The Most Beautiful Flower escrita por Kyon


Capítulo 1
I. Lavanda


Notas iniciais do capítulo

Acho que dá pra marcar isso como uma volta minha?
Bem, olá! Essa história tem estado em minha mente faz um tempo e, bem, hora de botar em prática. Nos vemos nas notas finais. ~



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"Era o começo de um ano letivo. Bem, não que fizesse diferença para mim. Nunca fui de ligar para essas coisas e nem essas "coisas" eram de ligar para mim.

Digo, esse é um péssimo jeito de começar uma anotação... ou uma história. Meu nome é Ethan e esse, em termos, é o meu diário. Ou quase isso. Acho que é só um lugar onde escrevo as coisas mais aleatórias que vêm em minha mente. Bem, não importa. Deixe-me voltar para a narrativa importante.

Como ia dizendo, mais um ano letivo tinha começado. E, digno de mim, não importava: ninguém ligava para mim... e eu também não ligava para mim mesmo. Nunca fui o garoto certo para socializar, rir, conversar e ser ativo nas aulas. Nunca tive um amigo sequer durante dez anos na mesma escola. As pessoas me cumprimentavam, o que era bom, mas, ao mesmo tempo, a ansiedade achava que era algo forçado. 

Na verdade, é errado dizer que eu não tinha um amigo. Bem, lá estava o Arthur, o que eu posso chamar de 'melhor amigo'. Ele era o tipo de garoto nerd que se borrava todo quando uma garota falava com ele. Mesmo que não conversemos muito, ele sempre estava do meu lado e eu do dele. Apenas palavras rápidas e olhares para entender o que estava acontecendo.

Ainda assim, sempre fui o tipo garoto que não falava com ninguém e não se incomodava com que ninguém falasse comigo. Alguns esbarravam em mim, não pediam desculpas, e andavam como se tivessem tropeçado em um poste. Isso é... normal, até. Voltando para a estaca zero...

O ano letivo tinha começado. Me esgueirando pelos corredores e entre calouros e veteranos, apenas me sentei em uma das cadeiras da sala. Não perto da janela, não, por favor, só não queria parecer o garoto dos animes que é diferente e antissocial.

Talvez não fosse uma má ideia. Não, era uma má ideia. Definitivamente uma má ideia.

Enquanto as pessoas conversavam sobre o quão suas férias banhadas em diversão, álcool e drogas foi divertida, no meu caso... bem, se você considerar sair para um retiro, ficar sujo de lama e ser picado por mosquitos durante toda a viagem uma coisa divertida, por favor, se manifeste. Então, no meu caso, não, não foram divertidas. Foram horríveis.

O professor tinha demorado para chegar nesse dia. Muito mesmo. Alguns dos repetentes diziam que era para ser aula de Biologia ou coisa parecida. A matéria não importa, nem o ensino do professor-hippie. 

Sim. Ele era hippie. Ou pelo menos, parecia com um.

Ele chegava com o cheiro de tapete usado da Índia, usava alguns adornos na cabeça e no braço e calças largas. Mesmo assim, ele ainda era uma boa pessoa. Depois de conversar conosco – não comigo, obviamente –, ele olhava para a porta. Um som ecoava dela. Uma. Duas vezes.

Talvez a coordenadora. Talvez um aluno atrasado, não me importava, não mudaria absolutamente nada no que eu sou ou que seria. Certo?

Certo?!

 – Com licença. – Foi a única coisa que eu tinha ouvido de uma voz calma e feminina. A sala inteira havia ficado quieta. – Aqui é a sala do primeiro ano do médio, correto? 

— Sim, sim. Pode entrar. – O professor dizia com certa calmaria e com um sorriso gentil no rosto.

Certo, aí vem a bomba. Eu posso dizer com todas as certezas do mundo que ela era a garota mais bonita que eu já tinha visto em dez anos de escola. Claro que tiveram meninas lindas, mas nenhuma se encaixava nos padrões dela. 

