Elementar escrita por Pandora


Capítulo 12
Capítulo 12 - The Blind Banker


Notas iniciais do capítulo

Eu estou atualizando a fanfiction pois lembrei desse site, para ler todos os capítulos postados dela até agora recomendo irem para minha conta no wattpad e recomeçar com a história, pois mudei muita coisa nos últimos anos. Meu user na rede vizinha de fanfiction é @fxnfiqueira



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ESTAR ENVOLVIDA EM UM CASO ao lado dos melhores amigos fazia com que o humor de Dominique Hudson melhorasse estrondosamente, apesar da preocupação que sentia com Beladonna estando sozinha pelas ruas de Londres e do pesar por ela perder essa aventura, nenhum sentimento negativo sobrepunha a felicidade por voltar a se sentir viva e útil. Algo bem diferente do que estava sentindo durante o emprego remunerado. Embora estivesse realizando a função almejada desde a infância, a realidade não condizia com as expectativas adquiridas, transformando as horas em frente ao computador em grande tortura, a qual ela duvidava melhorar com o tempo.

Ao menos ela tinha o Sherlock Holmes para tirá-la do marasmo e colocá-la dentro dos olhos do furacão, permitindo que participasse de aventuras que acreditava existirem somente em livros e perseguir táxis quando deveria estar regressando para o serviço. Mais tarde Dominique ligaria para a delegacia dizendo que o almoço a fez passar mal e, no dia seguinte, levaria um dos seus atestados falsos, os quais ela utilizava somente em ocasiões especiais.

— O que será que acharemos? — Perguntou Dominique se unindo aos amigos em frente ao prédio residencial na área nobre de Londres. — Para o cara ter recebido um "bilhete" ele deve ter aprontado algo. Espero que isso valha a pena.

— Também espero — Disse Sherlock virando para a ruiva por alguns instantes depois de apertar a campainha do apartamento de Edward Van Coon.

Não houve resposta vinda pelo interfone quando Sherlock apertou a campainha, fazendo com que o detetive consultor insistisse dando outros dois apertos, sendo eles mais duradouros que o anterior. Porém o silêncio seguiu como resposta as investidas.

— Talvez ele tenha fugido do país — Chutou Dominique dando com os ombros.

— O que faremos agora? — Perguntou John antes que Sherlock pudesse responder a teoria de Dominique. — Ficar aqui e esperar ele voltar?

— Ah, não! Preciso de algo interessante no meu dia, não quero voltar para a delegacia com mais de uma hora de atraso — Disse Dominique chutando o chão enquanto caminhava em círculos.

— Acabou de se mudar! — Anunciou Sherlock com a sombra de um sorriso estampado na face.

— O Edward? — Perguntou Dominique olhando confusa para o detetive.

— Não! Último andar, nova etiqueta — Respondeu Sherlock mostrando o conjunto de campainhas dos atuais moradores do prédio.

— Pode ter sido substituído — Contrariou John colocando as mãos dentro do bolso e balançando o corpo sobre o calcanhar.

— Ninguém faz isso — Sherlock lançou um olhar ríspido para o amigo, como se o mesmo tivesse dito algo extremamente idiota.

— Acho que depois de tudo o que viu você não deve ficar contrariando o Sherlock — Disse Dominique aproximando do detetive novamente e observando seus atos por cima do ombro.

— Tem como se afastar? — Perguntou Sherlock depois de ter tocado a campainha com nova etiqueta.

— Não! — Ela aproximou o rosto ainda mais da nuca do detetive, inspirou e expirou atrás de sua orelha — É para notar como isso é irritante. Que perfume você usa?

Pela segunda vez o detetive não foi capaz de responder a pergunta de Dominique, chegando a apenas lhe lançar um olhar embasbacado com a sua dúvida aleatória. Não era capaz de dizer se a amiga estava desejando saber sobre a pergunta por acha-lo fedido ou cheiroso, pois qualquer tipo de comentário sarcástico poderia surgir da resposta, que vindo de Dominique tinha alta tendência de ser algo negativo.

— Olá! — Disse a voz da dona do apartamento.

— Oi, moro no apartamento abaixo do seu. Acho que não nos conhecemos. — A atuação de Sherlock era impecável, fazendo com que Dominique e John se entreolhassem com sua performance. Caso não o conhecessem teriam caído em sua lábia ardilosa.

