Plantão Médico - Swanqueen escrita por Agth


Capítulo 5
Capitulo 5




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Logo depois que a Doutora Mills saiu de meu quarto a outra médica que havia participado da minha cirurgia chegou para fazer o mesmo processo que Mills já havia feito.

—Como passou a noite, Senhorita Swan?

—Bem doutora._ ela olhava o meu prontuário.

—Mills já passou por aqui hoje...

—Sim, de acordo com ela posso sair amanhã.

—Ótimo então._ ela disse sorrindo._ Também não vejo motivos de te prender mais aqui. Tenha um bom dia, Senhorita.

 Quando a médica saiu eu pude retornar ao meu desenho que já estava quase no final.

É tão bom saber que serei liberada amanhã, deixar de sentir o cheiro dos produtos de limpeza do hospital será maravilhoso. Voltar a dormir no meu colchão, trabalhar para minha exposição, sentir o cheiro da tinta a óleo, pegar nos pincéis, observar enquanto uma tela branca ganha vida através de minhas pinceladas e voltar para a escola. Eu ansiava por voltar a viver.

Fechei o meu caderno de desenho marcando a página cuidadosamente, naquele estagio aquela arte não poderia ser danificada em hipótese alguma.

Joguei a manta que me cobria para o lado e me preparei para descer da cama. Ao impulsionar o meu corpo e senti o baque no chão deixei escapar um grunhido de dor. Certo, estava boa apenas para ir para casa. Respirei fundo e retomei a minha árdua tarefa de ir até a minha bolsa e pagar uma muda de roupas. Estava precisando de um banho e não suportaria esperar por Mary para me ajudar. E também preciso me virar sozinha um pouco.

Achei uma calça de moletom confortável e uma camiseta cinza um pouco maior que o meu tamanho. Minha toalha já estava no banheiro como o resto das minhas coisas.  Encaminhei devagar para o banheiro com medo de andar depressa e sentir alguma coisa.

Levantar o braço direito era um pouco dolorido e tirar a blusa sozinha era pior ainda.

Depois de tentar  de inúmeros jeitos e praguejar bastante ao sentir os repuxões e dores eu consegui me livrar da blusa. Abaixei minha calça de moletom junto com a minha calcinha e a empurrei para o canto com o pé. Me senti um pouco tonta quando levantei a cabeça. Segurei na pia e respirei fundo. Emma, você deve aprender a cuidar de si sozinha. Prendi os fios que haviam se soltado de qualquer jeito. E voltei a me encarar no espelho.

Com certeza eu estava melhor que antes. Minha cor normal já havia voltado, meu cabeço mesmo bagunçado já estava melhor. Voltei minha atenção para o curativo que protegia o corte. Comecei a tira-lo devagar. Eu sabia que estava bom já que tanto doutora Mills e French haviam me dito.

Minha respiração começou a ficar mais curta e rápida, meu coração batia absurdamente rápido enquanto que via o corte. Flash do dia em que levei o tiro começaram a passar em minha cabeça. O homem chegando e apontando a arma e depois eu caída sentindo uma dor que queimava enquanto meu sangue empapava as minhas roupas e pessoas corriam e gritavam.

—Senhorita Swan?_ a voz da enfermeira me trouxe de volta a realidade. Enxuguei as lágrimas teimosas._ Senhorita Swan? Está tudo bem?_ Vi a maçaneta da porta girar e antes que a moça pudesse entrar eu respondi.

—Sim, sim, eu só vou tomar um banho.

—Tudo bem. Vim para trocar o seu curativo, espero a senhora.

—Não vou demorar muito._ percebi a maçaneta voltando para a sua posição inicial.

Olhei-me no espelho e depois para o chuveiro.

Fiquei com metade do corpo debaixo do chuveiro e abri o registro recebendo um jato de água fria para depois a água quente tocar a minha pele e senti meus músculos relaxarem.

