Nunca é tarde para recomeçar escrita por Toynako


Capítulo 1
Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Notas finais do capítulo foram atualizadas (2020) se puderem dar uma lida ao terminar, agradeceria!



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Título: Nunca é tarde para recomeçar

Autora: Toynako   

Jogo: Undertale

Casal: Grillby x Gaster

Classificação: +13

Gênero: Shounen-ai

Criada em: 20/11/16

—–x.I.x––

Nunca é tarde para recomeçar

 

Gaster quase não se lembrava mais do quanto tudo era branco. Faziam quantos anos que não pisava ali? Que não sentia a bota afundar nessa neve macia? Parou diante da árvore de natal, observando com calma o brilho e os presentes ali dispostos.

Porque não voltou mais nessa cidade?

Era tão simples chegar ali, era só ter feito o que fez – pegar o barqueiro. Mas logo o olhar focou-se em um outro ponto brilhante naquela cidade, estranhando o nome que estava no letreiro.

Antigamente, era Flame’s.

O bar que ficava ao lado de sua casa; havia boas lembranças daquele lugar, mais precisamente do filho do antigo dono do bar. Grillby fora seu amigo no tempo de escola, fora seu amigo em vários momentos. Sempre quis ser mais que um simples amigo, mas igual ele, sabia que não era permitido – pelo menos antes.

Um suspiro longo escapou do monstro. Desceu o olhar para as próprias mãos enluvadas, pensando se realmente era correto aparecer ali. Soube, anos atrás, que o esposo do Grillby falecera ao dar a luz ao filho mais novo. Naquele tempo, o vira de relance. Fora a última vez que aparecera em Nevada. O amigo parecia tão para baixo naquele momento; internamente sentiu vontade de consolá-lo naquele momento, aproveitando-se da situação.

Mas não fez.

O esqueleto ajeitou o casaco longo que usava, tirando um pouco de neve dos ombros, criando Determinação o suficiente para seus pés o levarem para diante do bar. Novamente, teve que respirar fundo para encher-se de Determinação para entrar. E assim o fez: abrindo a porta e encarando aquele monstro de chamas atrás do balcão.

Foi impossível não atrair a atenção dos outros monstros do bar; dois monstros cães que jogavam cartas em uma mesa - já era tarde da noite para ter mais monstros ali. Não falou nada, apenas tirou o casaco que usava, usando por baixo um suéter preto grosso e calças da mesma cor. Dobrou a vestimenta, colocando-a sobre o braço, seguindo direção até o balcão e finalmente sentando-se ali.

Era notável um suave sorriso nos lábios do monstro de fogo ao vê-lo ali, antes mesmo de aproximar-se dele.

 “— Sundae de morango, por favor. ” – falou Gaster, extraindo um riso baixo do outro “— Acho que sou grandinho demais para isso. ” – a resposta foi um leve manear da cabeça do Grillby, concordando ainda em silêncio “— Me traga algo não muito alcoólico então, deixo por sua conta escolher. ” –  novamente o outro concordou da mesma forma.

 O cientista seguiu com o olhar ele afastar-se e entrar na porta no canto do bar, para logo ajeitar-se melhor no banco, deixando o casaco ao seu lado. O monstro pôde então olhar um pouco o movimento do lugar. Parando para pensar, nunca teria imaginado Grillby trabalhando igual ao pai dele.

Um bom barman apenas ouvia, não falava.

Era isso que Flame – o pai do Grillby – dizia sobre atender os clientes. Mas sabia; assim que o bar fechasse, o amigo iria tornar-se muito mais conversador. Por hora, apenas esperaria todos irem embora. Precisava falar um pouco, conversar. Nunca precisou antes, sempre achou que daria conta, mas agora via-se em um dilema. O Experimento 01 e o Experimento 02.

Ou, ao que as fontes deles indicam, Sans e Papyrus.

Logo recebeu a bebida, não perguntando o que tinha ali por confiar nele. Apenas olhou para a taça enfeitada, possuindo até um guarda-chuva vermelho. Grillby pensava até mesmo nos menores detalhes, não era? O monstro de fogo soava fascinante do início ao fim. Decidiu então apenas deixar o tempo passar, tomando leves goles da bebida, aguardando que todos saíssem.

Ao menos, a sorte estava ao seu lado, logo ouviu-se um bate-boca dos monstros cães que estavam jogando carta e esses levantando-se para sair, atraindo a atenção.

“— Grillby, coloca na conta desse perdedor! ” – falou alto um dos cães enquanto apontava para o outro.

“— Au.. ”

O esqueleto ocultou o leve riso com a mão ao ver o outro monstro cão latindo baixinho por ter perdido, seguindo para fora cabisbaixo e sendo seguido pelo amigo. Agora sim parecia que estavam sozinhos. Antes mesmo que pudesse falar algo, notou o amigo contornar o balcão.

Como não acompanhar com o olhar aquele monstro andando?

Gaster sentiu um leve aquecer em sua alma. Mesmo assim, manteve o olhar nele; em como aquele monstro ficava sensual com aquelas roupas. Lembrava-se dele mais novo, com blusa branca e jaqueta de couro, em um visual mais bad boy. Ele sempre atraiu atenção onde quer que fosse.

“— Dings? ”

O cientista estremeceu de leve ao ouvir a voz dele, firme e forte, chamar seu nome. Tendo ficado entretido com seus pensamentos, sequer notando que ele havia colocado o "Fechado" na janela do lugar.

