Precisamos um do outro escrita por Moon


Capítulo 13
Mais de uma família


Notas iniciais do capítulo

Riley e Stiles se despedem antes de voltar a Nova York, sentindo que logo voltarão para Beacon Hills e uma notícia deixa Scott sem chão.



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POV Noah

Cuidei de toda a burocracia na delegacia. A história para a papelada era que Malia Tate havia sido sequestrada por usuários de drogas sob efeito de substâncias alucinógenas. Durante a operação comandada por mim e acompanhada pelo policial Parrish um menor em porte de uma faca foi baleado pelo oficial Parrish em autodefesa. O menor já havia matado outros quatro jovens que vieram a óbito por cortes e dilacerações. Dois haviam fugido, a senhorita Tate foi resgatada e levada ao hospital. No retorno a cidade, pela área florestal, Mason Hewitt foi encontrado ferido com um ferimento profundo e grave no pescoço, havendo suspeita de ataque animal.

Mas pela primeira vez em muito tempo, eu estava trabalhando desconcentrado, queria chegar logo em casa e ver minha filha. Minha filha. Ainda era estranho tê-la depois de tanto tempo, mas eu sabia que ela era. A primeira vez que olhei em seus olhos eu a vi, eu vi Claudia, e eu vi aquela pequena criança que eu deixei ir. Mas eu não cometeria esse erro novamente. Eu não vou perde-la outra vez.

Pedi que Parrish finalizasse a documentação para mim e fui para casa. No caminho escutei o rádio esperando por alguma notícia de Mason. Havia deixado um policial de guarda em seu leito. No caso de algum fugitivo retornar a nossa cidade.

Entrei na minha rua. Estacionei cuidadosamente. Respirei fundo antes de descer do carro. Observei a garagem. Lydia já tinha ido embora, seu carro não estava mais estacionado. As luzes estavam apagadas, mas eu ainda podia ver lampejos de luz na sala. Provavelmente da televisão. Peguei a chave nos meus bolsos e entrei em casa. Pela primeira vez para encontrar meus dois filhos.

Riley e Stiles estavam deitados cada um com a cabeça para um lado do sofá, compartilhando o mesmo cobertor vendo alguma coisa na tv que parecia não os entreter o suficiente, era como se ambos estivessem apenas encarando a tela, mas submergidos cada um em sua mente, em seu mundo. Riley parecia bem melhor do que quando a vi anteriormente.

Stiles se sentou enquanto virava na direção da porta, Riley apenas levantou a cabeça e me sorriu de lado.

— Posso me juntar a vocês? – Perguntei tão desanimado quanto eles.

Ambos concordaram apenas om um balanço de cabeça.

— Eu sinto muito. – Quebrei o silencio, me referindo a Riley. – Eu sinto muito por não ter ficado com você e não ter te acompanhado todos esses anos, por abrir mão de você e por não ter te encontrado.

Ela segurou minha mão com a expressão doce.

— Eu desejei todos os dias tê-la por perto. Menos em dias como hoje. Porque eu não queria saber que esteve em perigo. – Apertei sua mão entre as minhas, ela agora sentada ao meu lado. – E eu sinto muito que sua visita tenha sido esse desastre todo.

Ela sorriu para mim.

— Eu também sinto muito. Mas se não fosse pela sua decisão eu não teria os pais que eu tenho, nem o meu irmão mais novo. Nem os meus amigos. – Ela olhou o teto – Eu fiquei bem confusa quando eu descobri tudo e até um pouco triste. Mas agora, eu me sinto grata. Por ter essas duas famílias. E esses dois mundos.

O silencio pairou por uns instantes, mas o silêncio era agradável.

— E você não tem culpa por tudo que aconteceu hoje.

Ela se inclinou e me abraçou. Stiles que estava mais quieto que o normal se inclinou e nos abraçou também. Então me levantei, pedi comida e escolhemos um filme qual quer para assistir na última noite com ela por perto. Aproveitei bem imaginando se ela jamais iria querer voltar.

POV Stiles

Quando eu acordei na manhã seguinte, estava no sofá. Me levantei ainda sonolento e fui até o banheiro e escutei o chuveiro. Meu pai já estava pronto para ir trabalhar terminando de colocar a mesa para o café da manhã. Assumi que Riley estava tomando banho e sentei no corredor enquanto esperava ela terminar.

Logo o chuveiro desligou. Alguns minutos passaram e ela abriu a porta saindo do meio da fumaça. Ela estava com um vestido vermelho, descalça, com o cabelo enrolado na toalha e carregando o pijama. Ela se assustou ao me ver sentado no chão e eu ri.

