Elementar escrita por Pandora


Capítulo 3
Capítulo 3 ― A Study in Pink


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, muito obrigada por estarem acompanhando a fanfiction. Não sei se repararam, mas estou muito animada com ela. Quero agradecer a todos pelo carinho. Espero de coração que gostem desse capítulo, boa leitura a todos.



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Os pequenos braços da senhorita Beladonna Sherwood agarravam com foça a cintura da melhor amiga, tentando manter-se firme na garupa da moto enquanto Dominique dirigia em alta velocidade e de maneira imprudente pelas ruas de Londres. A cada lombada e curva que a vespa fazia, Bela orava e apertava a amiga com mais força, temendo cair a qualquer momento da garupa e acabar ficando para trás.

A ruiva costurava entre os motoristas menos apressados, tirando fina das laterais dos carros e vez ou outra quase batendo em retrovisores. Alguns carros buzinavam quando a dupla passava correndo por eles e certamente Dominique levaria uma multa de trânsito se não estivesse usando o uniforme policial. Os quarteirões avançavam rápido, Beladonna mal possuía tempo para apreciar a cidade que iluminava com o cair da noite.

― Você pode diminuir a velocidade, por favor! O cadáver não vai sair do lugar. ― Pediu Beladonna aos gritos quando Dominique ultrapassou o sinal vermelho pela segunda vez.

― Já estamos chegando, relaxa o cú! ― Ordenou Dominique rindo divertida.

― Meu pai amado! ― Murmurou Beladonna escondendo o rosto nas costas da melhor amiga e fechando os olhos.

Após alguns cruzamentos, várias buzinadas e muitas orações da Bela, a dupla chegou na cena do crime em Brixton. Abruptamente Dominique parou a moto, fazendo com que ambas escorregassem no banco de couro e quase caíssem para frente da vespa.

― Nunca mais ando de moto com você. ― Resmungou Beladonna retirando o capacete e colocando apoiado sobre o espelho retrovisor. ― Você é insana, Domi. Onde já se viu dirigir daquela maneira, sabe-se quantas multas você levou.

― Querida, sou guarda de trânsito, relaxa Tinker Bell. ― Dominique piscou para a melhor amiga enquanto guardava o capacete dentro do porta-capacete. ― Agora é só esperar o Sherlock e o aleijado.

― Watson, o nome dele é John Watson. ― Beladonna cruzou os braços sobre o peito e olhou com represália para a ruiva. ― Por favor, pare de chama-lo de aleijado. Você pode ser educada uma vez na vida?

― Claro que eu posso. ― Dominique fez careta com o pedido. ― Quer ver?

― O que você quer dizer...

Antes que Beladonna pudesse terminar a pergunta, Dominique abriu o seu melhor sorriso e aproximou da cena do crime. Havia várias viaturas e faixas amarelas cercando o prédio aparentemente abandonado onde o suicídio ocorreu. Dentro da faixa estava o detetive inspetor Lestrade, ele conversava com a sargento Donavan algo relacionado ao Sherlock e que o mesmo poderia chegar a qualquer momento com seus ajudantes.

― Boa noite meus companheiros! ― Cumprimentou Dominique com simpatia forçada e braços abertos. ― Está uma bela noite, não acham?

― Para com isso, Domi! ― Pediu Beladonna entre os dentes, na sua face era visível perceber o nervosismo. ― É seu primeiro dia.

― Oficial Hudson. ― A sargento Donavan fechou as expressões ao notar a presença da ruiva. ― O que faz aqui? Não é sua repartição.

― É, eu sei. Mas sabe como são as coisas da vida, de dia você é  guarda de transito e nas horas vagas ajudante do grande Sherlock Holmes.  ― Dominique mantinha o tom de voz animado e o sorriso orgulhoso estampado na face. ― Céus, como isso é maravilhoso.

― Espera, você? Ajudante do Sherlock Holmes? ― Perguntou Donavan descrente. ― Eu deveria lhe dar uma advertência por sua petulância.

― Ela está falando a verdade. ― Confirmou Lestrade a contragosto. ― Onde está Sherlock?

― Quase chegando. ― Dominique deu com os ombros. ― Eu vim na frente.

― E bem rápido pelo visto. ― Lestrade a avaliou dos pés à cabeça. ― Eu deveria lhe dar uma multa.

― Mas não vai, essa é a minha função. ― A ruiva falou em tom brincalhão e piscou. Lestrade riu fraco.

― Já querem entrar? ― Perguntou o detetive erguendo a faixa de proteção para que elas pudessem passar.

― Na verdade iremos esperar o Sherlock, é mais divertido com ele. ― Falou Dominique apoiando os dedões nas axilas do colete.

― A quanto tempo trabalha com o Sherlock Holmes? ― Perguntou Lestrade interessado.

― Não sei ao certo. ― Dominique fez careta ao tentar recordar quando havia ajudado Sherlock pela primeira vez. ― Mas o conheço a alguns anos. Desde o caso do meu tio que havia sido condenado a forca.

