Entre o Céu e o Inferno escrita por Lu Rosa


Capítulo 27
O véu cai


Notas iniciais do capítulo

Nesse capítulo...

Ele rodeou a cela e tocou o cabelo dela. Genny esquivou a cabeça. - Você tem o poder de ser a antítese da criação, minha cara. A destruição plena de toda a criação!



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Genny abriu os olhos após atravessar o portal deparou-se com um extenso vale verdejante.

— Mas... – ela olhou ao redor enquanto Adrian juntava-se a ela. – Onde estamos?

— Em Idris, Genny.

— Mas eu achei que íamos para Nova York.

— Bem... depois dos ataques aos Institutos, eles foram fechados e todos vieram para Idris.

— Fechados?! Mas quem está protegendo os humanos?

— De tempos em tempos a Clave manda alguém... – Adrian comentou com ar de pouco caso. – Mas vamos. Temos que chegar em Alicante antes do anoitecer. Você vai querer se aprontar para o casamento, não é?

Adrian parou na frente de Genny enquanto falava e a moça ergueu a cabeça para fitá-lo.

Quando ele baixou a cabeça em sua direção e tocou seus lábios com os dele, uma fraqueza imensa a dominou.

E seu último pensamento antes que as trevas a cercassem foi que o brilho nos olhos de Adrian tinha alguma coisa de estranho. Como se ele soubesse de algo secreto.

Genny abriu os olhos e a primeira coisa que viu foram as barras de ferro. Ela ergueu o corpo e se sentou e olhou em volta.

Estava numa cela no meio de um enorme salão escuro. A única claridade vinha de uma claraboia no teto, mas não iluminava quase nada.

— Adrian? Adrian? – ela chamou. Ouviu um silvar como o de serpentes.

Adrian apareceu e cruzou os braços diante dela.

— Olá Bela Adormecida... Espero que tenha descansado bastante, Genesis.

— Por que estou presa? E a Clave? Eles mentiram? Ou você mentiu para mim, Adrian?

— A Clave não tem ideia de que você está aqui.

— Mas se não é a Clave quem está me mantendo assim... - Genny levantou-se e avançou contra as barras.

— Sebastian...

— Mas como é esperta essa menina! – ele zombou.

— Seu maldito, o que fez com Adrian?

— Morto. Como sempre esteve. - uma nevoa escura envolveu Adrian e se transformou em Sebastian Morgenstern.

— Você é um monstro! Como seu pai.

— Nao minha querida. Sou muito melhor do que Valentim. Ele quis fazer tudo sozinho. Eu reuni ajuda. - ele indicou as paredes ao redor de onde eles estavam.

Genny olhou na direção que ele indicava e olhos vermelhos brilhavam na escuridão.

Assustada, ela deu uns passos para trás. Aqueles demônios... Não era possível que era naquilo que ela se transformaria.

— Porque você me persegue, Sebastian? Se você não é como Valentim, por que tanto interesse em mim?

— Por que você é perfeita para o meu plano. Veja só, Asmodeus deseja apenas o seu sangue puro de anjo. Eu quero mais. Eu quero toda a sua fúria. Você tem um poder inigualável, Genesis. A fúria de um anjo divino. Imagine isso multiplicado? - Ele rodeou a cela e tocou o cabelo dela. Genny esquivou a cabeça. - Você tem o poder de ser a antítese da criação, minha cara. A destruição plena de toda a criação!

Genny arregalou os olhos. O poder de destruir toda a criação?! Era por isso que ela fora criada? Para aniquilar a humanidade e tudo ao redor? Seu coração quebrou-se dentro do peito. Não haveria dor maior no mundo para suportar.

— Mas não sofra por isso, minha amada. Juntos reinaremos sobre o caos. Eu até farei você esquecer aquele submundano. - Sebastian juntou os lábios jogando um beijo para ela.

Genny sentiu-se arrepiar de 

— Não se atreva! Não perverta o meu amor pelo Elijah.

— Amor? - Sebastian gargalhou. - Só se for da sua parte não é? Inocente e pura... Apaixonou-se... - ele a olhou com pena. - Eu sei de tudo, Genesis. Aquele submundano ama somente uma mulher na vida. A híbrida... Você foi apenas mais uma para ele.

— Não! - ela avançou contra as grades da cela, os olhos brilhando vermelho.

— Isso! - Sebastian comemorou. - o ódio, a dor... Coloque para fora, Genesis. E se torne aquilo para o qual você foi criada.

Genny respirou fundo tentando acalmar a fúria e a dor. Sebastian sabia onde atingi-la. Mas ela precisava se controlar.

— Magnus e a Clave já devem saber o que você fez. Eles virão a minha procura.

— Então isso sera uma grande reunião de família. Bem, então vamos deixar tudo preparado para recebê-los.

