Inquebrável escrita por Larissa Carvalho, MorangoeChocolate


Capítulo 2
Beat of destiny


Notas iniciais do capítulo

OLÁAAAAAA
Boa tarde galerinha, estamos com mais um capítulo cheio de emoções e Romitri. O que será que está por vir? Muito obrigada pelos comentários e não esqueçam de ler o spoiler do próximo capitulo lá embaixo.
Boooa leitura
Beijos e para quem ainda não leu, vou deixar o link da nossa outra fic, bem aqui!
Bom fim de semanaaa ♥

https://fanfiction.com.br/historia/713204/Vidas_Cruzadas/



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Estávamos nós três olhando para o teto branco e sentindo um cheiro que comprovava mesmo que eu tinha feito um bom trabalho. Olhei para o lustra móveis e para o paninho e sorri, esses sim eram bons companheiros e ouvintes.

Eu tinha colocado um short de tactel preto e uma regata vinho. Estava calor e eu ainda não tinha me adaptado à ideia de não ter meus amigos invadindo meu apartamento. Eu estava me sentindo sozinha e ofendia.

Sozinha porque Lissa tinha resolvido explorar nosso novo lugar com Cristian vendo bolos para o casamento e ofendida porque o vizinho ainda não tinha vindo pedir uma xícara de café ou saber se sobrevivi a uma caixa de livros pesada.

— Dá para acreditar como alguém consegue ser tão bonito e tão sem educação? – retruquei comigo.

Ouvi o barulho da maçaneta e nem me importei de gritar e tremer por ser um ladrão. Lissa tinha uma risada única e aguda que dava para escutar da escada de emergência e Cristian estava reclamando das sacolas pesadas antes de abrir a porta.

Definitivamente Lissa era a garota que deveria trazer os milhões de dólares para casa, enquanto ele cozinhava e ajeitava o topete.

— Falando sozinha, Rose? – perguntou Cristian, fechando a porta. Lissa tinha um vestido florido branco e amarelo, e uma sapatilha branca.

Ela gargalhou, vendo-me jogada ao chão, e sentou-se no sofá ao meu lado direito. Eu estava jogada perto da mesa de centro. Cristian levou as sacolas para o balcão da cozinha e olhou-me. Ele tinha uma calça jeans preta e uma blusa de manga sem gola branca.

— Não. – falei, ainda olhando para o teto. – Eu estava em uma conversa com o lustra móveis e o paninho.

— Eu disse para a minha mãe que não deveríamos ter parado com seu medicamento. – falou Lissa, jogando-se ainda mais ao sofá.

Eu rolei os olhos.

— Por que estava resmungando? – perguntou Cristian. Ele tirou o pote de sorvete de dentro do pacote de papel e eu sentei-me, olhando-o.

— Opa, topetudo... – comecei, levantando-me. – Nem ouse colocar isso na geladeira.

Cristian largou o sorvete em cima da bancada e levantou as mãos como se estivesse se rendendo. Ele pegou as outras sacolas e começou a tirar as compras. Sentei-me na bancada e peguei a colher que Cristian estendeu para mim. Aquele sorvete de chocolate seria maravilhoso agora.

— Daquele vizinho mal educado de ontem. – disse para ele, antes de colocar a primeira colherada de sorvete na boca. – Se não fosse tão bonito, eu teria batido nele.

— Vizinho mal educado? – Lissa caminhou até o meu lado e fitou-me. Cristian parou de colocar as coisas no armário e levantou o cenho.

— Sim. – falei, fitando-a encostar-se ao balcão. – Ele nem se importou de perguntar se eu precisava de ajuda com as caixas, ou em ser receptivo.

— Como ele é? – perguntou Cristian. Eu engoli a enorme quantidade de sorvete que eu tinha posto na minha boca.

— Assustadoramente alto e grande, voz grossa, bunda boa... – interrompi-me para não dar bandeira, mas Lissa gargalhou, então eu acho que ela pode ter percebido.

— Belikov. – disse Cristian. Ele gargalhou e fitou-me.

— Você repara na bunda dos seus vizinhos? – perguntou Lissa, encarando-o. Eu engoli mais uma boa porção de sorvete e fitei-os, como um filme.

Cristian pigarreou.

— Não, amor. – disse ele. – Mas ele é meu chefe.

— O cara é policial? – perguntou Lissa.