Eu deveria conversar com alguém sobre o acontecido. Eu poderia conversar com Mary, entretanto ela ficaria muito preocupada e me mandaria ter algumas consultas com um psicólogo, talvez seria o certo a se fazer. Não seria uma boa conversar com Ruby, poderia ser minha amiga, mas estava trabalhando comigo nessa exposição da galeria de sua avó. Poderia conversar com a minha médica, doutora Mills, ela tinha sido  atenciosa não consigo imaginar uma negativa vindo dela.

Ao perceber que eu estava demorando mais que o normal, tratei logo de desligar o chuveiro e me secar. É ridículo quando uma pessoa quase não consegue secar o próprio corpo. Vesti minha calça e a blusa com a mesma dificuldade de tirar, nada de sutiã que pegava logo no corte.

Abrindo a porta do quarto a enfermeira entrou novamente, a dona da voz preocupada.

—Tudo bem contigo, senhorita?_ a moça de cabelos loiros e olhos azuis encostou sua mão direita em minhas costas em um ato de preocupação.

—Sim, eu só precisava de um banho._ Me sentei na cama e ela me ajudou a colocar as pernas para cima.

— A senhoria poderia me dar licença..._ ela disse levantando a barra da minha blusa, não era uma coisa muito confortável, era a terceira vez no dia e quase metade do meu seio ficava a mostra. Não que talvez as médicas não tivessem visto meus seios enquanto me atendiam, nem sei se viram ou não, mas aquilo era desconfortável.

Enquanto eu olhava para o teto ela secava os pontos e colocava um curativo novo.

—Desculpe-me, mas qual o seu nome?_ eu perguntei enquanto ela fazia o seu trabalho.

—Tania, mas todos me chamam de Tinker. Estou cobrindo uma amiga doente hoje, normalmente trabalho no pronto socorro, eu fui uma das que te recebi no dia, juntamente com Mills e Belle.

—Você não saberia me dizer onde meu celular poderia estar? Desde essa confusão toda eu não sei onde meu celular foi parar.

—Sinto muito, entretanto eu poderia dar uma olhada para você, mas sempre quando chega com os paramédicos algo do tipo nós entregamos para os familiares.

—Talvez minha amiga recebeu e esqueceu de me entregar. _disse sorrindo.

Ouvi alguém limpar a garganta e quando olhei para a porta me deparei com Ruby parada de braços cruzadas escorada no batente. Tinker havia terminado o curativo e tinha colocado a minha blusa na posição normal.

—Até mias senhorita Swan. É bom ver que está melhor agora._ eu devolvi o seu sorriso antes dela sair do quarto me deixando com a minha amiga maluca.

—Pensei que não viria me visitar._ disse me ajeitando mais na cama enquanto ela entrava mais no quarto.

—Eu estava resolvendo as coisas da sua exposição, mal agradecida. Eu quase enfartei quando a Mary me avisou que você havia sido baleada, ainda bem que a polícia já pegou o cara._ ela se aproximou mais de mim e segurou minha mão._ Como você está amiga?

—Estou melhor, vou fazer uns exames hoje e talvez recebo alta amanhã.

—Vim te devolver isso também._ avisou procurando algo na bolsa._ a polícia me ligou e hoje fui lá pegar._ tirou o meu celular de sua bolsa com um carregador.

—Ai graças a Deus! Agora posso resolver minhas coisas.

—Vai com calma, você não precisa voltar tão cedo para a escola e sua exposição foi adiada._ ela disse se sentando ao pé da minha cama próximo ao meu caderno de desenho.

—Para quando?

—Não foi o tempo que eu queria levando em conta o seu estado de saúde_ suspirou._ Consegui apenas um mês, Emma.

—O.K._ engoli em seco._ Já vou estar melhor até lá e tenho boa parte das obras adiantadas, falta terminar duas.

—Sim..._ ela olhou para o meu caderno e o viu marcado.

—Não se atreva, Ruby._levantei um dedo para ela quando colocou seu indicador no meu caderno. _Você sabe que não gosto quando veem meus desenhos antes de estarem prontos._ ela tinha um sorriso diabólico no rosto.