Genny viu ele se afastar e então pôde libertar as lágrimas que estava reprimindo. Sebastian estava certo. Hayley era a verdadeira dona do coração de Elijah e ela fora tola em acreditar que ele a amava. Na sua inocência havia confundido desejo com amor. Agora não havia escapatória. Estava presa, Deus sabe aonde sem perspectiva de salvação.

Uma réstia de luz entrou por uma fresta e Genny imaginou se isso não era um sinal divino. Afinal se por uma frestinha pequena poderia entrar a luz, quem sabe com um pouquinho de fé, milagres podiam acontecer?

Agarrando-se a esse pensamento como uma tabua de salvação, ela ergueu os olhos para o raio de luz.

— Deus, se eu tenho parte de anjo então talvez o Senhor ouça minhas palavras. Eu não quero morrer. Não que eu tenha medo de morrer, não é isso. Mas se Sebastian conseguir alcançar minha essência demoníaca, isso para mim será a morte. Prefiro morrer caminhando na luz, assim como minha mãe e meu pai fizeram. Não quero me tornar um demônio como ele. Por favor, Senhor, incline Teu ouvido as minhas palavras.

Genny abaixou a cabeça e sentiu como se estivesse mais alguém ali com ela. Olhou em volta mas só existia escuridão.

Ela ouviu um barulho de passos e se preparou. Sebastian estava voltando.

Mas não foi Morgenstern quem ela viu entrando e sim Magnus.

— Anjinho...

— Magnus! É bom vê-lo. Mas foi rematada loucura vir. Sebastian sabe que vocês viriam.

— Eu sei. Mas nada impediria ele. - Magnus indicou com a cabeça alguém que ficara na porta.

Seu coração dera um salto. Elijah viera! Ele viera salvá-la.

O original carregava a Lâmina serafim e ao seu lado estava Klaus como era de se esperar.

— Agora tenho que desfazer essas grades demoníacas.

— Magnus, Sebastian me disse uma coisa. Asmodeus o está  ajudando.

Magnus ergueu os olhos surpreso.

— Asmodeus?

— Sim. Quando eu disse que você iria me procurar ele disse que seria então uma grande reunião de família. Não entendi.

— Ele disse isso porque Asmodeus é o meu pai.

Então foi a vez De Genny ficar surpresa. Magnus era filho de um demônio maior? Que loucura!

— Então tem uma coisa que você pode fazer.

— Alem de tirar você daqui o mais rápido possível? O que?

— Quero avisar Lúcifer o que Asmodeus pretende.

— Você quer falar com o pai de todos os demônios?

— Sim. E como filho de um de um príncipe infernal você pode conseguir isso.

— Anjinho... Se Lúcifer descobrir o que você é...

— Você acha que ele vai se dignar a olhar para mim? Não foi o orgulho e vaidade que provocaram a queda dele. Assim que eu tocar no nome de Asmodeus, ele não vai pensar em mais nada.

— Você tem certeza?

— Anda logo, Magnus! - gritou Klaus.

Ignorando-o, Magnus passou a mão pela grade e segurou a mão de Genny, recitou algumas palavras em latim e de repente Genny se viu em uma grande sala.

Uma lareira enorme dominava o ambiente. Estofados forrados com seda preta convidavam a serem usados e um homem que Genny só podia descrever como belíssimo estava sentado em um deles.

Vestindo um terno de corte impecável, o homem se levantou quando se percebeu da presença dela.

—Quem é você e como penetrou em meus domínios?

— Quem sou não importa, mas vim lhe avisar sobre a traição de Asmodeus.

—Asmodeus?

— Sim. Ele se ocupa agora da captura do clone de anjo que vive na terra. E vai usá-la para lhe vencer.

— Como sabes dessas coisas, estranha menina?

— Soube disso pelo que era chamado de Sebastian Morgenstern, seu aliado.

O homem olhou para Genny e se aproximou. Ela não levantou a cabeça. Temia que se olhasse para ele, ele visse a luz em seus olhos.

— Es muito corajosa ou muito burra para vindes aqui me intrigar com um dos meus príncipes.

— Vasculha teus domínios e veja se ele está neles, se não acredita em mim. Guarda minhas palavras. Ele te trai.

Dito isso, por incrível que podia parecer, Genny conseguiu sair ilesa do Inferno, que era bem diferente do que ela havia imaginado.

 

 


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Notas finais do capítulo

E no próximo capítulo...

Elijah escutou a voz na nevoa. E ele a viu. Ajoelhada, as mãos estendidas, suplicando por sua salvação.
Circulou a lamina em torno de si e quando a luz da lâmina a dissipou, ele a atravessou.
— Você não vai me vencer, Morgenstern. E não irá usá-la nos seus propósitos demoníacos. Nem que eu morra, eu vou impedir você.
Sebastian olhou para ele e sorriu.
— Numa coisa você teve razão, Mikaelson. Você vai morrer.




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