Somebody Loves Somebody escrita por kbex


Capítulo 3
Cause I can't take another goodbye.


Notas iniciais do capítulo

E ai vamo fecha?



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Pode-se dizer que todos os moradores da cidade se encontravam dentro daquele salão. Emma ainda ria internamente ao lembrar do nervosismo de Regina pouco tempo atrás e esta caminhava a sua frente como a rainha que realmente era. A loira acelerou o passo e posicionou-se ao lado da outra, que parecia também querer rir.


— Viu Swan? Você pode usar um vestido de vez em quando. - Sorriu. - E livrar-se também daquelas botas porque pelo amor de Deus.


— Eu acho que me visto muito bem. Não tanto quanto você, mas bem.


— Mãe! - Ambas ouviram uma voz conhecida e viraram para encarar Henry à sua frente.


— Qual das duas, garoto? - A xerife riu.


— As duas. Mas primeiro ela. - Apontou para Regina que tinha um sorriso triunfante no rosto e abaixou para abraçar o filho.


— Como você está? - Perguntou.


— Muito bem. E você?


— Melhor impossível.


— Espera um pouco. Essa jaqueta não é da Emma?


— Hm, sim. Mas é que estava ventando lá fora e ela me ofereceu essa coisa vermelha. - Ela olhou para cima discretamente e pôde ver a outra prender o sorriso. Isso estava acontecendo bastante entre as duas ultimamente.


— É bom ver vocês duas se entendendo. Mas voltando a história do vento do lado de fora... É isso que dá sair usando roupas curtas, mãe. Olha, eu não quero ninguém te olhando, pelo menos não agora. - A morena gargalhou alto e apertou o nariz do garoto.


— Não se preocupe. Não acho que as pessoas dessa cidade estejam interessadas em se aproximar da Rainha Má.


— Você não é mais a Rainha Má, mas mesmo assim eu acho bom. - O menino riu e foi falar com a outra mãe.


Enquanto isso, Regina foi pegar alguma coisa para beber. Cidra de maçã, isso sempre a animava. Mas como sempre, havia alguém para importuná-la.


— O que você faz aqui? - Ela ouviu a voz de Leroy. - Quem te convidou?


— Com certeza alguém mais importante do que um anão xereta. - Ironizou.


— E eu posso saber quem? - Perguntou esnobe.


— Essa eu respondo. Foi eu que convidei, algum problema aqui? - Emma surgiu atrás de Regina, tocando brevemente seu ombro.


— Nenhum. - O homem saiu emburrado.


— Você está bem? - A loira perguntou preocupada.


— Miss Swan, no dia em que um projeto de homem me intimidar, eu farei tortas de maçãs envenenadas e distribuirei entre meus inimigos.


Emma arqueou uma sobrancelha e a rainha lhe deu um leve tapa em seu rosto, fazendo-a rir.


— Isso é meio estranho, não acha? - A salvadora perguntou.


— O quê?


— Todos reunidos, festejando.


— Pode ser que demore, mas você se acostuma. - Regina olhou fixamente nos olhos da xerife e esta manteve o olhar sem ao menos piscar. - Você sempre faz isso?


— O quê? - A loira saiu de seus devaneios.


— Flerta com todo mundo desse jeito. - Regina arqueou uma das sobrancelhas.


— Não faço a mínima ideia do que você está falando, prefeita. - Balançou os ombros e abriu um sorriso maldoso nos lábios.


— Foi assim que Hook te conquistou? Você sabe... O romance de vocês. - Insistiu.


— Está maluca? Aquilo foi só... um beijo. Eu estava sem rumo, Neal tinha acabado de morrer. - A loira fez aspas com as mãos e continuou. - Henry estava sumido e... Foi coisa do momento.


— Digamos que eu também não sabia o que fazer e não perdi meu tempo beijando pessoas. - Alfinetou.


— Se eu não te conhecesse diria que está com ciúmes, prefeita.


— Eu, Swan? Com ciúmes do Hook?


Emma puxou a morena para um canto vazio do salão e encostou-a na parede, prendendo suas duas mãos acima de sua cabeça. A rainha podia sentir o hálito da outra em seu pescoço, o que fez com que todos os pelos de seu corpo de arrepiassem. A xerife abriu outro sorriso ao notar isso.


