Desabafo de Ilusões escrita por Sasa Rifa


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Esse texto(?) é na verdade um desabafo que eu precisava fazer comigo mesma. Não acho que eu seria capaz de superar se não tivesse escrito. É um texto que escrevi com o que tinha na minha cabeça no momento, então, me desculpem se vocês não entenderam... Além do mais, se você aí que esta passando por uma situação de despertar para a realidade que nem eu, espero que você se identifique e que comente no final, acho que falar sobre isso, compartilhar experiências é sempre bom para digerir o que estamos sentindo. Sintam- se a vontade para compartilhar comigo histórias de vocês também, afinal, só nos conhecemos por codinomes e as vezes falar com um desconhecido é até mais confortável...
Aiii vai...



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    As pessoas quando estão apaixonadas não costumam pensar no depois, em como será quando elas não estiverem mais apaixonadas, o que restará delas, ou o que será delas depois que saírem de uma ilusão. Elas nunca pensam, não importa o quão experiente elas sejam no amor.

    Eu sempre fui uma dessas apaixonadas pela imaginação do dia que eu finalmente ficaria apaixonada. Parece um pouco confuso, vou tentar melhorar...

    Eu lia livros, via filmes, escutava músicas e absorvia a dor, a paixão e a angústia de ficar apaixonado. Uma explosão de sentimentos tão grande e tão única na vida de uma pessoa que eu estava desesperada para experimentar.

    Eu queria sentir o beijo, o abraço, o toque... queria me entregar e não me entregar ao mesmo tempo, me dar bem na primeira vez que eu me apaixonasse, até por que eu acreditava que seria a única...

    Então finalmente aconteceu, veio de vagarzinho, como quem não quer nada e foi se acomodando de mim, e sem nem mesmo perceber, eu já estava completamente entregue ao sentimento. E foi como uma rua sem saída, eu não entendia porque doída tanto quando ele não olhava para mim em um dia e me ignorava completamente. Nesses dias era como escrever uma carta, mas deixa-la com destinatário em branco.

    Em contrapartida, eu também não entendia por que minhas bochechas doíam de tanto sorrir quando ele olhava para mim e eu via que o sentimento dele estava ali, aceso por mim da mesma forma. Era tudo em um silêncio de um olhar que eu via, mil palavras serem ditas, mil beijos a serem dados, sorrisos trocados e zilhões de memórias, que apesar de senti-las, nós nunca tínhamos vivido. 

    Eu sabia que estava me iludindo, onde já se viu, sentir-se nostálgica por coisas que não aconteceram, palavras e beijos nunca concretizados. A única coisa que eu não podia me iludir era o desejo estampado nos olhos dele, isso era inegável! Todos comentavam, como sua cabeça virava quando eu passava, ou como quando em uma multidão os primeiros olhos que ele buscava eram os meus.

    Mas mal eu sabia que nem sempre desejo era amor, vontade de ficar junto, sorrir com meu sorriso. Desejo era outras coisas também, vontade de ter, só isso.

    Mas eu estava tão animada, tão apaixonada pela minha ilusão que não reparei nesse pequeno detalhe: eu não o conhecia de verdade, eu o amava por minhas falsas lembranças e promessas silenciosas de olhares, que para mim, desejavam mais que a carne. Mas na verdade, quem era Leo?

    Um garoto sério, que quando sorria, tudo ficava lindo. Um garoto que já tinha feito muitas coisas ruins e que quando as contou para mim, eu decidi ignorá-las. Um garoto que me queria porque me achava atraente e misteriosa. Um garoto que trocou olhares comigo e indiretas por um ano e me iludiu, mesmo sem dizer uma palavra.

    Eu não te condeno Leo, eu condeno seus olhos e seu sorriso maldito que sempre desviava quando eu o pegava olhando para mim. Condeno sua falta de palavras e condeno minhas amigas. Mas acima de tudo, quem eu mais condeno, sou eu mesma.

    Eu não me apaixonei por você, Leo. Eu me apaixonei por alguém que sempre quis encontrar em algum momento de minha vida, e eu lhe peço perdão, porque eu te usei, peguei sua imagem e coloquei nela a essência de quem eu procurava. Nunca foi você, sempre fui eu.

    Minha ansiedade e todo o amor guardado encontraram você, e me fizeram me perder completamente de quem eu era de verdade.

    Hoje em dia você está com uma menina da minha sala, e eu te vejo se agarrar com ela nos intervalos de cada aula. Vejo você se declarar e correr até ela enquanto eu fico ali, sorrindo com meus amigos e tentando disfarçar minha desilusão. Mas você, Leo, é curioso, mesmo com ela ali, na sua frente, ainda percebo sua tensão quando eu passo, agora indiferente perto de você.

    Você não é como imaginei que seria comigo, mas mesmo assim, te ver com ela dói um pouco. Mas na verdade, é só na sua imagem que estou apegada e preciso me desfazer dela, afinal você já está com outra, apesar de ser um pouco vesgo as vezes.

    Não acho que você algum dia já gostou de mim, ou que esses olhares significam alguma coisa, afinal, pode ser coisa da minha cabeça... ela já me enganou tantas vezes.

     Tenho medo do que virá quando eu superar sua imagem, Leo, não quero outra pessoa sem alma, para que eu possa enchê-la na minha imaginação. Quero alguém de verdade, com defeitos, dores e um amor, um gostar verdadeiro no mínimo. Para isso preciso colocar rédeas na minha imaginação, não posso ser escrava dela novamente, e você Leo, precisa parar de ser escravo dos teus olhos, pois esse olhar que nós dois mantínhamos em segredo, acabou agora.

    Eu estou vivendo esse depois que eu disse lá em cima. Não sei o que será de mim agora, se descobrirei ainda esse ano o significado do termo amor e reciprocidade, ou até mesmo se serei capaz de perder o medo e me entregar completamente a alguém, mas a questão é... qual seria a graça de receber um spoiler? Viva, faça sua vida da forma como você quer, sempre podemos começar de novo e fazer-nos um novo fim, afinal, estamos SEMPRE aprendendo e em constante mutação. Encare como uma aventura, e tudo será suportável (eu acho)!


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Notas finais do capítulo

Foi um texto para mim, mas que decidi compartilhar, já que as vezes vocês já passaram por isso também e querem comentar alguma coisa, dar dicas ou até falar de experiências...
Sintam-se a vontade...



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