Mundos em conflito escrita por LariBookworm


Capítulo 10
A festa e os finais




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Isabella estava num estado de transe, tudo aquilo era perfeito, tudo que já havia sonhado, todo o que sempre quis, como Violet dissera, ela estava nas nuvens, olhou em volta meio aérea, tentando achar os olhos de Timothy na multidão a sua volta, mas não conseguia ve-lo, nem Natalie ou Rosalie, o que a chateou, mas Violet segurou um de seus braços delicadamente, a afastando da mesa até o canto do jardim.

— Meu bem, por que não fica? podemos arrumar o quarto pra você, lhe arrumar uma bela cadeira ao lado da minha para reinar - Violet disse tranquila e Isa sorriu ainda meio aérea com tudo rodando em sua cabeça

— Eu.. eu... - Isa disse e Violet riu levemente, seu plano se desenrolando mais fácil do que imaginava, a menina era toda sua

— Respire, pense um pouco meu bem

— Por que não me responde amanhã de manhã? descanse um pouco, sonhe com tudo que irá conquistar conosco - Violet disse doce guiando Isa para dentro da casa e de volta ao quarto, Oliver agarrou nat mais apertado, a impedindo de seguir, o que fez a garota o olhar com ódio

— Tira as mãos de mim eu vou atrás da isa! - Nat disse furiosa e Oliver apontou para Mike e Ângelo levando Julie para o escuro - Mas o que.. - Nat disse pronta para gritar por Julie, mas Rose pôs uma mão em sua boca alarmada

— Eu ouvi ela chamando o moço de pai - Rose disse nervosa e os olhos de nat se arregalaram em choque quase tanto quanto os de Oliver, Tim era o mais surpreso entre eles

— Não é possível - Nat sussurrou em choque e Oliver a abraçou por trás olhando kat e Jake conversando no canto do jardim

— Primeiro descobrimos que a Violet mandou matar a própria irmã, depois o Tim descobre sobre aqueles dois, e agora a Julie... - Oliver sussurrou pensativo e por um segundo nat olhou Rose com desconfiança

— Só faltava você ser um deles também - Nat disse e imediatamente se sentou culpada quando todas as borboletas do jardim morreram, lágrimas gordas derramando dos olhos de Rose enquanto tristeza a devastava - Rose... - Nat disse chateada e Rose a abraçou com força chorando, o que fez nat suspirar - Eu sinto muito, sinto muito mesmo - Nat sussurrou e Rose soluçou com as lágrimas

— Eu não... eu nunca faria... - Rose disse se perdendo em novas ondas de choro

— Nós sabemos, amamos você Rose - Nat sussurrou e beijou o topo da cabeça de Rose enquanto a menina se acalmava aos poucos

— Todo mundo só está muito nervoso - Oliver disse e Rose concordou

— A Isa vai ficar bem não vai? vamos pra uma casa nova - Rose disse esperançosa enxugando as lágrimas, nat olhou para Tim nervosa, enquanto Oliver ia espiar pra onde levaram Julie, ela os havia traído, mas ainda passara seis anos em companhia deles, Oliver queria entender o que estava acontecendo

— Vai ficar tudo bem, por que você não acorda a bella amanhã? ela adora te ouvir cantando quando acorda - Tim disse abraçando Rose e ela sorriu levemente

— É uma ideia! eu vou descansar pra alegrar a Isa amanhã! - Rose disse alegre e atravessou alguns grupos de recrutas comendo bolo para ir até o quarto

— Acha que ela volta conosco? - Nat disse olhando Tim depois de ver Rose entrar segura, os olhos verdes dele brilhavam com insegurança para os azuis celestes

— Não sei, a Violet mexeu com alguma coisa nela - Tim sussurrou e nat o olhou preocupada

— Qual a chance de você acabar aqui no hospício tambem? - Nat disse sabendo o quanto o melhor amigo era louco por Isa, mas Tim não respondeu, só entrou com nat na casa novamente, querendo o conforto de sua cama até saber o que Isa decidiria, Leon mantinha um olhar atento sobre os dois para garantir que nenhum deles iria atrapalhar o alvo de Violet

Oliver se escondeu por detrás de uma árvore, olhando em choque como Julie discutia ferozmente com Ângelo sobre algum tipo de acordo, e depois era jogada por Mike com violência no chão, o homem não estava com pena alguma de Julie, fúria queimando em seus olhos enquanto ele violentamente descontou nela todas as suas frustrações, usando sua tentativa de intromissão como desculpa.

