Fluorescent Adolescent escrita por Liids River


Capítulo 6
R U Mine?


Notas iniciais do capítulo

I JUST WANNA BE YOURS
as duas músicas desse capitulo
ouçammmmm
E este é o fim. Eu espero que vocês gostem,porque eu amei escrever essa short ♥
muito obrigada pelos comentários e pelas dms !
E OBRIGADA A TEMPERANA PELA RECOMENDAÇÃO LINDA SOCORRRO ME ABRAÇA MEU DENGO
vou fazer umas notinhas finais pra vocês
até lá



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Com a ponta do lápis em cima do papel branco,fiz mais uma reta na vertical unindo-a a mais duas retas na horizontal.

Ouvi mais um click.

—Você precisa parar de tirar fotos minhas – sussurrei,terminando o meu desenho.

—Você concordou dessa vez – ele murmurou. Virei meu rosto em sua direção,mostrando-lhe a língua.

Mais um click.

Revirei meus olhos.

Mais um.

—Percy! – reclamei. O cabelo completamente bagunçado,as mãos cobertas até a metade pelo moletom,os dedos segurando a câmera na altura dos olhos. Ele sorriu minimanete,e eu ouvi mais um click.

—Vou te bater – reclamei,puxando a sua blusa grossa,que estava no meu corpo,mais para baixo,cobrindo as minhas coxas. Era domingo,talvez,o dia mais preguiçoso de todos. E o dia mais estranho também.

Havia começado com um sol ardido que só pimenta. Percy foi até a minha casa,e sob os protestos – xingamentos e palavrões – da minha mãe,me puxou para o apartamento dele e de Nico. E por mais que não fizesse sentido nenhum estar com saudade de alguém com quem eu havia passado o sábado inteiro junto,eu fiquei extremamente agradecida por ele ter ido até lá. Minha mãe fez careta para o seu cabelo,e ele sorriu. Minha mãe fez um comentário irônico sobre toda a roupa preta que ele usava e ele sorriu ainda mais.

Minha mãe reclamou de seus sorrisos e ele sorria ainda mais.

Percy consegui irritar a minha mãe sendo o mais agradável possível.

— Leva uma blusa,vai esfriar. –ela murmurou. Eu estava de regata e shorts. Estava aproveitando o sol de outono e nem havia passado pela minha cabeça que talvez fosse esfriar.

— Não vai esfriar – sussurrei mordendo uma maçã. Percy se jogou no sofá,colocando os pés na mesinha de centro e bocejou.

—Qualquer coisa ela pega uma blusa minha – ele sorriu,bagunçando os cabelos para minha mãe.

Atena revirou os olhos e pontuou :

—Primeiro : tira esse pé imundo da minha mesa – apontou com o indicador as botas de Percy em cima da mesinha. Ele revirou os olhos,tirando-as de lá – Segundo : Annabeth tem roupas. Ela não precisa das suas.

—Mas as minhas caem melhor – ele murmurou,fazendo charme – Você viu.

Minha mãe virou para mim raivosa.

—Leva o seu mendigo de estimação pra fora logo,antes que eu perca a paciência.

Nós dois rimos da sua carinha raivosa. Eu queria acreditar que haveria um momento em que os dois iriam  se gostar de verdade e tudo seria mais fácil....mas com aquela Atena ali? Eu não teria tanta certeza sobre isso.

Percy se levantou,puxando o rosto dela para um beijo corrido e saiu porta à ora antes que ela lhe acertasse com um chinelo.

Ela olhou para mim,suplicante.

—Pelo amor de todas as entidades existentes – suspirou – Esse garoto só piora!

— Ele não é tão ruim – sorri,terminando minha maçã. Minha mãe olhou porta a fora e viu Percy lhe fazendo careta e mandano beijo. Atena chegou a abaixar-se e pegar o outro chinelo no chão para jogar nele,porém Percy saiu do campo de visão.

Ela levantou as sobrancelhas questionando.

— Só um pouquinho – sorri,dando-lhe um beijo na bochecha e correndo porta a fora também.

—Filha – ela gritou.

Virei-me,olhando-a com o chinelo na mão.

Minha mãe era tão exagerada que me dava vontade de rir.

—Se cuida! – ela murmurou e revirou os olhos para Percy atrás de mim.

Sorri para ela,pegando uma das mãos de Percy.

