Encontro inevitável escrita por Le Lion


Capítulo 18
Capítulo 18 – Uma noite de sonhos




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Problemas, confusões e dúvidas. Misture tudo isso com sentimentos ainda não bem distinguidos e terá o maior caos interno.
Se é ruim não comparecer a um compromisso, pior ainda é estar presente fisicamente, mas com a mente distante.
Aiyme estava no quarto junto com Yamcha, mas seus pensamentos voavam longe. Deitada sobre o colchão, estava entre os braços de seu namorado, que entre palavra ou outra, de repente lhe faz uma pergunta...


Yamcha: E então, Aiyme... Queria te fazer uma pergunta. Hipotética, sabe?
Aiyme: Hum? O que é, Yamcha? – ela vira o rosto e já o olha de forma desconfiada.
Yamcha: Sabe... Já faz tanto tempo que estamos juntos, e até hoje nem bem namorados nós somos, porque nunca te pedi oficialmente em namoro. Mas...
Aiyme: Mas...?? – ela se levanta e senta na cama para olhá-lo nos olhos e analisá-lo melhor. 
Yamcha: Mas se algum dia, por acaso... Será que há a possibilidade da gente ser mais do que isso aqui que somos agora? Digo... Sei lá... Casar, morar definitivamente juntos... ter filhos...
Aiyme: O quê? Yamcha... Me diz uma coisa, por que de disso tudo justo agora?!
Yamcha: Nada específico, é só uma suposição, como eu disse no começo. E também porque se fosse um pedido de namoro naquele dia lá, hoje fariam exatos sete anos que nós estamos juntos.
Aiyme: Poxa...
Yamcha: Você nem se lembrava disso, né?... – sua expressão muda e o seu olhar entristece.
Aiyme: Seria mentira se dissesse que lembrava dessa data, mas... Daquele dia eu me lembro bem. – e isso já foi o bastante para animá-lo novamente.
Yamcha: Eu também me lembro perfeitamente daquele dia...

Flashback

Corporação Cápsula – Sexta-feira 17:35

[...] O sol já se punha no horizonte e a jovem cientista terminava seu trabalho do dia. Arrumava o laboratório e seguia para seu quarto. Quando chega até ele e abre a porta, se depara com um homem sentado em sua cama, de costas para ela, mas mesmo assim Aiyme o reconheceu.

Aiyme: Yamcha?! O que faz aqui no meu quarto??
Yamcha: Ah... Oi, Aiyme. Desculpa entrar assim, mas é que... eu precisava falar com você, e... Bem, qualquer coisa culpe a senhora Brief... Ela que me mandou te esperar aqui. – ele se atrapalhava todo com as palavras e dava um riso nervoso.
Aiyme: Hunf! Tenho que dizer a ela para não deixar qualquer um entrar no meu quarto.
Yamcha: Nossa, Aiyme! Agora eu sou qualquer um pra você, é?
Aiyme: Para de drama. Você entendeu o que eu quis dizer... – ela retira a almofada da cama e se senta ao lado de Yamcha. 
Yamcha: É... Mas e você, entendeu o que eu quis dizer??
Aiyme: Como assim? – a confusão estava estampada em seu rosto.
Yamcha: Bem... É que eu não quero ser qualquer um na sua vida. Eu quero estar com você... – e antes que ela dissesse algo, ele já completa a frase – Mais do que só como um amigo.
Aiyme: Querer não é poder... –Aiyme chega bem próximo a ele e sussurra em seu ouvido – Faça por merecer. – ela solta um sorriso sacana e é aí que ele toma uma iniciativa. A primeira.
[...]

Flashback off

A partir disso, pode-se dizer que eles deram início a uma relação. Que bem ou mal, perdurou por sete anos, mas... Até quanto tempo mais ela duraria?
Naquela mesma noite de comemoração, a coisa que Aiyme menos fez foi aproveitá-la como gostaria ou ao menos deveria, e quem não ficou muito contente com isso foi Yamcha...
Ela decidiu se deitar e adormeceu depois de algum tempo. Durante esse seu sono, Aiyme acaba tendo um sonho estranho, porém tão realista que a faz se espantar...

 

Sonho de Aiyme 

Num lugar fechado e cheio de aparelhos, uma pequena garota entrava e ia em direção a uma sala. Porém, é impedida por um guarda com tronco humanoide e cabeça de réptil.

