O Perfume das Rosas escrita por BobV


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Não tenho muito o que dizer. Nunca fui muito fã do Afrodite, mas mesmo assim decidi escrevi essa fic já que eu sou de peixes. Faz sentido? Não? kkkkk



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Naquela noite agradável da primavera grega, Afrodite de Peixes decidiu por deixar a sua casa no santuário e caminhar pelas ruas de uma cidade próxima. Fatigado mentalmente, o cavaleiro queria se afastar o máximo possível do santuário e tudo relacionado ao mesmo. Tinha o desejo de apenas relaxar e esquecer da vida que levara desde que se tornara cavaleiro de Atena. Um pouco de musica talvez o ajudasse a aplacar as dúvidas de seu coração. 

Alguém havia comentando sobre uma bela musicista que interpretava músicas clássicas em um clube de alta classe nas redondezas. Suas performances eram elogiadíssimas por praticamente todos aqueles que tiveram a oportunidade de vê-la lendo as partituras. 

Os braços da brisa noturna alisavam seus longos cabelos e os raios da bela lua que brilhava em seus olhos exaltavam mais ainda sua beleza. O pisciano inalou o ar fresco e fechou os olhos. 

No silêncio da noite um momento de paz. Sim, paz era o que cavaleiro de peixes ansiava. Fosse ela por meio da diplomacia ou por subjugação dos mais fracos. Os fins justificavam os meios. 

O breve instante foi quebrado por sons que o azulado conhecia bem: Risos de deboche e gritos de raiva. 

Tomado pela curiosidade o pisciano seguiu as vozes até um beco próximo. Sua expressão de serenidade não mudou ao ver a cena: Um casal cercado por quatro encapuzados com um deles carregando uma faca não mão. O homem pateticamente tentava defender a mulher das mãos que a tateavam em lugares íntimos. Até então parecia que não haviam avançado muito de propósito. Eram apenas caçadores se divertindo com o medo da presa. 

O pisciano lembrou-se de um dos motivos que o fizeram sair naquela noite: O descontentamento com a Saori Kido, a reencarnação Atena. 

A mulher era a Deusa que representava um dos aspectos da guerra, da justiça e inteligência. Ela deveria ser uma guerreira poderosa e sem igual. Seu nome deveria invocar medo e respeito a todos que o ouvissem. Em vez disso Saori Kido era nada mais, nada menos que uma mulher débil e incompetente. O caos imperava no mundo que ela deveria governar. Haviam guerras e conflitos em todos os cantos. Ela deveria ser deusa que supostamente ia trazer paz a justiça pra esse mundo. 

Paz. 

Paz era o que não existia naquele mundo. E aos seus olhos dele não seria algo difícil de se alcançar. Bastaria que Saori desse uma ordem, uma única ordem e o mundo seria dela. Bastaria enviar seus Cavaleiros para forçar uma paz mundial. Nenhuma nação conseguiria resistir ao poder dos cavaleiros. Sob o comando de qualquer um dos dourados, não haveria uma única nação que não iria se curvar perante ao poder de Atena. E mesmo assim, ela nada fazia. Qual era o objetivo dessa mulher? 

— Ei, chefe. Saca só o engomadinho ali. 

A voz trouxe a atenção do homem de volta pra realidade. 

— Ele ta com cara de ter bastante grana. 

— Ele parece é um viadinho. Da uma olhada na carinha limpinha dele? 

Os quatro encapuzados soltaram um sonora gargalhada. 

O andrógeno apenas fechou os olhos e riu timidamente, já acostumado com ignorantes que costumavam tentar ofendê-lo com "xingamentos" devido a sua aparência. Se os quatros bandidos tivessem se concentrado apenas no casal, Afrodite os teria ignorado. Afinal, se você é fraco e não consegue se defender, fuja ou treine pra ficar mais forte. Acontece que eles decidiram ignorar o casal e fixar seus olhos nele como sua nova presa. 

Esse foi o maior erro da vida deles. O destino dos quatro foi selado e tudo que lhes esperavam eram os vermes de suas covas rasas. 

O primeiro do quarteto avançou correndo pra atacar o pisciano com um soco no abdômen. Afrodite o repeliu com um tapa com as costas da mão. O golpe foi tão forte que o homem pareceu ter levado um soco de um boxeador profissional, e caiu no chão inconsciente e com o maxilar deslocado. 

Afrodite pôs um pé em cima da cabeça do homem caído, esfregou a sola do sapato em seu rosto e olhou com altivez e com um sorriso cruel para o restante. 