—Pode deixar! – fiz o movimento da arminha com os dedos e puxei Percy para longe.

Eu sorri imaginando minha mãe correndo atrás de nós dois com os chinelos na mão.

Ouvi mais um click.

—Percy! – reclamei,mexendo-me para frente e puxando o cordão da sua câmera,fazendo-o tirá-la do rosto.

Ele sorriu e mordeu o lado de dentro da boca,puxando a câmera para ver as fotos. Os olhos verdes era o que se destacava no monte de preto que ele havia se enfiado. Estava sentado no chão,vestindo o conjunto preto de moletom,enfiando dentro do lençol preto. Os cabelos contrastando com o rosto mais pálido. A pouca luz que entrava pela janela deixava-o um pouco mais macabro.

Ele virou o rosto para mim,ficando corado devido a minha observação.

— Eu poderia fazer toda a minha monografia com as fotos que eu tenho de você – murmurou.

Senti meu rosto ficar quente também.

Ele nunca se deixava por baixo.

Puxei a blusa ainda mais para baixo,me arrependendo amargamente de não ter colocado uma calça antes de sair de casa. As mães,além de – na maioria das vezes – saberem o que é melhor para os seus filhos,elas teem uma ligação direta com São Pedro.

Elas sabem exatamente quando vai chover.

Quando vai esfriar.

— Você quer uma calça? – ele perguntou,ainda olhando para a telinha da sua câmera.

Eu revirei os olhos. O quão ridículo isso seria? Usar blusa e calça de uma pessoa que eu comecei a namorar tem pouco tempo. Quero dizer...acho que comecei a namorar. Não sei.

Pare de pensar demais.

Os últimos dois dias foram – eu digo com convicção – os dois melhores dias desde que Percy reapareceu. A verdade é que ele nunca tinha ido embora. Ele estava ali quando eu passava pelos corredores da escola. Ele estava lá quando a minha sala foi campeã no handball. Ele estava ali,o tempo todo.

Eu só não havia percebido.

E os últimos dois dias não me deram tempo de pensar como seria se ele se fosse novamente. Porque ele não iria. Nem se eu deixasse.

Ele levantou uma sobrancelha para mim,mas eu só continuei encarando seus olhos verdes.

Percy ficou sério de repente,abaixando a câmera e colocando-a em cima da mesinha de centro. Eu levantei uma das pernas,colocando-a dobrada sob o sofá. Coloquei minha cabeça apoiada em meu joelho e puxei as mangas do moletom para cobrir minhas mãos.

Ele também puxou as mangas do moletom que usava,cobrindo as mãos. Apoiou o cotovelo na mesinha de centro,colocando a cabeça apoia na mão fechada. Ele inclinou a cabeça e sorriu um pouquinho com os cantos dos lábios.

Queria entender o que ia acontecer agora. O que íamos fazer,e quando começássemos a trabalhar,qual o tempo que teríamos. E quando íamos planejar as coisas,viagens,shows. Quando eu iria rever Poseidon. Quando finalmente ele iria conhecer meu pai,sem a surpresa de ver Rachel ali.

Ele inclinou a cabeça,sorrindo um pouco mais.

—Você tá pensativa de novo – murmurou. – Vamos parar com isso aí.

Revirei os olhos,olhando pela janela. Que esquisito,desde quando eu me entrego para alguém assim? Parte de mim sabia que não era nada de errado. Eu conhecia Percy desde sempre. Ele me acompanhou nos meus primeiros atos rebeldes.

Não tinha problema,tinha? Agora que Percy tinha saído da defensiva,eu ia entrar? Não.

Pare com isso.

—Pare com isso – Percy sussurrou de repente do meu lado. Ele me puxou para perto,dando um beijo no meu rosto e abraçando-me. Encostei minha cabeça em seu ombro,sentindo o cheiro de Percy. Eu podia deixar que ele entrasse.

Eu deixaria.

E se você deixa isso acontecer,é porquê você...meio que...cê ama né?

— Percy,eu.. – afastei-me dele só para poder olhar em seus olhos. Ele puxou meu rosto,encostando seu nariz no meu e sorriu.

—Eu também.