Vai ver eu só estou ficando maluco. Afinal, achar pessoas bonitas ou feias é completamente normal do sistema nervoso de qualquer ser humano normal, por favor.

CERTO?!

Acabei por olhar para os outros. Todos mantinham o olhar nela. É. Não era só eu que tinha essa opinião sobre ela. 

Uma hora, o professor acabou dando a ideia de apresentação. Afinal, ele não nos conhecia e haviam vários novatos por lá, era o mais sensato a se fazer. Alguns falavam, mas, honestamente? Eu nem os ouvia. Meus olhos não estavam vidrados na janela, como o que acontece na maioria das vezes, mas na novata. Meus ouvidos não estavam prestando atenção no que era falado, apenas no som da minha própria mente.

Por Deus, isso foi tão poético que chega a me dar náuseas.

Acabei acordando do meu transe quando o professor falava comigo. Era algo como: sua vez, ou coisa parecida. Em um ato de respeito, me levantei e tossi, olhando para baixo. 

— Ethan, 15 anos. Pretendo fazer Engenharia Química. — O professor estava claramente surpreso pela resposta. A maioria do pessoal não sabia o que diabos fazer depois do Ensino Médio: talvez trabalhar em alguma lanchonete. Ser gari, tanto faz. Eles só "gostariam de curtir o presente".

Estranhamente, Química sempre foi minha matéria favorita. Não me pergunte o por quê, só... é.

Bem, eu não sou o foco aqui. É ela. A garota. Curiosamente, era a vez dela, depois de alguns minutos.

— Olá! Meu nome é Anna, tenho 15 anos e... eu adoraria ser florista. — Ela dava um sorriso singelo e inocente.

Convenhamos que ninguém naquela idade era inocente. Mas... ela conseguia ser, de uma maneira absurda. Alguns ficavam surpresos com o fato dela querer ser florista.

Respirei fundo por puro impulso.

Lavanda.

Ela cheirava a lavanda.

Não me pergunte como eu senti o cheiro dela de longe. Acabei olhando instantaneamente para ela. 

Estranho.

Naquele momento, em plena sala de aula, por que diabos meu coração aceleraria? 

[...]

O tempo passou durante as aulas. O Sol já se escondia no horizonte. Acabei por demorar um pouco na sala. A luz do crepúsculo iluminava grande parte das cadeiras de lá. Depois de me arrumar, mais alguém tinha esbarrado em mim. O impacto foi deveras forte, o suficiente para me jogar para baixo. Seja lá quem fosse, simplesmente iria se levantar e ir embora, já era rotina.

— Ai... — Acabei por murmurar, passando a mão no meu próprio braço. Olhei para frente. Era ela.

— Meu Deus, desculpa! — Anna sorria, incrivelmente envergonhada. — Acho que foi meu cadarço desamarrado, haha! Sério, foi mal. 

Acabei por ficar em silêncio. Não tinha o que dizer, na verdade, eu não SABIA o que dizer.

— Quer ajuda aí? — Ela se levantava, estendendo a mão.

Acabei por olhar para ela e para sua mão.

— Sabe, pra se levantar. 

— Certo... — Segurei a mão dela e me levantei. Era macia. — Obrigado. 

— Bem, até depois... — Ela fazia uma cara de tentar se lembrar de algo. — ... Ethan, né?

— Sim! 

Certo, eu tenho que admitir que eu REALMENTE falei de uma forma surpresa e alegre. Pela primeira vez. Ela sorriu e começou a andar pelos corredores, depois de sair da sala.

Depois dela, comecei a ir pelo caminho oposto. E então, olhei para trás, vendo ela sumir pelos corredores.

Cara.

Como eu me arrependo."

~ x ~

 

 


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Notas finais do capítulo

Certo, certo.
Acho que esse é um começo curto até demais...?
Ou o suficiente? Não sei dizer com clareza.
Espero que tenham gostado. Até o próximo capítulo! ~



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