The Cure escrita por Marie


Capítulo 1
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Notas iniciais do capítulo

Olá você que está lendo isso aqui.
Não é a minha primeira estória postada aqui, mas depois de desistir de duas de vez, reli todos os capítulos de The Cure que eu já havia escrito e decidi postá-la, porque a tenho toda em mente e pretendo levá-la até o fim e espero que me acompanhem até lá também.
Então, me ajudem! hahaha

Espero que gostem, boa leitura.



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Heather é, mais uma vez, naquela mesma noite, obrigada a acordar graças aos pesadelos constantes que a perseguiam.

— Que droga! – ela diz, irritada, sentando-se a cama e olhando no relógio ao lado, que estava indicando 04h03min da manhã.

Ainda a restavam três horas de sono até que ela realmente precisasse levantar pra começar a se arrumar para ir ao trabalho, mas ter uma boa noite de sono era algo que ela desconhecia a anos. Os mesmos pesadelos que ela tinha desde a adolescência a impediam de dormir e antes de ter que se acostumar com eles, sempre acordava chorando, com medo de tudo se repetir, mas agora, aos 23 anos, Heather começou a ter controle sobre as péssimas sensações que tinha com aqueles sonhos terríveis.

Sem outra escolha, já sabendo que não conseguiria dormir mais, Heather seguiu para a cozinha do seu minúsculo apartamento, abriu a geladeira e pegou a caixa de leite, tomando o pouco que ainda restava.

Em seguida, parou por um tempo e começou a observar o escuro da cozinha. A escuridão lhe trazia arrepios, não importava o tanto que ela tentava lutar contra aquele medo, mas era impossível não lembra-se do que já passou exatamente em escuridões como a que ocupava a sua casa. Heather correu até o interruptor e acendeu todas as lâmpadas possíveis somente para conseguir afastar os pensamentos que a deixavam amedrontada sempre que tinha que encarar a escuridão.

Ela fechou os olhos, suspirou e tentou acalmar-se, afinal, ela passou por isso a sua vida inteira e recusava-se a ir a um psicólogo para tentar cuidar do assunto.

Não, não, não. Eu consigo lidar com isso.

Ela dizia a si mesma sempre que a ideia vinha em sua mente.

Só em pensar que teria que contar tudo que já passou, a vontade de suicidar-se que ela tinha dos 14 anos aos 20, era capaz de voltar. Afinal, ela sentia nojo de si mesma.

[...]

Depois de ficar horas em frente à televisão assistindo programas idiotas que passava durante a madrugada, o despertador do seu celular tocou, avisando-a que já era a hora de começar a se arrumar para ir ao trabalho.

Heather trabalhava na L.H. Investiments, uma empresa que, basicamente, abria as portas para outras empresas conseguirem crescer no mercado. Mas era claro que ela não trabalhava lá porque se formou em alguma coisa importante que a levou a ser secretária de um dos milionários de São Francisco. O que ela já passou antes de conseguir isso, era assustador.

Foco, Heather. Foco!

Ela dizia para a imagem do espelho sempre que seu passado voltava a atormentar sua mente.

[...]

Assim que chega a L.H. Investiments, Heather abaixa a cabeça e continua seu caminho. Todos naquela empresa sempre a julgavam como antipática e antissocial porque ela quase nunca participava de nenhuma festa ou qualquer outra coisa que era feita com todos os empregados dali, mas ela não se importava com o que diziam dela, até porque ela nunca estava a fim de se justificar.

— Heather! – ela ouve Cece, a única pessoa com quem ela mantinha contato naquela empresa, a chamando.

Rapidamente, vira-se pra olhar a mulher que ela considerava uma espécie de amiga.

— Bom dia, Cece. – Heather diz assim que sua amiga se aproxima.

Cece Lopez, a única de toda a L.H. Investiments que conseguiu ganhar um pouco da confiança da Heather. Era uma mulher extrovertida e sempre tentava fazer da amiga uma pessoa mais sociável, mas era claro que nunca conseguiu.

— Bom dia só se for para você. – Cece diz e Heather a encara com o cenho franzido.

— O que aconteceu?

— Liam chegou muito estressado hoje e já estressou todos aqui dentro, ele não disse o motivo, mas a Lucy disse que quando ele entrou, estava sem aliança, achamos que tem a ver com a esposa dele. – Cece diz, enquanto observava todos os lados, certificando-se de que ninguém estava ouvindo a conversa delas.

Liam Harris, o dono de toda a empresa. O milionário que arrancava suspiros de todas a mulheres da empresa e de qualquer lugar que ele ia, com exceção da Heather, que não se interessou por homem nenhum a sua vida inteira. Liam sempre foi um bom chefe, dava atenção aos seus funcionários e levava a empresa muito a sério. Era difícil vê-lo de mau humor e quando estava, até a Heather ficava curiosa e esforçava-se para socializar com as fofoqueiras da empresa para saber o motivo.

— Sem a aliança? – Heather pergunta, lembrando-se de que no dia anterior, o chefe estava com o anel e até mesmo pediu para ela comprar um buquê para que ele pudesse dar a esposa. – Acho que a Lucy está louca. – ela diz e conta a amiga sobre o buquê que havia comprado.