Puxei seus lábios para a minha reta,beijando-lhe.Ele puxou meus cabelos para o lado,trilhando seus beijos pelo meu pescoço,sussurrando meu nome baixinho. A televisão ligada em um documentário da BBCOne. As mãos geladas em minha cintura enquanto ele me deitava no sofá. Puxei sua blusa para cima,tirando-a e deixando seus ombros largos a mostra. Passei minhas mãos pelas suas costas largas,as mãos em seus cabelos negros,bagunçando-o ainda mais.

Ele fez o mesmo com o moletom que eu usava. Senti minhas bochechas esquentarem pela regata que eu estava usando. Percy puxou minha perna para cima,colocando-a em sua cintura e eu me esqueci de tudo que estava pensando antes.

Até porquê,não tinha mais ninguém ali.

Era ele e eu.

Só nós dois.

.

Encostei-me no espelho do elevador,cansada. Por mais que estudasse no primeiro andar da faculdade,eu pegava o elevador provando o cúmulo da minha preguiça. Parece que o dia pós-final de semana só serve para que você tenha mau humor. E eu não havia visto Percy essa manhã.Ele não havia chegado às 7:10 como o previsto,não havíamos tomado café. E o dia estava tão corrido e sem graça,que a única pessoa que eu havia visto,fora Thalia na sala de aula.

Ela reclamou do final de semana. Disse não ter parado em casa e por conta disso,seus pais já estavam obrigando-a a ver um apartamento ao redor.

Eu pensei na possibilidade de dividir apartamento com ela...mas não estava ponta para sair de casa agora.

Vi Nico de longe,na biblioteca,com Rachel embaixo do seu braço. Eles sorriam e eu me perguntei qual seria a fórmula para tantos sorrisos em plena segunda-feira frienta. Comecei a me perguntar como havia sido na casa dela,no sábado. Se eles haviam conhecido meu pai,e se gostariam de conhece-lo de novo,desta vez,por minha conta.

Vi Leo quando eu corri para ir ao banheiro. Ele estava cheio de papéis e eu tive que ajuda-lo a pegá-los depois do nosso esbarrão. Ele sorri também,contente.

Nenhum deles sabia de Percy.

Isso,até a hora do intervalo quando eu descia a rampa calmamente,acompanhada da minha solidão e dos meus fones de ouvido. Ninguém optava pela rampa,já que parecia que não ia acabar nunca aquela porcaria de caminhada. Passaram duas pessoas da turma de Percy ao meu lado,mas eu me concentrei em fingir mexer nos meus papéis.

Ele estava agachado no começo da rampa,a câmera apontada para mim. Eu parei por alguns segundos,surpresa. Percy tirou a câmera da frente do rosto rapidamente,sorrindo para mim e piscando com um olho.

Revirei os olhos e fiz uma pose rídicula,colando uma das mãos na cintura e a minha pasta com os papeis da aula,em cima da cabeça,equilibrando-a.

Ele gargalhou voltando a câmera para frente do rosto e tirando mais uma foto minha.

Voltei a caminhar,agora sorrindo. Eu disse que queria entender os sorrisos das pessoas em plena segunda-feira frienta....talvez eu só precisasse de um motivo para entender.

E ele havia chegado.

—Chegou tarde hoje – murmurei,puxando-o para um beijo rápido.

Ele riu,tirando uma mecha do meu cabelo da frente do meu rosto e suspirou.

—Eu cheguei mais cedo do que o normal,na verdade.

— E onde você estava de manhã?  - sussurrei . – Bem,não importa.  Eu quero o meu café.

Ele passou o braço pela minha cintura,pegando meu fone e colocando-o na própria orelha.

—Você que manda. – juntos,fomos para o pátio do intervalo.

Agarrada a mão de Percy como se a minha vida fosse depender daquilo. Eu me sentia em The Breakfast Club : cada um era uma coisa e todo mundo se completava de alguma forma. Ele me empurrou para que eu me sentasse entre Leo e Nico enquanto ia até a cantina pegar nossos pedidos. Ninguém fez com que  nós dois juntos,fosse uma “grande coisa”. Thalia sorriu como se já soubesse. Nico riu,e ficou brincando com Percy. Leo só arqueou as sobrancelhas e me ofereceu seu bolinho de bacalhau.

E eu fiquei extremamente agradecida de não ter que me explicar para eles quanto aquilo.

Quer dizer,pelo menos não para todos eles...

