A cidade estava ameaçada. As pessoas estavam ameaçadas. A magia estava ameaçada. E Regina? Por Deus, onde Regina estava? Emma estava perdida. Mary Margaret e David chegaram a conclusão de que a rainha estava com problemas. De repente, tudo se encaixou na cabeça da loira e ela foi tomada por uma sensação desconhecida. Greg e Tamara a haviam capturado, eles estavam com Regina.

— Precisamos ver o Gold. - Afirmou.

— O que? - Snow perguntou.

— Você me ouviu. Precisamos ver ao Gold. - Ela se exaltou.

— Do que está falando, Emma? - Era a vez de Charming entrar na conversa.

— Eles a pegaram, é óbvio. Como eu pude ser tão idiota? - Emma agarrava sua mãe pela mão e corriam em direção à Gold. - Pensem comigo. Greg e Tamara sabiam sobre a magia presente em Storybrooke o tempo todo, logo, sabiam que Regina era a fonte dessa magia. De que outro jeito eles descobririam como destruí-la? Nós precisamos salvá-la.

— Emma, estou tão preocupada quanto você. Mas...

— Não, você não está. Mary, entenda. Ela estava tentando mudar e nós a julgávamos a cada deslize que ela cometia. Ela não é perfeita, mas estava dando o melhor de si. Ela nos salvou. Você se lembra, não é? Agora é a nossa vez.

— Porque está tão agitada?

— Ela... É importante para o Henry. A salvadora estava tentando convencer a si mesma de que era só aquilo mesmo.

Pouco tempo depois, Mary Margaret utilizou o devido encantamento dado por Gold e eles descobriram onde encontrar a rainha. Foram os três. Emma sentiu seu coração apertar ao se aproximar daquelas docas. Amarrou os cabelos em um rabo de cavalo pois estes a estavam incomodando na corrida. Pediu a seus pais que lhe dessem cobertura e ficassem do lado de fora. Ao andar por aqueles corredores estreitos, ela se sentia como se fosse a pessoa mais destemida do mundo. Mas esse sentimento mudou. Ela sentiu como se seu chão estivesse caindo ao ouvir gritos de Regina. Eram gritos contínuos, nunca cessavam. Um atrás do outro. Aquilo era demais pra ela, a loira estava em desespero. Precisava achá-la. E então, os gritos finalmente pararam. Ela devia se tranquilizar, não? Não. Chutou a última porta do corredor e parou no momento em que a viu. Deitada, amarrada, desacordada. Ali, naquela mesa. Greg e Tamara não estavam mais ali, de uma maneira ou de outra, haviam escapado e a xerife não se importou. Emma gritou. Não foi intencional, ela só precisava gritar. Tratou de desamarrar a rainha o mais rápido que pôde e pôs-se a ouvir seu coração. Sim, ela estava viva. Pegou a morena nos braços e correu o mais rápido que pôde. Encontrou Snow e Charming do lado de fora e até a Fada Azul. Era isso, a rainha estava a salvo. Mais da metade do dia se passou e ela ainda não acordara. Mary Margaret e David já haviam ido para casa ficar com Henry ao saber que tudo já estava bem. E ela já estava prestes a fazer o mesmo, caminhando em direção à porta de saída. Mas parou ao ouvir uma voz fraca, porém conhecida.

— Emma.

— Regina. - A loira caminhou um pouco rápido demais para sua concepção.

— Você... me salvou? - Era uma afirmação, mas soou mais como uma pergunta. - Porque você fez isso? Era tudo minha culpa. Eu deveria lidar com aquilo, você poderia estar morta agora. Onde está o Henry? E seus pais? Estão todos bem? Você está bem?

— Senhora prefeita, você poderia fazer o favor de calar sua boca por pelo menos um segundo e me deixar falar? Obrigada. Sim, eu salvei você. Realmente achou que eu te largaria lá? Não, não é culpa sua e não novamente, você nunca lidaria com aquilo sozinha. - Emma olhava dentro dos olhos da morena. Era impressão ou aquela conversa estava um pouco mais intensa do que deveria estar? - Henry está ótimo e meus pais também, estão todos juntos. E eu, estou na sua frente. Você sabe que estou bem.

— Okay, Miss Swan. Desculpe-me por me preocupar. - Falou se sentando na cama, o tom de ironia presente na voz.

— Senti falta desse "Miss Swan" enquanto você estava sumida.

— Hm. - Regina arqueou uma sobrancelha. - Devo entender que sentiu minha falta?

— Não coloque palavras na minha boca. Mas... digamos que a cidade fica sem graça quando não tem uma certa baixinha no comando.

— Baixinha? Eu sou mais alta do que você.

— Talvez devesse me encontrar sem os saltos. - Ambas sorriram. - O que eles fizeram com você? - Era notável o tom de preocupação na voz de Emma.

— Foram só alguns choques.

— Choques?

— Sim. Acho que um deles foi forte demais. Mas, como pode ver, nada é páreo para a Evil Queen.

— Oh, mas é claro. Não podemos esquecer do fato de que a tão temida Evil Queen precisou ser salva pelo cavalheiro de armadura prateada.

— Bom, você não tem uma armadura prateada e muito menos é um cavalheiro, então... - Houve uma risada baixa da parte da salvadora.

— Em que estava pensando? Sabe... na hora do último choque.

Regina se ajeitou na cama e suspirou.

— Henry e... você.

— Eu?

— Sim. - Elas se encaram. - Pensava em todas as vezes que brigamos e o quanto você me irritava. - Sorriu. - Mas também, no número de vezes em que você me ajudou e o quanto você é importante pro meu filho.

— Nosso. - Emma a corrigiu.

— Nosso... Mas, e você? Em que pensava quando foi me salvar?

— Em você, obviamente. - Riram. - Eu odeio admitir isso, mas eu sentiria falta da sua incrível capacidade de me irritar, prefeita. - Regina sorriu e abaixou o olhar. - Sabe, eu... acho que não consigo mais ficar longe de você. - Os olhos da morena se arregalaram, mesmo que sua cabeça estivesse abaixada e a outra não pudesse ver.

— Então, não fique. - Seus olhos se encontraram. - Se contar pra alguém o que eu vou dizer aqui negarei até a morte mas, eu nunca tive uma amiga. Sabe? Uma amiga de verdade. Quero dizer, eu sempre fui a Rainha Má. Ninguém se aproximava de mim, você foi a primeira. Eu sei que não sou uma pessoa fácil de lidar, mas por favor, não desista de mim.

— Não devia ter me dito isso. Eu nunca mais sairei de perto de você e vou te encher o saco eternamente, Rainha. - Regina abriu um sorriso que Emma julgou com sendo o mais lindo de todo universo.

— Hey, loira. Não se empolgue. Eu ainda odeio você. - A salvadora acariciou sua mão e a morena olhou em seus olhos. - Com todas as minhas forças.