Segredos de Família escrita por G I Dallastra


Capítulo 9
Segredos Revelados.




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Catarina chegou no escritório e ela estava aflita. Ela foi direto à sala que era do pai e quando entrou, notou que na sala de espera havia uma mulher sentada, e aquela mulher tossia muito com um pano na boca.

— cadê ela? - disse Catarina para a secretária.

— é essa senhora ali sentada Catarina.

Catarina foi até a senhora.

— tudo bem? Eu sou a Catarina, você queria falar comigo?

— quero sim Catarina – ela tossiu mais uma vez – vamos para um lugar mais reservado.

Catarina guiou a mulher até o escritório que era de Carlos e então a senhora sentou-se.

— Catarina, desculpe chegar desse modo, mas eu preciso que você saiba que apesar de tudo eu sou uma mulher muito religiosa, eu sei que depois do que vou te dizer você vai duvidar disso, mas eu sou e preciso me confessar pra tentar pedir o seu perdão – ela tossiu novamente, então Catarina percebeu que havia sangue no pano que ela colocava na boca quando tossia.

— eu estou ficando cada vez mais aflita, me diga logo o que houve!

— precisamos voltar no tempo para o dia em que você teve o seu filho, aliás, a sua filha.

— quem é você e o que você quer – Catarina estava em choque.

— eu já disse Catarina, eu preciso do seu perdão para poder fazer a minha passagem em paz. O castigo pelo que eu fiz com você é o câncer que está me matando – a mulher tossiu – eu me chamo Lívia e eu era a enfermeira chefe no hospital em que você deu a luz.

— no dia em que a minha filha morreu. Você teve alguma coisa a ver com isso?

— sua filha não morreu – ela tossiu novamente.

— o que é você está dizendo? - Catarina ficou atônita.

— naquela noite que você deu a luz eu estava passando por dificuldades financeiras horríveis, isso não justifica nada, mas explica o motivo de eu ter aceitado o que a sua mãe me propôs – ela tossiu, e dessa vez saiu mais sangue que das vezes anteriores.

— fala de uma vez Lívia, o que foi que a minha mãe te propôs?

— ela me ofereceu uma quantia grande de dinheiro para que eu trocasse o seu bebê por uma criança que havia nascido morta naquela noite.

Catarina ficou completamente sem chão, uma lágrima correu seu rosto.

— trocar? Quer dizer que a minha filha está viva?

— sim – ela puxou de dentro da bolsa uma pasta azul com vários documentos e deu a Catarina – aqui estão todos os documentos que eu reuni no hospital que contém as identidades. Essa criança aqui descrita é sua filha, através disso que tem aí você conseguirá encontrar ela. Eu sei que nada do que eu faça ou diga vai conseguir reparar o estrago que eu fiz pra você e pra essa criança, e agora para a família que está com ela, mas eu precisava te contar pra poder fazer a passagem sem paz.

— você disse que sabia o motivo pelo qual o meu pai foi assassinado, o que é? - disse Catarina, com ódio na voz e secando as lágrimas que escorriam pelo seu rosto.

— isso tudo o que estou te contando aqui, eu havia contado para o senhor Carlos nessa mesma sala. Ele saiu daqui dizendo que ia se divorciar de Branca e jogaria ela na cadeia, então é óbvio que foi ela quem matou ele. Quem é capaz de trocar o bebê da filha na maternidade por uma criança morta, é óbvio que é capaz de matar também.

— não foi ela quem trocou os bebês, foi você, não coloque a culpa somente nela – Catarina aproximou-se de Lívia e olhou ela fixamente nos olhos – se você veio aqui atrás do meu perdão, fique sabendo que você nunca terá o meu perdão, nunca. Mas não se preocupe, você não vai pagar por isso sozinha.

Catarina virou-se e saiu desnorteada, ela pegou seu carro e dirigiu em um modo “automático” até em casa, pois ela nem enxergava nada em sua frente, ela só conseguia pensar em tudo o que Lívia havia dito a ela. Ela ainda nem havia olhado os documentos, ela os colocou no banco do carona, ela olharia depois, mas antes ela precisava olhar no olhos da mãe, ela precisava ouvir da boca de Branca os motivos para uma crueldade daquele tamanho.