Quando Rachel chegou e jogou sua mochila na cadeira ao lado da de Percy,eu tive certeza de que as cenas seguintes seriam diferentes da paz e tranquilidade que todos transpareciam.

— Uma pena você não ter ido até lá em casa no sábado – ela começou,um sorriso gigantesco no rosto. Eu arqueei as sobrancelhas – porquê aqui entre nós,eu não teria trocado meu sábado pelo sábado de ninguém.

— Eu soube que foi divertido – mentira. Ninguém havia comentado nada,mas não queria parecer uma escrota às 10h da manhã.

— Foi – ela sorriu,batendo palminhas. – O papai fez um almoço divino.

Cala essa boca. Cala essa boca!

—Bacana – sorri para ela,procurando Percy com os olhos.

A menção do traidor do meu pai,só me fez querer levantar e ir embora. O que me fez permanecer ali,foi o garoto na fila do cara do Donuts,fazendo mimica de guitarra discretamente com os dedos na perna. Eu sorri involuntariamente.

— O que você fez no sábado? –ela perguntou desinteressada. A trupe,como bons ouvintes que são,voltaram seus ouvidos e olhos para mim sorridentes.

— Eu... – suspirei. –Fui até uma loja de discos – pigarreei quando vi Nico estreitar os olhos para mim e moldar com os lábios sem voz “sacana!”. – Passei o resto da tarde vendo filmes e comendo besteira.

—Churros,eu aposto – Nico cruzou os braços arqueando uma das sobrancelhas,provavelmente havia visto os pacotes de churros que comemos. – Três pacotes.

Eu revirei os olhos para ele e dei de ombros,sem explicar.

Leo riu,passando o braço ao redor de Thalia.

—Sabe quem também é viciado nesse troço? – ele pigarrerou,olhando de canto para Rachel – Percy.

—É. – Rachel sussurrou – O Percy.

Dei de ombros de novo,olhando fixamente para Leo. Ele me mandou um beijo e eu revirei os olhos,vendo Percy pedindo nossa comida.

— E ele nos deve explicações! – ela pontuou mais alto,fazendo gestos – Não apareceu e nem ligou pra gente para dizer onde estava,eu acho um absurdo.

Todos desviaram os olhos para as próprias comidas e começaram a conversar entre si. Nico virou-se para mim,apenas me encarando. Ele tinha os olhos mais escuros que eu já havia visto. Parecia que ele não tinha pupila e isso não é tão assustador quanto aparenta,não. Era bonito o contraste com a sua pele clara e a boca vermelha. Ele se aproximou o bastante para me dar um beijinho na testa e sorrir.

— É pra cuidar bem dele,entendeu? – sussurrou,apoiando a cabeça na mão. – Vou manda-lo cuidar bem de você também.

—Eu sei me cuidar sozinha – sussurrei fazendo careta.

Nico sorriu,as covinhas pequenas nos cantos da boca muito atrativas.

—Eu sei que você sabe – ele sussurrou,desviando os olhos para Percy,que equilibrava nossos pedidos na bandeja e vinha em nossa direção – Mas não tem.

Eu sorri,apoiando-me em seu ombro quando ele passou o braço ao redor de mim de novo. Rachel sorria encantada para nós :

—Vocês são um casal muito fofo!

Nico riu baixinho,fazendo-me ficar corada. Rachel bateu palminhas de novo,animada. Talvez – e sendo bem psicótica – não me considerasse mais uma ameaça entre ela e Percy.

Não desta vez,querida.

Percy se sentou ao lado dela,fazendo careta para Nico enquanto colocava as bandejas em cima da mesa e cumprimentava Rachel com um beijo rápido no rosto. Ele me passou minha caixinha com os donuts que eu pedi,e tirou um copo de café da badeja,um para mim e outro para Nico.

Nico deu um beijo em meu cabelo e piscou para Rachel.

Percy mordeu seu Donuts alheio a tudo,enquanto todos os outros conversavam.

— Como está o seu trabalho? – Rachel perguntou de repente para ele. Dei um gole em meu café e fiquei em silêncio,apenas ouvindo. – Aquele que você precisa encontrar alguém para te ajudar.

—Eu já arrumei – ele murmurou bebendo seu café e limpando a boca com o guardanapo – Na verdade,só falta imprimir.

