The Beginning escrita por Kokoro Tsuki


Capítulo 1
01 — Escutando atrás da porta


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse primeiro capítulo ♥ Não tenho muito pra falar aqui não hahaha



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Blue Bird — Beginning

Escutando atrás da porta

[X]

 

Sendo a herdeira de uma maiores empresas da Inglaterra, e também primeira filha de uma família tradicional, Serena sabia muito bem o quanto era feio ouvir atrás da porta, ainda mais conversas que aparentemente não tinha nada a ver com a simples existência dela.

Mas assim que viu aquele homem que não conhecia solicitar uma reunião com seu pai e ser aceito imediantamente dentro de sua casa e do escritório do genitor, ela soube que aquilo era importante demais para simplesmente ignorar. E tudo se tornara ainda mais interessante quando ouviu o nome de Daisuke ser citado.

Ora, de onde aquele cara esquisito conhecia o homem que fora a maior inspiração da vida de sua mãe? Ou melhor, como tal de Onigawara sabia que o velho estivera por um tempo hospedado em sua casa? Aproximou mais o ouvido da porta, tencionando tentar ouvir melhor o que diziam. Não que estivesse sendo difícil antes, mas é que quanto mais ouvia sobre sua mãe e a suposta morte de Daisuke — como o velho poderia ter morrido sendo que ontem estava no telefone com ele dizendo que estava treinando um time pequeno no Catar?

Estava curiosa e não podia negar. E seu pai conseguiu atiçar ainda mais sua curiosidade quando disse algo sobre alguma ser extremamente periogosa, até mesmo se fosse Violet. Mas desde quando algo era perigoso demais para sua falecida mãe?

"Eu sei que a morte de Violet foi por conta da doença que ela estava." Serena parou de divagar para prestar mais atenção da voz do pai. Ela o ouviu suspirar. Fazia apenas três anos desde que sua mãe havia morrido, e ainda doía muito em todos eles. "Mas nada me tira da cabeça que a ameaça de Garshield tenha piorado o estado dela."

Garshield? Serena arqueou deve uma sobrancelha ao escutar o nome, se lembrava dele bem vagamente, como se fosse uma de suas memórias perdidadas. Memórias ruins.

"Eu entendo. Atualmente, sabemos de uma pessoa que possa ser uma ligação entre Daisuke e Garshield."

"Kageyama, certo?"

E foi nesse moemtno que Serena não conseguiu segurar a própria língua, dizendo um sonoro "O quê" em voz alta, para em seguida tapar os próprios lábios com ambas as mãos. Okay, isso havia sido uma atitude completamente idiota por parte dela, mas não conseguiu controlar a exclamão de surpresa quando o nome de um dos antigos alunos de Daisuke foi citado.

Soltou um longo suspiro, e antes que o pai sequer mandasse, abriu a porta do escritório com a maior cara de culpa — ainda que não se sentisse nada culpada — que poderia encenar. O tal de Onigawara a olhava com curiosidade e algum sentimento que ela achou ser compaixão. Já o pai... Bem, ele não estava com cara de quem ia abraçá-la e dizer que não precisava se preocupar.

— Tá, ouvi. — disse, e deu de ombros. A pergunta que Richard ia fazer com certeza era completamente retórica. — Desculpa.

— Serena Marie Altreider — a jovem revirou os olhos, para em seguida se jogar de qualquer jeito no divã de camurça vermelha. A bronca, pelo jeito, ia ser mais longa do que desejaria. — Eu já te disse milhões de vezes que você não pode fazer isso, aja como a mocinha de família que você é e...

No entanto, ele parou quando o japonês ali se levantou e deu um passo em direção a filha, como se não esperasse por aquilo, enquanto que a menina fez apenas ajeitar sua posição no assento.

— O que exatamente ouviu, senhorita Altreider? — ele perguntou, a apenas ali ela notou que o inglês dele era carregado de um sotaque que desconhecia.

— Senhorita Altreider...  — levou um dos dedos aos lábios rosados, pensando sobre a maneira que fora tratada pelo mais velho. Gostara daquilo. — É, eu posso me acostumar a ser tratada desse jeito. — deu de ombros, para em seguida passar uma das mãos pelos cachos brancos, sentindo-os terminar um pouco antes de seus ombros. Ainda não estava acostumada com seus cabelos daquele tamanho. — Bom, eu basicamente ouvi o papai falar sobre uma tal de ameaça do Garshield, que eu desconheço, e que acham que o Kageyama tem alguma ligação com ele o que é estranho, quando esteve aqui o Daisuke disse que...