Guarda: Ei! Onde pensa que vai à essa hora?
Garota: Que pergunta estúpida! Treinar, é claro.
Guarda: A comandante nos deu uma ordem, e proibiu que a menina treinasse.
Garota: Isso não me interessa, saia da frente!
Guarda: Não posso desobedecer a ordem da comandante, menina. Se fizer isso, terei que me entender com ela.
Garota: Se não sair agora, se entenderá comigo! O que acha? – ela diz isso e logo em seguida passa pelo guarda, entrando na sala de treinos.
[...]

logo depois disso uma outra cena se passa com essa mesma garota, mas agora com uma mulher junto a ela em um quarto.

Mulher: Rápido, não há mais tempo! Vá agora e sai daqui!

Garota: Mas...
Mulher: Sem “mas”! Me obedeça! Não vê o perigo que é ficar aqui?
Garota: Não me importa. Quero ficar e lutar! E se for o caso, morrer lutando...
Mulher: Não diga bobagens, vá logo, Zaskanida! [...]

Seu sonho terminava aí. Uma mulher dizia desesperadamente para a garota sair e implorava com o olhar para que ela a obedecesse e sobrevivesse ao que estava acontecendo. Inconfundível. Aquele era um olhar materno. Olhar esse que ela jamais teve, ou pelo menos nunca se lembrou de ter tido. E o mais estranho era que ela via o sonho na perspectiva da garota. Ela sentia a mesma coisa, mesmas dores, mesma agonia e desespero daquela menina. Assim como o mesmo medo de deixar tudo para trás.
Aquela sensação era desesperadora. Aiyme acorda e nota que Yamcha dormia pesadamente do outro lado da cama. Ela resolve sair da cama, e cuidadosamente faz isso para não acordá-lo. Depois de calçar os chinelos e vestir um robe, ela abre a porta com delicadeza e a fecha de mesma maneira. E ao finalmente fechá-la, uma voz se direciona a ela.

Vegeta: Fugindo desse verme, é? – uma voz debochada soa detrás dela. Era Vegeta que estava às suas costas e sussurrava quase que em seu ouvido.
Aiyme: Droga, Vegeta! Que susto... – ela coloca a mão no peito e se segura para não dar um grito – Claro que não. Não estou fugindo de ninguém, apenas ia tomar um copo d’água. – ela falava baixinho.
Vegeta: Hunf! Sei... – ele se afasta um pouco mais dela.
Aiyme: E você? O que faz acordado à essa hora?!
Vegeta: Não te interessa, mulher. Cuide de sua vida! – ele diz isso e dá as costas para ela.
Aiyme: Hunf! Não creio nisso! Ele que começa falando essas besteiras e... Ah, deixa pra lá, já tenho muitos problemas, não quero ter que pensar nisso agora. – ela então para o olhar em um ponto qualquer e começa a se lembrar do sonho que teve. Sua mente dava voltas e girava com força. Ela precisava de ar, e mesmo que inspirasse o oxigênio em abundância, parecia que ele não chegava aos seus pulmões. Vacilante e um pouco desesperada, Aiyme sobe as escadas e vai até o telhado da casa, no qual havia montado uma estrutura e feito uma espécie de observatório à céu aberto.

Telhado da casa

Ofegante e desorientada, ela se debruça no parapeito que lá tinha. Seus olhos percorrem o azul escuro e intenso do céu e buscava algum conforto que só ele podia lhe dar. Mas naquela hora, nem mesmo o seu tão amado e misterioso céu que tanto a fazia bem podia ajudá-la. Dessa vez ele só a trazia mais dúvidas e confusões.
Refletir sobre tudo aquilo não dava em nada, mas ao mesmo tempo envolvia tudo. E por um momento, o questionamento que passou por sua mente foi: por que tudo aquilo era tão familiar? A mesma familiaridade que o saiyajin lhe causara toda vez que em seus olhares se cruzavam.
As respostas nunca chegavam. Apenas dúvidas e mais dúvidas.
Uma lacuna estava presente na sua vida. Um enorme vazio habitava seu interior, e isso começava a enlouquecê-la cada vez mais.
Nem mesmo ela tinha a resposta para certas coisas de sua vida, e depois que viu Vegeta, foi como se ele fosse inserido no meio desse nada em seu passado perdido e só existisse o saiyajin por lá...
A imagem e lembrança dele não era nítida. Assemelhava-se com um borrão de aquarela depois que cai a chuva sobre a pintura. É algo que você sabe que existe por conta das marcas deixadas, mas já não distingue o que é, pois a imagem não tem sentido. Restaram apenas rastros, vestígios de algo complexo.