—Qual é Swan!_ abriu meu caderno na pagina marcada antes mesmo de eu poder reagir de alguma forma. Sua expressão passou do sorriso diabólico para uma cara de encantada_Emma...

—Está vendo porque eu não gosto que vejam meus trabalhos antes da hora?_ estava chateada com minha amiga.

—Emma está lindo... Ela é linda..._ olhou para mim  com o sorriso diabólico anterior._ Quem é posso saber?

—Uma conhecida minha... Agora me dá o meu caderno.

—Não. Conte-me quem é que recebeu sua atenção para ganhar um desenho maravilhoso como esse.

—Ela já é bonita o suficiente então não precisaria de meus desenhos. E você está aproveitando do meu estado debilitado de saúde._ aquilo não estava surtindo efeito._ Ruby!_ Eu sabia que ela não ia desistir._ É a doutora Mills, a que fez minha cirurgia.

—Um... Você não perde tempo né amiga? Ela é realmente muito bonita.

—Nem sei porque eu comecei esse desenho...

—Nem eu... se você quiser apresenta-la para mim._ disse fechando o caderno e o entregando para mim.

—Ruby!_ exclamei mais alto que gostaria.

—O que foi, Swan? Você não....

—Ela já deve ter alguém Ruby, não duvido disso._ ela me olhou com um sorriso sacana formando em seus lábios. Bufei de raiva e impaciência e revirei os olhos.

—Aí, aí Emma,  você pode enganar a sua mente, mas não o seu coração e eu sei que é dele que vem os seus trabalhos artísticos e esse aí_ apontou para o meu caderno em meu colo._ Não é só mais um.

— Eu mal a conheço.

—Mas pode passar a conhecer..._ seu rosto iluminou._ Você poderia convida-la para a exposição._ bateu suas mãos e olhou para o meu rosto que me entregou. _ Você já a convidou! Espertinha.

—Apenas como convidada, amiga, só...

—Mas e se ela for solteira? Você já saiu com mulheres antes, não?

—Já, mas não sei...

—Ah Emma, deixa de ser besta!

—Ruby!

—Dói conversar com ela a respeito de algo que não seja sua saúde?_ Ela olhou para minha cara._ Não! Então você vai, ao menos pedir o telefone dela!

Dei graças a Deus quando o telefone dela começou a tocar interrompendo minha camada de atenção.

—Você não sai daí que ainda não terminei._ Atendeu a ligação._ Oi, vovó! Não... Eu estou visitando a Emma e resolvendo as pendencias da exposição dela. Sim, sim, quando sair daqui passo no banco. Pode deixar, vovó, até mais._ Se virou para mim quando encerrou a ligação._ Depois voltamos ao caso da doutora sexy de seu desenho. Odeio ter que tratar dessas coisas com você estando nesse estado, mas... _ tirou uma pasta de dentro de sua enorme bolsa_ Você tem que assinar uns papeis sobre a exposição._ terminou a frase num suspiro sôfrego. _Você sabe que não sou eu... é a galeria.

—Sem problema Ruby, você já conseguiu com sua avó essa exposição para mim. Serei eternamente grata._ recebi a pasta.

—Com licença, senhorita Swan._ ouvi uma voz rouca feminina. _ Polícia de Boston, sou a detetive Rizzoli e eu vim pegar o seu depoimento sobre o tiroteio._ ela mostrou o seu distintivo quando puxou o blazer para o lado.

—Amiga, você quer que eu fique um pouco mais?_ Ruby me perguntou se levantando e indo para o meu lado.

—A senhorita pode ficar._ a detetive avisou.

—Fique Ruby._ eu pedi minha amiga.

— Senhorita Swan, já pegamos o homem que atirou em você, temos a filmagem da loja de conveniência do posto de segurança e o projétil, já abrimos o processo, mas precisamos de seu depoimento. _concordei e me ajeitei na cama.

—Esse foi o homem que atirou na senhora?_ ela me mostrou a foto e eu gelei quando vi aqueles olhos. Afirmei com a cabeça e ela continuou._ Poderia me dizer o que aconteceu naquele dia?_ a mulher de voz grossa e cabelos rebeldes me perguntou calmamente.