Julie implorou por perdão depois de cada golpe, chorando e tentando inutilmente segurar Mike, tão apavorada que sequer conseguia pensar em procurar algum animal por perto que a ajudasse, Oliver contou cerca de sete socos pelo tronco de Julie, e uns três chutes em seus quadris, ele estava tentando não olhar muito, os resquícios de empatia fazendo seu estômago revirar, Julie não estava sangrando, mas parecia com muita dor, e olhava para Ângelo com desespero quando Mike lhe deu o quarto chute, implorando com os olhos azuis que o homem a ajudasse.

Mas Ângelo sabia coisas que Julie jamais poderia sonhar que aconteceram, e qualquer conexão que pudesse ter com a menina, era tão fina quanto a faca que usara para tirar a vida dos que trouxeram Julie ao mundo, rapidamente, Ângelo sentiu suas asas o embalando um pouco, quando sua mente se perdeu em memórias empoeiradas de sua antiga vida como capanga do pai de Violet.

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Angelo tinha apenas 17 anos quando foi vendido pelos pais para o chefe dos Blackwood, o casal de humanos amava demais o filho para entrega-lo as autoridades, mas suas asas crescendo do nada durante a noite após completar dezessete anos eram abomináveis demais para seus conceitos conservadores e quando a oferta de dar o filho a uma família rica apareceu, aceitaram na hora, ainda mais com a bela bonificação que receberam.

Sem que o clã ao qual seu chefe pertencia soubesse de sua existência, Ângelo era usado e tinha sua humanidade cada vez mais arrancada, cumprindo todas as missões dadas por seu dono terrível, por dois anos, sua vida foi dolorosa e muito tortuosa, até o dia em que recebeu a missão de matar uma família de sombrios que ameaçava denunciar lorde Blackwood ao clã, o levando assim a execução.

Ele foi até a casa, se lembraria para sempre daquele dia, a mãe era loira, lindíssima, cantava na sala enquanto a sala estava lotada de pássaros, que se mexiam levemente com a canção, Ângelo se lembrava de atirar no peito dela, sem a menor emoção e assistir o sangue cobrir o chão enquanto as aves disparavam pela sala chiando desesperadas, agora sem um motivo para estar naquele local fechado.

Angelo abriu a porta, deixando os pássaros, muitos sujos do sangue da mãe de Julie, voarem descoordenados para fora, ele andou até o quarto, e quase descarregou todas as balas da arma no marido, que havia levantado sonolento com o barulho vindo da sala, ele não durou quase nada, mas Ângelo anda podia ouvir a mãe soluçando pelo ar na sala.

Andou até o quarto das crianças devagar, e descobriu que só havia uma criança lá, apavorada, uma menininha igual a mulher caida na sala de estar abraçava uma grande pelúcia de gato preto com olhos verde oliva, ela tremia olhando Ângelo, que a olhou um pouco desconfiado, mas ela entrou em pânico olhando as asas ensanguentadas de Ângelo, chorando e implorando por clemência.

Ele teve pena daquela doce menininha chorando, parecia tão pura e inocente que Ângelo a levou para a mansão consigo, explicou os poderes que ela poderia herdar a seu chefe e então lorde Blackwood alterou as memórias de Julie, a induzindo a ver Ângelo como pai e pensar que a mãe foi brutalmente morta por humanos, mas seu doce pai a salvou da morte.

Ângelo a criou por quatro anos para ser a recruta perfeita, e quando tinha doze, Julie foi mandada para a casa onde o colar da escolhida foi encontrado, contou uma história triste, e então se infiltrou perfeitamente com eles

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Ângelo não via Julie a seis anos, e a reencontrou só para constatar que ela era fraca como os pais, e uma traidora, talvez a morte fosse seu destino, mas quando Mike se preparou para dar outro golpe, ele viu a garotinha que salvou dez anos atrás, e o impulso de tira-la do perigo foi maior que seu medo, então Ângelo segurou Mike, e Julie solucou de alívio, finalmente deixando as lágrimas caírem.