— Pelo jeito você ainda não entendeu, Senhorita Mills. Da fruta que o Hook gosta... - A loira mordeu de leve o lóbulo da orelha da rainha. - Eu chupo até o caroço. - Sorriu maliciosa e se afastou, puxando Regina, ainda desnorteada, de volta para o lugar onde estavam.


Se sentaram em uma mesa no canto do salão e serviram-se da melhor cidra de maçã da cidade, ideia de Regina, claro.


— Então, senhora prefeita... Será que tudo com você está relacionado a maçãs?


— Andou lendo muitos livros de histórias infantis, querida. Você mais do que ninguém deveria saber que nem tudo ali é verdade absoluta. - Levou a taça lentamente a boca.


— Você está certa. Nunca me disseram que a Rainha Má era tão cruel e ao mesmo tempo tão linda. - A loira a olhava fixamente.


— Miss Swan... - Regina quase sorriu. - Está fazendo de novo.


— O quê?


— Flertando comigo.


— Desculpe. - Emma riu. - Mas eu não consigo evitar.


— Você não presta.


A salvadora já tinha a resposta na ponta da língua, mas foi interrompida pela voz de seu pai, que se aproximava acompanhado de sua mãe.


— Filha!


— Eu preciso me acostumar com isso. - Sussurrou. Regina abaixou o olhar. - Sim, pai.


— Vamos dançar, vai ser o seu primeiro baile. A diferença é que não vai ser nada formal.


— Olha, eu não sei dançar.


— Devia ir, Swan. Não é tão ruim.


— A Rain... Regina está certa, filha.


— Tudo bem, eu vou. Mas só se você dançar também, Mills.


— O quê? Não, imagina. Há tanto tempo eu não faço isso e aliás, eu nem tenho com quem dançar e... Eu não danço bem e...


— Está gaguejando, prefeita. - A loira se divertia. - Quanto ao fato de não ter um par, vejo que tem alguém ali esperando ansiosamente por essa dança. - Apontou e a morena olhou para trás, apenas para ver seu filho estendendo-lhe formalmente a mão.


— Esse convite eu não consigo recusar. - Segurou a mão de Henry e foram para o meio do salão.


Mesmo os que já haviam visto Regina como Rainha Má e presenciado as coisas horrendas que ela havia feito, admiravam-se pelo amor que ela sentia pelo filho. Era uma cena absurdamente linda. O garoto já não era mais tão pequeno e a morena retirou os saltos que usava, ficando descalça e - quase - da mesma altura que o menino. Estava começando a pensar que fazia jus ao apelido que Emma lhe havia dado. Enquanto isso, a loira observava os dois junto com sua mãe, David havia ido conversar com Archie.


— Ela realmente mudou, não? - Mary Margaret perguntou.


— Isso não é incrível? - A salvadora ainda estava maravilhada com a cena à sua frente.


— Sim, querida. Mas você não pode se aproximar muito dela, ela é a Rainha Má. Isso está dentro dela.


— Olha, eu realmente não quero ter essa conversa.


— Emma, você precisa me ouvir. Eu tenho observado você. Suas conversas com Regina, a aproximação de vocês e...


— Você o que? Está me espionando? - A loira quase gritou.


— Espionar é uma palavra muito forte, eu só estou preocupada com você.


— Desculpe a sinceridade... Mas eu já sou bem grandinha e sei me cuidar.


— Não é o que parece. Vocês estão muito juntas ultimamente, todos perceberam. Todos estão falando sobre isso, filha. Isso não está certo, você precisa se afastar. - A mulher segurava Emma pelos ombros, chacoalhando-a.


— Para com isso! Me larga! - Gritou, chamando a atenção de algumas pessoas, inclusive Regina, que já havia terminado sua dança com o filho.


— Emma, você tem que me ouvir. Eu sou sua mãe. Storybrooke é uma cidade pequena, algumas pessoas chegam até a especular um romance entre vocês.


— E daí? Olha, você pode ser uma princesa e ter sido criada em um castelo. Mas eu fui criada em orfanatos, sendo jogada de um lugar para outro como se fosse um lixo. E eu me acostumei com isso. Então, não. Eu realmente não ligo para o que os outros pensam de mim, para o que dizem de mim. Estou pouco me lixando pra opinião dessas pessoas. Eu sou a salvadora, não sou? Pois então. Deviam estar mais ocupados em me apoiar quando estou tentando me aproximar da única pessoa que ninguém parece ligar por aqui. - Desabafou. - E quer saber? Enquanto você estava aqui presa no tempo, eu posso sim ter me envolvido com mulheres. Algum problema com isso? - Mary arregalou os olhos.