— MISERÁVEL!! 

O segundo bateu os pés no chão e tentou socar a face do azulado. Sem nem ao menos piscar, Afrodite agarrou o punho do atacante, e o apertou entre seu dedos. 

O homem tentou puxar o mão de volta, mas foi inútil. Ele gritou em pura agonia ao sentir os ossos sendo esmagados de forma lenta e cruel. 

— Implore para que eu te solte. 

— Me solte! Por favor! - Implorou com lágrimas nos olhos. 

— Por que está chorando? Pensei que homens não choravam. 

— Perdão! Perdão! Por favor! 

— Não. — Respondeu friamente. 

Afrodite continuou a amassar os ossos até ver o encapuzado cair de joelhos diante dele. Os gritos cessaram assim que um joelho conectou com seu queixo e quebrou diversos de seus dentes. 

O medo tomou conta de um deles que, totalmente desesperado, tentou fugir dando as costas ao inimigo. Erro fatal. Três rosas perfuraram a parte de trás de seu corpo e ele caiu com sangue escorrendo pela boca. 

O último tentou a todo custo fazer as mãos e as pernas pararem de tremer. O monstro a sua frente não demonstrava qualquer tipo de reação por pelo menos ter matado um deles. O encapuzado avançou com tudo o que tinha, faca em mãos e apontada para o coração do inimigo. 

Com os olhos fechados, o andrógeno facilmente bloqueou a lamina com uma de suas rosas negras. 

— Se quiser perfurar meu coração, use uma arma de verdade da próxima vez. 

Afrodite sacou uma segunda rosa e lentamente a cravou no peito do homem como se fosse uma faca. 

— Saiam daqui vocês dois. — O cavaleiro ordenou o casal que, entre agradecimentos corridos, deixou o lugar as pressas. 

— E quanto a vocês, — Ajeitou o terno e limpou a poeira imaginária de seus ombros. — Vão todos pra o inferno. 

Afrodite deixou beco para trás com os corpos dos encapuzados envoltos em rosas vermelhas da morte. 

— 

O sueco sentou-se sozinho em sua mesa dentro do clube. Sozinho, diga-se de passagem, por opção. Como a lenda que acompanhava seu nome, ele representava a beleza e o amor. Seu cosmo emanava uma energia que atraía quem quer que ele desejasse. Quando combinado com sua beleza, se tornava uma mistura mortal que era capaz de extrair os desejos de luxúria mais selvagens que uma pessoa poderia ter. Poucos tinham força pra resistir a tentação que apenas estar próximo a ele provocava. Nada daquilo lhe enchia os olhos naquele momento. Tudo o que queria era apreciar era ficar sozinho e apreciar um bom vinho. Isto é, até ver uma mulher se sentar d frente para o piano no palco e começar sua apresentação. 

Como bom piscianos e amante de artes e da beleza, identificou a bela música nos primeiros acordes. Era uma composição de Schubert, Impromptu n°3 Op 90 Alegro. Imediatamente se sentiu atraído pelas ondas sonoras que entravam pelos ouvidos, chegavam ao cérebro e distribuíam hormônios de prazer em seu corpo. Poucas vezes havia visto alguém tocar com tamanha competência. Não era apenas técnica, não eram apenas dedos nas teclas, não eram notas musicais, eram sentimentos verdadeiros. A mulher tocava de tal forma que quem quer ouvisse se sentia tocado pela maravilhosa melodia. Cada nota tinha um sentido único que o fazia suspirar. A pianista tinha o dom que faltava a muitos músicos técnicos: Ela tocava com a alma. Da mesma forma que ela sentia a música, fazia todos ao seu redor sentirem o mesmo. 

Ao término da música seguido de um salva de palmas, Afrodite se viu virando uma taça de vinho em uma golada pra se refrescar. 

Quando a segunda musica começou, um dos noturnos de Chopin em Mi Bemol maior, Op.9 No.2, o pisciano sentiu algo que nunca sentira antes subir pelo corpo. Parecia que ao começar a tocar, a mulher liberava uma cosmo energia quente e confortante como o abraço de um ente querido. Havia um sentimento inexplicável quando se a ouvia tocar. Talvez fosse algo relacionado ao amor? paz? Como alguém era capaz de tal feito? Era difícil dizer. 

