Mágoas do Passado escrita por Liudi


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Olar people, voltei.
Espero que vocês possam estar cumprindo a quarentena, sei que nem todo mundo tem condições mas é muito importante pra diminuir a proliferação do vírus.
Agora falando como a profissional de saúde que eu sou.
Por favor, se possível mantenham as medidas básicas de higiene:
— Limpe as mãos frequentemente com álcool gel ou água e sabão.
— Cubra o nariz e a boca com um lenço ou o cotovelo ao tossir e espirrar.
— Evite ficar muito perto (um metro) de pessoas com sintomas semelhantes a um resfriado ou gripe.

E o mais importante, não acreditem em nada do que o presidente diz, ele não tá dando a minima pra nada e banalizando demais a situação.

Enfim, se cuidem e aproveitem o capitulo. Espero que ajude a animar um pouquinho esse momento difícil por qual estamos passando.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/726837/chapter/12

Pov. Jane

     - Mas que merda é essa? – Kurt perguntou irritado.

  Ele, Pat e Zapata tinham a cara emburrada enquanto Ian gargalhava freneticamente.

  De todas as coisas nenhum de nós jamais esperaria que dentro do pacote estivesse Rich Dotcom.

  A gargalhada do Ian era contagiante e logo eu estava rindo junto.

  Nossa risada se intensificou quando Rich começou a roncar.

  Kurt estava cada vez mais irritado, suas bochechas estavam vermelhas de raiva e se fosse possível estaria saindo fumaça de suas orelhas.

  Até certo ponto eu estava feliz em ver o Rich, foi ele que me ajudou a me esconder quando decidi ir embora com Ian.

  Apesar de toda a sua loucura Rich fazia coisas incríveis por quem considerava seus amigos, eu e Ian que o diga.

  Rich nos ajudou muito quando eu decidi que NY não era meu lugar.

  Consegui controlar minha risada porém todo o controle foi por água abaixo. Reade se aproximou da caixa e cutucou o rosto de Rich, que se berrou assustado.

  O grito pegou todo mundo de surpresa. Reade, Zapata e Kurt pularam no lugar e Patt derrubou a caneca que segurava.

     - Nossa, Stubbles eu achei que você fosse um pouco mais carinhoso. – Reclamou Rich enquanto saia da caixa e se vinha em minha direção. – Janie! Você conseguiu ficar ainda mais linda!

     - Oi Rich. – O abracei, aos poucos fui me acostumando com o jeito louco dele de ser.

Rich logo me largou e foi falar com Ian.

     - Olha só o que temos por aqui. O culpado pela Janie não ser minha cunhada.

     - Infelizmente você não faz meu tipo Rich, achei que já tivesse te dito isso umas mil vezes. Além disso Boston ficaria com ciúmes. – Disse Ian enquanto o cumprimentava de jeito jocoso e lhe deu uma piscadinha.

   Zapata ao ver a cena revirou os olhos e cruzou os braços.

     - Parece que eu tenho concorrência, não é mesmo Tasha querida? – Seu tom malicioso foi o suficiente pra Zapata fechar ainda mais a cara e Ian fazer careta e desviar o olhar.

     - Fala logo o que você faz aqui Rich, estamos em um caso grande e sem tempo para os seus joguinhos. – Kurt pediu, já sem paciência.

    - Sempre estressadinho hein Stubbles, acho que precisa de umas férias. – Rich provocou.

  Kurt bufou cerrou os punhos e trancou o maxilar. Ben fazia a mesma coisa quando estava brabo e foi impossível não sorrir com a cena.

    - Ei Rich, Não que eu não tenha gostado de te ver, longe disso. Eu estava até com saudades, mas qual o motivo da sua visita?

   - Você Janie, você e os pequenos. Vocês correm perigo.

   - Obrigada por nós dizer o obvio. – Disse Reade com desdém.

   - Tenho informações importantes pra vocês, contudo são sigilosas demais para serem ditas aqui. – Ignorou a interrupção. – Que tal sairmos pra comer alguma coisa e pôr o papo em dia?

  Ao terminar sua fala todos os celulares tocaram ao mesmo tempo.

  A mensagem de um número desconhecido apenas dizia:

   Estamos sendo vigiados, venham comigo e eu lhes conto tudo.

   - Vamos tomar um café. – Disse Kurt a contragosto.

  Rich tirou uma máscara extremamente realista e um crachá idêntico aos do FBI da caixa e rapidamente se disfarçou.