— N-não. Eu só... Emma, você não pode se aproximar dela.


— Se está com medo de que eu me relacione com ela, não se preocupe. Ela é hétero.


— Não é disso que estou falando. Ela é má, está na natureza dela.


— Você deveria parar de julgar as pessoas. Não se esqueça de que você matou a mãe dela. E eu acho que se souber as coisas que eu já fiz, talvez esse amor todo que diz sentir por mim deixe de existir rapidamente. - A loira soltou.


— Nunca mais diga uma coisa dessas. Eu te amo do jeito que você é, independente do que fizer.


— Me desculpe, estou nervosa. Eu não queria dizer isso.


— Está tudo bem. - Mary Margaret sorriu. - Mas continuo defendendo o ponto de que você deve se afastar dela.


— Caramba, já chega! - Emma literalmente gritou.


— Está tudo bem? - A rainha perguntou se aproximando.


— Claro. - Emma tentou sorrir. z Olha, me desculpa mas eu perdi totalmente a vontade de ficar aqui. Vou pra casa. - Caminhou para fora do salão o mais rápido que pôde.


— Com licença. - A prefeita falou e saiu atrás da salvadora. - Espera. - Regina ainda estava descalça e carregava as sandálias com uma das mãos. - Hey, loira. Me espera. - Segurou-a pelo braço. - Eu vou com você. - Sorriu.


— Não precisa...


— Quando é que você vai aprender a parar de me contestar? - A morena colocou alguns fios rebeldes atrás da orelha da xerife. - Deixe-me apenas me despedir do Henry. Ele vai ficar com os avós hoje, certo? - Emma afirmou com a cabeça. - Certo, me espere aqui.


Não foi uma despedida árdua, afinal iriam se ver no outro dia. A rainha disse um breve "tchau" para Archie, Granny e Ruby que estavam sentados ali perto e caminhou para a porta. Ao passar por David e Mary Margaret, apenas acenou com a cabeça. Emma já estava dentro do carro quando ela saiu.


— Te fiz esperar muito, não foi? - Disse entrando e sentando-se no banco do passageiro.


— Não foi nada. - A loira sorriu e deu partida. - Sabe, essa é a primeira vez que você entra no meu carro e não reclama.


— Achei que não era oportuno, Miss Swan. - Sorriu e virou-se para a janela. - Emma, me desculpe. - Falou sem desviar o olhar da paisagem.


— O quê?


— Eu não pude deixar de ouvir sua discussão com a sua mãe. - A salvadora abaixou a cabeça. - Você não precisava ter me defendido daquele jeito.


— Eu não suporto injustiças, senhora prefeita. E você realmente mudou, vejo isso simplesmente por estar no mesmo lugar que você. E mesmo que não tivesse mudado, que continuasse sendo a mesma Regina de sempre, ainda sim eu te defenderia. Sabe disso. - Emma parou o carro em frente a mansão. - Quanto a minha sexualidade... Bom, ela ia ter que saber uma hora ou outra. - Desceu do carro e abriu a porta para prefeita, que sorriu involuntariamente.


— Achei que não gostasse da antiga Regina.


— Eu gosto de todas as suas Reginas.


— Obrigada. - Sorriu.


— Disponha.


— Vá com cuidado, Swan. Nunca se sabe quando pode-se encontrar uma bruxa por ai no caminho pra casa. - Ironizou.


— Seu senso de humor é incrível. - Riu. - E eu não vou para casa, não suportaria encarar meus pais hoje. Acho que vou pra pensão da Granny. - Balançou os ombros.


— Sabe, eu não quero parecer uma tarada ou algo do tipo, até porque esse papel já é seu, mas... você pode dormir aqui se quiser. - A loira não pensou duas vezes e ligou o alarme do carro, puxando a prefeita pela mão praticamente correndo em direção a entrada da mansão.


— Está aberta? - Perguntou eufórica.


— Não. A chave está embaixo do tapete. - Emma soltou-a e correu para dentro.


"A propósito, fique à vontade." Regina riu de seus próprios pensamentos e entrou em casa.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Me deixem saber.



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