O sueco observou a bela mulher com mais atenção. Seus longos cabelos negros movimentavam-se levemente pra acompanhar a cabeça. Sua pele branca como a neve contrastava com o vestido negro. Seus dedos delicados tocavam as teclas com leveza e fluidez, mas conseguiam extrair um som sólido e firme do piano. O que ela fazia era simplesmente hipnotizante. Ele precisava saber a qualquer custo quem era aquela mulher! Não era todo dia que conseguia encontrar uma que conseguisse o encantar como ela estava fazendo. Geralmente era o contraio que acontecia. 

Ao término da apresentação a mulher se dirigiu ao bar onde poderia apreciar um drink e receber os elogios das pessoas presentes. Afrodite esperou ela ficar sozinho para se aproximar. 

— Se estivéssemos a uns duzentos atrás, você estaria tocando em grandes salões para reis e rainhas e sendo aplaudida de pé. 

— Obrigado. — A mulher respondeu timidamente e de repente ficou pálida ao ver de perto o rosto do homem. 

— Seu talento para musica é magnífico. Eu já assisti dezenas de performances e posso lhe garantir, poucas chegam perto da sua. Se importaria de me dizer onde estudou? 

— Eu, bem, é que... — A mulher ficou tensa e começou a suar. 

— Você não é obrigada a responder se não quiser. Eu peço desculpas se isso lhe ofendeu. 

— N-Não é isso. Eu só...- A mulher olhou diretamente nos olhos azuis do pisciano. O que ela viu fez seu coração e respiração acelerarem. Apesar da total falta de hostilidade, havia um perigo indescritível de permanecer na presença dele. Um calor parecia a envolver lentamente, ao mesmo tempo que uma pedra de gelo passeava pela sua espinha dorsal. Aquilo a fez tremer dos pés a cabeça. Ela precisava se afastar o mais rápido possível. 

— M-Me desculpe. — E com essa palavras saiu apressada. 

O azulado franziu o cenho. Havia algo misterioso e excitante sobre aquela mulher. Era como se estivesse escondendo um grande segredo. Com certeza era algo que valeria a pena descobrir. Talvez da próxima vez ele conseguisse conversar melhor com ela, quem sabe? Sua apresentações eram semanais. Nada o impediria de vir aqui novamente. 

— 

A mulher bateu a porta de seu quarto, apoiou as costas na madeira e se deixou deslizar até o chão. Quase uma hora depois de seu encontro com o homem de cabelos azuis, ainda sentia o corpo tremer e coração retumbar violentamente em seu peito. 

O que eu vou fazer? Se perguntou ao passar as mãos pelos cabelos. 

Ela correu até o banheiro onde, na frente do espelho, removeu a peruca que escondia seus cachos reais e a maquiagem do rosto. Seu vestido ficou no chão frio do banheiro. Ela precisava de um banho urgente. 

Minutos depois ela se deitou em sua larga cama, tentando relaxar e a todo custo ignorar o perfume das rosas que invadiam suas narinas. Normalmente, aquele odor deveria oferecer conforto, no entanto, naquele momento, tudo o que ele trazia era o cheiro de perigo eminente. 

Ela sabia exatamente quem era aquele homem. Era Afrodite de peixes, um dos doze cavaleiros de ouro a serviço de Atena. A serviço DELA, Saori Kido. 

Dentre todos os dourados, ele era quem menos tinha confiança nela. As vezes tinha a sensação que ele a trairia na primeira oportunidade. Sua visão sobre paz e justiça eram destorcidas, sua visão de líder era de um ditador e sua visão ordem era a lei da mais forte. Era claro o seu descontentamento com ela, ainda assim, sabe-se lá porque, ele se mantinha fiel. Até quando ninguém sabia. 

A pianista fora uma personagem criada por ela mesma pra servir como válvula de escape de seus deveres como deusa. Agora a personagem poderia ser sua derrocada. 

Será que Afrodite teria coragem de tentar algo contra ela? E se ele descobrisse que ela estava procurando momentos pra ser Saori Kido e não Atena? Será que haviam outros cavaleiros descontentes com ela? E se ele resolvesse organizar um motim contra ela? 

— E o que foi aquilo no clube? Ele parecia genuinamente interessado na pianista. O que eu vou fazer? O que eu vou fazer? — Ela repetia enquanto tentava acalmar a mente. Entretanto, o cheiro das rosas que entrava pelas paredes não deixava. 

O que eu vou fazer?

 


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Notas finais do capítulo

Esse é o final? Sim.
Serio mesmo? Sim
Vai ter continuação? Não. kkkkkk

Acho que eu acertei na personalidade do Afrodite. :P
Sintam-se a vontade pra fazer criticas construtivas.



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