Já haviam se passado duas semanas desde o início de minha reportagem investigativa. Eu estava cada vez mais amiga dos nerds, e cada vez mais odiada pelos populares.

O ensino médio se repetia e dessa vez eu não tinha feito nada para mudá-lo.

Tentei ir a uma festa com as garotas populares esquecendo da noite do pijama na casa de Alice e ela não me perdoou. Alice tinha se tornado uma grande amiga, o que me fez querer contar a verdade a ela, mas não poderia estragar tudo. Se eu tivesse uma irmã mais nova, queria que ela fosse como Alice.

Agora, Alice não quer mais estar ao meu lado. Eu sou uma fracassada.

Eu estava a caminho da redação da revista. Meu supervisor, Jasper Whitlock, estava me cobrando pelo menos duas páginas da matéria e eu não tinha ao menos uma simples anotação.

— Senhorita Swan, acredito que você tenha um bom motivo para estar atrasada. — ele diz assim que entro em sua sala.

— Trânsito. — respondo sem graça.

— Reparei que você teve algumas mudanças estéticas, não é mesmo? — ele aponta para meu novo visual. — Espero que sua competência continue a mesma. Você trouxe o que pedi?

— Na verdade não. — digo nervosa. — Mas o senhor não vai se decepcionar com minha matéria. Eu juro.

— Jura? — ele ri. — Você não tem que me jurar nada. Caso essa matéria não seja boa o suficiente nós dois podemos ir para o olho da rua, senhorita Swan!

— Nosso chefe não é tão mal assim, Sr. Whitlock!

— Mas eu sou. Se essa matéria não chegar à minha mesa logo, considere-se despedida. Não vou tolerar falta de profissionalismo no meu setor. Muito menos de uma aspirante a repórter, que não sabe a menos escrever uma nota!

— Sr. Whitlock, o ano letivo acaba em junho, prometo que na primeira semana de julho você terá a matéria até mesmo editada. Não vou descartar essa oportunidade.

— Acha que não vai me decepcionar? — ele pergunta.

— Eu não acho nada, e caso você se desaponte já não é um problema meu, quem tem que aprovar minha matéria é o editor chefe da revista. Só não vou mais sair dessa sala quieta enquanto o senhor me joga palavras cruéis. — vou até a porta. — Um dia, eu serei a supervisora desse departamento.

— Esse não é um cargo para mulheres. — ele diz irritado.

— Então seja um homem o suficiente para exercê-lo.  — saio da sala a ponto de chorar. Mas não daria essa vitória a Jasper Whitlock, pelo menos não na frente dele.

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Depois de sair do prédio, vou correndo para o apartamento de Emmett, precisava vê-lo.

Ao chegar lá, eu já estava com a maquiagem completamente borrada. Quando Emmett abriu a porta do apartamento, me abraçou e me deixou chorar em seu ombro por horas.

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No outro dia, estou determinada a ser a mais popular da escola. Ninguém iria me desanimar, nem a espinha enorme que nasceu na ponta do meu nariz.

Eu tive mais algumas aulas de inglês, e não posso negar o inegável: estou caidinha pelo professor! Se ele ao menos soubesse minha verdadeira idade, quem sabe me desse uma chance? Ou não. Quem iria querer uma fracassada como eu?

Ao andar pelos corredores, encontro uma figura bem conhecida por mim: Emmett.

— Emm! — grito indo até ele. — O que você está fazendo aqui?

— Bella, ontem eu vi como você estava e vi que precisava de mim. De minha ajuda.

— Ok. — revirei os olhos. — E como você vai me ajudar aqui?

— Eu me matriculei aqui. Vou ser um aluno de novo, te ajudar a ser a mais popular... E quem sabe ensinar esses moleques como se joga beisebol de verdade!

— Emm, tem certeza disso? — pergunto. — Sabe, eu me sinto honrada em ter um irmão tão parceiro quanto você, mas não posso deixá-lo fazer isso. E o seu emprego?

— Bella, eu trabalho em uma papelaria! Como isso vai me atrapalhar?

— Você é o melhor irmão do mundo! — abraço ele.

— Ok, então. Só que para início de conversa, não somos mais irmãos. Somos ex-namorados.

— Oi? Você tá maluco?

— Bellinha, só entra na minha onda, valeu? Você não quer ser a popular? Então vai precisar de algum ex pra aumentar sua fama! A gente vai ser um sucesso! — ele comemora.

— Querido, se você conjugar um verbo errado de novo eu acabo com essa sua farsa!

— Às vezes eu esqueço que você é super nerd! — dou um tapa nele e vou para a aula.

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Na hora do almoço, Emmett já era popular na escola toda. Inclusive estava na mesa de Mike Newton, o garoto mais popular e descolado da escola, junto de seus fiéis seguidores: Tyler Crowley e Eric Yorkie; e suas cadelas saltitantes: Jessica Stanley e Tânia Denali.