— Não, eu acabei de me mudar. — Respondeu a mulher do outro lado do interfone.

— Na verdade, esqueci as chaves do meu apartamento. — Disse Sherlock fazendo caretas convincentes, mesmo que a pessoa do outro lado fosse incapaz de ver.

— Quer que eu abra a porta? — Perguntou a moça.

— Sim. — Respondeu Sherlock voltando as suas expressões e tom de voz conhecidos — E podemos usar sua varanda?

— Como? — Perguntou a mulher confusa.

— Oi, meu nome é Diana Hudgens, estou grávida de trinta e oito semanas. Meu marido precisou sair às pressas do apartamento, pois pensou que eu tinha entrado em trabalho de parto. — Mentiu Dominique sendo tão boa atriz quanto Sherlock, John ficou se perguntando quantas vezes os amigos já teriam feito aquele tipo de teatro entre eles — Acabou que ele se trancou do lado de fora do nosso apartamento e todos os pertences estão lá dentro, incluindo as nossas chaves.

— Meu Deus! Podem usar a varanda, irei abrir a porta! Você está bem? Precisa de algo? — Perguntou a mulher acreditando na história criada por Dominique.

— Só esticar as pernas no sofá e relaxar do susto. — Disse Dominique forçando uma voz cansada e soando natural — Sabe como é, somos pais de primeira viagem.

— Acabei de abrir a porta. — Avisou a vizinha quase que no mesmo instante que a porta principal do edifício apitou com o destrave.

— Obrigada! — Agradeceu Sherlock e Dominique em uníssono.

— Vamos! — Sussurrou Sherlock correndo para dentro do prédio antes que a porta principal travasse pela segunda vez, sendo acompanhado de John e Dominique.

— Você pula a varanda, já que foi sua ideia e eu estou grávida — Disse Dominique enquanto adentravam no condomínio e seguiam para o elevador. — Esperamos você abrir a porta.

— Uma pergunta: Quantas vezes já encenaram esse tipo de coisa? — Perguntou John com expressões confusas ao ingressar no elevador.

Apesar de a resposta ser simples: Várias. Os dois amigos preferiam o silêncio, trocando risinhos debochados enquanto ingressavam no elevador e Sherlock apertava os botões correspondentes aos respectivos andares que parariam.

— Vocês dizem o tempo inteiro que não existe a chance de um relacionamento real, mas são como almas-gêmeas. — Insistiu John no assunto. — Sherlock conhece o código RDM.

— E daí? Você também conhece — Dominique moveu os ombros com desdém.

— Não! Não é a mesma coisa — John balançou a cabeça negativamente e gesticulou ao falar — Vocês se comunicam com o olhar.

— Sherlock é um bom observador — A ruiva moveu os ombros pela segunda vez. — Pode parando com o romance, deixe para os livros. — Ela segurou o antebraço de John quando o elevador parou no andar que deveriam descer — Agora vamos, fanfiqueiro!

— Sabia que quando fizeram aquela batida de droga falsa no apartamento durante nosso primeiro trabalho juntos, ele ordenou que a Bells ligasse para você? Ele ficou muito bravo por não ter atendido, disse também: "Droga, como seria bom a Dominique por aqui" — Falou John seguindo a amiga para o apartamento de Edward, estando determinado a mostrar seu ponto.

— Claro que ele ordenaria que ela ligasse para mim, é meio óbvio, conheço as leis e acabaria com aquela palhaçada armada pelo Lestrade — Dominique soltou o pulso do amigo e revirou os olhos. — Irrelevante seu argumento.

— Ele ficou muito preocupado quando foi sequestrada, precisava ver suas expressões — Revelou John parando na frente da porta do apartamento de Edward ao lado da ruiva, esperando Sherlock destrancar a porta do outro lado — Não pensou duas vezes em seguir o assassino.

— E? Ele faria isso por qualquer um de nós — Dominique curvou os lábios e arqueou as sobrancelhas. — Continua irrelevante.

— Ele só toca La vie en rose no violino quando você está em casa — John cruzou os braços na frente do corpo. — E ele nunca tocou a música favorita da Bela, a qual tem MUITAS PARTES de violino.

— Claro, é minha música favorita e ele faz para me irritar. Ele sabe que tocar Danse Macabre para a Bela não teria o mesmo impacto. — Disse Dominique fingindo desdém, porém sorrindo singelo. — Algo mais?