— Já chega ela não vai conseguir encenar direito se estiver visivelmente marcada - Ângelo disse frio e Mike se acalmou arrumando a postura

— É bom cuidar da boca garota - Mike disse num tom feroz, que fez Julie estremecer de terror e levantar rápido ignorando a dor latente, então Ângelo assistiu a menina lhe dirigir um olhar grato, mas ainda confuso demais pela demora da reação que devia ter sido imediata

— Vai pro seu quarto - Ângelo disse frio e Julie rapidamente se afastou mancando um pouco, a dor consumindo seus corpo aos poucos enquanto Mike a escoltava até o quarto de longe

Oliver esperou Ângelo sair, e então foi até o quarto de nat, contando a ela tudo que viu, mas a dor da traição havia deixado Nat tão amarga sobre Julie quanto ele próprio ficara, o que não lhe rendeu mais do que sua namorada estremecendo, um suspiro e uma ordem de que fossem dormir para aquela história acabar o mais rapidamente possível, então os dois dormiram.

Harry assistiu a irmã fugir dele, depois de repente Raymond sumir na multidão, sua mente trabalhava furiosamente atrás de respostas, então o parabéns foi cantado, Mike saiu com Julie, Leon foi escoltar Timothy e Natalie, enquanto Jake, na visão de Harry, distraia a última menina do clã do norte, Kathleen, no canto do salao com uma conversa sobre a neve, Violet disse para distrair e controlar todos para manter seu plano nos trilhos, então Harry não viu nada de mais.

Mas as atitudes da irmã preocupavam muito Harry, como ele mesmo havia montado a floresta ao redor da casa para Violet, sua amada rainha, o irmão de Cindy andou pela floresta com os olhos brilhando em rosa bebê, enquanto rastreava Cindy em meio as árvores, se Raymond também estava atrás dela devia ter demorado achar cindy no escuro e em meio a tanta vegetação.

Ele finalmente conseguiu ouvi-la chorando um pouco ao longe, e a medida que Harry se aproximava, seus olhos iam apagando e ele podia ouvir cada vez mais a conversa entre Raymond e Cindy, mesmo que a cada frase o ódio crescesse mais e mais nele.

— Eu sinto muito, eu não podia... - Cindy disse entre lágrimas e Ray a abraçou com força

— Tudo bem, está quase acabando, vai ficar tudo bem - Ray sussurrou acariciando o cabelo de Cindy e ela o apertou com força soluçando

— Ray por favor eu não quero estar aqui... eu... eu tenho que te contar uma coisa - Cindy disse trêmula olhando Ray, mas ele apenas pode abrir um sorriso orgulhoso a olhando

— Eu sei - Ray disse a abraçando com ternura e Cindy o olhou totalmente em choque

— Você o que? - Cindy sussurrou em choque esquecendo as lágrimas por algum tempo, Harry olhava os dois totalmente chocado

— Queria uma menina igualzinha a você, na verdade, queria os dois iguais a você - Ray disse fazendo cafuné em Cindy, que riu e encheu Ray de beijos, ele a abraçou com força a girando, mas suas torcidas para que tudo desse certo queimaram quando Harry se aproximou furioso e arrancou Cindy de perto de Ray com violência

— Harry! - Cindy disse com uma mas mãos voando para a barriga no automático, e a outra segurando o irmão quando ela quase caiu com o puxão

— Tire as mãos dela - Ray sibilou de modo ameaçador e Harry tremeu, mas não soltou Cindy, penas apertou seu braço a puxando mais perto de si, a irmã parecia apavorada

— O que à errado com você!? Como pode deixar ela te seduzir assim!? - Harry disse olhando Ray de modo acusador e Cindy saiu do estado de pânico para olhar Harry chocada

— Mas hein!? - Cindy disse olhando o irmão irritada, Harry não apareceu se abalar

— Nós dois vamos conversar depois Cidney! não posso crer que você seduziu um dos cavaleiros da Violet como uma vadia qualquer! - Harry disse e em menos de dois segundos Cindy acertou um tapa com toda sua força no rosto de Harry, o derrubando no chão