—Que bacana – ela murmurou,um tanto decepcionada – Pensei que você fosse pedir ajuda.

—Eu encontrei ajuda – ele murmurou mais rude,de repente. Rachel franziu a testa e Percy deu de ombros – Obrigado por perguntar.

Ela voltou a sorrir.

Nunca havia visto algo que fosse tão patético em toda a minha vida.

Nem sabia do que estavam falando,e por mais que seja infantilidade,estava contente pela ajuda que Percy havia arrumado – não sendo ela.

— Você passou o sábado fazendo esse trabalho? – ela perguntou. Rachel parecia uma leoa – até mesmo no sentido literal,com aqueles cabelos desgovernados e perfeitos ao redor do rosto bonito. Ela restava rondando Percy pelas beiradas,como se ele fosse a presa que ela estivesse restes a atacar....

—Não – ele respondeu. O que Rachel não sabia,era que Percy estava longe de ser uma presa. Principalmente uma presa dela. Ele ajeitou sua postura na cadeira,colocando um dos pés em cima do banco,e apoiando o cotovelo no joelho,passando a mão nos cabelos – Aliás,fiquei sabendo que foi divertido...no sábado.

Seus olhos disparam para mim rapidamente. Ele segurou um sorriso quando eu desviei os meus.

— Foi mesmo – ela fez beicinho. Eu contive a vontade de revirar os olhos e suspirei. Nico apertou sua mão em meu ombro e eu sorri de lado,para ele – Você não foi,senti sua falta.

—Desculpe – ele murmurou,bebendo mais um gole do café.

—Afinal...o que que você foi fazer no sábado então? – Rachel perguntou.

A mesa ficou em silêncio pela segunda vez. Senti vontade de me enfiar em um buraco dentro da blusa de Nico

— Eu... – ele pigarreou – Eu fui na loja de discos. Voltei para casa,assisti alguns filmes enquanto comia-

—Churros – Nico completou,interrompendo Percy. Vi pelo canto do olho o rosto de Percy assumir um tom mais rosado – Três pacotes.

O rosto de Rachel assumiu um tom mais rosado. Ela desviou os olhos de Percy – que se deliciava com seu donuts de chocolate – para mim. Ela arregalou os olhos,a boca formando um “o” perfeito. Nio passou a mão em meus cabelos e eu escondi meu rosto em seu ombro,querendo morrer.

— Sozinho? – ela perguntou indiscreta.

Thalia suspirou e disse :

—Rachel isso não é da sua conta. Deixe-o em paz.

—Sozinho,Percy? – ela pegou em seu pulso com raiva. Percy,lentamente,olhou para a mão dela em seu pulso. Suas mãos seguravam o donuts que ele ia levar para a boca. Seus olhos vieram para mim enquanto eu o observava. Eu sorri,mas ele ficou sério,voltando a olhar para as unhas vermelhas de Rachel em seu pulso.

Ele virou a cabeça de lado e franziu a testa.

—O que lhe interessa?!

Nico suspirou,sussurrando em meu ouvido:

—Seja lá o que for acontecer,não é sua culpa.

—Eu me recuso a acreditar que você me deu o bolo para passar o final de semana com ela! – Rachel pontou com o dedo para mim,olhando-o incrédula. – Nos deus o bolo,para ficar com ela??!

— Rachel,isso de verdade – ele deixou o donuts na caixinha,passando-o para Nico – Não é da sua conta.

— Você nunca mentiu pra gente! – ela se alterou,atraindo a atenção de algumas pessoas – Você está mentindo pra gente e u acho que sei de quem é a culpa! – ela virou seus olhos raivosos para mim.  – Eu sei o que você está fazendo,Chase. Você acha que vai conseguir ser alguém melhor roubando o Percy da gente?

—Eu não sei do que diabos você está falando,Rachel – sussurrei.  – Não estou roubando ninguém de ninguém!

— Você não faz parte disso aqui! – ela gritou,apontando para a mesa.

—Ei,Rach – Leo puxou sua mão,mas ela estapeou-o com raiva. – Não faça um show.

— Mas ela só consegue resolver os problemas dela desse jeito – Nico resmungou,revirando os olhos e acariciando meus cabelos – Fazendo show. É sempre assim.

—Cala essa boca,seu imundo – ela grunhiu entredentes para Nico – Eu confiava em você!