— O cara é um ogro, isso sim. – falei, agarrando o pote de sorvete.  Mas, vai, melhor que o vizinho suado e com roupa de corrida, é o vizinho com roupa de policial. - Pensei

Lissa gargalhou e fitou-me.

— Rose, acalme-se.

— Ah, qual é, ele podia ao menos ser cordial. – falei, fitando-a. 

 

Cristian rolou os olhos novamente.

— Eu não posso acreditar que ele tenha feito isso. – disse Cristian. – Ele é sempre educado e gentil.

— Rose pode ter intimidado ele. – disse Lissa, fitando-me.

— Oh, por favor. – disse Cristian. – Ela tem 1.58m. Não intimida nem a minha avó.

— Cala boca, Cristian. – falei, jogando a colher dentro do pote.

— Só estou dizendo que ele é policial. Poderia estar preocupado com alguma coisa, Rose. – eu dei de ombros considerando a ideia. – Ou você estava fedendo.

Eu levantei o cenho e Lissa gargalhou.

— Acho melhor você ir embora. – disse Lissa, fitando-o. – Antes que você apanhe.

— Vou concordar. – disse Cristian, beijando sua bochecha. – Volto mais tarde.

— Não faça isso, por favor. – falei, pegando mais sorvete. Cristian rolou os olhos e forçou um sorriso.

— Tchau, Rose.

— Tchau, amorzinho. – gritei, antes que ele batesse a porta e retrucasse um belo xingamento.

Lissa sorriu e foi para trás do balcão, pegando uma colher e uma boa quantidade de sorvete logo em seguida. Ela olhou para mim e sorriu.

— Não seja tão má com ele. – falou. – Ele vai ser parte da família.

— Eu gosto de ser má com ele. Essa é a graça. – murmurei, sorrindo. Ela revirou os olhos. 

— Vá com calma quanto ao vizinho, dê uma chance. – disse a loira. – Cristian cansou de me dizer que o chefe era fechado e sério.

— Por que? – perguntei.

— O nome dele é Dimitri. – disse Lissa. – E Cristian venera ele, são amigos há anos. Não estraga isso, tente ser paciente.

— Tá, vou tentar. – falei após um longo suspiro, colocando a colher na pia, próxima a bancada. 

Lissa assentiu e pegou o pote de sorvete para si, andando em direção aos quartos. Eu mordi a boca, pegando-me em pensamentos curiosos. Por que o cara é tão fechado assim?

                                                        ***

Saí do banho, depois das três horas e já tinha planejado tudo para não chegar atrasada no meu primeiro dia de plantão da St. Vladmir. Lissa tinha comprado algumas coisas bem superficiais e eu precisava de comida de verdade para aguentar plantões e chiliques de Alberta – uma antiga amiga da minha mãe e minha nova chefe.

Coloquei uma jardineira de jeans claro de short, com uma regata branca e um All star branco de couro, cano médio. Deixei meus cabelos longos e soltos, ainda molhados. Peguei minha bolsinha preta e desci, deixando um bilhete para Lissa.

O mercado não era muito longe, mas confesso ter sido ajudada por um GPS. Comprei o básico de comida e algumas garrafas de suco. Algumas vasilhas e bobeiras para comer no carro de volta para casa.

Pedi para um dos vizinhos do primeiro andar me ajudar e ele foi bem educado, ao contrário do armário que nem o nome tinha me dito.

Quando cheguei ao apartamento, Lissa me ajudou com algumas coisas e eu tomei um banho bem longo para enfrentar meu primeiro plantão. Depois de um tempo eu já estava com a minha calça branca e com minhas sapatilhas, levando minha blusa especial de trabalho que era rosa de mangas com estampas de bichinhos e meus crocs branco na minha bolsa.

Quando peguei tudo, dei tchau para Lissa e Cristian no sofá, se agarrando e fechei a porta. Comprei um café na Starbucks no caminho e lembrei de guardar aquele copo como meu refil da noite.

Eu era uma pediatra que gostava de ajudar em todos os setores do hospital. Acho que o fato de não ter namorado influenciava nas minhas escolhas de horário para o trabalho. Eu sempre fui muito certinha – MENTIRA!

Eu nunca fui certinha. Eu fiquei assim depois que vi um dos pacientes morrerem na mesa de cirurgia. Era o meu primeiro ano, como médica em um hospital, não muito longe da minha casa. Eu nunca tinha lidado com a morte tão de perto e a minha mãe tinha acabado de descobrir ter câncer.