Aiyme: Que droga! Por que tinha que ser assim?... – ela fecha os olhos, que estavam umedecidos e se seguravam para não soltar as lágrimas.
Vegeta: Tomar água, é?... Acho que errou de cômodo, a cozinha é lá embaixo. – ele surge à sua frente. Estava ainda com aquela mesma calça de moletom que Aiyme havia lhe emprestado e apenas isso. De peito desnudo e braços cruzados, o saiyajin a encarava enquanto ela o respondia.
Aiyme: Vegeta! Ora... Pare com essa mania de surgir assim, de repente! Por acaso está me seguindo, é? – ela diz um pouco irritada.
Vegeta: Hunf! Não seja ridícula. Tenho mais o que fazer do que seguir você, mulher.
Aiyme: Ah, é?! Como o que, por exemplo?
Vegeta: Estava treinando agora. Tenho que me exercitar, caso contrário perco a forma física. Se depender de você e desse seu projeto ficar pronto, até lá já terei morrido...
Aiyme: Não seja desdenhoso, homem. Faz tão pouco tempo que está aqui, não pode exigir que eu construa seus equipamentos em apenas algumas horas!
Vegeta: Hunf! Isso se você já tiver ideia do que construir para me fortalecer...
Aiyme: Já estou com o projeto da Câmara Gravitacional de Potência elevada, ou apenas Câmara de Gravidade. Nela você poderá treinar e regular a gravidade desejada, fazendo com que o peso sobre seu corpo aumente e o treino se intensifique. Isso está bom pra você?! – ela diz, debochada – Além do mais, fique sabendo que sou muito eficiente... O seu traje já está praticamente pronto. A única coisa que falta é eu terminar o molde da armadura e ele estará completo. Que por falar nisso, não tirei a medida do seu tórax. Amanhã tiro as medidas que faltam e já dou início à Câmara de Gravidade. Agora, é melhor voltar a dormir. Boa noite, Vegeta – ela fala um pouco debochada e lhe lança um sorriso cínico.

Ela sai de lá e desce as escadas, voltando ao seu quarto e deixando Vegeta sozinho no telhado. Ele acaba ficando por lá mais alguns minutos depois, pensando em certas coisas...

Vegeta: Ora... Outra vez essa mulher vai ter que estar tirando medidas do meu corpo! Só de pensar no contato da pele dela, aquele cheiro doce que ela tem... – ele lembra da sensação dos toques leves e sutis dela, mas que mesmo assim o fizera estremecer – Droga! Isso é ridículo demais. Tudo isso é ridículo! Nunca me sujeitei a isso antes. Estou correndo atrás dela, procurando por algo que eu sei que é errado e que mesmo assim me tenta a tê-lo... – ele se frustra, pois sabia o que estava fazendo, e agora tomava conta e admitia para si mesmo – Essa mulher me excita... Cada pedaço do meu corpo reage à proximidade entre nós, e isso me enlouquece! O jeito dela, a forma com que ela anda e até modo como move os lábios ao falar... – e por um momento, ele muda e parece recobrar a consciência – Mas nada disso importa. Entre nós não pode ocorrer nada. Essa mulher já tem um dono, e esse não sou eu. – ele diz a frase com amargor – Aquele inseto que cuide bem dela... Eu não vou fazer nada com ela, mas tenho certeza de que se lhe faltar alguma coisa... o primeiro que ela vai procurar, serei eu. E se isso acontecer, não garanto que vou me conter ao ver aquela mulher se jogar em meus braços... – um sorriso maldoso toma seus lábios e o olhar se enche de malícia.

Após isso Vegeta vai para o seu quarto e, antes de entrar nele, para em frente à porta do quarto de Aiyme...

Vegeta: Hunf! Dentre todas as fêmeas que já quis, você é a única que me controlei tanto para não possuí-la. E a que mais desejei até agora...