— Só porque as coisas não saem de acordo com o seu roteiro,isso não quer dizer que não sejam boas – Nico murmurou sério,olhando-a. – Ou você lida com isso,ou vai quebrar a cara mais um milhão de vezes,Rachel.

— Você não sabe de nada – ela resmungou,batendo o pé no chão – Você não está chateado por Percy não dar satisfações?

—Eu sabia exatamente onde ele estava – Nico rebateu. Eu não sabia se era verde ou não,mas da maneira convicta a qual ele disse,até eu acreditei de primeira. – Ninguém deve satisfações para ninguém!

— Nós somos amigos! – ela resmungou,olhando de volta para Percy – Pelo menos,eu achei que éramos!

— Rach,porquê está fazendo disso uma conspiração contra você? – Percy perguntou calmo. – Você sabe que eu já não fui muitas vezes aos passeios que vocês marcam e eu nem digo porquê ou não...por que que desta vez você se importa tanto?

—Porque você estava comigo – murmurei. Os pares de olhos todos se voltaram para mim. A grande maioria calma,apenas Rachel me olhava como se pudesse me queimar viva – E ela,agora,sabe o que é ser trocada. – tirei a mão de Nico do meu ombro e levantei-me,pegando meu café e saindo da mesa.

Thalia fez menção de se levantar e me acompanhar mas eu apenas balancei a cabeça e moldei sem voz “não”.

Mas Nico veio.

E juntos,saímos do pátio.

.

—...

—...

—...sério,não liga mesmo pra essas coisas,tá? – ele repetiu pela octogésima vez.

—É sério Nico – eu ri – Eu não ligo.

Ele pegou minhas pernas,colocando-as em seu colo. Tinha um sorriso meigo no rosto,os cabelos esvoaçantes. Estavamos no terraço do prédio da faculdade. Poucas pessoas podiam subir ali – apenas estudantes de fotografia,na verdade. Mas ele tinha seus meios – os mesmos meios que faziam Thalia ficar com presença em aulas que ele não tiha,mas ela sim – então ele abriu a portinha para nós.

— Ela não entende que as amizades são diferentes ,mas não necessariamente uma é melhor que a outra – ele sussurrou.

E eu não podia culpa-la.

—Mas não é mais amizade né? – ele sussurrou e piscou sugestivamente para mim. Eu sorri envergonha e dei de ombros.

—Parece que não.

.

Eu corria pelos corredores cheios. A faculdade nunca estivera tão cheia. Era semana da Comunicação e todo mundo procurava uma parede com o murinho destinado ao seu trabalho.

Eu estava atrasada. E estava ferrada se eu não achasse meu murinho.

Eu tive três semanas para fazer o projeto. Em grupo.

E é aquele ditado : faça um trabalho em grupo e você entenderá porquê o Batman trabalha sozinho.

Eu havia feito grande parte do trabalho,tinha feito,impresso e dado o briefing inteiro do projeto,a única coisa que o meu grupo havia me dado fora dor de cabeça em ter que fazer todo resto sozinha.

Ficamos até tarde ontem fazendo vídeo-chamada. Percy e eu,no caso.

Mas ele não mora ai do seu lado?

Sim,mas ele também estivera ocupado com a sua parte no projeto.

E eu ainda me encontrava correndo.

—Oi Annie! – alguém gritou enquanto eu corria.

Virei-me de costas vendo Leo sorrindo e acenando para mim. Levei uma das mãos aos lábios e lhe joguei um beijo,voltando a correr igual uma louca desesperada. Em frente a minha sala,estavam alguns membros do meu grupo :

— E aí? Deu tudo certo? – um deles perguntou.

É claro que deu,seu paspalho. Eu fiz tudo sozinha!

Eu acenei,passando pela rodinha de imbecis e continuei caminhando mais apressadamente para o andar de cima. O elevador não estava funcionando e as escadas estavam interditadas pelos estudantes de artes que faziam uma coisa mais interativa.

Eu subi mais uma rampa,torcendo para  não desmaiar pela falta de ar.

— Ei – ouvi alguém me chamar e puxar-me pelo pulso. EU cai para trás com a força da pessoa,olhando-o. Nico estava com os cabelos bem arrumados e um microfone estupido nas mãos – Eu preciso da sua ajuda.