― E o Sherlock ajudou o seu tio a se livrar da excussão? ― Perguntou a sargento Donavan curiosa com o relato.

― Ah, não! Ele garantiu isso. ― Dominique sorriu empolgada.

A sargento e o detetive inspetor trocaram olhares nervosos. Haviam imaginado uma resposta diferente sobre o caso, assim como todas as pessoas para quem Dominique e a Sra. Hudson já haviam contado essa história.

― Meu Deus. ― Murmurou Beladonna levando uma das mãos a testa e cobrindo os olhos. Estava extremamente desconfortável com o comportamento da amiga, principalmente ao notar as expressões da sargento e do detetive.

― Pare de murmurar, que coisa Tinker Bell. ― Resmungou Dominique olhando frustrada para a melhor amiga. ― Ela sempre faz isso.

― Não é de se admirar. ― Falou Donavan arqueando as sobrancelhas. Dominique sorriu falso sem mostrar os dentes e por breves segundos.

  ― Bem, tenho de entrar. ― Lestrade apontou para o prédio abandonado. ― Ver como está o andamento da investigação.

― Claro, é o seu dever. ― Dominique assentiu gesticulando para ele prosseguir. ― Eu e a Bela vamos esperar o Sherlock ali no canto, pelas minhas contas ele deve chegar em poucos minutos.

― Certo! ― Assentiu Lestrade sorrindo brevemente.

― Ah! Detetive Lestrade. ― Chamou Dominique após o homem se afastar alguns passos da faixa de proteção. A ruiva apontou para uma das viaturas estacionadas. ― Veio com essa viatura?

― Sim, oficial Hudson. ― Lestrade olhou em direção a garota. ― Por que?

― Vejo que estacionou corretamente, parabéns. ― Elogiou Dominique em tom brincalhão.

O detetive balançou a cabeça em negação e riu fraco, continuando sua caminhada para dentro da cena do crime. Risonha, Dominique puxou Beladonna pelo antebraço a afastando da sargento Donavan. Elas pararam atrás de outra viatura, onde possuíam visão ampla de toda a rua e conseguiriam ver o momento exato que Sherlock chegaria com Watson.

― Domi, você precisa parar de agir de maneira imprudente. Eles são seus chefes, ou algo parecido com isso. ― Repreendeu Beladonna nervosa. ― Céus, quer ser demitida em seu primeiro dia?

― Isso não vai acontecer. ― Dominique fez careta.

― É, como você sabe? ―Perguntou Beladonna cruzando os braços sobre o peito.

― Oxé, você não reparou? Eles foram com a minha cara. ― Domi levou as mãos em cálice embaixo do queixo forçando meiguice.

― Dominique Giofensa Hudson, não estamos na escola e você não é mais criança. Por favor, se comporte como adulta, ou não vai ser apenas apelido de pentelhos flamejantes que você vai receber. ― Ordenou Beladonna como se fosse a Sra. Hudson repreendendo a sobrinha.

Sem dizer nada, Dominique cruzou os braços sobre o peito e revirou os olhos encostando enquanto apoiava as costas no poste de energia. Além da senhora Hudson, Beladonna era a única pessoa que brigava com a ruiva e não recebia repostas grosseiras da mesma.

Desde criança Beladonna sempre foi a mais responsável da dupla, enquanto a maioria das pessoas costumavam se irritar com Dominique numa velocidade surpreendente, elas gostavam da Bela da mesma forma. Não havia uma pessoa na antiga cidade que moravam que não gostasse do jeito bondoso e pacífico da jovem senhorita Sherwood. Raramente Bela erguia o tom de voz, jamais zombou grosseiramente das outras pessoas, evitava conflitos desnecessários a todo o custo, chegando até a ceder suas vontades para que não houvesse brigas, nunca manuseou armas de fogo e nunca concordou com o fato dos seus pais terem uma dentro de casa, sempre fora engajada em projetos e causas sociais, estando a disposição para ajudar aqueles que mais precisam.

― Bela, quero que saiba uma coisa antes do Sherlock chegar. ― Disse Dominique após alguns minutos de silencio. ― Eu pensei se deveria ou não dizer isso, mas é melhor contar para que não se assuste quando chegar a hora, ou melhor, quando ele chegar até você.

― Hora do que? Ele quem? ―  Perguntou Bela ficando preocupada, principalmente por ser a primeira vez que Dominique falava utilizando seu tom de voz sério.

― Calma, pode parecer assustador. Mas não é, te garanto isso. Ele só vai querer conversar. ― Dominique mordeu o canto inferior do lábio.

― Essa conversa está me assustando. ― Disse Beladonna gesticulando as mãos. ― Explica direito, por favor.

― Okay, não vou bancar a esfinge. ― Dominique suspirou e então continuou. ― Um amigo do Sherlock vai te procurar, ele me procurou hoje atarde e é óbvio que ele vai fazer isso com você e possivelmente com o John. Ele tem seus meios de localização, então não fica adiantando o encontro, só vai quando ele te chamar. Eu ignorei ele por dois dias uma vez e ele me sequestrou.

