistir e, por fim, a dona da casa revirou os olhos irritada antes de levantar para atender.
— Perdeu alguma coisa aqui? - Zelena foi direta ao abrir a porta.
— Posso entrar?
— Se eu disser não, você vai continuar insistindo? - Belle apenas balançou a cabeça positivamente. - Entra. - completou derrotada abrindo espaço para ela entrar.
 Belle passou por Zelena a vontade e logo puxou uma cadeira se sentando à mesa. A mais nerd entre as princesas era sempre educada, mas ela sabia que a bruxa não faria o papel da boa anfitriã e se acomodou sem pedir permissão.

— O que veio fazer aqui? - a bruxa questionou fazendo questão de não sentar.

— Preciso da sua ajuda. - respondeu sem rodeios.

— A última vez que você veio me pedir ajuda, seu marido usou minha irmã para tentar me matar. Então se você não se importa... Não me envolva nos seus problemas! - exclamou sem paciência.

— Eu sei e peço desculpas. - Zelena apenas ergueu a sobrancelha com desdém. - Mas dessa vez eu prometo que não haverá problemas com o Rumple ou qualquer uma das versões da sua irmã.

— A pergunta mais importante é: O que eu ganho te ajudando? - essa sempre era a pergunta mais importante.

— Bem, isso não é sobre ganhar. Você não prefere saber primeiro do que eu preciso?

— Você não tem o que me oferecer, não é? - rebateu com um sorriso debochado.

— Até tenho, mas sei que você não vai considerar a oferta de cara.

— Me surpreenda! - respondeu se sentando, finalmente interessada.

— Se você aceitar, ganha uma amiga. - tom de Belle era quase tímido, porque ela sabia a reação que viria seguir.
 Zelena riu alto. Aquilo realmente estava acontecendo? Belle estava oferecendo sua amizade como recompensa? Zelena não conseguia parar de ri, ela não conseguia acreditar que Belle achava que ela poderia por um momento considerar aquela proposta, como minimamente interessante.

— Se continuar a ri assim vai passar mal. - Belle ainda tinha o tom quase tímido, mas não parecia chateada ou frustrada com a reação da bruxa.

— Por que achou que eu iria ao menos considerar isso como uma oferta? - ela chegava a estar ofegante ao falar devido a crise de riso.

— Porque é horrível estar sozinha. - o sorriso de Zelena se desfez na hora. Ponto para Belle!

— Eu não estou sozinha, tenho minha filha. - respondeu irritada.

— Ela deve responder bem as suas perguntas. - ironizou.

— Ela pode ainda não falar, mas é tudo o que eu preciso. - seu tom era agressivo.

— Você sabe que não é verdade. - ela sabia.

— Você até pode estar certa, mas por que eu ia querer você como amiga?

— Porque de uma maneira muito estranha, eu gosto de você.- Zelena abriu mais os olhos surpresa com sinceridade nas palavras de Belle. - Eu devo ser a pessoa mais trouxa do mundo…

— É sim. - Zelena a interrompeu.

— É, eu sou. Enfim, mesmo depois de tudo que você fez, eu ainda consigo enxergar algo de bom em você, eu sei que há muito amor aí dentro e sei que ao conquistar seu carinho e confiança, sua fidelidade será eterna. - a bruxa nunca tinha ouvido aquelas palavras, mas no fundo ela sabia que aquilo era verdade e isso mexeu inegavelmente com ela.

— Não estou dizendo que aceito… Mas de que tipo de ajuda você precisa? - Belle havia ganhado uma aliada.

— Eu preciso encontrar algo que destrua a Fada Negra.

— O seu filho já não está empenhado nisso?

— Da maneira errada e Rumple não irá ajudar a consertar isso. Deve existir um modo de destruí-la, sem que isso cause mais dor e sofrimento. - essa era Belle de sempre.

— Eu não acho que posso te ajudar. - respondeu sem se esforça em pensar em algo.

— Qualquer coisa pode ser útil, ao menos tente me ajudar.

— Ok. - respondeu girando os olhos e tentando encontrar algo útil em suas memórias. - Pode ser que eu tenha algo. - ponderou ao se lembrar de um momento da sua infância.

— O que? - questionou com uma empolgação infantil.