— Primeiro, não gosto do meu nome, então cale a boca - Cindy disse e arrumou o vestido - Segundo, se me xingar de novo vou cortar sua língua, e terceiro, ele me beijou primeiro! - Cindy disse em sua defesa e Ray a olhou incrédula

— Você estava me provocando! - Ray

— Você começou! - Cindy disse pondo as mãos nos quadris frustrada

— Você estava bem assim, a uns dois centímetros de mim! o que queria que eu fizesse!? - Ray

— Me beijasse oras! - Cindy disse e Ray a olhou totalmente confuso

— Mas foi o que eu fiz! - Ray disse exasperado, por um momento nenhum dos três lembrava da situação de dois minutos atrás, Harry estava prestando atenção demais na história para reagir

— Mas foi você que me seduziu com aqueles olhares apaixonados todos!! - Cindy

— Eu jamais fiz isso! foi você que fez! - Ray disse cruzando os braços

— Não é minha culpa se você de repente foi todo fofo comigo depois que matei aquela garota! - Cindy

— Você estava abalada! parecia que ia morrer só de lembrar! Eu precisava fazer algo! - Ray

— Por que!? - Cindy provocou e Ray a agarrou pela cintura colando o corpo dela ao seu

— Porque eu estava apaixonado até os ossos por você! Provocadora!! - Ray disse decidido e beijou Cindy por um segundo, o que a fez rir levemente, a mente de Harry conflitava entre felicidade pela alegria da irmã e repúdio pela pessoa que segurava Cindy nos braços

— Você sabia que era o meu sonho, como pode fazer isso cmg? - Harry rosnou tirando Cindy e Ray de seu pequeno momento

— Harry... você não entende... - Cindy disse e Harry levantou furioso a encarando

— Eu não entendo!? você que não entende!! Eu perdi tanto tempo pra te trazer comigo que o mínimo que você me deve é respeitar os meus sonhos! - Harry vociferou e Cindy deu um passo a frente furiosa

Os dois discutiam ferozmente, e quando Harry ameaçou bater em Cindy, com uma das mãos levantando para acertar o rosto delicado dela, seus olhos queimavam com fúria intensa, enquanto Cindy o olhava com desprezo.

— Você não terá filho nenhum deste traidor eu não vou permitir! nem que tenha que arranca-los de você! - Harry rosnou e antes que Cindy pudesse fazer algo, Raymond reagiu mais rápido, acertando o punho na garganta de Harry com toda força.

Primeiro Cindy congelou, o estalo da traqueia do irmão quebrando transformou cada gota de sangue dela em gelo, ela observou Harry cair no chão sufocando, e se debater pela grama tentado gritar, podia sentir os braços de Raymond em volta de seu corpo, mas a mente dela estava longe demais para reagir.

Lentamente os olhos de Cindy ficaram rosa bem claros, e cada vez mais a árvore perto deles envolvia o corpo desacordado de Harry, tirando o irmão da linha de visão de Cindy, o que fazia ela se sentir um pouco menos mal.

— Querida... - Ray sussurrou e Cindy apenas o abraçou em silêncio

— Somos uma família agora, estamos só nós quatro... Ele queria matar minha família... - Cindy sussurrou e Ray beijou sua testa com ternura

— Esta tudo bem, tudo bem - Ray disse a embalando levemente - Arrume as suas coisas, vamos sair numa missão de manhã pra despistar e você nunca mais terá de ver esse lugar - Ray sussurrou e Cindy concordou fungando levemente

Raymond ficou mais um bom tempo com Cindy no escuro, a confortou enquanto chorava, depois a teleportou até o quarto e os dois dormiram juntos, mal se preocupando em trocar as roupas da festa.

Enquanto isso Isabella estava em seu quarto sonhando, milhares de cenários perfeitos rodando em sua mente com a possibilidade de ficar naquele pequeno paraíso, sonhava até em trazer sua mãe e seu irmão para ficar com ela, como Violet havia sugerido antes de fechar a porta do quarto de Isabella, além disso, se estivesse com Violet, poderia se livrar do pai que a maltratou de forma tão terrível.