—Eu estava indo para casa._ engoli em seco_ Ia encontrar meus amigos em um jantar, decidi parar na loja para comprar algo..._ os flash do acontecimento começaram a aparecer. Respirei fundo tomando coragem para dizer aquilo em voz alta._ Eu estava com algumas coisas na mão e indo em direção à fila do caixa quando o homem entrou armado, eu pensei que ia ser um assalto..._ senti a mão da minha amiga apertar a minha. _ Então ele apontou a arma para mim e atirou._ senti uma lágrima molhar a minha bochecha, mais que depressa sequei-a.

—A senhorita já o tinha visto antes?

—Não, nunca.

— Muito obrigada, a manteremos informada._ a mulher já se preparava para sair quando a parei.

—Detetive..._ tinha me esquecido de seu nome.

—Rizzoli._ parou no vão da porta.

—Detetive Rizzoli, muito obrigada._ ela apenas sorriu e balançou a cabeça antes de sair de meu quarto.

—Oh, Ems..._ Ruby apertou minha mão e beijou o topo de minha cabeça._ Eu estou aqui se você quiser conversar, está bom?_ seu celular tocou novamente._ Merda, esse telefone não para hoje._ o tirou da bolsa._ Ruby Lucas. _ tapou o telefone._ Já volto. Alô, sim, sim. O quê? Não acredito que você deixou passar essa oportunidade..._ minha amiga saiu de meu apartamento enquanto falava nervosa ao telefone.

Peguei o meu celular e o coloquei na tomada. Ao ligar me deparei com inúmeras mensagens de voz e mensagens, notificações nas redes sociais. Amigos e alunos me desejando melhoras, dizendo que estavam com saudades. Ainda bem que Tia Eva e Leopold não tinham redes sociais.

Emocionei-me quando assisti um vídeo que minha turma mais nova preparou para mim com ajuda de Mary. Estava com saudades dos meus pequenos era a minha melhor turma.

—Emma, preciso ir._ Ruby entrou afobada em meu quarto._ funcionários fizeram burrice e eu tenho que concertar._ beijou a minha testa_ Melhoras viu? Se der eu passo aqui novamente.

Voltei a ler as mensagens e nem percebi que o tempo havia passado até uma enfermeira bater na porta me trazendo meu almoço balanceado e meus remédios.

Depois da refeição me senti um pouco sonolenta e acabei pegando no sono.

Acordei apenas quando senti a mão de Mary em meu ombro me cutucando gentilmente. Abri os olhos ainda pesados e os esfreguei, depois de focada a minha visão encontrou a mesma enfermeira que trocara o meu curativo, Tinker.

—Boa tarde dorminhoca! Estou aqui há horas._ minha amiga disse sorridente.

—Me observando dormir? Isso é estranho Mary, se não fosse como uma irmã te chamaria de psicopata._ olhei para a enfermeira. _Olá._ ela sorriu devota e empurrou uma cadeira de rodas para dentro do quarto.

—Vamos fazer os exames que a doutora Mills pediu._ Mary avisou alegremente. _Encontrei com ela na praça de alimentação e ela disse que é amanhã!_ Ela estava realmente feliz e grata.

—Direcione a sua animação para me ajudar aqui._ Coloquei os pés no chão, entretanto quem me ajudou foi Tinker._ Minha amiga é uma ótima enfermeira, está vendo Tinker?_ a mulher apenas riu.

—É em qual andar?_ Mary questionou enquanto entrávamos no elevador.

—Segundo._ Tinker informou e a morena apertou o botão.

—Você conhece a doutora Mills?_ minha amiga começara com o interrogatório a respeito dos médicos novamente. Revirei os olhos quando ouvi aquela pergunta idiota.

—Sim, somos amigas de longa data.

— Ela estava com a médica no dia que dei entrada Mary._ avisei tentando acabar com o interrogatório que poderia ser prolongado.

— Ela é uma boa médica não? Eu pesquisei um pouco sobre ela e...

