A Garota Perfeita Fugiu! escrita por Hyiani


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Oi! Muitíssimo prazer, sou a Hyiani!
Essa é a primeira de muitas histórias originais que eu quero postar por aqui, desejo uma boa leitura, esprro que gostem e continuem me acompanhando nessa aventura!
Depois me contam o que acharam? :D



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Eu realmente acreditava que fugir seria mais trabalhoso.

Mas acho que parte da falta de desconfiança se deve ao fato de que: "Eu não sou esse tipo de pessoa"

Ninguém espera que eu faça esse tipo de coisa, eles nem acreditam que haja a remota possibilidade de eu fazer isso.

Mas eu fiz...

Eu fugi.

Em um momento de loucura, eu simplesmente peguei minhas coisas e saí.

Eu tenho uma vida boa, um futuro planejado e nunca acabei em qualquer confusão, mas acho que lá no fundo essa nunca foi a vida que eu quis.

Acho que o fato de eu estar no aeroporto sem um destino é uma prova disto afinal...

O desespero em mim é crescente, mas eu não posso voltar, faz horas que eu fugi. Eu saí de madrugada, então eles já devem ter acordado, vão perceber cedo ou tarde, não tem mais volta.

—Deve ser legal, cara! - escutei um garoto exaltado que me chamou a atenção.

—Não caio mais nessa, Noah! - outro garoto respondeu impassível.

—Ah... Só mais dessa vez cara! - o garoto chamado Noah, insistiu.

—Você falou o mesmo na última viagem, ninguém acredita nisso mais de uma vez! - ele disse começando a andar para longe.

—Mas cara! Eu não posso ir sozinho, Fuentes! - o garoto começou a apelar para várias caras engraçadas, enquanto o amigo dava risada.

—Esquece Noah, procura alguém no avião ou não vai - o garoto denominado "Fuentes" disse zombando.

—Me erra, Fabrício! - vociferou Noah.

No meio da conversa deles, eu me distraí, mas ainda preciso ir para algum lugar, o mais longe e o mais rápido possível...

Tem alguns momentos que eu duvido da minha capacidade de distinguir as ideias boas, das ruins, mas dessa vez eu passei do limite.

Mas... Não custa tentar, não é?

O "não" é garantido. O meu único risco é ouvir um "sim".

—Ei! - eu gritei chamando a atenção dos garotos para mim.

—Está nos chamando? - o garoto chamado Fuentes ou Fabrício, me perguntou.

—Bem... É! - Eu consegui dizer essas míseras sílabas depois de repetir algumas boas vezes "Você Consegue Thalia!" Na mente.

E isso é uma coisa extremamente vergonhosa! Minha capacidade de interação se resume a isso?

Espero que para o meu próprio bem, a resposta seja não.

—No quê podemos ajudá-la? - Noah disse sorrindo.

—Você não vai mesmo com o seu amigo? - Eu perguntei me dirigindo ao garoto ao lado de Noah, os dois ficaram confusos. Não tenho porque julgar eles, a esta altura eu já teria chamado a Polícia, alguém escutou minha conversa, e está fazendo perguntas suspeitas, mas eles não chamaram ninguém, ainda.

—Não, eu tenho que trabalhar amanhã - Fabrício respondeu hesitante.

—E você ainda quer ir? - eu me virei para falar com o Noah.

—Quero! Mas eu não posso ir sozinho, meus pais preferem que eu vá acompanhado! - ele disse me explicando, até que virou para olhar para o rosto do amigo, com uma face suplicante. - Para de “frescura” Fuentes!

Eles discutiram por alguns minutos enquanto Fabrício explicava que sempre dava errado e que teria que trabalhar no dia seguinte. Eles pareciam ter se esquecido de que eu estava ali, até que eu comecei a colocar minha ideia louca em prática...

—Eu vou com você! - eu falei surpreendendo eles, mas eu também fiquei surpresa por ter tido a coragem de falar.

—É... Você tá falando sério? - Noah perguntou surpreso e com o cenho franzido, mas eu podia jurar que vi certa felicidade em sua face.

—Você vai para fora do país? - eu perguntei pensando neste ponto. Para fora do país seria divertido e eu estaria distante, mais do que o suficiente.

—Vou! Queria ir para o Brasil! - ele falou empolgado.

—Brasil? É eu vou com você - eu falei me agarrando a esperança de que talvez isso dê certo.

—Não brinca comigo, garota que eu nem conheço! - ele falou tentando conter a alegria de segundos atrás, talvez ele tivesse finalmente se dado conta de que ele iria embarcar em um avião com uma pessoa que ele nem sequer conhece. - Vai mesmo?! - ele falou voltando a abrir um sorriso radiante. É, talvez ele não tenha se dado conta.

—Sim, Mas eu só vou se formos agora! - eu disse começando a me apressar novamente.

—Ela é louca, mas eu vou com ela! - ele disse apontando para mim, se dirigindo para o amigo. - "Falou" Fuentes! - Noah disse animado e segurou meu braço me levando para o galpão de atendimento, ele estava aparentemente muito feliz.

Eu me virei brevemente para trás e acenei para o garoto que olhava incrédulo para nós, assim que viu meu gesto, ele retribuiu e começou a rir dando as costas para ir embora.

Por incrível que pareça nós não conversamos mais depois daquilo, ficamos em silêncio enquanto compramos as passagens. Mas assim que as peguei em minhas mãos foi que a ficha caiu.