— Sabe-se lá o que aconteceu em casa depois. – Heather dá de ombros. – Mas que o Liam está de mau humor, ele está. Boa sorte hoje.

Ela deseja antes de dar as costas e ir para a sala onde trabalhava.

Heather suspira e vira-se, seguindo para a sala do chefe. Assim que abre a porta, depara-se com o senhor Harris gritando ao telefone, coisa que era muito difícil de se ver.

— Não me importo! – ele gritava. – Eu quero essa mulher fora da minha vida o mais rápido possível. Eu te pago para quê? Quero o divórcio para ontem.

Liam desliga e joga o celular em cima da mesa e grita, passando as mãos pelos cabelos com raiva. Heather chegou a ficar assustada e por isso, preferiu apenas sentar-se a sua mesa e ignorar o que via, mas logo ele notou a presença dela.

— Lydia, busque-me um chá. – ela ouve Liam dizer.

— Heather. – ela corrige.

Lydia era a esposa do Liam – ou pelo que ela ouviu, futura ex esposa.

— Perdão, você não merece ser xingada desse jeito. – ele responde.

O jeito que ele se referia a mulher chegava a ser assustador. Liam sempre mostrou ser um homem carinhoso com a esposa e muito apaixonado por ela, estava sempre comprando buquês e outros presentes caros para dar a Lydia, mulher que roubou o coração dele desde a primeira vez que eles se viram e que ele havia jurado amor eterno assim que se casaram. Pelo menos era o que a Heather ouvia por aí.

— Aconteceu alguma coisa, senhor Harris? – ela pergunta e pela primeira vez, Liam a encara.

— Faça o que eu pedi e não se meta onde não é chamada. – ele diz, antes de sentar-se.

— Desculpe-me. – Heather diz, antes de deixar a sala para ir buscar o que o seu chefe havia pedido.

Era a primeira vez que Liam falava com ela daquela forma. Eles nunca foram de conversar muito, na verdade, era difícil eles falarem de alguma coisa que não se referia a empresa, até porque a Heather não dava essa liberdade de ter uma conversa pessoal com ninguém.

Se fosse outra pessoa, com certeza ficaria chateada com a forma que foi tratada pelo Harris, mas Heather já havia passado por coisas piores para se sentir ofendida com aquilo, apenas fez o que o seu chefe pediu e foi atrás do chá.

Por sorte dela, havia um café do outro lado da rua, local em qual também vendia chá, entre outras bebidas e algumas comidas.

— Bom dia! – Heather diz assim que chega ao balcão e logo é respondida pelo atendente que estava lá e lança um olhar mal intencionado para a Heather, ela logo se afasta do balcão.

Dizer que a Heather não era bonita podia ser considerado um pecado. Seus cabelos pretos que quase chegavam a cintura, eram de dar inveja. Seu corpo magro, porém bem definido, chamava atenção de vários homens, o que a obrigada a vestir roupas longas e que não marcavam o seu corpo.

Ela tinha medo de chamar atenção e odiava ser olhada como estava sendo naquele momento. Olhares maliciosos a deixavam em alerta, com medo e por causa disso – e muito mais, acabava sendo grossa com quem a olhava de tal forma.

— Me dê um chá de camomila. – ela pede, enquanto se afastava do atendente, que agora, a olhava estranho por estar se afastando.

Ele não diz nada, apenas anota o pedido e manda para a cozinha. Heather vai para a fila de espera.

Não precisava disso tudo.

Ela pensa, mas logo lembra-se que é sempre bom estar em alerta e dá razão a ela mesma por ter agido de tal forma.

[...]

Assim que pega o chá, ela paga e sai da loja, estava com pressa porque em menos de quinze minutos havia uma reunião importante para o Liam e ele precisava do chá para estar calmo e não acabar estragando com tudo.

Sem que ela percebesse e sem puder se defender, um braço a envolve pela cintura e a puxa para trás, ela ia gritar, mas logo que ouviu a voz de quem estava fazendo aquilo, o medo foi substituído pela raiva.

— Calma, meu amor. – ele diz, e dá um beijo na bochecha dela.

— Não me chame assim. – Heather diz e tenta se soltar dos braços daquele homem. – Me solta, Hernandez. – ela pede e ele logo o faz.

— Adoro quando chama meu nome.

O homem qual a Heather odiava estava lá, a observando com o olhar que lhe causava arrepios, a voz qual ela temia e o medo de ter que fazer o que ele quisesse, a consumia sempre que estava de frente para Hernandez.

— O que você quer aqui? – ela pergunta e sente seu coração já acelerar, ela sabia o que ele queria, sabia o que teria que fazer.

Ele sorri. O sorriso que ela odiava ver, sorriso que lhe trazia terríveis lembranças e que todas as noites, estava em seus pesadelos.

Hernandez se aproxima de Heather e toca o rosto dela.

— Eu vim atrás da minha vadia preferida.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Não gostaram? Algum erro? Comentem.

Ainda estou um pouco enferrujada porque não escrevo há meses, mas espero que tenham gostado e que deixem sua opinião, crítica, sei lá, qualquer coisa nos comentários.

Até o próximo, beijos.



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