VISÃO YOONGI

Eu estava desanimado, acabado poderia assim dizer.

A Mel preferiu ir cuidar daquele imbecil e me deixar plantado esperançoso para que ela chegasse até mim.

Eu ainda não conseguia acreditar, e havia algumas coisas nessa história que estavam muito mal contadas. No momento do ódio, eu a acusei de muitas coisas sem provas, mas era muito para minha cabeça aguentar.

A Hae diz que era o Jimin na foto, já ele diz que não era e que na mesma noite, ele a encontrou toda machucada na frente de casa afirmando que tinha sido jogada de um carro em alta velocidade. Tá que na Hae não se pode confiar, mas ainda restam aquelas fotos: Melissa com outro cara...

Em quem eu deveria confiar? No meu amigo de anos, ou naquelas fotos?

VISÃO MELISSA

Logo após cuidar do Jimin fui diretamente para casa.

Aquilo foi mais do que eu conseguia aguentar, aquelas palavras excederam meus limites.

Chego em casa e logo meu pai me olha de cima abaixo. Além da minha cara de choro, meus joelhos estavam machucados.

— Melissa, o que houve querida? – Ele se aproximou preocupado.

— Papai, eu não aguento mais, me deixa ir para casa. – Chorava feito criança

Ele me abraçou.

— Querida, nós já estamos em casa.

— Não papai, esta aqui é sua casa, a minha ficou nos Estados Unidos, do lado da minha mãe. Por favor, me deixa voltar!

— Não quer me contar o que aconteceu?

Fico meio receosa, mas resolvo contar toda a minha situação para o meu pai.

— Meu anjo, por que não me contou antes? Por que ficou sofrendo ai sozinha? Esse cara não merece você! – Eu não havia contado sobre o Jefferson.

— Eu não queria preocupar você, papai.

— Você sabe que pode contar tudo para mim, e pode contar comigo para o que der e vier. Você é a coisa mais importante para mim. Seu bem estar sempre vem em primeiro meu anjo.

— Então, você me deixa ir embora daqui?

— Tudo bem queria... Só espere alguns dias para que eu possa arrumar tudo para a sua partida.

Uma semana havia se passado, e eu estava trancada no quarto. Meu pai estava cuidando de minha transferência, pois teria que sair do colégio e também estava cuidando da estadia que eu ficaria com minha mãe e ele foi procurar aconselhamento de um advogado que era mais perito no assunto.

Eu conversava sempre com Jimin por mensagem. Não permitia as vistas que ele me fazia. Não queria que ele me visse daquele jeito: Derrotada e fracassada.

XXX

Já era segunda, meu pai conversou com a diretora, e ela o aconselhou que pelo menos eu fizesse as provas finais, pois eu poderia sair prejudicada dessa situação. Infelizmente tive que aceitar, tinha que ver a cara daqueles imbecis mais uma vez.

— Mel, que bom que você veio. – Jimin se aproximou sorrindo e logo após me abraçando.

— Eu quero conversar com você depois que as provas acabarem... E eu estava com saudades. – apertei a sua bochecha.

— Olha só, se não é a sua ex-namorada Suga... – Aquela vadia, eu daria o dela antes que fosse embora.

— Cala a boca Hae. – Foi tudo o que o Yoongi disse.

Ela fechou a cara e prosseguiu com o moreno.

Mais uma vez abaixo o rosto e tento segurar as lágrimas.

— Ei... Não chora, ele não merece suas lágrimas.

— Você tem razão: Não desperdiçarei minha saliva chorando por ele! – Tentei brincar, e o Jimin logo sorriu.

Aquele sorriso sincero me fazia muito bem.

XXX

Chegou sexta feira, e o mesmo de sempre: Eu acabava encontrando aqueles dois e o Yoongi, eu via de qualquer maneira já que somos parceiros de sala.

Eu não dirigia nenhuma palavra a ele, fingia que não  o conhecia e ele cooperava fazendo o mesmo.

Logo que as provas acabaram, eu arrastei o Jimin para uma sorveteria, precisava ter a ”conversa” com ele.

— Então, sobre o que se trata?

— Eu queria agradecer por você ter me ajudado e me aturado todo esse tempo e me desculpar por não conseguir aceitar seu coração.

— Eiii – Ele enxugava uma lágrima que escorregava pela minha bochecha. – não precisa agradecer e nem se desculpar Mel. Você é minha amiga e o fato de eu estar apaixonado por você não muda isso em nada. Eu sei que o que você sente pelo Yoongi é muito forte, mas eu sou seu amigo, minha obrigação é estar com você, consolar e aconselhar você.

— Obrigada de verdade... Queria muito ter conhecido você antes! – Eu apertava suas pequenas e macias mãos.

— Mas por que parece que você está se despedindo?

— Eu vou voltar pros Estados Unidos, eu queria me despedir de você da maneira correta...

— Mas por quê? Quando vai?

— Amanhã... Eu quero espairecer, então meu pai quer “emprestar” a guarda para minha mãe... Não sei por quanto tempo ficarei lá, e você pode me visitar.

— Mel... – Ele me abraçou. – Vou sentir muita falta de você, muita mesmo.

— Eu vou ligar e te mandar mensagem sempre! É tanto que vai te abusar!

— Nunca que falar com você vai perder a graça.

Logo passa uma menina conhecida: Hae.

— Eh, eu preciso ir... Tenho contas a acertar!

— Mas já?

— A noite nós nos vemos! – Beijei sua bochecha e sai correndo.

Eu a seguia com cautela, esperava ela estar em algum lugar mais calmo para podermos “conversar”.

Ela entrou em uma rua pouco movimentada.

Ótimo, surgiu a minha oportunidade!

— Ei vadia! – Gritei.

— Olha se não é a traidora... – Ela estava sorrindo torto.

— Eu vou tirar esse sorriso da sua cara...

Aproximei-me e desferi lhe um murro (sim, um murro, briga de puxar cabelo não é para mim).

Ela titubeou para trás e me olhou transtornada.

— Você ficou louca garota? – Ela cobria a bochecha esquerda onde meu punho havia acertado.

— Este é só o começo! Você – chutei-lhe a costela— Vai – um murro em sua barriga— Pagar – um puxão de cabelo— Pelo que – agarrei-lhe pelo cabelo— Fez! – a empurrei com tudo para um muro.

— Ai! – Ela gritou perante a dor. – Socorro!

— Isso vagabunda, grita! O que eu estou fazendo com você, não chega nem perto do quanto você me machucou.

Comecei-lhe socar onde dava: Costas, rosto, costelas, barriga. A chutava muito também, principalmente as pernas.

Ela estava jogada no chão gemendo de dor.

— Ouse contar para alguém o que fiz, e faço você perder tudo! Isso foi só um gostinho do que eu posso fazer. Ah, e seja inteligente e fale que foi assaltada... Você mente bem, garanto que irão acreditar!

Descontei metade da raiva que havia guardado. A outra metade teria que aguentar, o tempo curaria essa dor.