  Reade, Patterson e Rich foram em um carro e Kurt, Zapata, Ian e eu em outro.

  Durante o caminho tudo o que Ian e Zapata fizeram foi discutir, por qualquer coisa.

  Primeiro começou com quem ia na frente. No fim das contas eu sentei no banco do carona, ao lado de Kurt e cada um se sentou em um lado, nos bancos de trás feito duas crianças birrentas.

  O carro em que Rich estava foi na frente, nos mostrando o caminho.

  Atravessamos a cidade, até chegar numa parte mais isolada.

  Paramos em um armazém à beira da estrada. Ao adentrarmos, a surpresa. Definitivamente aquilo não era um armazém, estava mais pra uma base de operações militar.

   - Como encontrou esse lugar Rich? – Ian perguntou.

   - É herança dos velhos tempos, enfim, não é isso que importa, o que importa é que tem um infiltrado no FBI. Alguém que estava diretamente ligado com a Shepherd e era altamente leal a ela é que está passando informações ao cara que está atrás da Jane.

   - Isso não é possível. – Kurt disse de dentes serrados. – Demos um jeito em todos eles, quem não está preso, morreu.

   - Certo Stubbles, porque diabos eu me arriscaria pra avisar vocês então? – Ironizou Rich.

   - O que o Kurt quis dizer, é que não temos ideia de quem seja. – Zapata interferiu, sabendo como Kurt é teimoso ficaríamos horas presos em uma discussão besta.

   - É alguém próximo a vocês, muito próximo. Interceptei uma conversa do atirador com o informante e ele estava dizendo que Jane já está em NY.

   - Droga, perdemos a nossa vantagem. – Reade se pronunciou.

   - Alguém mais sabe onde Jane e as crianças estão? – Ian estava preocupado.

   Trocamos olhares e era como se pensássemos o mesmo.

   Nem morta Shepherd nos deixaria em paz.

   - Não, concordamos em não comentar isso com ninguém de fora. – Zapata respondeu.

   - Mesmo assim. – Encontrei minha voz novamente. - Fica meio óbvio onde eu estou.

   - E agora? – Pat tirou a pergunta da minha boca.

   - Se é um dos nossos sabe sobre as casas seguras, não há muito o que possamos fazer no momento. – Kurt começou. – Agora que sabemos sobre o informante, podemos manipular as informações pra tentar pegar o atirador.

   - Certo e o que fazemos por agora?

   - Nada, nós vamos agir normal. – Kurt se dirigiu agora a Pat e ao Rich. – Vocês acham que conseguem elaborar um jeito de desmascarar o infiltrado?

   - Patty vai amar trabalhar comigo. – Rich se dirigiu até ela e tentou passar o braço pelos ombros dela mas ganhou um tapão e se afastou novamente.

   - Pra você é Senhorita Patterson, se tentar me tocar de novo ou comprometer qualquer coisa do meu laboratório eu te mato e jamais vão achar seu corpo. – Disse séria.

   - Wow, alguém colocou as garrinhas pra fora, miau. – Rich fez o gesto de garra e foi Impossível não rir. Patterson ficou vermelha de raiva.

   - Tá legal Rich, deu. – Intervi. – Temos coisas mais importantes a discutir, por exemplo, o que faremos com você.

   - Podemos forjar uma prisão e transformá-lo em um ativo por enquanto, dizer que ele está colaborando com a investigação por redução de pena. – Sugeriu Zapata.

   - Não é má ideia, já fizemos isso antes. – Reade concordou. – E também não vai ser nada muito fora do comum se ele fugir depois.

   - Porque eu fugiria? – Rich perguntou. – É tão bom ficar por perto dos amigos. Vocês não sentiram a minha falsa? Porque eu senti a de vocês.

 Ian soltou uma gargalhada mas reprimiu o riso quando lhe olhei feio.

   - De quem você tá fugindo agora?

   - Eu fugindo? Credo Patty assim parece que eu sou rato que vive fugindo das coisas. – Rich aparentava falsa inocência.

   - E não é exatamente isso que você é? – Pat debochou.

   - Ok, chega disso. – Weller encerrou o início da discussão. – Reade, Zapata e Patterson, voltam comigo pro FBI e arruma essa situação do Rich. Ian você e Jane voltam pro meu apartamento, junto com as crianças. Precisamos de um local pra ser nossa base.

