VISÃO YOONGI

A Hae estava passando dos limites. Tá que eu fiquei com ela muitas vezes, mas só ficávamos nunca pensamos em algo mais sério. Ela ficava com os garotos que queria, e eu ficava com as garotas que queria. Além do mais, antes da Mel chegar no colégio, eu e a Hae não tínhamos mais nada um com o outro. Ela que vive correndo atrás de mim.

Bati na porta, e uma voz de mulher falou “entre”.

 - Oi enfermeira, ela caiu no chão e arranhou a mão, fiquei com medo de que infeccionasse então resolvi trazê-la aqui.

— Oi querida, posso ver? – A enfermeira era legal. – Dói?

— Não muito, só arde.

— Entendo. É por causa do contato com suor. Vou passar um remedinho e enfaixar para que não entre em contato com nada ok?

Fizemos que sim e a enfermeira começou a fazer o procedimento.

Fomos em direção à sala. Ela estava com as duas palmas das mãos enfaixadas, apesar do ferimento não ser profundo, prevenir é melhor que remediar.

Entramos na sala, e logo as pessoas olhavam se perguntando o que tinha acontecido.

Os dois últimos horários passaram voando. A Mel não conseguia segurar uma caneta sequer, pois doía. Aquilo não ficaria barato para a Hae.

VISÃO MELISSA

O Yoongi me deixou em casa, ele estava um pouco ressentido com o acontecimento, mas tentou controlar sua raiva perto de mim. Passei pela cozinha e dei um olá para a Ana, e ela logo veio perguntar o porquê estava daquele jeito.

— A Ana, foi uma menina que o Yoongi ficava antes de me conhecer. Ela estava se mordendo de raiva porque estamos juntos, então ela me empurrou e eu caí. Mas está tudo bem, não se preocupe.

— Cuidado com essas piranhas que tem por ai viu filha.

— Pode deixar Ana. Vou tomar um banho e já volto para almoçar.

Subi correndo até chegar ao quarto. Joguei minha mochila e tirei as roupas. Resolvi tomar um banho na banheira. Precisava relaxar, já que a Hae me dava umas coisas ruins no corpo, era melhor tomar um belo banho para “purificar” tudo de uma vez só.

Vesti-me e fui almoçar. Admito que a Ana cozinha muito bem, o almoço estava uma delícia.

A noite já havia chegado e eu estava tentando fazer a lição de casa, mas os ardores que o atrito em minhas mãos causava não me deixaram completar a tarefa.

Olhei no celular, ia dar 21h00min, na mesma hora apareceu uma mensagem na tela.

Yoongi: Sai na varanda.

Fui em direção à sacada do meu quarto, quando o vi lá, em frente à minha casa com um sedã preto.

Baixinha: O que faz aqui?

Yoongi: Vim buscar você! Que tal passearmos no parque?

Baixinha: Espera um momentinho, irei me trocar.

Tirei toda a minha roupa e coloquei uma lingerie mais apropriada. Vai que rola. Calça preta rasgada no joelho, um all star e um capote preto.

Desci as escadas e fui ao encontro dele.

— Aonde vamos?

— Passear baixinha. – Ele me guiou até a porta do passageiro e a abriu. Entrei.

Logo, ele deu a partida e já estávamos nas ruas de Seul.

Ele me levou a um parque um pouco distante. Saí do carro e fui ao seu encontro.

— Parece que vai chover.

— O tempo aguenta. Estava morrendo de saudades de você baixinha. – ele me abraçou.

Eu o abracei sem tocá-lo com minhas mãos já que doíam um pouco.

— Também estava. – Saí do abraço o olhando.

Ele me encarou e logo demos um beijo calmo.

Deitamos na grama para ver o tempo nublado.

— Esse aqui é um lugar que eu gosto muito. Meus pais me traziam muito aqui quando eu era uma criança. – Ele me encarou. – É a primeira vez que trago uma garota aqui.

Eu não sabia o que responder. Sabe nos filmes quando o rapaz fala que é a primeira vez que ele leva a garota em seu lugar preferido? Isso significava que ela era muito importante para ele. Era assim que eu me sentia, naquele exato momento.

Deixei escapar uma risada doce, e ele sorriu de volta para mim.

Eu fui me aproximando e iniciei um beijo um pouco desastroso já que eu não conseguia usar as mãos para me apoiar.

— Calma baixinha, deixa que eu faço isso. – ele me deitou na grama e se apoiou em seus braços se abaixando lentamente indo em direção aos meus lábios.

De inicio foi devagar, sem pressa, explorando minha boca. Passei meus braços por seus ombros e o trouxe um pouco mais para perto, assim o nosso beijo foi aumentando a intensidade.

Mais uma vez suas mãos passeavam pelo meu corpo, claro nada tão ousado, mas era o bastante para me deixar em chamas. Até que começou a chover.

— Eu sabia que isso iria acontecer. – Falei sussurrando.

— Com o tempo não se brinca. Gostaria de conhecer minha casa, especificamente meu quarto? – Ele deu um de seus sorrisos safados.

— Sim. – O beijei novamente.

A chuva estava engrossando então fomos correndo para o carro. Por mais que corrêssemos não havia resolvido nada, chegamos lá encharcados.

Em minutos estávamos em sua casa. Ele estacionou o carro e foi me guiando até seu quarto.

As paredes eram brancas e em alguns lugares era preto.

Tinha uma cama de casal, escrivaninha, uma porta que levava para o banheiro e um closet.

— Você está toda molhada. Vou procurar alguma roupa minha que sirva em você.

Ele entrou em seu closet, e saiu com uma camisa social branca.

— Acho que não tenho nenhuma parte de baixo que dê em você, mas acho que esta blusa será grande o suficiente para ser um vestido curto.

Ele me entregou e eu fui até o banheiro. Tirei a calça com dificuldade, pois estava colada em mim devido à chuva.

Foi como ele falou, parecia um vestido, porém curto.

Saí do banheiro e ele já havia trocado de roupa. Vestia um moletom com uma calça pijama, ambos pretos.

Ele fitou-me alguns segundos.

— Bela lingerie preta.

Ele foi se aproximando.

Logo passei os braços em cima de meus seios, esperando que tampasse algo.

— Será que vestiu para mim?

— Q-quem sabe... – Falei com um pouco de vergonha.

Ele foi se aproximando mais ainda, iniciando um beijo quente, que me despertava um desejo louco de ser dele.

Esta noite eu queria me entregar. Se assim eu conseguisse.