 

***

— vamos colocar aquela mesa preta ali na frente daquela janela e a cortina vermelha vamos trocar de cômodo, vamos colocar na… - Branca estava falando com os decoradores que estavam em sua casa naquele momento, então Catarina entrou gritando.

— vamos todo mundo sair daqui que eu quero falar com a minha mãe!

Todos ficaram espantados, alguns não conseguiram se mover, então Catarina deu mais um grito de “saiam” e nesse momento todos viram que ela estava falando sério. Assim que todos saíram, Branca disparou.

— mas eu posso saber o que está acontecendo aqui? - Branca não estava entendendo nada.

— assassina! - Catariana de um grito tão alto que Branca ficou assustada e então deu-lhe uma bofetada tão forte que Branca caiu – como é que você teve coragem de fazer isso comigo sua maldita?

— você ficou completamente louca? - Branca levantou-se e ficou frente a frente com Catarina enfrentando ela – nunca mais ouse levantar a mão pra mim – e deu uma bofetada em Catarina que a fez dar alguns passos para trás – eu matei a ameba do seu pai sim, e mataria de novo! Quem aquele infeliz pensava ser para pedir o divórcio depois de eu ter passado tantos anos carregando essa família e essa casa nas costas? Seu pai era um nada e sempre foi!

— não abre essa boca imunda pra falar do meu pai sua cadela! - Catarina gritou e pegou Branca pelos braços – por que você trocou minha filha por um bebê morto? - ela tinha ódio no olhar.

— do que é que você está falando? - Branca estava tentando dissimular.

— a Lívia me contou tudo, ela também me disse que contou pro meu pai e eu sei que você matou ele por causa disso, mas agora me diga, você vai me matar também? Porque se você não matar eu vou te jogar na mais imunda das cadeias desse país, eu vou te deixar miserável, sem um centavo e presa, eu vou fazer com que você tenha que vender as unhas e os dentes pra ter o que comer sua infeliz! Mas você vai me dizer qual é o motivo – ela chacoalhou Branca – fala, por que você fez isso?

— você não estava preparada para ser mãe, você não ia ficar com o Paulo e você não era mulher o suficiente para ser mãe solteira. Pode encarar isso como maldade, mas é a mais pura verdade, eu te livrei de uma ida monótona, depois sem nada te prendendo aqui você pode ir atrás das suas paixões, fazer anos de trabalho voluntário e tudo mais, eu te fiz um favor!

— eu vou te soltar agora porque se eu começar a te bater eu só paro a hora que eu te matar – Catarina soltou Branca e afastou-se um pouco – eu vou fazer você pagar por ter matado o meu pai, eu vou fazer você pagar pela troca dos bebês e eu vou te jogar na mais imunda das cadeias, sua desgraçada! Você quis guerra a vida toda, agora você arrumou!

Catarina virou-se e saiu. Ela foi até o carro e entrou nele e foi até a delegacia mais próxima e quando lá chegou, ela olhou para o banco do carona onde estavam os documentos que Lívia havia dado para Catarina, porém só então ela notou que não estavam mais ali, alguém havia pego os documentos do banco do carro de Catarina. Ela voltou para casa correndo, e foi falar com o porteiro, porém ele havia visto nada, então ele pediu para que Catarina aguardasse até o dia seguinte pois ele solicitaria as imagens da garagem para ver quem havia pego a pasta, então Catarina notou que o carro de Branca não estava lá.

 

***

Lívia havia passado o dia todo fora de casa, então quando ela chegou em casa ela notou um carro que ela nunca havia visto por ali estacionado na frente de sua casa, mas ela passou direto por ele e entrou, porém ela teve um pressentimento ruim.

Ela abriu a porta e quando entrou, ela ia fechar a porta, porém um mão vestida com luva de couro branca a impediu.

— não me convida para entrar e tomar um café? - disse Branca, empurrando a porta.

— eu não tenho nada a oferecer, com licença – disse Lívia tentando fechar a porta, porém como ela não tinha mais forças, Branca deu um empurrão na porta que a fez cair no chão e a porta abrir.

— então não me ofereça nada, eu serei rápida – disse Branca entrando.

Lívia sofreu para levantar-se após a queda, e quando deu por si, ela estava sob a mira do revólver de Branca.


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