— Sim, você está sorrindo — John sorriu sem mostrar os dentes.

— Não, eu não... — Dominique desmanchou o sorriso que nem havia notado estar carregando — O Sherlock está demorando! — Reclamou a ruiva mudando de assunto e apertando a campainha — SHERLOCK!

— Ficou preocupada?

— Você não? Ele pode ter caído da sacada e morrido. Belo amigo, Watson! — Dominique revirou os olhos e tocou pela segunda vez a campainha — Sherlock! Você está bem? — Ela encostou o ouvido na porta, escutando os passos do detetive dentro do apartamento e uma porta sendo arrombada — Sabe, vai ser ótimo se deixar a gente entrar para ajudar, não me obrigue a atirar.

— Dominique! — Sherlock abriu a porta do apartamento, quase derrubando Dominique para dentro do cômodo — Ligue para o Lestrade, Edward Van Coon está morto.

— Merda! — Reclamou a ruiva fazendo caretas. — Isso vai ser descontado do meu salário. Como?

— Tiro na cabeça — Respondeu o detetive.

— Okay! Tente não mexer nas evidências antes dos peritos chegarem, caso contrário nós seremos presos — Avisou Dominique suspirando irritada com a situação e regressando para o corredor do prédio, onde poderia conversar com o patrão com mais privacidade.

Apesar de estar com um caso interessante em mãos, o qual, talvez, conseguisse trabalhar em paralelo com Sherlock e seus colegas de trabalho na Scotland Yard, seu humor havia decaído novamente. Ela seria obrigada a dar explicações para Lestrade sobre tê-lo deixado sozinho no restaurante, considerando até um pedido de desculpas.

— Detetive inspetor Lestrade! — Atendeu o homem do outro lado da linha.

— Não salvou o meu número ainda? — Perguntou Dominique revirando os olhos com a cordialidade.

— Não tive tempo de pedir seu telefone durante o almoço — Rebateu o detetive, fazendo Dominique rir fraco — Como você tem meu número pessoal?

— Peguei com o Sher. Mas isso é irrelevante no momento, Greg — Dominique revirou os olhos enquanto gesticulava com a mão livre. Ela estava prestes a atirar as palavras sobre o caso recém-adquirido com Sherlock e John quando escutou o detetive rir do outro lado da linha — O que foi?

— Você me chamou de Greg.

— É a porra do seu nome — Retrucou a ruiva irritada. — Escute, LES-TRA-DE, não te deixei sozinho do restaurante por precisar de dinheiro e não querer pagar, nem por ter falado mais do que deveria. Mas foi porque segui o Sherlock, estou com ele e o John agora. Estamos em um caso.

— Infelizmente não causa inveja, acabou de chegar um caso envolvendo tráfico de drogas que você iria adorar. Muitos grampos... — Provocou Lestrade acreditando que Dominique havia ligado para perturbá-lo.

— Tem um homem morto aqui, Greg! Acabamos de invadir o apartamento do um homem morto — Disse Dominique cruzando um dos braços na frente do corpo — Edward Van Coon. Por enquanto a cena de crime está intocada, mas você sabe como o Sherlock é. Não posso lidar com isso sozinha.

— Merda! — O palavrão saiu abafado, demonstrando que o detetive estava passando a mão sobre os lábios enquanto pensava sobre — Me mande o endereço, estarei acionando os peritos.

— Preciso desse caso — Falou Dominique coçando a nuca. — Se puder me colocar nele.

— Não serei o responsável por ele, Domi. Estou envolvido em algo maior, o qual gostaria muito que tivesse envolvida, seu trabalho como cyber detetive vai ser de grande ajuda. — O detetive suspirou. — Qual foi à causa da morte?

— Aparentemente suicídio.

— Oficial Hudson... — Greg fez uma pausa, ponderando sobre o pedido da ruiva — Quer abrir mão de um caso real para esse?

— O Sherlock está interessado e eu sei que o cara foi ameaçado, ou seja, não foi suicídio. Mas os peritos precisam estar aqui o mais rápido possível, antes do Sherlock perder a paciência e mexer no cadáver — Respondeu Dominique apressada. — É um caso real, só não sabemos como.

— Tudo bem, vou tentar te colocar nele — Cedeu Lestrade aos apelos da oficial.

