The girl on the bridge escrita por yumesangai


Capítulo 1
Capítulo único




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Era pra ser mais uma manhã qualquer, o céu ainda estava acordando e Steve já estava na segunda volta pelo parque. Era um bom exercício físico e para a mente também, ajudava a relaxar.
Steve ainda tinha pesadelos, acordava escutando Bucky gritar ao cair do trem, ou a voz de Peggy desaparecendo do comunicador, e uma mistura da insanidade nos últimos anos.


Nenhuma ameaça alien desabou novamente, a reconstrução da cidade agradecia. Por hora ele fazia apenas algumas missões solo, havia prometido encontrar Bucky, mas o rastro havia desaparecido há 3 meses, não adiantava correr pelo mundo sem rumo, cedo ou tarde ele apareceria. 
Steve virou a garrafa d’água na cabeça, era tudo que ele não precisava pensar. Sacudiu a cabeça e olhou para a cidade, parecia distante e bela, com seus prédios altos.

Ele estava pronto para voltar quando reparou em algo diferente na visão da cidade. Na ponte, uma figura em pé. Uma garota.

E ele correu. A ponte estava em reforma e por isso carros não passavam por lá, ainda era muito cedo e não havia ninguém para a reformar. Steve passou pela barricada e se aproximou em passos largos, ele queria ser visto e ouvido pela garota, em nada adiantaria se ela se assustasse com uma presença repentina e pulasse.

"Hey". Ele a chamou numa voz controlada. "Você não precisa fazer isso".

Ela virou o rosto na direção dele. Rosto fino, olhos pintados de preto, cabelo comprido e castanho. Uma bela jovem.

"Eu não preciso". E voltou a olhar para frente. Seu sotaque era forte. "Mas não sobrou mais nada”.

“O que aconteceu? Me conte o que aconteceu”. Steve pediu aproximando-se, queria que ela voltasse a encará-lo, ele precisava da confiança dela.

"Eu não tenho nada ou ninguém". Ela olhava para baixo.


"É claro que tem". Ele a garantiu.

Queria pegar na mão dela, fazê-la descer da beirada, ficar no chão firme.


"Meu irmão está morto. Meu coração está morto. Eu deveria estar morta". Suas mãos se fecharam em punhos. Um vento gelado bateu.

O coração de Steve parou, ele achou que ela fosse pular.


"Enquanto o seu coração bater, você não deveria desistir". Era um mantra, ele dizia isso para si mesmo. Ele precisava acreditar nessas palavras também.

Num piscar de olhos a garota estava diante de si. Olhos brilhando em vermelho, cabelo flutuando. Foi rápido e surreal demais para reagir.


Ela atravessa a mão no peito de Steve. Era como uma ilusão, mas era real. Steve travou.


"Eu posso sentir o seu medo. Eu não sinto medo. Eu não sinto nada".

A mão dela se fechou no coração dele.

Steve não conseguia respirar. Sua mente ficou nublada.

Passos. Uma música antiga, uma música de seu tempo. Ele não estava mais na ponte, estava num salão. Vestido com a farda militar, como nos velhos tempos.

“Você me deve uma dança”. A voz de Peggy soou próxima.

Seus olhos encheram d’água. Ela estava linda.

Ele segurou a mão dela. Ela sorriu e eles dançaram. Os outros casais no salão falavam e seus sapatos batiam no chão de madeira, mas o som era ecoado, meio distante.

E o lugar mudou, assim de repente. Ele estava na neve. Bucky estava caído no chão, ensanguentado.

“V-você deveria ter me salvado...”.

Steve fechou os olhos. Aquilo não era real. Mas ao abrir os olhos Bucky ainda estava lá e o sangue ainda escorria. Seu amigo estava morrendo e eles estavam cercados por neve e gelo.

“Steve...”.

Ele colocou a mão sobre o peito de Bucky, precisava ajuda-lo. O coração dele não batia, mas seus olhos tinham vida.

“Isso não é real”. Repetiu para si mesmo respirando fundo. “Nada disso é real”.

