Pov Kara

Todas as pessoas do universo tinham uma marca no pulso com um nome, a pessoa na qual eles estavam destinados, a pessoa com quem eles passariam o resto da vida, a pessoa que te completaria como nenhuma outra pessoa faria.

Nem todos encontravam sua alma gêmea, mas eu sempre mantive minhas esperanças, Luthor não era um sobrenome Kryptoniano então imaginava que a encontraria em uma das minhas viagens para outro planeta.

Eu lembro de quando pequena ficar horas imaginando, como Lena seria, a cor de seus cabelos, seus olhos, se quando ela sorria seu rosto formava covinhas ou não...

Mas meu planeta foi destruído e alguns anos após eu chegar na terra a garota com que eu sonhei a vida toda, o sobrenome que eu desejava ter no final do meu nome era o mesmo do pior inimigo da minha família.

Eu sabia o que acontecia com quem não encontrava sua alma gêmea, algumas raras pessoas encontravam felicidade em outros relacionamentos, mas a maioria se perdia em solidão.

Então eu tentava não pensar nisso, nunca, mas apesar esquecer alguém que eu nunca conheci parecer ser fácil, seu nome estava gravado em mim, por isso eu apenas ignorava o aperto em meu peito toda vez que eu o lia em meu pulso.

Mas a sorte nunca foi minha amiga e de todas os repórteres daquela empresa a Senhorita Grant tinha que me escolher para entrevistar a mais nova moradora de National City e CEO da LuthorCorp

E aqui estava eu, apenas esperando o horário marcado para conhecer a minha alma gêmea dando graças a Deus por estar usando meu cardigã azul que escondia minha marca.

— Senhorita Danvers, a Senhorita Luthor está a sua espera – fala sua assistente, Jess, abrindo a porta da sala.

Respiro fundo, corrijo minha postura e entro na sala me deparando com uma cadeira que gira devagar.

E então eu a vejo, pela primeira vez já que eu sempre evitei pesquisar sobre ela, isso fazia parte de ignorar o fato de uma Luthor é minha alma gêmea, e todo ar da sala parece ter ido embora.

Como ela conseguia ser tão linda?

Sua pele era muito branca dando um contraste a cor do seu cabelo castanho escuro e os olhos, por Rao, os olhos mais lindos que eu já havia visto em toda minha vida.

— Senhorita Danvers, você está bem? – Pergunta me tirando dos devaneios.

— Sim, estou – falo concertando meus óculos que havia descido um pouco – é um prazer conhece-la Senhorita Luthor – falo me aproximando de sua mesa e estendendo minha mão para a mulher que se levanta e aperta.

Como suas mãos eram macias... Olho rapidamente para seu pulso, mas vejo que ela cobria seu pulso com um bracelete.

Por Rao, Kara tenha foco!

— O prazer é todo meu Senhorita Danvers – fala e aponta para a cadeira para que eu me sente – e me chame de Lena, por favor.

— Tudo bem, Lena, mas se eu vou te chamar assim pode me chamar de Kara.

— É um belo nome – sorrio em agradecimento – mas ao que devo ao prazer?

— Eu venho em nome da CatCo, gostaria que você falasse sobre seus planos pessoais em National City e como você pretende mudar a fama da Luthor Corp depois de tudo o que aconteceu com Lex – falo tirando meu lápis e bloquinho da bolsa.

— Eu vim para National City para um recomeço, para mim e para a empresa que será renomeada L-Corp e agora espero conseguir fazer o bem e concertar o máximo de coisas que Lex arruinou.

— E se me permite perguntar, como era seu relacionamento com Lex antes?

— Bom...Após minha adoção Lex foi o primeiro a tentar me fazer parte dos Luthors, eu o adorava e fiz de tudo para traze-lo de volta depois que ele enlouqueceu, mas depois eu aceitei que algumas pessoas são ruins e não tem nada que possamos fazer sobre isso.

— Um assunto que começou a ser tratado a pouco tempo é a Anistia Alienígena, qual sua opinião sobre a entrada de aliens na terra?

— Sendo eles pacíficos, eu apoio, mas acredito que as pessoas tenham que ter o direito de saber quem é humano e quem é alien e é por isso que eu venho criando um detector de alienígenas – fala se levantado e pegando um dispositivo prateado com algo parecido com um leitor de digital na ponta – ainda não está pronto, ainda estamos desenvolvendo o protótipo, mas queremos ter esse dispositivo em todas as lojas do país.

— Como funciona?

— É um simples teste de pele, deixe-me te mostrar como é uma resposta negativa – ela coloca seu dedo no leito e após dois bips uma luz verde se acende – viu? Agora é sua vez – fala estendendo o dispositivo em minha direção.

— Mas um dispositivo como esse não vai contra tudo que a América apoia?

— Como por exemplo?

— Liberdade, ir contra perseguição e opressão...

— Se eles querem ser cidadãos, eles tem direito, mas se os humanos querem saber quem realmente é humano também é direito deles, acredite em mim Kara, ninguém gostaria de acreditar que todos os alienígenas são bons mais do que eu – ela olha rapidamente para seu pulso  – mas nem todos são e os ataques que ocorreram mostram isso – fala voltando para sua cadeira e eu me aproveito de sua distração para usar minha visão de raio laser no dispositivo que estava na ponta da mesa – então... – ela pega o estendendo em minha direção novamente.

— Certo, vamos lá – coloco o meu dedo no leito e após dois bips a luz verde se acende me fazendo respirar aliviadamente.

— Viu? Funciona perfeitamente – fala orgulhosa – mais alguma pergunta?

— Não isso é tudo, Senhori...Lena – ela se levanta apertando minha mão.

— Foi um prazer conhece-la, Kara – abre um leve sorriso – espero que essa não seja a última vez que nós nos veremos.

— Também espero que não, Lena.

(...)

— Olá – falo entrando em meu apartamento dando de cara com Alex e Maggie, sua namorada e alma gêmea, sentadas no sofá abraçadas assistindo a sétima temporada de Friends – adivinhem quem eu conheci hoje? – Falo tirando meu casaco e colocando no cabideiro.

— Humm... Lucy Lawless? Ela está na cidade para uma convenção, então por favor me diga que você a conheceu – fala Maggie.

— Como eu não fiquei sabendo disso? Eu morria de amores pela Xena, você lembra Kara?

— Sim Alex, eu lembro, mas bem que eu queria que fosse Lucy Lawless – falo respirando fundo e me jogando no meio das duas jogando minha bolsa no chão e colocando meus pés em cima da mesinha de centro – eu conheci Lena Luthor.

— Você conheceu Lena Luthor hoje? – Pergunta Alex chocada – como? Ela reconheceu seu nome?

— Cat me colocou para entrevista-la e não, ela não reconheceu meu nome, então presumo que meu nome esteja como Kara Zor-El.

— E o que você achou dela? – Pergunta Maggie.

— E isso importa? Ela é uma Luthor.

— Mas ela não é o irmão dela Kara, você não acha que uma pessoa deva ser julgada pelas próprias escolhas? – Fala Alex.

— Eu não sei Alex...

— Você não me respondeu o que achou dela pequena Danvers – fala Maggie

— Ok, Lena...É inteligente, simpática, e por Rao Mags, ela a mulher mais linda que eu já vi na vida – falo deitando minha cabeça de ombro da minha cunhada sentindo ambas me abraçarem.