— Está esperando a muito tempo? – Ela se preocupou.

— Acabei de acordar.

Me levantei, ela caminhou na direção do quarto antes de fechar a porta do banheiro me lembrei de algo e a chamei.

— Arruma sua mochila. A gente volta hoje. – Ela assentiu e eu fechei a porta do banheiro.

Tomei meu banho, escovei os dentes, me sequei e penteei os cabelos. Escolhi uma roupa na mochila. Jeans e blusa de flanela xadrez. Saí do banheiro, coloquei meu converse. Quando saí Riley estava com os cabelos ainda molhados penteados, calçava uma sapatilha preta. Vi sua mochila no sofá e ela já sentada tomando café com nosso pai.

— Bom dia! – Meu pai me cumprimentou.

Conversamos casualmente durante a refeição. Mas logo ficou notável que meu pai estava prolongando quando ficou nos lembrando de cada peça de roupa, para conferirmos a mochila. Riley foi até a parte de trás da casa, e pegou a roupa que usou ontem, que a Lydia lavou por causa do sangue. Já estava seca. Ela as dobrou e colocou na mochila e devolveu minha blusa.

— Pai! – O interrompi depois que ele perguntou se eu tinha pego o celular e o carregador. – Nós temos que ir.

— Eu sei. – Ele se rendeu. – Desculpa.

— A gente ainda vai se encontrar mais vezes. – Riley disse ao lado dele.

— Eu espero que sim.

— Voltaremos antes do que espera, pai! – Eu disse e nós três nos abraçamos.

Antes de ir embora parei na casa do Scott sabendo que todos estariam lá para nos despedirmos. Cheguei rápido ao meu destino. E vi logo todos os carros estacionados.

Scott, Lydia, Malia e Liam. Estavam todos reunidos na sala dos McCall. Liam era quem estava mais abalado com tudo. Malia já estava completamente curada. Ao menos, fisicamente. Eu entrei sem bater na porta, sendo seguido por Riley.

— Alguma notícia? – Perguntei.

— Nada. – Lydia respondeu.

O clima estava um tanto tenso.

— Vocês já estão indo, né?! – Scott perguntou em tom de lamentação, porque já sabia a resposta.

— Sim. Temos que ir. – Riley respondeu dessa vez. – Meus pais estão esperando.

Scott me abraçou e me puxou para a perto, Riley foi até Liam. Eu não consegui ouvir o que ela disse, mas eles se abraçaram.

— Até mais, irmão. – Foi a única coisa que Scott disse e nos abraçamos.

— Até mais, amor. – Lydia me deu um beijo de leve nos lábios e me abraçou com força.  

Vi Scott e Riley se abraçarem e então Riley e Malia. Me despedi então da Malia e por fim do Liam, desejando melhoras ao Mason.

Todos nos abraçamos na sala, em um círculo. Eu estava entre Lydia e Scott que estava abraçado ao Liam, Riley entre Liam e Malia, que estava ao lado de Lydia.

Ficamos em silêncio durante alguns instantes. E então Scott falou.

— Riley, é um prazer te ter na nossa matilha. Nós somos lobisomens, banshees, coiotes, humanos, ou qualquer coisa, mas o principal é que somos uma família. E mesmo que na maior parte do tempo eu não tenha ideia do que eu estou fazendo, é uma honra saber que vocês estarão comigo mesmo sem saber se vai dar certo ou não. É um prazer ser o alfa de vocês.

— Nós protegemos quem não pode se proteger. – Lydia recitou a frase da Alison.

— A mordida é um presente. – Eu disse irônico, sem saber se imitava o Derek ou o Scott. – Somos irmãos agora.

Todos riram, até a Riley, mesmo sem entender a piada.

— Foi um prazer. – Riley disse se despedindo e eu concordei.

Nos soltamos daquele abraço e fomos para o carro.

— Nova York? – Perguntei.

— Nova York. – Ela disse.

POV Scott

Logo depois que Stiles e Riley foram embora o telefone de casa ligou, corri para dentro de casa. Era minha mãe. Eu podia ouvi-la chorar do outro lado da linha.

— Ele não resistiu, filho. – Ela disse entre soluços. – O Mason não resistiu.

Todos já estavam ao meu redor. Dava para sentir a expectativa no ar, quase como se fosse algo físico, tocável. Meus amigos esperavam que eu dissesse algo, mas eu não consegui dizer nada.


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Notas finais do capítulo

Comente sobre o capítulo. Obrigada por ler. Espero que tenha gostado e volte logo!



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