― Como é que é? Dominique! ― Bela arregalou os olhos ficando extremamente assustada.

― Calma, no fundo ele é legal e só faz isso para assustar. Não, não é síndrome de Estocolmo antes que pergunte. ― A ruiva fez careta com a ideia absurda. ― O nome dele é Mycroft, eu o chamo de Minecraft ou Mycrosoft. Nome escroto, eu sei. Mas isso não é importante.

― O importante é contar isso para a polícia...

― Eu sou a polícia, aquele cara é o governo britânico praticamente. ― Dominique gesticulou para que Bela esquecesse a polícia. ― Escuta, a questão é a seguinte: Não tenha medo de Mycroft. Vai, conversa com ele, pega o telefone pois vai que você precise, nunca se sabe.

― E o que esse cara vai querer comigo? ― Perguntou Beladonna cruzando os braços sobre o peito e arqueando uma das sobrancelhas.

― Sexo! ― Dominique falou sorrindo maliciosa. Rapidamente Bela descruzou os braços e arregalou os olhos assustada, fazendo com que Domi caísse na gargalhada. ― Estou brincando, quem é a louca que faria sexo com o Mycroft? Enfim, ele vai querer informações sobre o Sherlock, que você o deixe por dentro de tudo.

― Por isso você e o Sherlock falaram as porcentagens mais cedo? ― Perguntou Bela fazendo careta. ― Então quer dizer que ele sabe disso? Desse cara que está atrás dele? O que esse cara quer com o Sherlock?

― Sim, sim, sim. Tanto que foi o próprio Sherlock que disse que eu deveria aceitar a propina e assim dividiríamos o valor. Como acha que consegui juntar dinheiro para comprar a minha vespa antes de começar a trabalhar? ― A ruiva deu com os ombros. ― Eu até hoje não sei o que ele quer com o Sherlock, Mycroft diz que é um arqui-inimigo, mas não parece isso. Ah! Sei lá. Só estou te avisando para que não se assuste quando ele for te procurar.

― E ele te procurou hoje de tarde? ― Beladonna arqueou uma das sobrancelhas e cruzou os braços sobre o peito.

― Sim, na hora do almoço. ― Confirmou Dominique serena. ― Comi lanche dentro de um puta carro, sujei o banco de mostarda. Foi legal.

Antes que Beladonna pudesse dizer alguma coisa, Dominique deu uma pequena corrida até Sherlock e Watson que se aproximavam lentamente da cena do crime. A maior sorriu empolgada para os rapazes, estando muito contente pela experiência de fazer parte de uma investigação criminal. Timidamente Beladonna aproximou do trio, mesmo com a explicação da amiga, ela não conseguia entender direito o que fazia ali. Sherlock era o detetive consultor, Dr. Watson era médico, a Dominique é a hacker e motorista. Mas Bela era apenas a escritora sem inspiração, uma professora do ensino fundamental que não sabe manusear armas e o mais próximo que viu cadáveres foi no velório do tio avô que morreu velho de causas naturais.

― Trouxe o aleijado. ―Comemorou Dominique abraçando Sherlock e John pelos ombros. ― Isso é tão emocionante.

― Meu nome é John Watson, não aleijado. ― Disse John olhando zangado para a ruiva. ― Pode me chamar só de John.

― Quanto mais irritado ficar, mais ela vai te chamar de aleijado. ― Falou Sherlock desvencilhando do abraço da Dominique. ― Ainda mais por ser psicossomático manco. Droga, ainda não acredito que errei sobre a sua irmã.

― Sherlock errou? Como assim? ― Perguntou Dominique animada e soltando o ombro do John.

― Ele estava dizendo que Harry é meu irmão, quando na verdade é diminutivo de Harriet. ― Explicou John dando um breve sorriso.

― Céus, esse dia não tem como melhorar. ― Comemorou Dominique erguendo ambos os braços por breves segundos.

― Ela é sempre assim? ― John perguntou discretamente para Beladonna que caminhava em silêncio ao seu lado.

― Na maior parte do tempo. ― Assentiu Bela fazendo careta. ― Desculpe pelas brincadeiras. Eu já pedi para ela não te chamar de aleijado.

― Parem de falar mal de mim e venham logo. ― Ordenou Dominique a frente do grupo junto com Sherlock.

Da melhor maneira que podia, John apertou o passo para conseguir acompanhar o pique de Sherlock e Dominique. Assim que os quatro companheiros de apartamento aproximaram da faixa de proteção, eles depararam com as frias expressões da sargento Donavan, a qual estava desgostosa com a presença do Sherlock e seus recentes companheiros.

― Olá, maníaco. ― Cumprimentou a sargento sem fingir simpatia por Sherlock.

― Vim aqui ver o detetive inspetor Lestrade. ― Falou Sherlock sem rodeios.

― Por quê? ― Perguntou Donavan com desdém.

― Ora, eu já falei o porquê. Sherlock foi convidado e nós somos seus assistentes. ― Respondeu Dominique antes que o consultor fizesse.