“— Há quanto tempo... ”

“— É tão raro o ver aqui... Quanto tempo faz? Seis anos? ”

Um leve manear com a cabeça foi a resposta. O esqueleto voltara a observá-lo enquanto Grillby novamente voltava para o lugar em que estava. O sorriso dele estava maior, nada exagerado, mas dava para notar que estava feliz com a sua presença. O barman pousou a mão sobre a do outro, em um toque gentil, deslizando os dedos sobre os dele, tocando de forma instigante.

“— Como você está? Algo aconteceu para vir aqui? ”

“— Eu... Apenas estava lembrando, antes as coisas eram mais fáceis, não era? ”

“— Antes quando? ”

“— Quando éramos jovens, você ajudava o Flame no bar.. Eu passava o dia estudando e ajudando meu pai... ” – Gaster mostrou o ponto onde queria focar, eram boas lembranças para si.

“— Semi era um bom monstro. Ainda lembro dele com suas piadas envolvendo osso. ” – o cientista notou o outro monstro rir baixo.

O comentário o deixou desconfortável. Gaster abaixou o rosto e recuou a mão que o amigo tocava, segurando a bebida. Era verdade, havia esquecido. Seu pai sempre foi engraçado com trocadilhos. E, o Experimento Um havia puxado a ele.

Não tinha como fugir, eles eram seus filhos, não era? Quando que as coisas mudaram? Quando passaram de simples experimentos, que podia quase matá-los, para monstros que pensava serem seus filhos?

“— Dings? Não sabia que ficava ainda triste pelo seu pai ter caído.. Lamento, não quis reviver isso. ”

“— Não, não foi você... É coisa minha. ”

“— Eu sou um bom ouvinte para caso queira contar algo. Foi para isso que veio, não é? Conheço você. ”

“— Nyeh! ” – reclamou o esqueleto, virando a cara, um pouco contrariado.

“— Dings..? ”

Pela forma que ficou, não teve como notar a aproximação que Grillby fez, inclinando-se sobre o balcão e aproximando o rosto, encarando-o de perto. Assim que Gaster notou, novamente sentiu seu peito aquecer-se, e não era por conta da proximidade de um monstro tipo fogo.

Novamente as mãos se encontraram, um toque mais firme, um apertar um tanto necessitado da parte do barman.

“— Grillby... ”

O primeiro a quebrar a linha onde dividia amizade de um sentimento mais intenso foi Gaster, que não resistiu em aproximar-se mais. Um simples beijinho fora furtado da parte do esqueleto, que mesmo não possuindo lábios encostou seus dentes nos do outro. E, a sensação para ambos fora boa e instigante.

“— Não provoque um monstro chama, se não quiser se queimar... ” – dava para ser notado claramente o sorriso provocativo dele, bem como um suave lamber dos lábios.

“— O que nos impede agora..? ”

“— Nada nos imp-... ”

“— Pai? ”

Subitamente os monstros se afastaram, olhando o pequeno monstrinho chama ali na porta. O suspiro frustrado partiu dos dois, mas logo Grillby tratou de ir até o filho, pegando-o no colo e aproximando-se um pouco do amigo.

“— Você é o Foguinho Flamejante, não é? ”

“— Lembrou meu nome! ” – a animação do menor logo fez ambos os monstros mais velhos rirem.

“— Vou contar uma historinha para ele dormir.. Já é hora de monstrinhos estarem na cama, realmente. Dings, pode me esperar? ”

“— Esperei minha vida toda, por que não esperaria agora? ”

“—  Você vai ser a minha mamãe? ”

Novamente os mais velhos riram diante da inocência e percepção do monstrinho, onde Gaster levantou-se para afagar a cabeça do menor.

“— Talvez... Boa noite. ”

Logo Grillby seguiu levando o monstrinho para dentro, dessa vez as coisas pareciam estar se encaixando finalmente. Bastava esperar mais um pouco. Tinha tanta coisa para conversar com o amigo. Havia tanta coisa que foi reprimida ao longo dos anos. Houve tantos desencontros.

Mas agora era só esperar mais um pouco...

 

FIM

(20/11/16)


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Notas finais do capítulo

Heya~
Agradeço por terem lido e ficaria contente se deixassem um comentário sobre o que acharam!
Esse ano (2020) comecei a fazer commissions de fanfics, se tiverem interesse deem uma olhadinha~

Commission de Fanfics

— Tabela de preços:

> 1.000 palavras -> 20 reais
> 2.000 palavras -> 25 reais
> 3.000 palavras -> 30 reais
> Acima de 4.000 palavras negociar sobre preço.

> Observação: A quantidade de palavras pode ser alterada para finalização da história, sem custos adicionais. Ex: 1000 palavras virar 1100 palavras.

— Qual gênero é permito?

> Ação; Amizade; Angust; Aventura; Comédia; Crossover; Darkfic; Death Fic; Drama; Ecchi; Ficção Científica; Furry; Humor; Humor Negro; Lemon; Paródia; Poesia; Romance; Shoujo-ai, Shounen-ai; Songfic; Suspense; Terror; Tragédia; Universo Alternativo e Yaoi.

> Basicamente todos, no entanto conteúdo adulto +18 apenas no gênero Boys Love/Yaoi.

> Conteúdo adulto não pode ser comissionado por pessoas menores de 18 anos.

— A fanfic após finalizada será postada no Nyah e Spirit. Caso queira que esta seja de teor pessoal, será cobrado 10 reais a mais do total, até 3.000 palavras. Após isso negociar sobre.

— O prazo para a entrega da fanfic (até 3.000 palavras) será de até dois dias úteis. Acima de 4.000 palavras negociar sobre prazos.

— O pagamento será realizado no ato do pedido, via Paypal, da preferência do cliente. Para pedidos acima de 4.000 palavras, pode haver dois parcelamentos.

— Será conversado a respeito da commission apenas por Twitter: @Toynako.



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