Sweet Mel escrita por fefu


Capítulo 10
Rica


Notas iniciais do capítulo

"Há riqueza bastante no mundo para as necessidades do homem, mas não para a sua ambição."
Mahatma Gandhi



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Três horas depois Mel permanecia deitada nas pernas de Sam porém não chorava mais.
— Quer falar? - Samantha perguntou enquanto passava a mão no cabelo de Mel.
— Ele morreu Sam, meu pai morreu e eu nem fiquei sabendo.
— Eu sinto muito.
— Sabe o que é engraçado? - Mel deu um sorriso totalmente irônico. - Eu tenho certeza que minha mãe fez de tudo para a notícia nunca chegar a mim. Ela deve ter pensado que eu ficaria com seu precioso dinheiro.
— Eu odeio sua família.
Mel levantou e abraçou Sam.
— Eu também, Branquinha.
Depois da conversa elas resolveram ir dormir, não tinha nenhum clima pra sair e mesmo que tivesse estariam super atrasadas. O silêncio se fez presente até que Mel resolveu quebrá-lo.
— Amor?
— Hum.
— Ela me pediu pra voltar.
Sam se endireitou e olhou para o rosto da namorada.
— Você quer voltar?
— Não.
— Você vai voltar?
— Talvez, Paola tinha mais coisa pra me falar, eu só não consegui ouvir. - Suspirou após a fala.
— Ei, não importa o que decida, eu vou estar contigo, ok?
Mel apenas confirmou positivamente com a cabeça, recebendo um selinho depois.
— Agora vamos dormir.
— Boa noite.
— Boa noite meu bem.
~~
O dia amanheceu e se Mel dormiu 3 horas foi muito, não tinha conseguido pregar os olhos, lembranças do dia que foi expulsa não parava de aparecer. Ela pegou o celular e verificou as horas, 8h30, estava cedo principalmente pra um domingo, contudo Mel resolveu levantar, se desvencilhou devagar dos braços de Sam e foi direto pro banheiro. Chegando lá se olhou no espelho, suspirou, passou a mão nos cabelos que estavam relativamente curtos, suspirou novamente, sua cabeça estava cheia de uns porquês e lembranças, uma delas tirou um pequeno sorriso.
"- Você não corre mais que eu? - Desafiou Mel.
— Será? Se eu ganhar vc me paga um açaí e se eu perder você me paga também porque é rica. - Respondeu enquanto sorria.
— Qual é Alice, isso não é justo.
— Não é justo seu pai te dar 100 reais toda semana. Agora para de miséria e se prepara pra perder.
— É o que veremos..
Então começaram a correr, a aposta era até a próxima esquina, Mel disparou na frente, tinha certeza que ganharia, até que um vulto pequeno passou com toda a velocidade ao seu lado, quando percebeu já estava muito atrás para ganhar.
— Hahaha, viu só, vc ficou cantando vitória antes da hora.
— Não acredito que perdi, quando você começou a correr tanto????
— Sei lá, e isso não importa, eu quero meu açaí logo, vamos.
Então Alice saiu na frente andando em direção a sorveteria, Mel balançou a cabeça em forma de negação e seguiu a amiga"
— Tá tudo bem?
Mel foi tirada do seus pensamentos por Sam.
— Sinceramente, eu não sei. - Respondeu enquanto colocava as mãos na cintura da namorada.
— Você precisa de uma massagem. Eu sei que receber uma notícia dessas é terrível, mas você precisa relaxar. - Sam estava com os braços ao redor do pescoço de Mel.
— Eu não sei amor, talvez, não acredito que quando estava indo tudo bem as coisas começam a dar ruim. Sabe eu estava feliz, e agora minha irmã liga, eu fico sabendo que meu pai morreu. - Suspirou. - Não sei o que fazer.
Sam não respondeu nada, simplesmente abraçou Mel.
Na casa dos Albuquerque o clima era pesado, desde a morte de Antônio as coisas não vão boas. Paola viu de perto sua mãe e seu irmão se transformarem em monstros sem coração que vivem só por dinheiro. Viu todo o patrimônio do pai cair no colo dos dois, até a parte que seria dela a mãe controlava.
— Que cara é essa maninha? - Perguntou Douglas entrando no quarto de Paola
— Cara de quem não está afim de papo, saía por gentileza.
— Minha nossa senhora do pop, que bicho te mordeu? - Se sarcasmo fosse uma pessoa com toda a certeza seria ele.
— Um bicho não, uma bicha bem chata, e que eu sabia aqui ainda é o meu quarto e eu que mando, então fora!
— Jesus, que humor em. - Foi saindo da sala. - Você precisa de sexo irmãzinha. - Douglas fala quando já estava do lado de fora.
— Vá à merda.
Paola sabia muito bem que sozinha não conseguiria desbancar sua mãe e o insuportável do irmão, então ela precisava de Mel, e por mais difícil que fosse trazer ela [Mel] de volta Paola traria.
Com esse pensamento ela resolve ligar novamente pra irmã caçula, o celular chama duas vezes e uma voz conhecida atende.
— Oi.
— Oi Mel, como você está?
— Como você imagina?
— Por favor quero que me escute, eu estou desespera e preciso da sua ajuda.
— Vou te dar 5 minutos do meu tempo, se o assunto for muito importante eu te deixo continuar.
— Ah ok, bom eu queria te contar o que aconteceu depois da morte de papai - Deu um longo suspiro e continuou. - Mamãe e o Douglas tomaram conta de tudo, até a minha parte eles tomaram, mamãe fez eu assinar um documento onde passava tudo pra ela. Ela está com todo o património que papai construiu em mãos e a única pessoa que pode me ajudar é você.
Passaram-se alguns segundos até a resposta de Mel.
— Ok, deixa eu ver se entendi, Cris Mary e Douglas ficaram com todo o dinheiro e inclusive o seu, e agora você quer minha ajuda, mas eu estou com uma dúvida, por que veio me procurar agora?
— Eu estou te procurando agora pelo fato de eu não aguentar mais, todos os dias eu tenho que ouvi-los falando sobre mídia, imagem e status, e esse controle só está acabando com a minha auto estima, minha identidade e minha felicidade, pois não aguento mais ser taxada como uma imbecil riquinha que levou o golpe da própria mãe. - Podia se notar a voz embargada de Paola, mesmo depois de um tempo Mel conhecia aquela voz.
— Se eu aceitar, como eu vou ajudar?
— Isso é fácil, papai deixou um testamento e nele tem que uma parte do dinheiro é sua, então nem mamãe nem o Douglas conseguem tocar.
— Ta, e você quer que eu faça o que com essa parte?
— Eu quero que você tome as rédeas da casa, quero que mostre a todos quem são eles.
— Paola, se você ainda me conhece sabe que eu odeio essa busca por dinheiro.
— Sim eu sei, por isso que peço não por mim ou por dinheiro, mas pela memória de Papai.
— Ele me mandou embora também, me mandou quando deixou CM fazer suas atrocidades.

— Eu sei, mas por favor, eu quero que pense.
— Tudo bem Paola, eu vou pensar, agora vou desligar, tchau.
— Tchau Mel.


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