O cenário do pai sendo torturado e executado a assustou para fora dos lindos sonhos, deixando que acordasse apavorada e ofegante, finalmente ouvindo os apelos de Julie ao lado da cama.

Isabella a olhou confusa, o maxilar de Julie estava muito vermelho, e ela parecia com dor ao ficar de joelhos ao lado da cama de Isabella, que nunca vira a loira parecer tão emotiva na vida, os olhos azuis expressavam pânico e alarde, o que fez Isabella sentar na cama preocupadíssima.

— Julie? o que foi? - Isa disse passando uma mão pelo cabelo meio tonta, os cenários dos vários sonhos rodando em sua cabeça

— Isa você precisa me escutar, não pode ficar aqui - Julie disse nervosa agarrando os ombros de Isa, que a olhou confusa

— Mas todo mundo gosta de mim aqui, e eles querem cuidar de mim - Isa disse e Julie suspirou a olhando

— Isa, é uma mentira, foi tudo encenado, Jake é um eles, até eu sou, nós entregamos você, eu sinto muito, sinto tanto - Julie disse com lágrimas nos olhos e Isa começou a tremer se encolhendo na cama

— Você... você... por que? Isa sussurrou em choque e Julie a balançou um pouco

— Isa, eu sinto muito pelo que fiz, mas não tive escolha, precisa acordar, a Violet entrou na sua cabeça, precisa se concentrar eu não tenho muito tempo - Julie disse e os olhos de Isa começaram a escurecer rapidamente enquanto tentava se soltar das mãos de Julie

— Você está mentindo, a Nat mandou você! Violet disse que eu ia poder ver minha família! eu sinto falta deles.. - Isa disse tremendo cada vez mais e Julie apertou os braços de Isa a chacoalhando

— Sua família e feita de humanos Isa! preste atenção no que está dizendo a Violet vai te levar a matar todos eles! - Julie disse e então sentiu o corpo de Isa ficar tenso, os pontos que Julie tocava rapidamente se tornaram negros como breu e os olhos de Isa pareciam pontos de puro vazio quando sua mente se encheu de diversos rostos da mãe e do irmão sofrendo

De repente toda a mente de Isabella entrou em surto quando a ficha dela caiu e toda a situação ficou clara, Julie assistiu com um pouco de terror como as sombras cobriram cada pedaço do quarto, tornando tudo negro e vazio lentamente até que a lâmpada estourou, impedindo que qualquer luz aparecesse.

Julie tentou chamar por Isabella, que continuou parada e imóvel com os olhos fixos num ponto qualquer da parede, suas emoções guerreando em sua cabeça, a ansiedade em sair dali tão grande quanto o ódio contra Violet, o que começou a pender para o lado de Julie, que era a única por perto.

Quando viu as sombras enevoando seus pés e panturrilhas, Julie teve que por uma mão sobre a boca para abafar um grito, era uma sensação estranha, como um toque, mas extremamente frio e aterrorizante, tentou se contorcer, mas as sombras não saiam e de repente a estavam puxando para dentro do chão.

— Isa, Isabella por favor, eu não sou ela, por favor por favor - Julie disse chorosa e Isa piscou um tanto em choque, seus olhos voltando a ficar claros e o quarto voltando a receber a luz delicada da lua

— Desculpa - Isa sussurrou abraçando as próprias pernas, Julie levantou trêmula e foi até a porta, então deu uma última olhada em Isa

— Isa você deve ir embora, aqui não é o seu lugar, você não é como eles - Julie disse e Isa correu até ela a abraçando com força

— Venha com a gente - Isa sussurrou triste - Os outros vão te perdoar se você não teve escolha - Isa

— Eu tenho de ficar com meu pai - Julie sussurrou e beijou a testa de Isa - Se cuide, fique bem e não deixe o mundo pressionar você demais Isa - Julie disse e então saiu do quarto, deixando Isa sozinha com seus pensamentos

Pela manhã, todos desceram para tomar café, avisados por Isabella de madrugada, Timothy, Natalie, Oliver e Rosalie haviam feito as malas para ir embora rapidamente, até Leonardo já havia falado com Natalie para ir com eles, querendo rever Bonnie o mais rápido possível, Raymond e Cindy já estavam prontos, comendo o mais rápido possível depois de Violet te-los autorizado a ir na missão.