Em seguida, seus olhos azuis captaram a expressão de desgosto de seu pai, como se tivesse dito algo de errado, e, provavelmente, teria. Esqueceu-se de que Daisuke Endou estava morto para o mundo. Viu um sorriso nascer no rosto do homem barbudo e mordeu o lábio inferior com certa força. Quais eram as chances de Richard lhe expulsar de casa depois daquilo? Esperava sinceramente que fosse inexistentes.

— Parece que eu estava certo em minhas desconfianças. — ele comentou, colocando a mão no queixo e alisando sua barba. Serena realmente achava que ele precisava raspá-la logo. — Aliás, eu não me apresentei a você direito, sou Gengorou Onigawara, investigador da polícia japonesa.

— Espera, tipo detetive? — perguntou e o homem assentiu. Ela estava um tanto quanto preocupada com o rumo que aquela história estava tomando aos poucos. — Meu nome o senhor já sabe, meu pai fez questão de dizer ele bem alto. — olhou de soslaio para o adulto, ele não parecia nada feliz. — Agora, quem é esse tal de Garshield e o que ele tem a ver com a minha mãe?

Ela viu seu pai suspirar e se sentar na cadeira giratória de couro, enquanto que o japonês parecia pensar se deveria dizer aquilo ou não. Havia muita coisa em jogo, e deixar aquela informação nas mãos de uma menininha talvez fosse ingênuo demais.... Mas ao mesmo tempo, aquela história tinha certa relação com Serena Altreider, ainda que ela não soubesse.

— Não acho que seja prudente esconder isso de sua filha, senhor Altreider. Ela me parece ser bem perspicaz. — disse, e observou o homem de cabelos esbranquicados sorrir, ainda que nada alegremente.

— Exatamente como a aparvalhada da mãe dela. — deu de ombros, e escurou um "eu ouvi" por parte de sua primogênita. Serena havia herdado muito de Violet, inclusive a personalidade impulsiva. — Serena, você se lembra de quando o Daisuke se refugiou aqui, certo? Se recorda do fato de Violet dizer que ele estava correndo risco de vida?

— Sim, lembro bem, por quê? — questionou o mais velho, e tratou de tomar uma melhor postura no divã, apoiando  seu cotovelo na poltrona e o queixo na palma da mão. — Me diga tudo e não esconda nada, não sou mais uma criança e estou pronta para ouvir.

— Certo. Vou resumir a história para você: Reiji Kageyama foi um aluno de Daisuke, e foi ele quem planejou com que os Inazuma Eleven não chegassem na final contra à Teikoku, há trinta e nove anos. — disse, e a garor arqueou uma de suas sobrancelhas. — Ele é um subordinado de Garshield, o homem que tentou matar o Daisuke. Esse homem parece estar criando algum tipo de projeto para dominar o futebol mundial, mas ainda não sabemos ao certo como funciona, e ao que parece, ele tem ciência de que Daisuke continua vivo, e por isso ele foi ao Catar. Tanto o detetive que está aqui, quanto sua mãe, estavam investigando o caso. No entanto, no caso de Violet, ela acabou morrendo antes.

Serena parou por um momento, deixando o escritório cair em silêncio, tirando o braço da poltrona e colocando ambas as mãos sobre os joelhos. Apesar de resumida, conseguia entender a história: um jogo de gato e rato onde a cabeça de Daisuke era o prêmio, e qualquer um que entrasse em seu caminho seria destruído. Ainda que já imaginasse que algo de errado estava acontecendo nos últimos tempos, antes dele sair de sua casa, antes de sua mãe falecer.

Ficou pensativa um pouco, para depois levantar os olhos com um quê de determinação e se colocar em pé de modo brusco. Não notou o olhar um tanto quando assustado que o japonês lhe lançou quando começou a caminhar em direção à mesa do seu pai, e bateu na madeira rústica com ambas as mãos espalmadas.

— E o que esse tal de Kageyama faz o que atualmente? Pelo que eu ouvi falar, se tornou um treinador, não é?

— Exato, ele treina o time de uma das escolas de uma cidade do interior do Japão, a Teikoku,  mais poderosa do país atualmente. — a pergunta poderia ter sido feita para Richard, mas o fato de Onigawara responder não a incomodava, ela tinha o que queria.

Encarou o pai por mais alguns segundos, deixando-se cerrar os punhos sobre a mesa amaçando consigo os papéis abaixo de seus dedos. Estava determinada no que queria, como sempre.

— Então papai, eu quero que me transfira para essa tal de Teikoku.