― Por quê? ― Donavan exigiu saber, mantinha seus olhos em Sherlock e ignorava a presença da Dominique.

― Acho que ele quer que eu dê uma olhada. ― Respondeu Sherlock.

― Sabe o que eu penso, certo? ― Perguntou Donavan.

― Sempre, Sally. ― Sherlock ultrapassou a faixa protetora, sendo logo seguido por Dominique e Beladonna. ― Sei até que não dormiu em casa essa noite.

― Eu não... ― A sargento pisca os olhos algumas vezes, estando perplexa em como Sherlock havia descoberto. Determinada a mudar de assunto, Donavan impede que John prosseguisse, o impedindo de atravessar a faixa. ― Quem é esse?

― Um colega, Dr. Watson. ― Disse Sherlock ainda segurando a faixa de proteção. ― Dr. Watson essa é a sargento Sally Donavan. Uma velha amiga.

― Sarcasmo. ― Falou Dominique discretamente para Beladonna, mesclando a palavra com uma tossida forçada.

― Um colega? Ou melhor, um colega e duas amigas. Como conseguiu? ― Perguntou Sally olhando para cada um dos acompanhantes do Sherlock e por último para ele. ― Já sei, você os seguiu até em casa. Se bem que a nova recruta é meio louca igual a você.

― Hey! ― Reclamou Dominique batendo o pé.

― Não responda, Domi! ― Ordenou Bela antes que a ruiva pudesse dizer algo grosseiro a sargento e a desacatasse.

― Sabe, acho melhor eu... ― John começou a falar enquanto ameaçava regressar até a rua principal.

― Não. ― Ordenou Sherlock erguendo a faixa para o mesmo passar. Sem hesitar, John atravessou a faixa de proteção se unindo ao resto da equipe.

― O esquisito chegou! ― Alertou a sargento ao detetive Lestrade pelo rádio comunicador que carregava. ― Estamos entrando. Ele arrumou uma trupe.

Em silêncio eles seguiram a sargento em direção ao prédio onde ocorreu o crime. Os olhos do Sherlock percorriam todo o local, analisando e tirando conclusões de cada detalhe que antecediam a entrada do edifício. Beladona admirava encantada os movimentos do Sherlock, porém suas mãos começaram a tremer ao imaginar que em poucos segundos estaria em frente a um cadáver fresco.

― Relaxa, vai ser legal. ― Sussurrou Dominique enganchando no braço da melhor amiga.

Antes de entrarem, uma equipe de poucos homens estava saindo da cena de crime. A frente dessa equipe estava o médico legista Anderson, suas expressões eram tão descontentes quanto as da sargento Donavan. Afinal, Sherlock era a última pessoa que ele pretendia encontrar na cena, principalmente acompanhado por mais três pessoas das quais nunca havia ouvido falar.

― Anderson, aqui estamos nós novamente. ― Disse Sherlock ao ser barrado pelo legista.

― É a cena de um crime. Não quero ela contaminada. Fui claro? ― Perguntou Anderson sem rodeios.

― Claríssimo! ― Confirmou Sherlock inclinando o corpo para trás, Anderson estava parado bem a frente dele, quase encostando seus narizes. ― Sua esposa vai ficar muito tempo fora?

― Adoro quando ele faz isso. ― Sussurrou Dominique no ouvido da Beladonna assim que Sherlock começou a analisar o legista. ― Menos quando ele faz comigo, comigo não é legal.

― Não finja que deduziu. Alguém te disse isso. ― Falou Anderson irritado.

― Seu desodorante me contou isso. ― Disse Sherlock.

― Meu desodorante? ― Perguntou Anderson confuso.

― É para homens. ― Sherlock sorriu sem mostrar os dentes.

― É claro que é para homens, por isso estou usando. ― Anderson fez careta como se aquilo fosse a maior babaquisse que Sherlock poderia ter dito.

― A sargento Donavan também. ― Assumiu Sherlock olhando para a sargento próximo a porta. Dominique e Beladonna trocaram olhares maliciosos ao compreenderem rapidamente o que o detetive estava dizendo. Sally e Anderson trocaram olhares surpresos. ― Acho que evaporou, posso entrar?

― Olha só, se está tentando insinuar... ― Começou o legista, mas logo foi interrompido.

― Não estou insinuando nada. ― Interrompeu Sherlock prosseguindo para o local do crime. ― Sei que a Sally foi só conversar e acabou passando a noite. ― Antes que entrar no prédio ele virou para trás. ― E deve ter limpado seu chão pelo estado dos seus joelhos.

Tanto a sargento quanto Anderson ficaram sem reações, principalmente após Sherlock ter assumido o caso extraconjugal entre os colegas de serviço. A boca da Dominique abriu em um perfeito “o” que aos poucos foi se transformando em um sorriso malicioso. Os olhos da Beladonna arregalaram e rapidamente correram para os joelhos da Sally, assim como John havia feito quando passou por ela.