Isabella estava comendo com calma, quando Cindy levantou e se preparou para pegar as malas, Raymond se teleportar ia para lá e os dois sumiriam, mas Violet agarrou o braço de Cindy a impedindo de dar mais um passo, o que fez tanto Raymond quanto ela congelarem levemente.

— Onde está o seu irmão? - Violet disse tranquila e Cindy se soltou arrumando o casaco tranquila

— Eu não sei, ele não se sentia bem a noite, não deve querer descer - Cindy disse sabendo que Violet jamais gastaria seu precioso tempo para ver se Harry estaria bem ou descansando no quarto

— Por que não falou com o Jake? ele já devia estar melhor e aqui para recepcionar a Isabella - Violet disse e Isa parou de comer entendendo o que acontecia ali, aparentemente ela não era a única querendo ir embora

— Não à necessidade Violet, deixe a menina ir para onde deve - Isa disse e Violet relaxou um pouco não querendo chatear a garota

— Eu vou dar uma olhada nele mais tarde - Jake disse e Violet acenou com a mão para Cindy e Ray querendo que aquilo acabasse logo, Ray deu a Isa um olhar agradecido quando Violet não estava olhando, então os dois sumiram

Violet voltou seu olhar de volta a Isabella, um sorriso brilhante em seus lábios quando a garota de olhos amendoados a encarou, Isabella pensava em como dizer que ia embora, enquanto Violet planejava como abusar de seu poder quando ela se instalasse lá.

— Então meu bem, como você vai querer o seu quarto? - Violet disse e comeu uma garfada de omelete

— Eu... não vou ficar, Violet, sinto muito em dizer, mas meu lugar não é aqui - Isa disse e pela primeira vez em muito tempo, Violet congelou

— Como disse? - Violet sussurrou com a mente maquinando furiosamente enquanto Isa levantava com nat e Oliver, Tim e Rose tinham guardado suas malas de madrugada e decidiram esperar por eles na sala e terminar o café

— Eu não ficarei aqui de modo algum, e não acho correto nenhum dos modos como agem, mas foi uma linda festa, obrigada - Isa disse e se curvou levemente, como forma de respeito, depois subiu rápido para o quarto, nat e Oliver andando apressados para os seus

Violet estava furiosa, mas suspirou, fingindo tranquilidade, e lançou um olhar vagaroso, e um tanto estranho, a cada um de seus cavaleiros e pessoas na longa mesa de ébano mesa, incluindo Timothy e Rosalie.

— Eu vou terminar com as malas de todo mundo - Tim disse e levantou com pelo menos metade da mesa, então saiu da sala de jantar

Isabella guardou as poucas roupas levadas para a casa o rapidamente que conseguiu na mala, os sapatos e outras coisas também, quando a porta se abriu devagar e Tim entrou sorridente no quarto com as mãos nos bolsos, ele olhou as malas todas feitas e então passou uma mão pelo cabelo suspirando.

— Isa você tem certeza do que está fazendo? - Tim disse preocupado e Isa assentiu fechando tudo

— Claro que tenho, quero ficar com vocês, são meus amigos, a única família que me resta nessa vida nova, não quero virar uma assassina de humanos - Isa disse e Tim chegou mais perto quando Isa se virou para encarar seus queridos olhos verdes

— Se você decidir ficar eu não a abandonarei, e você poderia ver a sua família antiga, teria uma vida estável - Tim disse passando uma mão pelo rosto de Isa, que sorriu pra ele pondo as mãos nos ombros de Tim

— Eu não quero estar aqui, mas aprecio que esteja ao meu lado - Isa disse e Tim suspirou, os olhos verdes possuíam um sentimento estranho, e Isa estava tão distraida com os olhos que não notou quando Tim tirou a outra mão do bolso

Ele rumou a mão direto para o estômago de Isabella, enterrando a longa adaga de prata nela tão fundo na menina que Isabella sentia seu corpo rasgando ao meio, o grito de agonia foi rapidamente seguido aterrorizado, quando Timothy fez questão de girar a faca para apreciar melhor os gritos.


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