— Obrigada! Fico te devendo essa. — Comemorou Dominique tentando não soltar um gritinho estridente em comemoração. Aquele seria o primeiro caso eu trabalharia na delegacia em conjunto com Sherlock, recebendo os devidos créditos durante a investigação. — Próximo almoço por minha conta.

— Irei cobrar esse almoço e da próxima vez eu dirijo — Assentiu Lestrade em humorado — Agora me mande o endereço.

— 'Tá! Até mais! — Dominique desligou o telefone com um sorrisinho bobo estampado na face.

No instante que teve certeza de que a ligação estava encerrada, ela enviou uma mensagem de texto contendo a atual localização para o número pessoal do Detetive Inspetor. Por mais que o responsável pela condução da investigação do caso de Edward Van Coon não fosse Lestrade, ela estava esperançosa para conseguir participar em conjunto com o detetive que seria designado e ter finalmente um caso arquivado em sua ficha.

— Então? — Perguntou Sherlock olhando desconfiado para a ruiva, a qual desfez o sorriso e o encarou com seriedade.

— Estão enviando os peritos, creio que cheguem em vinte minutos. Por isso não mexa em nada — Avisou Dominique erguendo o dedo indicador na direção do Sherlock, o qual continuava olhando desconfiado para ela — O que foi?

— Você teve um encontro — Respondeu o detetive curvando os lábios.

— Não tive um encontro. — Discordou Dominique fazendo caretas. — Greg vai me colocar no caso.

— Estão se tratando pelo primeiro nome — Zombou John tentando provocar os dois amigos ao mesmo tempo — Interessante.

— Vai à merda, Watson! — Dominique mostrou o dedo do meio para o médico. — Irei esperar os legistas lá embaixo, vocês não mexam em nada.

Sem disfarçar o incômodo com a suposição dos amigos quanto seu almoço com o detetive inspetor, Dominique os deixou no apartamento da vítima sem ao menos reparar direito nos detalhes que compunham a cena. Ela conhecia Sherlock bem o suficiente para saber que ele não pararia com os comentários maldosos enquanto não arrancasse a última gota de felicidade que sentia por estar, finalmente, envolvida em um trabalho investigativo real. Seu sorriso abobado não tinha a ver com Greg Lestrade e o almoço adorável que tiveram, mas pela oportunidade de aumentar o número de investigações em suas fichas e, um dia, crescer na carreira.

— Está com ciúmes! — Comentou John quando Dominique ingressou no elevador.

— Não estou com ciúmes, Dominique pode se envolver com quem ela quiser, é adulta — Respondeu Sherlock ficando tão descontente quanto a policial sobre as suposições. — E, como disse para sua namorada, sou casado com meu emprego.

— Vocês formariam um casal bonito — Prosseguiu John apontando do colega para o último lugar que Dominique estava — E seria legal, sabe? Eu com a Bela, você e a Domi.

— Me impressiono com sua esperança de algo acontecer entre você e a Beladonna — Disse Sherlock sorrindo sem mostrar os dentes.

— Por que você fica falando isso, Sherlock? Está interessado na Bela? — Perguntou John irritado, aquela não era a primeira vez que o amigo dizia que suas chances com Bela eram baixas, apesar de a mesma ter demonstrado o contrário.

— Puft! Não. — Sherlock fez careta enojada — Mas ela não respondeu nenhuma das suas mensagens desde que saímos de casa.

— Como você...?

— Suas expressões ao checar o celular de quinze em quinze minutos, decepção — Sherlock arqueou as sobrancelhas.

— Ela deve estar ocupada com alguma coisa, saiu para trabalhar — Disse John buscando uma desculpa para as mensagens ignoradas.

— Ou com alguém. — Sherlock deu com os ombros — Só estou dizendo.

— É por isso que as pessoas te odeiam — Falou John fazendo caretas com a suposição.

Porém não descartava essa hipótese. Faziam horas que Beladonna não respondia suas mensagens perguntando se estava bem. Talvez algo ruim tivesse acontecido, ou, quem sabe, ela teria encontrado o seu Mr. Darcy no novo emprego, alguém mais interessante que John e atendesse suas expectativas. Ele balançou a cabeça negativamente, afastando os pensamentos, ainda existia uma teoria válida, a de que o celular da professora havia acabado a bateria.

 


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