Crônicas - não dos reis - da vida. escrita por M Moraes


Capítulo 11
"Novo Normal" 14.06.2020




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Não assisto televisão no que se refere a "canais abertos" (Globo, Record, SBT, Band, TV Cultura, RedeTV, entre outras). Netflix, Amazon Video, Youtube, Spotify são os aplicativos que desfruto na televisão. Fora isso, a mesma fica desligada. 

Não acompanho notícias de jornais, nem novelas no horário nobre. Não vejo sequer os programas que os "canais abertos" dispõem para entreter os brasileiros semanalmente. 

Não faço ideia de quais sejam, se ainda existe Domingo Legal, Domingão do Faustão, Caldeirão do Hulk, Vale a Pena Ver de Novo, Sessão da Tarde, etc. 

Nada contra a quem assiste, mas prefiro entreter minha mentes com outras coisa. Por fim, chego ao motivo do título: o "NOVO NORMAL". Por eu não assistir televisão, não quer dizer que eu não saiba dos noticiários, pelo contrário. Sei e muito. Por comentários durante o trabalho, uma conversa aleatória no ônibus, assuntos entre parentes e até mesmo na igreja.

Na primeira semana de junho, o pastor presidente da igreja que congrego anunciou, para a minha felicidade, o retorno dos cultos presenciais no Rio de Janeiro. Com muitas restrições, é claro. Muitas restrições.

Mas o pastor dirigente do município em que resido, informou por mensagens que o nosso prefeito não havia liberado abrir as portas da igreja para o culto. Sabendo disso, no culto presencial da igreja sede, o pastor presidente solicitou que a igreja continuasse orando para abertura de outras filiais que ainda se encontravam fechadas.

Pois bem, na semana seguinte, no dia 14 de junho de 2020 nossas portas de abriram. Não que estivessem fechadas, mas para que pudêssemos adentrar no templo para um culto presencial. 

Pelo domingo de manhã, acordei na expectativa, arrumei-me com uma roupa de frio, pois era uma manhã gélida, peguei minha bíblia, meu fone de ouvido e coloquei um louvor no celular.

Ao entrar no templo, aferiram minha temperatura com o termômetro digital, passaram álcool gel em minhas mãos e um "A PAZ DO SENHOR" abafado por debaixo da máscara. O olhar da obreira sorriu para mim. Sorri de volta, por debaixo da máscara. 

Deu-se início ao culto. O que me chamou a atenção foi o termo usado pelo pastor enquanto o mesmo nos passava as instruções que saíram nos decretos do Estado do Rio de Janeiro e do Município em que estávamos: O "novo normal". 

O velho normal se passou. Agora será comum pessoas com máscara nas ruas, pouca aglomeração nos comércios, restrições para cultos nas igrejas, com distâncias entre um membro e outro. Não vamos mais dar as mãos nem falar para a pessoa ao lado uma palavra profética. Abraços, nem pensar! Sorrisos terão que ser vistos através dos olhos, porque a bota estará coberta. E se a temperatura estiver acima do normal, não será permitido adentrar ao templo. Estamos nos adaptando ao novo normal. 

Não temos previsão de quando isso vai passar. Já estamos na metade do ano. Muitos planos tiveram que ficar no velho normal. O país, os hospitais, os esportes, os eventos, escolas, cidades, bairros, casas, pessoas, famílias, crianças, idosos, faculdades, apresentações de TCC, formaturas, comércios, shoppings, clínicas médicas, mercados, empresas estão tendo que se adaptar ao novo normal. Escolas continuam fechadas com ensino à distância, para se entrar em um mercado/padaria/farmácia/etc. só com máscara. Em alguns lugares com mais acesso, precisa passar álcool gel diretamente do console ao abordado por alguém com o frasco na mão. 

No ônibus, apesar do contato na mão para entregar o dinheiro, não se sobe sem máscara. O tão esperado ar condicionado pelos cariocas nos ônibus novos foi substituído pelo antigo "janelas abertas". Algumas conduções ainda passam por lotações, mas muitos ônibus estão mais vazios que o normal, aliás, é o novo normal. 

Segundo o meu pastor, poderemos chegar próximo ao que era antes, mas que não será a mesma coisa, estamos no novo normal, uma nova maneira de viver, com mais distância, com mais restrições. Novos decretos. Novos cuidados. O novo coronavirus (COVID-19) trouxe novidades para o mundo. 

Sei de tudo isso sem ligar a televisão. 


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