Eu estou fazendo a minha primeira viagem para fora do país sem os meus pais!

Isso quase acoberta o fato de que eu não conheço a pessoa que vai viajar comigo.

—Por que você está sorrindo para a passagem? - Noah pergunta, procurando algum motivo enquanto olha para o pedaço de papel idêntico em suas mãos.

—Eu só... Estou feliz. - eu falo abrindo um sorriso.

—Primeira viagem? - ele pergunta tentando acertar, o motivo.

—Quase. Primeira viagem sem os pais - eu respondo e ele faz uma cara engraçada.

—Vai ser a melhor viagem da sua vida! - ele fala com convicção. -Porque eu vou estar lá, e eu vou me certificar para que tudo seja incrível! - ele fala exagerando nos sinais com a mão, se empolgando de uma forma intrigante. Nunca havia visto alguém chegar naquele nível.

Viver cercada de pessoas impassíveis e que mantém as aparências em qualquer situação, só contribuiu para que eu ficasse cada vez mais intrigada com o jeito de falar e de agir do Noah. Ele exalava felicidade, contagiando todos ao seu redor.

Ele terminou de olhar alguns detalhes e informações sobre o voo, enquanto eu aproveitei para pensar.

Eu já havia tido alguns momentos de loucura e desespero com relação ao modo como eu levava minha vida.

Mas sinceramente, falar "levava", no passado, é estranhamente libertador. Mesmo que eu ainda esteja tão próxima dela.

Sempre tive momentos de frustrações, mas nunca havia pensado em ir embora. Largar tudo para trás era uma perspectiva de vida que não existia para mim. Pelo menos não, até poucas horas atrás.

Eu só espero não me arrepender.

—Vamos? - Noah pergunta chamando minha atenção.

—Claro. - eu digo seguindo-o. Obviamente nada disso é novidade para o Noah, tanto que ele parece conhecer perfeitamente cada um dos quatro cantos desse aeroporto.

—Posso perguntar uma coisa? - ele fala de repente, eu faço que sim com a cabeça para que ele prossiga. - Qual é o seu nome? - ele questiona sem graça.

Bom pelo menos desse detalhe ele se lembrou.

—Thalia - eu digo simplesmente. - E o seu é Noah, certo?

—É - ele fala confirmando, sem nem sequer fazer questão de perguntar como eu consegui essa informação, isso me alivia, porque se eu fosse responder: "escutei a conversa de estranhos no aeroporto", acho que pegaria mal...

Noah se mantém silencioso por um tempo enquanto nos dirigimos para a sala de espera, posso ter permanecido pouco tempo com ele, mas o silêncio dele já se tornou estranho.

Tem várias perguntas que eu gostaria de fazer para ele, mas eu acredito que ele está pensando, talvez sobre nossa situação, ou planos para a viagem, não importa, a questão é que decido não interromper.

Eu já fiz várias viagens para fora do país, mas todas acompanhada dos meus pais, e eu sempre ficava enfiada no celular durante toda a espera. Agora que dispensei meu celular, por motivos de: eu não sei do que os meus pais são capazes, mas um rastreador é a cara deles, eu tenho a oportunidade de observar melhor as coisas, cada detalhe, e confesso que estou adorando!

—Está com fome? - Noah pergunta quando estamos em frente à sala de espera.

—Um pouco - admito, eu me lembrei de muitas coisas antes de sair, mas café da manhã, não foi uma delas.

Ele me conduz até uma lanchonete presente no aeroporto, me ocorre que se não fosse por ele eu já teria me perdido há muito tempo.

Quando chegamos tivemos o privilégio de escolher a mesa de nossa preferência, pois se não fosse por duas ou três pessoas, eu poderia dizer que o lugar estava vazio.

Fazemos nossos pedidos, mas não conversamos nesse meio tempo.

Enquanto eu comia, percebi que ele ficava me olhando e quando eu encarava de volta ele desviava o rosto.

Talvez ele realmente ache que está disfarçando bem...

Eu me coloco no lugar dele, se eu estivesse fazendo isso e alguém falasse "Por que você fica me olhando, isso é estranho" eu tentaria enfiar a minha cara em um buraco no chão. Fico olhando para uma janela presente no local enquanto ele continua me olhando, eu finjo não notar.

Eu termino de comer antes e fico esperando por ele, pelo horário em que ele finaliza eu percebo que poderemos entrar direto no avião, sem ficar na sala de espera.

Noah acaba de comer e simplesmente se levanta, eu o sigo em direção a área de embarque.

Eu estou prestes a entrar no avião quando eu travo no meio das escadas.

—Vem, Thalia - Noah fala sorrindo em frente a mim, ele estende uma das mãos, eu a seguro finalmente despertando e voltando a subir a escada.

Entrar naquele avião é libertador e desesperador ao mesmo tempo.

É naquele momento que eu me dou conta de uma coisa.

Quando eu estiver no Brasil, eu vou estar a milhares de quilômetros da minha família.

E a milhares de quilômetros de ser a "garota perfeita".


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Notas finais do capítulo

UOOOOOU!
E aí? Socorro, eu fico muito ansiosa pra saber a opinião de vocês! Mas claro que eu também entendo uma coisa: esse é o prólogo, não dá pra formar muitas opiniões a partir dele, mas qualquer comentário já conta!

Bye



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