Ele ignora esse desejo e entra no seu quatro, fecha a porta e deita em sua cama...
Algum tempo depois ele desperta com uma fome muito grande. Ainda era de madrugada, o céu estava escuro e demoraria para que servissem o café da manhã. Por isso, ele se levanta e vai até a cozinha procurar algo para matar sua fome.
Coincidentemente, não só ele estava com fome... Ao entrar na cozinha, ele se depara com Aiyme. Ela estava virada de costas, procurava algo no fundo da geladeira e usava uma camisola curta, bem curta, que ao fazer aquele movimento deixava à mostra não só as suas coxas como a poupa de sua bunda...
Ele fica estático. Engole à seco sua saliva e sente uma energia percorrer todo seu corpo, a excitação era inevitável. Logo em seguida, ela se vira e percebe a presença dele. Envergonhada com a situação, ela mal conseguia falar.

Aiyme: Ã-ãmm... Vegeta... Você estava aqui? Eu... O que faz acordado a essa hora, não tinha ido dormir?... – seu rosto estava vermelho e tentava disfarçar o nervosismo.
Vegeta: Eu tinha. Mas resolvi vir aqui porque estava com fome, e decidi comer alguma coisa gostosa... – ele, ao dizer isso se aproxima dela e a faz recuar, até que não houvesse mais para onde ir, pois estava encostada com as costas na parede.
Aiyme: Aah... Vegeta, o-o que você...
Vegeta: Hunf! O que você acha? – ele pressiona seu corpo com o dela, fazendo com que ela desse um leve gemido, que escapou de sua boca – Se não quiser, é só dizer... Nunca tomei nenhuma mulher à força, e com você não será diferente. – ele sussurra isso em seu ouvido e depois a olha nos olhos.
Aiyme: E-eu... Não posso.
Vegeta: Não pode ou não quer?... – ele junta ainda mais seus corpos e passa a mão em sua nuca, entrelaçando os dedos pelos cabelos dela, fazendo com que ela o olhasse nos olhos – Vai dizer que não quer?... Que não tem vontade de provar de mim? Ou que ama aquele verme o qual chama de “namorado” e jura fidelidade a ele?... – ele ri debochado – Se já pensou, seja de qualquer forma em mim como homem, então já não foi fiel a ele... Sei que já me olhou e notei a forma com que passava os olhos pelo meu corpo. Isso vai ser só a concretização dos seus pensamentos mais sórdidos. E eu garanto que não vai se arrepender...
Aiyme: Seu saiyajin canalha! – ela dá um tapa em sua face.
Vegeta: Ora, sua... – e antes que ele dissesse ou fizesse algo, ela o agarra pelo pescoço e beija ferozmente os seus lábios. De imediato ele se espanta, mas em pouco tempo se entrega ao beijo e aparentemente se esquece do tapa levado.

Eles se beijavam de forma desesperada e sedenta. Tudo tão rápido, tão afobado e tão urgente. Um contato que era preciso, e mesmo proibido, era tão certo.
Dois corpos que se precisavam, duas almas que se completavam. O errado era eles estarem separados. Vilão é o homem que impedia que ela se entregasse a ele e prendia aquela mulher de seu verdadeiro dono...
Entre beijos, apertos e mordidas, o calor ia aumentando. Cada vez mais os seus corpos pediam para que eles fossem além daquele contato e se tornassem um só. A vontade não faltava, mas apenas uma coisa os impedia...

No meio da noite, Vegeta acorda em sua cama. Estava ofegante e suado. Sua respiração ainda descompassada, desperta em meio àquele sonho e se recrimina por ser um fraco, pensando e desejando-a daquela maneira.

Vegeta: Então isso foi só um sonho?... Um maldito sonho! Não acredito que estou nesse estado por conta disso! Desde quando eu sou de ficar sonhando com uma mulher e não a tê-la de verdade?! – ele se enfurece consigo mesmo – Se eu não tiver mais controle sobre meu corpo e mente... Aar! Não quero nem pensar. Tenho que arranjar uma forma de parar de pensar nessa mulher, ela não é a única que pode me satisfazer! 

​Vegeta até poderia dormir com outras, mas nenhuma delas seria a que ele realmente desejava. Por isso poupava-se da humilhação de deitar-se com qualquer uma. Ele não se rebaixaria a isso, e também não admitiria se misturar com alguém que não possui ao menos uma gota de sangue saiyajin correndo por suas veias...


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