 

[X]

 

Holy Family era o mais famoso e mais grandioso colégio de elite de toda a Inglaterra, e quem sabe, até da Europa, onde filhos de magnatas e pessoas de grande fortuna estudavam. Sua estrutura lembrava a de um palácio antigo, onde lustres, vasos caros, quadros raros e estátuas de geso se estendiam por todos os corredores, a ponto de muitos se perguntarem se aquilo era realmente um local de estudos.

A música do piano e do violino soavam de forma suave em notas baixas e harmônicas, enquanto os alunos apreciavam a melodia e o intervalo. Alguns comiam das opções caras do refeitório, outros estudavam ou ouviam música, e outros ainda resolveram por gastar aquela pausa para resolver assuntos em algum dos inúmeros clubes.

Esse último era o caso de Serena, que observava avidamento o treino de futebol do time escola com seus azuis olhos inquisidores. Em sua prancheta, algumas informações que havia anotado do que pudera perceber. Como gerente do time, Serena sabia cada falha, cada ponto forte, cada abertura que eles deixavam em suas jogadas. Talvez por sempre estar ali, naquele mesmo banco, assistindo todos os treinos.

Abriu um leve sorriso quando viu um dos jogadores se aproximar, pegando uma das toalhas brancas com o emblema da escola bordado em dourado para enxugar o suour. Ele sorriu de volta, antes de sentar-se junto a ela, ao seu lado.

— Seu rendimento tem melhorado bastante desde o último jogo, Edgar. — comentou, encostando a borracha amarelada de seus lábios róseos. — Mas ainda assim, acho que seria pertinente que um dos garotos da zaga viesse um pouco mais para a esquerda. Sinto que o centro está muito protegido, já as laterais...

— Você fala como uma jogadora experiente. — o azulado riu baixo, e viu quando ela deixou a prancheta de lado para tirar a jaqueta azukl marinho do uniforme, ficando apenas com o colete preto e a camisa social branca.

— Sou filha de uma, queridinho. — piscou, para então acompanhá-lo nas risadas. Edgar era um amigo de infância, já que desde que se entendia por gente o conhecia. Ambos filhos de famílias influentes, afinal. — Ei, Edgar, você acha que esse time pode mesmo vencer o campeonato regional?

— Eles tem potencial sim, mas a maioria, assim como eu, é inexperiente. — deu de ombros. — Boa parte dos jagadores são do primeiro ano também.

— Você? Inexperiente? — a Altreider levantou uma sobrancelha de leve, segurando o riso. — Você é um prodígio, Edgar Valtinas! Ser humilde não combina nada com você, na verdade, você nem é humilde, pra começo de conversa.

— Assim você me ofende.

— Essa é a ideia. — piscou, para em seguida, voltar a ficar o campo. Balançava os pés cobertos pela sapatilha preta nervosamente. — Aliás Edgar, eu não te contei, mas esse é meu último dia de aula aqui.

O outro levantou o olhar, a encarando com um quê de descrença e irônia, pronto para rebater com uma resposta amarga e mal-criada. No entanto, a expressão dela era séria demais para alguém que pudesse estar brincando com sua cara. Aquilo era sério mesmo ou uma pegadinha? Onde estavam as malditas câmeras?

— Do que você está falando criatura? — perguntou, vendo-a rir por conta do tom que usara. Edgar podia ser um belo de um sujeito arrogante, mas prezava pela amizade de tantos anos que mantinham. — E vai estudar aonde pelo amor da rainha Elizabeth?

— Na Teikoku. — disse, segurando o riso para a expressão de desagrado e confusão do amigo. — Dizem que o time de futebol daquela escola é o mais forte de todo o Japão. E que é uma grande escola de elite também... Além de que, papai e eu já estavámos planejando um intercâmbio há muito tempo.

— Serena, você estuda na escola mais influente da Europa, o que você quer fazer no Japão? E se for pra estudar fora, porque não a Alemanha? — ele indagou, e ela cerrou os punhos de leve. Não podia explicar toda aquela história a Edgar, ao menos, ainda não era o momento certo, levando em conta que fora quase impossível convencer seu pai a lhe transferir.

— O Japão é um dos países de maior tecnologia mundial, é normal que eu queira conhecê-lo. — respondeu, era uma meia mentira. — E eu já passei as minhas férias inteiras na Alemanha! Figurinha repetida no meu álbum não.

— Você para o Caribe sempre que pode, como assim figurinha repetida? Além de que, que eu saiba você acompanhou sua mãe no Japão, uma vez.

— São meros detalhes, Eddie. Isso é algo que já foi decidido.

— Você só pode estar louca.

Posso não, eu sou.

Ele soltou um longo suspiro, jogando a toalha de lado e virou o rosto para encarar a expressão determinada da Altreider. Onde ela estava com a cabeça, afinal? Mas bem, quem era ele para impedi-la, se é que isso era possível?