—Sim, ela é a nova chefe do setor de emergência, não tem com o que se preocupar, ela é uma ótima pessoa e profissional, a senhorita Swan está em boas mãos._ ao terminar a frase as portas se abriram.

—Pode me chamar de Emma.

—Então Emma, o doutor Hans vai fazer os dois exames e eu vou auxilia-lo. Regina... Doutora Mills gostaria de participar do exame, mas ela teve de atender a uma emergência e depois ela tem outra cirurgia, entretanto ela é pequena e antes de sair ela deve passar no seu quarto para te checar._ Ela empurrava minha cadeira e minha amiga estava ao meu lado.

Os exames devem ter durado pouco mais de uma hora. Tinker me falara que os resultados seriam enviados imediatamente para Mills, ela me levou de volta para o meu quarto onde fiquei as sós com Mary.

—Ruby veio me visitar._ ao informar minha amiga que estava com a cabeça baixa trocando mensagens ela levantou o rosto esperando por mais informação._ E a exposição foi adiada em um mês.

—Só? Emma você vai dar conta?

—Sim, só tenho duas obras para terminar e eu não vou voltar a dar aula tão cedo então não precisa se preocupar, eu tenho que até assinar uns papeis sobre a exposição. Tem como pega-los para mim?_ Apontei para uma espécie de criado mudo._ Obrigada. E trouxe o meu celular também que estava na polícia.

—Oh... Eles me ligaram, mas eu estava resolvendo umas coisas, me desculpe Emma.

—Não tem problema. A detetive do caso também veio pegar o meu depoimento hoje, o caso já foi iniciado.

—sim, fiquei sabendo. Logo logo você deve receber uma carta pedindo sua ilustre presença no tribunal.

—Não acho que quero ver a cara do homem..._ ouvi um estalo de sua língua e ela se sentou na beirada da cama.

—Ô Emma, eu sei como deve ser difícil... Mas pense assim: ele já esta preso aguardando apenas julgamento.

—Por que eu? Eu nunca tinha visto aquele cara!

—Tudo na vida tem um motivo, minha amiga.

Eu controlava a minha vontade de chorar.

—Eu quase morri, Mary._ então todo o choro que eu estava prendendo foi liberado como uma represa que tinha acabado de se romper. Senti os braços da minha amiga me envolver num abraço carinhoso._ Eu quase morri. Todas as vezes que vejo o corte da cirurgia eu vejo o homem apontando a arma e depois eu estou no chão sangrando, sentindo a minha vida escapar de meu corpo._ Comecei a soluçar e sentir dores.

—Shiu..._ ela acariciava os meus cabelos._ Você está bem agora, foi apenas um imprevisto em sua vida. Você está bem agora, Emma. Eu estou aqui, a Roby e o David, você vai realizar o sonho de fazer uma exposição em uma galeria. Você tem uma família que te ama, Emma.

Meu choro foi diminuindo. Eu poderia ter tudo aquilo que ela listara, entretanto eu não teria uma das coisas primordiais: amor. Emma Swan possui doutorado em ter o coração partido de todas as maneiras possíveis.

Senti seu corpo se afastando do meu e suas mãos tocarem o meu rosto manchado pelas lágrimas.

—Emma, você é linda._ ela enxugou as lágrimas. _Olhe para mim._ abri os olhos e me deparei com os olhos brilhantes da minha amiga sempre sorridente e prestativa._ Esse foi apenas um obstáculo, quem sabe o que você pode conseguir de agora para frente? Um novo amor? Uma carreira em decolagem?

—Uma das coisas que admiro em você é a sua capacidade de ver o lado bom em tudo e em todos.

—O que digo é verdade Emma. Eu vi o seu desenho e sei o que ele significa._ não acreditei no que eu tinha acabado de ouvir.

—Você o que? Você e a Ruby estão conspirando contra mim! Vocês sabem muito bem que odeio que xeretem os meus trabalhos!

—A Ruby então deve ter falado a mesma coisa que eu disse Emma._ ela estava sorrindo? Aquilo que ela fizera era traição.

—Quando você viu?

