TOC escrita por Carolambola


Capítulo 16
16- Líderes de torcida!




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— Acho que o teste foi bom. Estava lotado.

— Claro que estava, Lily. Todo mundo quer ser líder de torcida.

— Não tinha nenhum menino esse ano…

— Vocês sabem que é difícil. Mas temos quatro contando com você, Tay, então nós vamos sobreviver. Fora isso, o teste foi bom. Temos material de qualidade esse ano.

Demoramos horas para copilar todos os nomes. Na primeira fase, tínhamos bem mais de cem meninas. Agora estávamos escolhendo entre as cinquenta e seis que sobraram. Mas terminamos. Meus pais me buscam, porque eu vim com Danny e esse já devia estar em casa. Estou com a lista das chamadas na pasta, e amanhã a equipe deve ir de uniforme. Era legal usar o uniforme da torcida na aula, porque ele era tipo um prêmio. Adormeço rápido e acordo com Sunny lambendo minhas meias. Levanto, tomo banho, me arrumo e vejo que meu celular tem uma mensagem;

Danny: Tenho que resolver uma coisa. Te vejo na escola, bj.

Fico confusa com a mensagem, mas não me importo de ir sozinha. Pego o Volvo e vou para o colégio cedo. A Mercedes já está lá, mas não tem sinal de Danny. De resto, a escola está vazia. Com toda pompa e circunstância, fazendo uma cerimônia sozinha no corredor, fixo a lista de nomes em todos os quadros de aviso.

— Lily!- estou no último quadro, pensando estar sozinha no prédio. Dou um pulo ao ouvir a voz de Danny atrás de mim – oi!

— Meu deus! Quer me matar de susto? Oi! - abraço ele. - o que foi?

— Eu entrei no time de futebol!

— O quê? Mas quando você fez o teste?- sorrio, o abraçando mais forte- parabéns, estou muito orgulhosa do meu namorado jogador.

— Obrigado. O teste era ontem. - ele olha nos meus olhos – a líder de torcida não vai dar um beijinho no namorado jogador?

— Claro, ele merece – beijo sua bochecha, rindo da cara que ele faz. Ele que me beija, então – nós acabamos de virar um esteriótipo.

— Que clichê. Mas a nossa história não é convencional, então estamos salvos.

— Pode ser.

Descemos até o primeiro andar e observamos conforme os alunos iam conferir as listas, esperando que seus nomes estivessem ali. Sempre tinha alguma menina chorando e sendo consolada pela amiga. E sempre tinha uma vibrando. Reconheci Allyson e Missy Brown, as irmãs que foram muito bem no teste. Elas deram pulinhos ao lerem seus nomes no papel. Eu estava ali parada ao lado de Danny, conversando com ele totalmente distraída quando elas quase me derrubaram em um abraço. Segundo susto do dia. Sorrio para elas e noto quando elas dão uma olhadinha para Danny e se afastam, dando risadinhas. É melhor que fiquem longe do meu namorado, senão…

— Elas olharam para você. Deixa de ser tão bonito. - digo, brincando.

— Eu não posso fazer nada. Não é minha culpa ter nascido tão perfeito.

— Verdade. E tão modesto.

— É. Mas eu só tenho olhos para uma líder de torcida. Então acho que elas vão ter que achar outro alguém para olhar.

Concordo com a cabeça e continuamos a observar. Todas as candidatas, mesmo as já eliminadas, checam a lista. Recebo muitos abraços por estar parada ali. Um pouco mais tarde, Dot se junta a nós.

A aula em si passa muito rápido. Os professores ainda não estão dando matéria. Em um piscar de olhos, eu, Dot e Amanda estamos no terceiro degrau das arquibancadas, de frente para o campo onde os meninos correm, e com trinta e quatro mochilas atrás de nós. As mochilas masculinas eram diferentes, e são por essas que começamos.

— Jasper, Taylor, Joseph, Arthur. - grita Dot no auto falante. A voz dela se propaga e todos os jogadores no campo se viram. Os quatro meninos pegam as suas respectivas mochilas.

Eu adorei aquela pasta. Era uma mochila de costas, enorme, estofada. Cabia um monte de coisa. Dentro de cada uma tinha a caixa do uniforme “oficial”, uma toalha de rosto e garrafa de água. Além disso, também tinha o abrigo e o conjuntinho comprido para o inverno. Tudo identificado.

Continuamos aquela entrega e ainda me pergunto como nos entregaram aquilo tudo em um dia, afinal os uniformes eram únicos da escola, só a Honoria podia usar. Acho que eles fizeram vários e distribuíram nas mochilas conforme os tamanhos. E claro, eles nos mandaram os extras.

Terminado isso, ainda temos uma hora de treino, então vamos para a beira do campo. Os meninos já pararam de correr e estão fazendo alguma coisa qualquer. Eles não estão de uniforme ainda, como as novas líderes.

— Então, meninas. - a treinadora aparece, do nada – é, vocês tem treinadora. Meu nome é Jane. Agora, já que é o primeiro dia e eu estou vendo algumas celulites daqui… três voltas ao redor do campo, correndo. Valendo!

Todas começamos a correr. Eu admito que ser líder de torcida até melhorou minha asma. E eu tinha um negócio novo que me permitia correr livremente por um certo período de tempo.

Obviamente, as líderes antigas terminam antes das novatas. Esperamos que elas cheguem, ofegantes, de volta ao ponto de partida.

— Vamos ter que trabalhar nisso. Parem de olhar os garotos e foquem no trabalho. Não se distraiam, não se machuquem. Comigo, somos trinta e cinco. Só vinte e cinco vão competir, ou seja, nove princesas vão ficar de fora. Façam por merecer. Agora, vão provar o uniforme, que eu estou louca para vê-los.

Corremos até o vestiário e colocamos a roupa nova. Fica perfeito no corpo e o material é bom. E é muito mais bonito que o anterior, mesmo sendo verde e branco que nem o outro. Voltamos.

— Muito bom, ficou ótimo! Dotty, amei seu bronzeado. Lily, você está tão magrinha. Aliás, minha equipe este ano está linda! Vamos começar, então. Daqui uns dias já começa a temporada de jogos, e logo tem os campeonatos. Quero ver todo mundo comendo bem e se cuidando. As mais velhas, façam o favor de mostrar algumas bases para as novatas. Todo mundo se mexendo… agora!

Obedecemos. As novas já estão querendo fazer piruetas e pirâmides, mas não vai rolar até que saibam o básico. No final, montamos a tal da pirâmide, e admito que estava apavorada de ter que ficar lá em cima. Não era nem aquela que a base fica abaixada, era muito mais complicada e assustadora. Tenho vontade de reclamar, mas isso desfaria minha boa impressão. Então eu subo.

Ao chegar lá em cima, porém, a sensação é muito boa, mesmo que sinta as novatas tremendo na base. Aceno para Danny, que tinha até parado para assistir.

— Pode descer, Lily!

Ouço a treinadora gritar a parte que mais odeio. Tremendo de medo, cruzo os braços no peito e deixo o corpo cair para trás, juntando as pernas. Caio nos braços de Taylor e Arthur, aliviada. O impacto é desconfortável, mas é bom sentir meus pés no chão quando eles me soltam. As outras camadas fazem a mesma coisa, e é um parto convencer as novas de que elas não vão cair no chão, mesmo que tenhamos feito aqueles exercícios de confiança mais cedo.

O treino termina junto com o futebol, mas Danny tem que ficar mais um pouco para ver as roupas e tomar banho. E ele veio de carro. Me despeço dele e vou para casa.


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