   - Rich precisa de um lugar pra ficar, é só colocarmos ele em uma das casas seguras, assim podemos usá-la pra desenvolver as investigações. – Patterson sugeriu e até que era uma boa ideia, contudo eu tinha certeza que ela só sugerira aquilo pra não ter que ficar com o Rich no apartamento dela.

   - Boa ideia. – Elogiou Kurt. – Vamos pôr o plano em ação.

 Enquanto os outros foram saindo e ele veio até mim.  

   - Vamos tentar acelerar as coisas o máximo possível, até a hora do jantar eu estou em casa. –   Fez um carinho de leve no meu rosto, assenti e ele se foi.

 Ian me olhava com uma cara debochada.

   - Cala a boca.

   - Mas eu não disse nada! – Exclamou indignado e me deu um sorrisinho.

   - Ainda. – O lembrei e ele riu. Acertei um tapa em sua cabeça. – Vamos logo, eu quero ver meus filhos.

   - E então, como as coisas estão indo? – Ian perguntou largado de qualquer jeito no sofá.

   - Bem. – Respondi fechando a porta calmamente, a babá tinha acabado de sair.

 Ian me encarou em expectativa e eu sabia que aquilo não seria o suficiente.

 Suspirei resignada e fiz sinal para que ele se ajeitasse no sofá para eu poder me sentar ao seu lado.

   - Foi estranho, estranho não. Foi diferente, mas um diferente bom. Colocamos tudo em pratos limpos, por assim dizer e ele me pediu uma segunda chance, um recomeço.

   - Certo, entendi. Já vou separar meu smoking pro casamento de vocês. – Zombou com um sorrisinho irônico no rosto.

   - Deixa de ser besta. – Soquei seu braço. – Só queremos ficar em bom termo por causa das crianças. Que culpa eu tenho de querer um ambiente saudável para os meus filhos?

   - Aham, sei. Você continua caidinha por ele e não consegue nem esconder.

   - Se por um acaso isso fosse verdade, isso te incomodaria? – Perguntei cautelosa.

   - Jane. – Chamou me fazendo olhar pra ele. – Tá tudo bem ainda sentir algo por ele. Caramba, ele é o pai dos seus filhos. – Segurou minhas mãos na dele e fez um leve carinho. – Sem contar que ele realmente aprendeu a lição, parece um cachorrinho perdido perto de você. Não tem problema nenhum vocês acabarem juntos, vocês são tão fofos se olhando feito dois bestas que chega a ser nojento. Só vamos ter um problema a partir do momento em que você ou as crianças ou você se magoarem, aí o vai fazer uma visitinha pro Weller.

 Ian foi tão sincero em tudo que disse que eu senti um peso saindo das minhas costas.

 Ainda não tinha definido qual caminho tomar quanto ao que sinto pelo Kurt mas saber que independentemente da minha escolha teria o apoio do meu irmão me deixava mais tranquila.

 Ian sempre foi tudo pra mim. Senti meus olhos lacrimejarem.

   - Quem diria que você, logo você viraria essa manteiga derretida. – Revirou os olhos, mas mesmo assim me abraçou.

   - Olha quem fala! Amy e Ben praticamente te têm em mãos e eu que sou a molenga. – Belisquei sua barriga.

   - Se Shepherd nos visse agora com certeza teria um derrame. – Brincou e rimos juntos.

 A campainha soou e eu me levantei pra abrir. De todas as pessoas, aquela se a única que eu não esperava.

 Uma Sarah Weller muito grávida estava do outro lado da porta.

   - Quem é mamãe. – Amy perguntou de mansinho atrás de mim. Nem percebi que tanto ela quanto Ben, que agora estava no colo do tio, tinham saído do quarto onde brincavam.

Sarah arregalou um pouco os olhos e sorriu, parecia maravilhada.

   - Oi Sarah. – Disse meio incerta.

   - Oh, Jane. – Inesperadamente me abraçou. – Que bom te ver.

 Retribui o abraço meio sem jeito.

 Sarah era praticamente o oposto do irmão, sempre muito calorosa e receptiva.

   - É bom te ver também. – Apontei para o barrigão quando nos soltamos. – Meus parabéns. – Lhe dei passagem pra entrar.

   - Oi, eu sou o Ian. O irmão da Jane. – Ian se apresentou.