—Hoje, enquanto você dormia. Eu não iria ficar simplesmente te observando dormir feito a Bela Adormecida. Já tinha corrigido provas e nada de você acordar, então percebi o seu caderno e a curiosidade foi maior.

—Traidora._ acusei.

—Está lindo Emma, você deveria presenteá-la com o desenho.

—Você esta ficando maluca? Quem é você e o que fez com a minha amiga? Cadê o seu senso de normalidade?

—O que foi Emma?_ ela ria como se eu tivesse contado a melhor piada do mundo.

—Seria muito legal né?_ ironizei_ A pessoa ganhar um desenho dela feita por uma paciente psicopata...

—Você que está admitindo os seus problemas mentais que sempre desconfiei._ dei um tapa em sue braço._ Ai! Para alguém que passou por uma cirurgia como a sua você está muito forte. Agora é serio Ems._ seu tom ficou sério._ O seu desenho está lindo, você deveria dar a ela.

—Talvez eu considere o seu pedido._ abri a pasta que Ruby deixara._ Tome._ ela fez uma cara de confusão quando entreguei uma quantidade razoável de papel._ Para me ajudar ler isso para saber do que se trata.

Ela recebeu os papeis e foi para a sua cadeira enquanto eu me ajeitava melhor naquela cama desconfortável.

—Já começou a olhar os locais para o casório?_ perguntei enquanto foleava o contrato.

—Ainda não..._ dizia ainda imersa no conteúdo do documento._ A pessoa que deveria me ajudar está presa no hospital.

—Ui... Sinto-me uma peça importante agora._ a ouvi sussurrando um “metida”._ E tio Leopold e tia Eva?

—Voltam semana que vem.

—Você já contou para eles?

—Sobre o noivado? Não, o David quer fazer um pedido oficial para os meus pais, então após chegarem eu pretendo fazer um jantar.

—Vai ser lá em casa ou... Porque eu tenho que arrumar minha bagunça de telas que virou nossa sala.

—Não, por isso mesmo. Acho que vou fazer na casa de David mesmo, ou pode ser lá na casa de meus pais.

—Quem você vai convidar?_ eu já nem estava mais importando com aqueles contratos e ela também não já que escorou na poltrona e me olhou.

—Nós, talvez Ruby.

—Só? Ninguém da escola?_ uma negativa.

—Você pode chamar a Doutora Mills...

—Vou te ignorar daqui para frente. Volte ao seu trabalho de ler contratos._ levantei as folhas impressas tampando o meu rosto no qual lábios teimosos formavam um sorriso simples e tímido. Eu sabia também que minha amiga estava sorrindo, talvez eu pudesse considerar chamar a doutora Mills para conhecê-la melhor, ela aparentava ser uma ótima pessoa.

Depois de horas lendo o contrato, decidi assina-los e, logo depois de assina-los, Ruby chegou espalhafatosa como sempre.

—Mary! Quanto tempo!_ abraçou a morena de cabelos curtos e depois veio em minha direção. _E aí miga? Tudo bem?_ deu um beijo em minha bochecha.

—Tudo. Seus papeis estão ali, devidamente assinados.

—Rubs, fiquei sabendo que você também aconselhou a Emma a chamar a pessoa do desenho para conhecer melhor...

—Ah esse assunto já está chato!

—Meu amor, se te incomoda não fica chato nunca!_ Ruby afirmou e eu fechei a cara. Elas engataram uma conversa sobre a minha vida como se eu não estivesse no mesmo lugar que elas. _ Ela parece ser uma mulher interessante, você já a conheceu, não é?_ Mary concordou._ Como ela é? Se Swan não quiser tem quem quer.

—Ruby Lucas!_ Exclamei e ela se virou para mim.

— O que foi Swan? Você não quer nada com ela, ou quer?_ me lançou um olhar malicioso. _ Você quer! Vamos te ajudar!_ Mary gargalhava enquanto que eu ficava vermelha de raiva e vergonha.

—Eu não poderia estar passando por esse estresse.

—Você quer que nos chamemos sua Doutora sexy? Qual o nome dela mesmo Mary?