Ele não estava na neve ou num salão com Peggy. Ele ainda estava na ponte e a garota não estava com a mão em seu coração.

“Você tem super poderes”. Comentou ainda acertando a respiração. Seus olhos ainda cheios d’água.

Ele conseguia vê-la novamente. Os olhos dela pararam de brilhar em vermelho.

“Isso não te assusta?”. Ela perguntou franzindo o cenho.

“Não”. Ele responde sincero. “Eu te entendo”.

“Eu não acredito que entenda”. Seu tom soou mais ríspido.

“Meu nome é Steve Rogers. Eu nasci em 1918. Participei de um projeto do Doutor Erskine, eu lutei na Segunda Guerra Mundial”.

Ela não pareceu surpresa com a informação.

“Eu sou apenas um rato de laboratório”. Ela disse com um olhar depressivo, seus olhos estavam machucados com a memória.


"Você é mais do que isso, você é uma sobrevivente".


"Eu não quero viver". Ela disse simplesmente. Seus pés saíram do chão e ela flutuou até onde estava. Na beirada.


"Esse peso, eu entendo. Eu posso ajuda-la, você pode dividir comigo". Steve se aproximou.


"Do que você entenderia?". Ela parecia triste. "Você é um sobrevivente de muito tempo. Feliz pela nação que lutou? Pessoas continuam morrendo".


"Se não lutarmos elas apenas vão morrer. Seu irmão lutou não é? Ele te salvou, é por isso que lutamos, para que algumas pessoas possam ter um amanhã".


"...". Ela parecia refletir.

Steve se junta a ela na beirada. Ele ajeita uma mecha atrás da orelha dela. O vento estava mais gelado.


"Me ajude a proteger aqueles que não tem poderes ou que deixaram de acreditar em si mesmos”. Ele estica a mão.


"O que eu ganho com isso?"


"Um propósito. Um grupo de amigos e uma casa".


"Steve Rogers não é? Meu nome é Wanda". Ela coloca a mão sobre a dele.


"Wanda, é um prazer conhece-la e eu ficaria ainda mais grato em ter você lutando comigo, você vai se machucar, não é salvar gatos de árvores ou tarefas simples, mas..."


"Qual seria a graça se fosse fácil?" É a primeira vez que ele a vê sorrir.


Eles caminham.


"Agora você vai me dizer que voa ou algo assim?" Ela pergunta enquanto eles alcançam o parque.


"Eu não vôo".


"Solta raios?"


"Também não".


"Teletransporte?"


"Não".


"Qual é o seu super poder?"


"Resistência, força. Eu disse que não fui sempre assim".

Ela assente compreensiva.


"O seu grupo é cheio de pessoas sem super poderes e por isso você está me convidando?"


"Eu nem sei exatamente o que você faz,  além de aparentemente distorcer a realidade".


"E mesmo assim você me convidou".


"Exatamente". Ele sorri. Ele era bom nisso, em aceitar as pessoas. Em ver sempre o melhor delas.


"Vidência?" Ela tenta novamente.


"Não, eu apenas acredito nas pessoas".


"...Isso vai matá-lo um dia". Mas seu tom não era provocativo, apenas ligeiramente preocupado.


"Talvez".


"Se isso acontecer, eu vou destruir completamente a pessoa que fizer isso. Esse é o meu propósito. Eu vou proteger você".

Seu tom era uma promessa macabra. Steve achou melhor não entrar no mérito.


"Agradeço, mas você vai perceber que eu não sou tão inofensivo quanto você acredita".

Eles caminham em silêncio pelo parque, já havia mais pessoas nas ruas. Ela para de repente.


"Steve, e se os seus amigos não me quiserem no grupo?"


"Eles irão aceitar". Ela não parece convencida. “Wanda, está tudo bem em não estar bem. Você passou por muita coisa".

Ela olha para ele, para aqueles olhos cheios de certeza e também cheios de esperança. Ela queria acreditar nele tão desesperadamente.


"Não fazem mais homens como você não é?"


"Foi uma produção limitada"


Eles caminham de mãos dadas até a Torre dos Vingadores.


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