― Isso é tão... ― Começou Dominique, mas foi logo interrompida por Bela.

― Não fale nada, apenas vamos. ― Ordenou a baixinha puxando a ruiva pelo antebraço.

Ao entrarem no prédio de aparência abandonada e assumirem uma distância segura da sargento, tanto Dominique quando Beladonna explodiram em uma gostosa gargalhada. Elas trocaram olhares várias vezes como se estivessem trocando informações sigilosas telepaticamente, como as boas melhores amigas fazem.

― Ele é tão feio! ― Assumiu Dominique fazendo careta enquanto ria.

― Concordo. Ela é muito bonita para ele. ― Assentiu Bela fazendo as mesmas expressões que a melhor amiga.

― Precisam colocar isso antes de irmos a cena. ― Explicou Sherlock apontando para macacões azuis assim que alcançaram o hall de entrada do prédio.

As garotas foram as primeiras a pegarem o macacão e a proteção para os pés, vestindo os mesmos por cima das vestes comuns. Ao terminarem de se vestir, Bela aparentava ser menor do que de costume, principalmente pelas vestes serem de tamanho único e projetadas para pessoas acima de um e sessenta.

― Me sinto um anão. ― Resmungou Beladonna fechando o zíper do macacão.

― E eu me sinto o Heisenberg de Breaking Bad. ― Revelou Dominique prendendo os cabelos compridos com um nó. Afinal não queria que seu DNA constatasse em uma cena de crime a contaminasse por inteira.

― Mas o macacão deles era amarelo. ― Intrometeu Lestrade, pegando a garota de surpresa.

― Uau! Não sou a única que assistiu. ― Domi sorriu contente, sendo retribuída pelo inspetor. ― Mas você não estava na cena do crime.

― Sim, sai e agora estou voltando. ― Explicou Lestrade fechando o zíper rapidamente.

― O Sherlock não vai vestir um? ― Perguntou Beladonna franzindo o cenho ao perceber que o detetive estava apenas colocando as luvas de látex.

― Ele é o Sherlock. ― Dominique deu com os ombros e puxou a touca do macacão da amiga, cobrindo a cabeça da mesma de modo que os cabelos ficassem bem escondidos. ― Perfeito.

― Para onde vamos? ― Perguntou Sherlock a Lestrade.

― Lá para cima. ― Respondeu o Inspertor.

Após todos estarem devidamente vestidos com o EPI, eles acompanharam o detetive inspetor Lestrade em direção a cena do crime. As mãos da Beladonna não conseguiam parar de tremer, a cada passo que dava cogitava sobre a ideia de desistir e regressar para fora da cena, de repente escrever romances clichês ao invés de qualquer tipo de aventura macabra parecia uma ótima opção.

― Posso lhe dar dois minutos. ― Disse Lestrade a Sherlock assim que começaram a subir as escadas.

― Posso precisar de mais. ― Falou Sherlock olhando tudo ao redor.

― O nome é Jennifer Wilson conforme os cartões. Estamos recolhendo mais detalhes. ― Explicou Lestrade sobre a vítima. ― Não está aqui a muito tempo. Umas crianças a encontraram.

― Coitada das crianças. ― Comentou Bela com pesar.

Lentamente e em silêncio os quatro acompanharam o detetive inspetor responsável pela condução do caso subindo quatro lances de escadas. O prédio aparentemente abandonado estava cheio de policiais da criminalística, todos muito ocupados buscando pistas nos mais diversos cantos do edifício. Enquanto subiam, Sherlock analisava cada canto das escadas, tentando encontrar pistas nos mínimos detalhes.

Ao alcançarem a cena do crime, Lestrade foi o primeiro a adentrar no recinto e assumiu o posto ao lado da porta, rapidamente ele foi seguido por Sherlock, John e as garotas. Dominique fez questão de ficar parada ao lado do detetive Lestrade e inconscientemente imitou o movimento dos seus braços.

― Céus! ― Sussurrou Beladonna de maneira inaudível assim que teve o vislumbre da sua primeira vítima de assassinato.

Seus lindos olhos castanhos estavam fixos sobre o corpo da vítima, uma mulher de aparentemente quarenta anos vestida com roupas cor de rosa. Ela estava deitada de bruços sobre o chão e com os braços esticados sobre a cabeça, as unhas de uma das mãos estavam destruídas devido a nota que havia escrito no chão.

― Calem a boca, vocês dois! ― Ordenou Sherlock a Lestrade e Dominique.

― Que? Mas nem falamos nada. ― Retrucou Dominique franzindo o cenho confusa.

― Estão pensando. É irritante. ― Rebateu Sherlock sério.