—Regina Mills.

—Vamos mudar o foco da conversa para o casamento da Mary Margaret?_ Ruby paralisou com a boca aberta em surpresa e se virou rodando em seus calcanhares para olhar para Mary. Puxou a mão dela para cima para ver o anel de compromisso._ Sua maluca! Por que não me disse antes?

—Ela estava mais preocupada de se meter na minha vida amorosa.

—Isso também é importante mocinha, não queira fugir Swan. Como ele te propôs?

Mary começou a contar toda a história do pedido e sobre algumas coisas que ela já estava pensando como convites, lugares, vestidos, bolo, logo avisei que essa parte eu adoraria ajudar, qual o lugar preferido para passar a lua de mel.

—Por que não vão ao Brasil? Praias maravilhosas, posso afirmar, já tirei fotos lindas quando era modelo. Não precisa ir necessariamente no Rio, lá você só encontra gringo mesmo.

— O David estava pensando em ir para a Europa ou Caribe...

—Entre Europa e Caribe sou mais Europa._ entrei na conversa.

—Fico com a Emma.

Não tinha percebido que o tempo voara até sermos tiradas dos nossos planejamentos por uma voz um pouco rouca já conhecida por mim.

Doutora Mills estava parada na porta com uma pasta de exames na mão e seu tablet.

—Com licença. Vim checar a paciente._ entrou timidamente no quarto.

—Prazer, creio que não me conhece, Ruby Lucas amiga da estabanada aí. _ Ruby estendeu a mão que foi recebida pela médica. _ Você prefere como destino de viagem Brasil, Caribe ou Europa? Nossa amiga aqui esta na dúvida qual o destino de sua lua de mel._ ela apontou para Mary que continuava sentada até ouvir seu nome ser pronunciado. Aquilo era típico de Ruby.

—Ah..._ Mills parou um pouco para pensar._ Seria clichê dizer Europa?

—Não, não seria._ me pronunciei e depois me arrependi ao sentir os olhares pousarem sobre mim._ Lá é realmente um belo lugar para viajar...

—E a doutora é casada? Já viajou para a Europa com um roteiro romântico?_ eu simplesmente queria bater na minha amiga bocuda. A médica tinha ficado um pouco sem graça.

—Não, solteira, mas já imaginei um roteiro romântico.

—Solteira... Interessante, eu conheço uma pessoa solteira que daria um belo par para a senhorita Doutora Mills._ lei o nome no jaleco.

Antes que a médica pudesse falar qualquer coisa eu entrei no meio querendo acabar logo com aquele assunto.

— Doutora, perdoa a minha amiga indiscreta, ela é louca._ a médica riu.

—Tudo bem, aqui estão os seus exames Emma._ os entregou para mim._ Tudo do jeito esperado, sua cicatrização está ótima e amanhã cedo eu passo aqui para te dar alta, tudo bem?

Não pude deixar de sorri de alívio, minhas amigas comemoraram e Ruby abraçou a médica inesperadamente.

—Obrigada por salvar a vida da minha amiga._ deu um beijo na bochecha da médica enquanto chorava.

—Senhorita eu...

—Não me venha falar que é o seu trabalho!_ Ruby passou dos limites e deixou a médica confusa, eu só queria esconder meu rosto em algum lugar._ Bem, eu sei que é o seu trabalho..._ ela tentou concertar, mas Mary interveio.

—Liga não, ela não fala nada coerente quando fica emocionada._ disse puxando gentilmente a amiga da médica.

—Onde comprou esse perfume Doutora?_ Revirei os olhos, não estava acreditando no que estava acontecendo. Ruby estava realmente colocando a sua tática de conquista em ação?

—Minha irmã me deu._ respondeu sem graça._ Eu adoraria conversar mais com vocês, mas eu tenho que passar ainda no mercado para abastecer a minha geladeira. Boa noite. Te vejo amanhã._ ela disse a ultima frase olhando para mim.

—Boa noite._ respondemos em coro e a médica deixou o meu quarto.


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Notas finais do capítulo

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