   - Sarah, irmã do Kurt, mas acho que você já sabe disso. – Retribuiu seu aperto de mão completamente focada em Ben, que tinha o rosto no pescoço dele.

   - Oi, meu nome é Amy. – Amy disse toda sorridente. – E esse é o Ben, ele é legal mas não gosta muito de gente estranha.

   - Oi Amy, você é muito linda sabia? Parece uma princesa. – Sarah estava maravilhada. – Oi Ben. – Foi simpática.

 Ben apenas abraçou o pescoço do Ian, ele não era muito bom com estranhos. Amy, pelo contrário, se deixasse já contava sua vida toda mesmo que tivesse conhecido a pessoa a um minuto atrás.

   - Jane, será que podemos conversar? – Pediu Sarah.

 Apesar de um pouco assustada com a situação assenti.

   - Claro. Ian, que tal você e as crianças irem brincar lá no quarto. Já que Ben trouxe as tintas vocês podiam desenhar, mas sem bagunça senão os três não ganham sobremesa.

 Amy colocou as mãozinhas na boca e fez cara de espanto.

   - Vem Amy bee. Vamos fazer alguns desenhos. – Puxou Amy pela mão. – Vamos nos comportar tão bem que vamos ganhar o dobro de sobremesa.

   - Eba! – Amy e Ben berraram juntos.

   - Ian! – Adverti, porém ganhei risadas em troca.

  Ele até podia enchê-los de açúcar porém era ele quem ia aguentar aqueles dois com a dose de energia extra e ele sabia disso.

   - Pronto, sobre o que quer conversar?

  Sarah trocou o sorriso divertido por uma expressão séria.

   - Sobre tudo, queria pedir desculpas sobre toda essa situação. Todos foram muito injustos com você.

   - Tá tudo bem, não precisa disso Sarah. – Fui pega de surpresa. – Kurt e eu já resolvemos nossa situação e não cabe a você se desculpar pelo comportamento dos outros.

   - Eu sei, é que depois que você sumiu é que eu percebi que poderia ter feito mais por você. Mesmo que você não fosse a Taylor, você ainda estava perdida e precisava de alguém. Se eu acreditei anos no meu pai que matou uma criança, porque eu não podia ter confiado em você?

  Abri a boca mas não soube como responder, como explicar que eu já tinha sido pior que o pai dela?

  Como explicar o monstro que eu já fui uma vez e que ainda me assombrava?

   - Tá tudo bem Jane. – Disse quando viu que me deixou sem palavras. – Eu também queria conhecer meus sobrinhos.

   - Kurt te contou? – Perguntei me recuperando.

   - Não, ouvi a conversa dele com o Ed. A bronca dele já está guardada. Como assim ele não me conta que eu sou tia mais uma vez? – Colocou as mãos na cintura. Kurt estava encrencado.

   - Que tal pedirmos o almoço, já que ainda não almoçamos e depois do almoço você conversa um pouco com as crianças? – Sugeri.

  Sarah queria voluntariamente fazer parte da vida dos meus filhos, apesar da ideia ainda ser meio estranha pra mim, aquilo significava muito.

  Meus filhos nunca passariam pelo que eu passei, jamais estariam sozinhos e sem alguém para protegê-los.

  Pedi o almoço e dois potes de sorvete.

  Enquanto esperávamos a entrega Sarah e eu fomos nos atualizando sobre nossas vidas e trocando dicas sobre maternidade.

  Quando fui chamar Ian e as crianças verifiquei o quarto estava tudo em ordem, mas eu não podia dizer o mesmo sobre as roupas deles.

  Amy tinha uma mancha lilás na manga da sua blusa e Ben alguns respingos laranja na calça.

  Felizmente a tinta era a base de água, então não era nada que uma boa lavagem não tiraria.

  Amy encheu Sarah de perguntas, principalmente sobre o bebê. Segundo Sarah, com chegada prevista em três meses.

  Sarah conseguiu entrosar Ben na conversa e aos poucos ele foi se soltando.

  Depois do almoço Sarah se sentou com as crianças enquanto Ian e eu assistíamos um filme.

  O barulho da chave girando na fechadura foi ouvido e Kurt surgiu pela porta, ele não estava sozinho e Zapata e Reade entraram em seguida.

   - Sarah? – Perguntou confuso.

   - Oi pra você também maninho, senti saudades.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam? Alguma sugestão? Me digam o que acharam, até pra eu saber me acertar com o rumo da história.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mágoas do Passado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.