Com passos leves, Sherlock aproximou do corpo da vítima averiguando cada detalhe minucioso que conseguia captar com seus olhos treinados de detetive. Passou as mãos pelas costas da vítima, checou os bolsos de suas vestes, utilizou um tipo de lupa para aproximar os pequenos detalhes, checou suas joias. As garotas estavam encantadas com a maneira dedicada que Sherlock trabalhava. Aquela era a primeira vez que Dominique ficava em completo silêncio por mais de um minuto, até mesmo a sua respiração soava silenciosa. Mesmo estando assustadiça com a presença do cadáver, os olhos da Beladonna brilhavam como uma criança que acaba de ganhar um doce, em sua frente estava a versão real do protagonista que ajudaria a deslanchar sua carreira.

― Alguma coisa? ― Perguntou Lestrade quebrando o silêncio.

― Não muito. ― Assumiu Sherlock retirando as luvas de látex.

― Ela é alemã. Rache é vingança em alemão. Ela tentava nos dizer algo... ― Anderson, o legista, havia acabado de parar na porta e narrar sua péssima dedução sobre o crime.

― Sim, obrigado pela interrupção. ― Ironizou Sherlock interrompendo o homem, sem pestanejar ele bateu a porta na cara do Anderson. Fazendo com que Dominique risse divertida. ― Bela, me empresta seu celular.

― Aqui está. ― Beladonna retirou o aparelho do bolso e o entregou destravado para Sherlock.

― Ela é alemã? ― Perguntou Lestrade curioso.

― Claro que não, olha a cara do Sherlock para as porcarias que o cara bilíngue ali falou. ― Respondeu Dominique apontando para Sherlock com a palma da mão esticada.

― Bilíngue? ― Lestrade olhou para Dominique dessa vez.

― É, fala inglês e várias merdas. ― Respondeu a garota colocando as mãos para trás do corpo.

― Dominique Giofensa Hudson, se não calar a boca nunca mais te trago em uma investigação. ― Ordenou Sherlock irritadiço.

― Desculpa. ― Pediu Dominique baixando os olhos, o que surpreendeu tanto John quanto Bela.

― Então, Sher. O que nos dizer sobre essa mulher? ― Perguntou Beladonna curiosa sem tirar os olhos do cadáver.

― Até que enfim alguém fazendo as perguntas certas. ― Sherlock sorriu por breves segundos e então prosseguiu com a explicação sem tirar os olhos do celular. ― Ela não é daqui. Passava a noite em Londres antes de voltar para Cardiff. Até agora, bem óbvio.

― Perdão, óbvio? ― Perguntou John confuso, tentando imaginar o que havia deixado passar.

― Qual é a mensagem? ― Perguntou Lestrade sobrepondo a pergunta do Dr. Watson.

― Dr. Watson, o que acha? ― Perguntou Sherlock ignorando a pergunta de ambos os homens.

― Da mensagem? ― John olhou do Sherlock para Lestrade.

― Creio que ele esteja falando do corpo. ― Falou Beladonna apontando para a mulher morta. ― O senhor é o médico, não é?

― Temos uma equipe lá fora. ― Comentou Lestrade contrariado.

― Não trabalham comigo. ― Retrucou Sherlock olhando para o detetive responsável.

― Quebrei regras trazendo você e seus amigos para cá. ― Urrou Lestrade frustrado.

― Sim. Porque precisa de mim. ― Rebateu Sherlock com serenidade no tom de voz.

― Sim, preciso. ― Confessou Lestrade baixando o olhar da mesma maneira que Dominique havia feito. ― Deus me ajude.

― Dr. Watson. ― Chamou Sherlock olhando para o médico e companheiro de quarto.

― Faça o que ele diz. É melhor. Fique à vontade. ― Disse Lestrade gesticulando para que John prosseguisse com as ordens do Sherlock. Em seguida o inspetor saiu do quarto por breves segundos, deixando apenas os quatro para fora. ― Anderson, mantenha todos para fora por alguns minutos.

Acatando as ordens do Sherlock, John aproximou do corpo falecido da vítima para analisar. Ele e Sherlock sussurram alguma coisa, a qual as garotas que estavam próximas a parede não conseguiram entender.

― Até agora não entendi o que faço aqui. ― Sussurrou Beladonna para que apenas Dominique pudesse escutar. ― Eu não sou hacker, não sou médica. Sou uma professora do ensino fundamental com o sonho de ser escritora.

― Ora, você está ganhando inspiração e vivência. ― Sussurrou Dominique abraçando a amiga pelos ombros e apoiando o queixo no topo de sua cabeça.

― Você poderia apenas me contar as histórias. ― Beladonna segurou um dos braços da amiga, o acariciando sutilmente.

― Isso é mais divertido. ― Rebateu Dominique mantendo o tom de voz baixo.

― Divertido? Tem uma mulher morta ali. ― Retrucou Beladonna arregalando os olhos.

― Exatamente. ― Comemorou Dominique repreendendo um gemido empolgado.

O som dos sapatos do Lestrade sobre o piso de madeira foi o único barulho alto que escutaram. Ele regressou para a sala enquanto John examinava o corpo morto e parou ao lado das garotas, as quais rapidamente se soltaram do abraço voltando a posição inicial. Dessa vez era Beladonna que estava aparada ao lado do inspetor, ficando parada entre ele e Dominique.