— Você é impulsiva demais. — falou, e a viu fazer uma careta. Ouvia isso sempre. — Pretende ficar quanto tempo fora?

— Provavelmente esse ano, e não tenho certeza quanto ao próximo. — deu de ombros, brincando com as pregas da saia listrada do uniforme. — Mas olha, prometo que vou ligar, mandar mensagens, cartas e ficar enxendo seu saco quase todo dia, como se ainda estivesse nessa escola.

— E você vai sozinha? Vai morar onde? — indagou, arqueando uma sobrancelha.

— Papai fez umas ligações ontem e me alugou um apartamento. Louise vai comigo. — ahá, então ela ia para o outro lado do mundo com sua antiga babá e atualmente grande amiga? — Claro que eu vou sentir muita falta de falar com você e gritar com os garotos do time, mas é por uma boa causa, sempre quis morar fora.

— Hm, entendo. — ele sibilou, e voltou a fitar o campo. — Pode me prometer uma coisa?

— Se estiver ao meu alcance.

— Você sabe que ano que vem é ano de FFI, certo? — ela ssentiu. — Se eu for sequer cogitado para o time do nosso país, você promete que virá para ser nossa gerente?

Um sorriso terno nasceu em seus lábios, seguido de um brilho alegre nos olhos azuis quando ela o abraçou alegremente, gritando que sim. Ela sabia que demoraria a vê-lo novamente, mas tinha a certeza que sim, ele estaria escalado para o time juvenil nacional. E juntos, eles levariam o nome da Inglaterra para o mundo.

 

[X]

 

Serena ajeitou a barra de branca de tecido rendado do vestido antes de se levantar assim que seu voo foi chamado. Sorrindo, ela pulou em seu pai para abraçá-lo com força, se despedindo dele por tempo que sabia muito bem ser indeterminado. Sentiria imensa falta dele, dos irmãos, da madrasta, dos empregados e de Edgar, mas sabia que o que estava indo para fazer estava certo.

— Eu ainda não sei como você me convenceu. — Richard disse, assim que a ilha se afastou para abraçar os mais novos.

— Não é o senhor que sempre diz que puxei minha mãe? — a adolescente piscou, se voltando aos dois meninos. — Achiel, Bryan, na minha ausência continuem fazendo as tarefas e estudando direitinho, viu? Obedeçam o papai e a Rose.

— Volte logo. — Achiel, o do meio, respondeu, rindo quando a irmão lhe beijou a bochecha. — Vamos sentir sua falta.

— Eu também vou sentir falta dos meus pirralhos favoritos. — brincou, e se colocou a fitar a mulher de cachos negros, antes de abraça-la também. — E você trate de cuidar bem desses dois Rosemary.

— Garanto para você que vou manter eles na linha. — adulta sorriu. — E você trate de se cuidar, mocinha. Fique de olho nela, Louise.

A mulher de cabelos azuis escuros assentiu, e disse alguma sobre se esforçar, antes do voo ser anunciado uma segunda vez. Serena se separou da madrasta, agarrando com força sua bolsa de mão, quando o pai lhe entregou duas pastas. Ela sorriu, agradeceu e falou algo sobre tentar se manter longe de confusão, antes de seguir a azulada para o embarque.

Sua cabeça estava cheia, e apesar de animada, ela não podia negar que o que lhe esperava a deixava um tanto quanto nervosa. Haveria muita coisa em jogo quando chegasse no Japão, e quando suas aulas começassem na Teikoku.

Dentro do transporte aéreo, escolheu junto de Louise um lugar, o seu voltado para a janela e fitou ambas as pastas. Mamoru Endou e Malina Endou, ambos netos de Daisuke. Ali, estavam todas as informações que um detetive particular conseguira sobre eles.

Abriu a que tinha o nome do garoto escrito e se sentiu levemente surpresa ao ver a foto  do moreno, antes de sorrir levemente. Aquilo estava ficando interessante.

— Estou ansiosa para te encontrar novamente, Mamoru.


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Notas finais do capítulo

Uniforme do Holy Family: https://sc01.alicdn.com/kf/HTB1yuXELXXXXXcxXXXXq6xXFXXXo/custom-fashion-English-style-school-formal-suits.jpg aqui também http://g04.s.alicdn.com/kf/HTB1LH0vLXXXXXcSXpXXq6xXFXXX5/200144225/HTB1LH0vLXXXXXcSXpXXq6xXFXXX5.jpg

Vestido dela no aeroporto: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/564x/7e/b9/cc/7eb9ccf3503fd4f4567548b680168f65.jpg

Espero que tenha gostado, até um dia ♥



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