— O título sugere algo mais útil do que realmente é, mas pode servir para alguém tão ficcionada em livros como você. - respondeu usando sua magia para fazer um livro surgir em suas mãos.

— O livro das fadas. - Belle leu o título com cuidado ao pegar o livro grosso, porém com um aspecto infantil.

— Foi o primeiro livro que eu li, a mulher que me criou me deu. Eu não tinha muito tempo para ler e meu pai… Meu pai. - ela girou os olhos mais uma vez debochando da expressão “meu pai”. - Enfim, eu li esse livro quando criança, ele não conta muitos segredos, mas fala sobre a magia das fadas.

— O homem que te criou… - Belle tentou iniciar o assunto, mas Zelena não daria tanto espaço assim, não agora.

— Eu não vou conversar sobre isso com você. - por um milagre ela não havia sido rude, mas foi muito firme.

— Ok. E obrigada pelo livro, vou estudá-lo com atenção. - respondeu se levantando um pouco desconfortável pelo clima que causara.

— Faça bom proveito. - respondeu sem expressão indo até a porta e a abrindo.

 

xxx

 

A pequena Robin finalmente havia dormido e Zelena teria alguns minutos de folga. Ela amava sua filha mais do que imaginava ser possível, de todas as loucuras que cometera, Robin era a que realmente havia valido a pena, mas isso não significava que a aventura de ser mãe, principalmente sozinha, era algo fácil, muito pelo contrário, Zelena sempre estava exausta e com sua magia limitada devido ao cansaço, ela ainda se sentia insegura. Contudo, Zelena sabia que mais rápido do que ela gostaria, Robin iria crescer, se torna mais independente e menos desgastante para ela, que dizer, pelo menos fisicamente, pois emocionalmente e psicologicamente só iria piorar.

Enquanto a bruxa se recostava na cadeira, de olhos fechados e aspecto cansado, uma fumaça cor de cobre surgia em sua cozinha revelando um homem encapuzado.

— Boa noite! - o homem retirou o capuz e saudou, fazendo Zelena abrir os olhos assustada.

— Você? O que você quer? Como entrou aqui? - questionou se levantando e indo para perto do berço de Robin.

— Quantas perguntas! Eu não vim fazer mal a você ou a sua filha. - Gideon respondeu olhando fixamente para Zelena

— Diz logo o que você quer! - exigiu ainda na defensiva.

— Soube que ajudou a minha mãe e que tem alguns problemas com o meu pai.

— E?

— Pensei que talvez pudéssemos nos unir. - respondeu observando Zelena por inteiro de uma forma exagerada.

— Qual é o problema dessa família comigo hoje? - perguntou para o nada sem perceber a aproximação sutil de Gideon.

— Eu já me informei bastante sobre você, mas não sabia que era tão bonita assim. - Zelena finalmente havia percebido a proximidade entre eles.

— Você está dando em cima de mim? É isso mesmo? - ela parecia incrédula.

— Estou. - respondeu sincero, firme e convicto, pegando uma das mechas ruivas entre os dedos.

— Por favor, garoto! - exclamou em um tom debochado batendo a mão dele de perto dela.

— Eu não sou um garoto, sou um homem. - falou firme em seu ouvido antes de ser empurrado.

— Me poupe, garoto! Você tecnicamente é mais novo que a minha filha.

— Por favor, você é uma mulher que nasceu com a magia. Sabe que as coisas são bem mais complexas.

— Tanto faz! Eu já tive visitas o suficiente da sua família hoje. - falou o empurrando até a porta.

— Eu sei, sei que ajudou sua sogra, por isso que estou aqui, nós… - ele permanecia no mesmo lugar mesmo com o esforço dela.

— Minha o que? Ela não é minha sogra! - falou com um tom de revolta.

— Por enquanto. - ele não estava brincando.

— Você é louco! Sai daqui!

— Você tá muito nervosa, vou deixar você se acalmar. Tive uma visão sobre uma ruiva, algo me diz que é você. Sei que logo, logo será mais receptiva comigo...  E obrigado por ajudar sua sogra. - respondeu com um pequeno sorriso, antes de dar um beijo no rosto de Zelena e sumir em sua fumaça.

— Ela não é minha sogra! - gritou recebendo em seguida o choro de Robin enchendo o ambiente. A noite ia ser longa.

      


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Notas finais do capítulo

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