Reviro os olhos, irritada: agora não tinha mais amigos para dividir a mesa. Eu não deveria ficar tão chocada, pois são apenas adolescentes fazendo o que sabem fazer de melhor: serem idiotas. Mas eu estava um pouco triste perante a situação.

Arranjei uma mesa e fiquei lá sozinha. Até que os “populares” me chamaram para sentar com eles:

— Quer dizer que você e o Emmett eram namorados? — perguntou Mike. — Porque não contou pra gente que era popular na outra escola? Seu reinado pode continuar aqui.

— É, Bella! Você pode andar com a gente! — Jessica Stanley me abraçou. Falsaaa!

— Hoje nós vamos a uma boate aqui perto. Vocês podem vir com a gente! — Tyler convidou. — Ao menos que vocês não queiram fingir que são maiores de dezoito!

Encarei Emmett e ri sem graça. Esses garotos acreditam mesmo que nós somos adolescentes.

— Nós temos vinte e um desde que nascemos! — Emmett diz e faz um high-five ridículo com os garotos.

— Então a gente se vê lá! — as meninas dizem em uníssono e comemoram.

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Ao chegar àquela balada, não poderia estar mais arrependida: não sei dançar, não sei usar salto alto e muito menos como me comportar num lugar como aquele. Ainda mais com uma vestimenta tão curta como a minha.

Comecei a andar procurando Emmett, ele ia para festas como essa todo final de semana na época do colégio. Aliás, até os dias de hoje.

Como sou muito baixinha, precisava me esticar bem para procurar alguém naquela boate lotada. Até que tropecei em alguém, o que me fez ficar mais arrependida.

— Me desculpe! — digo nervosa.

— Isabella? — escuto uma voz conhecida e levanto o rosto para confirmar: Edward Cullen.

— Oi, professor! — digo sem graça.

— Você sabe que esta boate é para maiores de vinte um, não sabe?

— Sei.

— E mesmo assim veio até aqui?

— É, sim... — tentei arranjar uma desculpa: — Eu e uma galera estivemos pensando no que o senhor disse sobre disfarces e o livro... Então, viemos sentir na pele!

— É uma aula prática então? — ele riu.

— Somos ótimos alunos. — dou meu melhor sorriso.

— Posso te pagar uma bebida?

Êxito antes de responder, apesar de ele provavelmente ter a mesma idade que a minha, ser um super gato e eu estar caidinha por ele; eu tinha que fingir que ele era meu professor. Então isso seria tecnicamente errado.

— Por que não? — respondo. Não pude resistir.

Nós fomos até o bar e eu peguei a bebida mais forte que bebi em minha vida. Eu nunca tinha ingerido álcool então era algo novo pra mim. Mas quem se importa? Meu primeiro porre seria ao lado de Edward Cullen!

— Então, Isabella, onde estão seus amigos?

— Se não for inconveniente, me chame de Bella, professor. Pelo menos aqui.

— Ok, então, aqui, me chame de Edward. — ele sorriu, que coisa mais linda! — Pelo menos aqui.

Eu sorri de volta para ele. Isabella, pare de criar expectativa!

Enquanto nós bebíamos uma mulher ruiva chegou e abraçou Edward. Demonia!

— Bella... Ou melhor, Isabella, esta é minha namorada Josie. — Edward apresentou. — E, Josie, esta é uma de minhas alunas: Isabella.

— É um prazer conhecê-la! — banquei a falsa.

— O prazer é todo meu. — ela respondeu. — Ed, vamos embora!

Além de namorar o meu homem quer levá-lo embora???? Ok, talvez eu já estivesse bêbada demais para chamá-lo de meu homem.

— Não sei como o Ed aguenta esses lugares! — Josie fala pra mim. — Essa música está tão alta que não consigo ouvir ninguém! Não vejo a hora de nos mudarmos para Califórnia!

— Ah, vocês vão se mudar? — perguntei interessada.

— Em dois meses. — ela contou. Edward não parecia confortável ao falar do assunto.

— É melhor nós irmos, Josie. — Edward diz se levantando.

— Foi um prazer conhecê-la, garotinha! — Josie diz ao sair. GAROTINHA?

— Eu vou indo, Isabella. — Edward diz deixando o dinheiro da conta no balcão. — Tenha uma boa noite.

ARGH! Aquela demônia-ruiva-falsificada tinha que aparecer justo agora?

Se antes eu não tinha esperanças com meu professor super fofo de inglês, agora que eu não tinha mesmo! Eles se mudariam pra outro estado para morarem juntos! Eram praticamente casados!

Irritada, chamo o garçom:

— Eu quero mais três doses disso aqui!

O garçom aparece com uma garrafa em mãos. Depois disso, não lembro de mais nada.