― Asfixia, provavelmente. ― Revelou John após analisar o corpo. ― Desmaiou e se sufocou no próprio vômito. Não sinto cheiro de álcool. Pode ter sido um AVC, talvez drogas.

― Que maneira horrível de morrer. ― Comentou Bela fazendo careta.

― Sabe o que é, leu os jornais. ― Falou Sherlock ao John.

― Ela é um dos suicidas. O quarto...? ― Watson começou a fazer a pergunta, mas foi logo interrompido por Lestrade.

― Sherlock, dois minutos. Diga o que sabe ou vá embora. ― Exigiu Lestrade com tom de voz severo.

― A vítima já passou dos trinta anos. Profissional pelas roupas. ― Sherlock levantou do chão, mantinha o olhar sobre a vítima enquanto falava. ― Da imprensa, acredito. Devido ao alarmante tom de rosa. Saiu de Cardiff, para uma noite em Londres, julgando pela mala.

― Mala? ― Perguntou Lestrade confuso enquanto admirava Sherlock andar de um lado para o outro do quarto.

― Sim. Casada por pelo menos dez anos, não era feliz. Teve uma série de amantes, mas nenhum sabia que era casada. ― Contou Sherlock sem parar de percorrer o quarto.

― Deus do céu, se inventou tudo isso... ― Começou Lestrade, mas logo foi interrompido pelo detetive consultor.

― A contadora de histórias é a Bela, não eu. ― Sherlock aproximou do cadáver outra vez, apontando para os detalhes enquanto explicava. ― Sua aliança. Deve ter uns dez anos. O resto das joias estão limpas, mas não a aliança. Brilha mais do lado de dentro do que de fora. Essa parte só fica limpa se você tirá-la do dedo. Não é por causa do trabalho. Não trabalha com as mãos. Então, porque remover o anel?

― Uma série de amantes? ― Perguntou Beladonna tentando acompanhar o raciocínio do Sherlock.

― O que a faz questionar que seria uma série de amantes, senhorita Sherwood? ― Perguntou Sherlock de maneira desafiadora.

― Bem, de acordo com pessoas que conheci, ninguém que ficou com um único amante conseguiu ser solteira por muito tempo. Logo ela pelo tempo que disse ter o casamento não conseguiria fingir. Então seria mais de um amante. ― Respondeu Beladonna coçando a nuca com uma mão enquanto com a outra gesticulava.

― Brilhante. ― Dominique e John elogiaram a dupla ao mesmo tempo, mais Sherlock do que Beladonna.

― Desculpe. ― Pediu John quando Sherlock olhou em sua direção.

― Okay, mas e quanto a Cardiff? ― Perguntou Lestrade.

― É óbvio, certo? ― Perguntou Sherlock colocando as mãos nos bolsos do sobretudo.

― Não é para mim. ― Assumiu John confuso.

― Deus, como deve ser irritante dentro do cérebro de vocês. ― Falou Sherlock olhando para cada um dos presentes. ― O casaco. Está úmido, tomou chuva nas últimas horas e não choveu em Londres nessa época. Embaixo da gola está úmido, ela se voltou contra o vento. Há um guarda-chuva, mas está seco, não foi usado. Era um vento forte para usar o guarda-chuva. Sabemos pela sua mala que pretendia passar a noite. Mas não deve ter viajado mais de duas ou três horas porque o casaco não secou. Então onde choveu num raio de tempo dessa viagem? ― Retirando o aparelho celular da Beladonna do bolso ele revelou o local salvo nas pesquisar da internet. ― Cardiff.

― Fantástico! ― Elogiaram Beladonna, Dominique e John em uníssono.

― Sabe que estão falando em voz alta? ― Perguntou Sherlock olhando para cada um deles.

― Desculpe, vamos calar a boca. ― Pediu Beladonna mordendo o canto inferior do lábio.

― Não... Tudo bem. ― Assentiu Sherlock ao ver as expressões dela e do John.

― E onde está a mala? ― Perguntou Lestrade regressando ao assunto.

― Sim, onde está? ― Perguntou Sherlock olhando toda a volta em busca do objeto. ― Deve ter um celular ou agenda. Descubra quem é Rachel.

― Ela estava escrevendo Rachel? ― Perguntou Lestrade mantendo o olhar fixo em Sherlock.

― Não, era um recado raivoso em alemão. ― Zombou Sherlock aproximando do inspetor. ― É claro que escrevia Rachel. Só poderia ser.

― Okay, mas a questão agora é, porque ela esperou estar morrendo para escrever Rachel? ― Perguntou Dominique enquanto tentava organizar todas as ideias em sua mente.

― Como sabe da mala? ― Perguntou Lestrade frustrado com a ideia da mala.

― Respingos no calcanhar e na panturrilha, só na perna direita. ― Explicou Sherlock mostrando as partes do corpo. ― Trazia uma mala de rodinhas na sua mão direita, pelo tamanho dos respingos era pequena. Uma mala pequena, mulher vaidosa com uma mala de viagem. Ela veio só para uma noite. Onde está a mala, o que fizeram?