— Hn... pode ser depois? Eu meio que tô sozinha e não sei onde que tá a porcaria do meu mural! – suspirei. Ele riu de lado e ajeitou a camiseta social. Thalia segurava uma câmera apontada para o rosto dele e sorriu para mim.

Eles estavam cada vez mais próximos,esses dois...

— Desculpe – ela murmurou – Também não sei onde está o meu mural.

— Tudo bem – eu sorri e ajeitei um botão na roupa de Nico – Qual é a ajuda que você precisa?

— Preciso de um depoimento de que essa bosta é legal para a interação dos cursos – ele murmurou revirando os olhos – E você é a pessoa mais gentil que eu conheço,por mais que você não concorde,eu sei que vai sair alguma coisa doce dessa sua boquinha.

Eu sorri para Nico,sentindo meu rosto esquentar.

Certo,então.

—Certo,então – eu sorri. Pisquei sugestiva para Thalia – que ficou vermelha e voltou a se esconder atrás da câmera – e voltei a minha correria. Antes de virar para mais um corredor,voltei-me para eles e gritei : - Ei!

Os dois viraram.

—Vocês viram o Percy?

Os dois negaram e deram de ombros.

Assenti,virando de frente novamente e voltando a minha correria...

...mas eu não dei mais que quatro pessoas,porque fui arrematada pelas mãos geladas que eu tanto gostava agora.

— Ei apressadinha – ele riu dando-me um beijo rápido na testa. Ele também estava ofegante e sorriu adiante – Seu mural é lá em cima,do lado do estúdio de gravação! Até depois.

Ele se virou de costas e voltou a correr,os cabelos voando. Ele parou ao lado de Nico as mãos na cintura,ajeitou os cabelos e sorriu para a câmera de Thalia apontada para o seu rosto.

Que homem! Baita homem.

Voltei a minha correria.

Depois que terminei o meu mural,eu suspirei vendo que tinha dado tudo certo. Estava com alguns cortes no indicador e no polegar por conta do papel e do estilete que tive que usar,mas estava tudo certo. Tinha meu primeiro projeto pronto e alguns dos meus amigos estariam ali para presenciar todo o meu esforço.

E por mais que eu tenha pensado em desistir da faculdade em alguns momentos,naquele momento em especial,eu me senti feliz.

Parecia finalmente ter colocado os pingos nos “i”s.

Terminei de apresentar e deixei o mural para a exposição. Corri atrás de Nico para lhe dar o depoimento. Passando pelo corredor da biblioteca,deparei-me com uma mutidão de pessoas em volta de uma mesa grande.

Como uma boa curiosa,aproximei-me da mesa vendo o projeto de Percy e do seu grupo.

Eram fotos de todas as pessoas. Todas elas. Das tias da limpeza,do rechonchudo responsável pelos laboratórios,dos moços da cantina ( até o mais rabugento deles),todos sorrindo. Algumas fotos tinham perspectiva de cima para baixo,outras de baixo para cim. Algumas era metade do rosto,outros o corpo inteiro. Tinha foto de professor,foto de aluno,foto da trupe. Thalia estava com uma foto dela em mãos e sorria. Eu tive vontade de tirar uma foto dela sorrindo vendo uma foto dela sorrindo,só por inception.

Tinha um foto de Rachel sorridente.

Tinha Nico exibindo um sorrisão.

Tinha Percy,sorrindo. Eu peguei essa pra mim,admito.

E tinha uma minha. Sentada na mureta da escola,sorrindo.

Uma minha revirando os olhos. Comendo churros.

Fazendo careta.

Todas elas. Uma mesa inteira cheias de Annabeth.

 Saí de perto da mesa e fui atrás do autor das fotos.

.

Ele estava sentado na mesa perto do café.Tomava um copo e tinha outro do lado. Estava de preto da cabeça aos pés,literalmente. Estava de moletom grosso, calça jeans preta,tênis preto. Touca preta.

Sentei-me ao seu lado e sorri.

—Colocou a touca na cabeça.

—Nico mandou. – ele murmurou revirando os olhos – Disse que eu parecia um maníaco e que a gravação do que ele estava fazendo ia ser transmitido para os professores,na sala dos professores.

— E foi?

—Não – ele revirou os olhos e sorriu para mim – Deu tudo certo no seu mural?

— Sim – murmurei tomando o copo de café que ele colocou na minha frente. – E com o seu projeto?