Eu entrei para a minha primeira cirurgia e todos estavam confiantes. Eu não seria a responsável por tudo, mas ia estar assistindo e ajudando ao médico. Mas quando a cirurgia acabou e os pontos tinham sido dados com todos nós comemorando, algo deu errado.

A máquina apitou e o paciente estava perdendo a vida. Tentamos fazê-lo voltar, mas ele estava morrendo. Ele não tinha mais tempo. Lembro-me de sentar no fundo da sala de espera e ver a família chorar.

Eu tinha a toquinha na minha mão e a falta de lágrimas. Eu nunca chorava fácil, mas foi ali, vendo aquela família chorar e lamentar. Perguntar a Deus o motivo e rezar por alguém que se foi, que decidi ir para onde tudo começava.

Aonde a inocência ainda era a melhor parte e onde eu poderia salvar quantas vidas eu pudesse. Eu decidi ser pediatra, decidi pelos adultos do futuro. Eu estava mais determinada do que nunca para continuar meu caminho. Eu sabia que a responsabilidade. E eu sabia que enfim tinha batido na minha porta.

                                                         ***

Ajeitei meu jaleco já pronta e torci para o meu coque frouxo estar bem firme. Alberta era um pouco maior que eu, morena e com cabelos curtos e pretos. Ela era a chefe e eu era a garota nova, confusa e louca por uma emergência.

Como eu gostava de adrenalina.

— Espero que goste. – disse Alberta. Tínhamos nossos jalecos e estávamos na recepção depois de vinte minutos andando por um hospital enorme.

— Eu vou. – falei.

— Ótimo. – disse ela. – Tenho que conferir uns pacientes, mas seu trabalho está em cima do balcão na prancheta verde. Revise esses pacientes e fique atenta às emergências.

— Claro. – falei. Aberta sorriu e pegou na minha mão. Ela começou a caminhar para outro corredor e sorriu para mim novamente, virando-se.

— Querida... – chamou-me.

— Sim? – perguntei, colocando a mão no bolso do jaleco.

— Sinto pela sua mãe. – disse Alberta. – Ela era uma boa amiga.

Eu sorri, lembrando-me do lindo sorriso que Janine tinha.

— Sim, ela era. – falei, sorrindo. Alberta virou-se e sumiu entre paredes brancas.

Eu respirei fundo e andei até o balcão, cumprimentei a loira de uniforme azul marinho e peguei minha prancheta verde. Tinham muitas crianças internadas e algumas delas para serem atendidas ainda. Eu respirei fundo novamente e tomei um gole do meu café, que eu tinha deixado com a mesma loira que me estendeu as pranchetas.

Li novamente e vi um asterisco. Alberta tinha pedido para dar prioridades para eles, depois eu mesma organizaria meu prontuário, mas era meu primeiro dia e eu não conhecia os pacientes. Terminei de ler o prontuário e comecei a caminhar com a prancheta e o copo de café para ver o garotinho com o corte infeccionado, mas uma voz que não me parecia estranha me parou.

— Alguém ajuda! – gritou ele.

Virei-me para trás e Dimitri tinha uma garotinha de cabelos pretos nos braços, ela estava agarrada ao seu colo como um bicho preguiça e parecia assustada. Ele tinha olhos confusos e desesperados.

Eu continuei fitando-o sem reação, até que seus olhos chocolate encontraram os meus. Eu engoli a seco e mordi a boca, eu não sei quanto tempo nossos olhares duraram. Arqueei a sobrancelha.

Sério mesmo?!


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Notas finais do capítulo

Nos próximos capítulos de Inquebrável...

— Tio? - perguntei, confusa.
— Sim, ela está passando essa semana comigo, enquanto a mãe trabalha.
— Nossa! - falei, arregalando os olhos.
— O que? - perguntou, já em alerta olhando para a sua sobrinha.
— Você está me mesmo me explicando algo? Achei que nem tivesse nome.
— Ahh.. Naquele dia... - começou, descruzando os braços.
— Não precisa explicar. - olhei para a garota e lhe estendi um pirulito que estava no pote de vidro. - Este é porque você se comportou bem. - sorri para a menina.
Olhei para Dimitri e lhe ofereci um pirulito tambem. Ele pegou-o confuso.
— E este é pra você ficar menos azedo.



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