― Não havia mala. ― Revelou Lestrade com os braços cruzados sobre o peito.

― Repita isso. ― Ordenou Sherlock olhando duvidoso para Lestrade.

― Não havia mala, nunca houve. ― Lestrade continuou a dizer.

― Mala! Alguém achou uma mala? Havia uma mala na casa? ―Perguntou Sherlock aos berros enquanto puxava Dominique pelo antebraço e a levava para fora do quarto. ― Vamos, Dominique, é hora do seu show.

― Sherlock! Não havia mala! ― Insistiu Lestrade saindo do quarto.

― Se foi envenenada, ingeriu os comprimidos. Há evidências claras e você deve ter percebido. ― Explicou Sherlock soltando do antebraço da Dominique enquanto gesticulava animado para narrar o caso.

― Certo, obrigado. E... ― Urrou Lestrade levemente irritado com o consultor.

― Foram todos assassinados. Só não sei como. ― Revelou Sherlock após ter decido as escadas, mesmo confusa Dominique estava em seu encalço. ― Não foram suicídios, foram mortes em série. Temos um serial killer. Amo esses, há sempre algo a se procurar.

― Porque diz isso? ― Perguntou Dominique correndo para acompanhar Sherlock.

― A maleta, Dominique! Onde está? ― Sherlock perguntou retoricamente. ― Você vai me ajudar a procurar.

― Mas o Lestrade disse que não há maleta... ― Começou Dominique, mas ela logo foi interrompida por Sherlock.

― Por isso mesmo. Onde está a mala? Ela comeu? Alguém esteve aqui e a levou. ― Explicou Sherlock.

― A não ser que o assassino tenha levado a mala e a esquecido dentro do carro! ― Sugeriu Beladonna em voz alta, fazendo com que Sherlock a olhasse estupefato, afinal era a mesma coisa que estava pensando.

― Ela pode ter ido a um hotel e a deixado lá. ― Sugeriu John olhando para Beladonna.

― Ela nunca foi ao hotel, olha o cabelo dela. Bela está certa.― Argumentou Sherlock defendendo a teoria da Beladonna. ― A cor dos batons e dos sapatos. Nunca sairia do hotel com seu cabelo parecendo...

Sherlock começou a falar, porém se calou como se tivesse acabado de lembrar algo importante. O que deixou a todos que o escutavam curiosos, principalmente Dominique que conseguia ver suas expressões com perfeição, diferente dos três que continuavam no andar superior.

― Sherlock, o que foi? Me diz. ― A ruiva exigiu saber com a voz preocupada.

― Serial Killers são complexos, precisamos esperar um erro. ― Disse Sherlock continuando a descer as escadas.

― Sherlock não temos tempo para esperar um erro. ― Contestou Dominique o acompanhando com passos apressados.

― Já esperamos! Olhe para ela! ― Urrou Sherlock apontando em direção ao andar superior.

― Houston, temos um erro! ― Gritou Sherlock chamando o detetive Lestrade. ― Vá até Cardiff, ache a família e amigos de Jennifer Wilson. Encontre Rachel!

― Claro. ― Concordou Lestrade meio confuso. ― Mas qual foi o erro?

― Rosa! ― Gritou Sherlock ao terminar de descer as escadas. ― Venha, Dominique!

― Merda! ― Vociferou Dominique arrancando o EPI de qualquer maneira e o jogando no meio do caminho.

Os dois correram empolgados para fora da cena do crime, Dominique quase caiu por duas vezes enquanto tentava tirar as pernas do macacão azul. Por estar na frente e livre dos EPI, Sherlock foi o primeiro alcançar a moto estacionada, sem hesitar ele pegou o capacete com estampa de cérebro e o colocou.

― Vamos, Dominique! Não temos a noite inteira. ― Ordenou Sherlock olhando desesperado para a ruiva.

― Espera, caralho. ― Ao se livrar da proteção dos sapatos, ela o alcançou mais depressa. ― A Beladonna veio comigo, sabia?

― Ela pega um táxi com o John. ― Falou Sherlock com desdém. Ele subiu na garupa da vespa assim que Dominique sentou no lugar da motorista. ― Vai ser bom para ela, conhecer Londres e fazer novos amigos.

― Se ela me matar, juro que mato você. ― Resmungou Dominique afivelando o capacete e ligando a moto. ― Okay, para onde nós vamos?

― Vamos procurar uma mala cor de rosa. ― Respondeu Sherlock segurando Dominique com força pela cintura. Ambos trocaram sorrisos animados pelo retrovisor e deixaram Brixton em alta velocidade.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, em breve postarei meu próximo capítulo. Não deixem de se inscreverem no meu canal do youtube. As vezes posto uns videoshipp lá e outras coisinhas relacionadas as fics. Obrigada a todos que estão acompanhando, com todo o amor do mundo, Pandora ♥

PS. Link do meu canal: https://www.youtube.com/channel/UCnvg_dahH0kzj3ZznPL_mPw



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