Ele ficou um pouco vermelho,mas não perdeu a postura.

—Claro – sorriu – Ficou perfeito.

Coloquei algumas das fotos em cima da mesa. Ele acompanhou as minhas mãos com os olhos e eu acompanhava o rubor de seu rosto subir. Coloquei a sua foto no centro,a de Nico do lado.

—Tinha tanta foto que eu quase não achei a minha – sussurrei ironicamente.

Ele revirou os olhos como se dissesse : querida,eu inventei esse tom. Não use-o comigo.

— E aí eu encontrei um monte – murmurei,tomando o meu café e terminando de postá-las na mesa. Seis fotos minhas. Uma dele. Uma de Nico.

Ele me olhou,as pupilas dilatando. Se eu tivesse uma câmera,queria tirar foto do seu rosto,nesse exato momento.

Eu nunca estive tão apaixonada por alguém como eu estava por aquele rosto. Por aquela personalidade. Por Percy Jackson.

— Você gostou? – ele perguntou olhando incerto para elas. Tocou meu rosto por uma delas e eu puxei o seu para mim,beijando-lhe rápido no nariz.

— Eu senti falta de uma,eu confesso – sussurrei acariciando seu nariz com o meu.

—Qual? – ele sorriu sacana,pegando em minha cintura. – Eu guardei algumas para mim,eu admito.

Eu suspirei sentindo o rubor tomar conta do meu rosto agora.

—Aquela – eu sussurrei. – Na rampa.

— Com a pasta e os papeis na cabeça? Eu não colocaria aquela em exposição nunca– ele riu,passando a mão nos meus cabelos.Seus olhos fitando os meus e eu pedia a todos os mundos que meus olhos transmitissem o quanto eu o amava. – Aquela é minha. Só minha.

Eu sorri,negando com a cabeça. Você voltar e se tornar tão...essencial.

—Você quer me beijar agora? –perguntou,seu hálito batendo em meu rosto.

—Quero te apertar de tão fofo!

—Você acaba com a minha virilidade,meu amor – ele resmungou.

Eu sorri,beijando seus lábios e entrelaçando sua mão na minha.

Ele me encarou

Eu o encarei.

E mais uma vez,era só a gente.

...

..

Ele conversava animadamente com Nico. Estava tão agitado que eu tive vontade de pedir-lhe calma. E u o fiz :

— Ei,tá parecendo um hipetativo – sussurrei,pegando sua mão e ele revirou os olhos – Calma – sorri.

Ele apertou minha mão sorrindo.

—Eu adoro esses caras. – ele sussurrou – Eles me lembram você.

— Uau,obrigada – sussurrei irônica.

—Você entendeu o que eu quis dizer.

Dentro da pista,ele se postou atrás de mim, como na primeira vez. Ele cantou junto comigo,como na primeira vez.

Ele me beijou,pela primeira vez enquanto ouvíamos a música que nos uniu.

E por fim,ele cantou pra mim, perguntando-me se eu queria ser dele.

E ah,meu bem!

E eu respondi...que eu só queria ser dele.


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Notas finais do capítulo

Eu amei de verdade escrever essa short. Essa é uma das minhas bandas favoritas - apesar da minha música favoritas de todos não estar na fic - e eu compartilhei muitos dos meus pensamentos nessa fic. Então tem um pouquinho de mim tanto na Annabeth,quanto no Percy,quanto no Nico,na Rachel,na Thalia,enfim pessoal.
Só saibam que se vocês se apaixonaram por algum personagem dessa fic,vocês se apaixonaram por uma partezinha de mim,sem nem perceber.
Legal né? E eu fico feliz porquê eu sou fã e tenho admiração por cada leitorzinho meu. Desde os que vem com o comentário mais "ahn que fofos!" aos que fazem QUILOMETROS (OI IVO) de comentários. E até pelos que nem comentam,mas veem de DM agradecer. Ou os que não fazem nada disso,mas sabem que leram uma coisinha aqui e gostaram.
Então obrigada!
Eu já tenho o primeiro capitulo da proxima short pronto,além de algumas Ones. E eu irei postá-los,é que agora eu tô entrando em semana de férias e fica mais complicadinho ;c
enfim é isso
amo vocês ♥

ps : a foto na rampa? eu tenho uma



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