Psicopatas podem amar? escrita por Val-sensei


Capítulo 1
Culpado ou não.




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Ele sempre matou crianças inocentes decepando as suas cabeças e martirizando sua alma em nome do que ele chamava justiça, fez das paredes de sua casa um arsenal de cabeças de pessoas mortas. Ele sempre menosprezou o amor alheio desde antes da luta contra os cavaleiros de bronze em busca de salvar a Atena a deusa daquele universo em que eles viviam.

Durante anos ele matava sem dó nem piedade, por que era divertido colecionar cabeças, por que era bom ver os olhos das pessoas sofrendo no seu golpe destroçando a alma delas, por que era prazeroso ver a pessoa cair sem a cabeça no chão morta e sua alma no Shekishike depois que elas morriam, eram tão simples que para ele era natural ver o sofrimento e a dor no olho da pessoa enquanto ele matava mandando para o Sekishike.

Após a luta contra os cavaleiros de bronze, especificamente contra Shiryu, ele havia morrido, mas suas lembranças dolorosas de ser leal a Hades para reviver sua medíocre vida, foi a pior delas, pois ele tinha a missão de proteger Atena como cavaleiro de ouro. Era o seu destino, mas não ele havia traído a deusa que ele jurou proteger, não uma, mais varias vezes, ele havia se tornado em um mero zumbi prestando serviço para Hades para apenas ter uma pequena e nova chance de se redimir, mas não adiantou, por que ele perdeu novamente para os cavaleiros de bronze, pois eles sim sempre foram leais a Atena.

Suas lembranças dolorosas sempre vinham em sua mente e depois de todo o ocorrido durante sua vida de mostro assassino e agora mais vivo que nunca em sua casa, há casa de câncer. Ele simplesmente olhava aquelas paredes carregadas de rostos com a expressão de desespero, de angustia e dor, depois de suas almas terem sido levadas para o submundo com a crueldade que um dia existiu dentro dele, porém agora não existia mais.

Ele sentia cada facada de arrependimento no seu peito, o sofrimento que causada àquelas pessoas fazia seu corpo, sua alma doer fundo por ter feito tanto mal a elas.

Ele se arrependia amargamente de cada assassinado que fizera na antiguidade e um monstro na atualidade. Sim era assim que ele se sentia quando olhava cada rosto dentro de sua casa, um monstro cruel, que nunca tivera um coração e se tivesse não soube usar. Ele se sentia triste por ter causado tanta dor e sofrimento a muitas pessoas. Ele sentia o amargor do que causada a cada uma das pessoas que tinha a cabeça presa em suas paredes. Sim ele suspirava fundo sentido uma dor gigantesca dentro de si por cada sofrimento que causara.  

Sentado na beira de sua cama com seus cabelos azuis espetados, uma camiseta regata preta, uma calça meio colada, uma bota preta nos seus pés, as mãos entrelaçadas uma na outra e os olhos perdidos sem um rumo.

Não era a primeira vez que o canceriano se sentia assim, um monstro solitário que talvez nunca fosse ter uma companheira, pois ele parecia ter uma maldição que ele mesmo criara ao seu redor. Nunca ninguém em sã consciência poderia gostar dele, ele nunca teria uma garota como Mu, ou como qualquer outro cavalheiro, não ele seria um cavalheiro solitário na sua casa amaldiçoada para toda a eternidade.

Suspirando fundo sentindo o peso de cada morte que causara durante anos de sua vida ele ouve uma voz vindo em sua direção.

 -Pensando Máscara? – perguntou Mu entrando na casa e o observando e vendo o sofrimento no rosto de seu amigo, mas não iria argumentar nada, pois o respeitava.

— Sim – ele responde com um suspiro fundo e olha o cavaleiro em suas vestes normais, uma blusa amarelada com um chalé vermelho em volta de seu pescoço, sua calça verde, uma fita preta cruzando na sua canela e uma bota preta, seus cabelos longos e lilás preso em um leve rabo de cavalo.

— Quer compartilhar? – ele vê o amigo meio triste.

— Não – ele levanta da cama e o deixa ali para ir dar uma volta.

Mu nunca entenderia a sua dor, a dor do arrependimento, a dor de ser um monstro assassino e cruel durante anos e anos. Nenhum dos cavaleiros saberia compreender o que ele sentia.

Ele caminhava distraído e pensando em todo mal, como sempre fazia. Sim ele sempre estava ali solitário e fechado no seu mundo carregado de morte e dor.

Mascará da Morte caminhava com as mãos dentro do bolso de sua calça olhando as árvores balançando as folhas lentamente com a brisa da tarde morna e de certa forma acolhedora da sua dor e do seu arrependimento.

Como um lobo solitário ele olhava o céu meio azulado com algumas nuvens mais espeças que escondia o sol do final da tarde, quase que via o mesmo começar a se por.

****

Mu voltou para sua casa meio triste, pois sabia que o amigo estava sofrendo de alguma forma.

Algumas horas depois gritos altos espalham pelo santuário e os cavaleiros vão correndo em direção aos gritos de desespero para quer o que estava acontecendo encontram corpos degolados escorrendo sangue pelo chão sem suas cabeças.

Atena chegou e viu escondeu seu rosto nos ombros de Seya que chegou logo atrás.

— Máscara da Morte... – Aldebaran disse olhando o corpo da empregada do santuário no chão.

Mu chegou um pouco depois e viu os demais empregados recolhendo o corpo.

— Por que motivo Mascara da Morte faria isso?  - ele ficou pensativo.

— Pelo simples fato dele gostar de assassinar pessoas inocentes – Shiryu falou vendo o chão sendo limpo e se lembrando do trabalho que tivera para mata-lo no passado.

— Atena o que acha disso? – Aldebaram perguntou a deusa.

— Não sei, não posso julgar uma pessoa que não está aqui nesse momento – Saori olha o cavalheiro que parecia desgostoso com a sua opinião.

— Concordo com Atena, pois vi Máscara da Morte saindo do Santuário há um tempo.

— Ele pode muito bem ter voltado e ninguém percebeu – Shiryu já julgando e saiu dali.

Atena apenas olhou para Mu de um modo que ele consentiu com a cabeça, pois sabia que ela esperaria para ver quem era verdadeiro culpado.

*****

Máscara da Morte sentou-se em baixo de uma copa de uma árvore sobre uma grama rasteira e verde, ele olhava o horizonte  vendo o sol levemente avermelhado, já escurecendo, aparecendo as primeiras estrelas no céu e perdido em seus pensamentos dolorosos, sentiu vontade de voltar para o santuário. Levantou-se e novamente caminhou lentamente observando as primeiras estrelas que já estavam no céu iluminando, os primeiros grilos começavam a fazer sua serenata, a coruja já deu o seu primeiro piado anunciando que a noite chegara e ele já ia pegar o caminho de volta quando ouviu uma voz doce e meiga vindo atrás dele.

— Olá! – a voz saiu meio tímida e trêmula, mas em bom tom para ele ouvir.

Máscara da morte olhou virou o seu rosto olhando para trás, sentiu a leve brisa levar os seus cabelos enquanto ele se virava para olhar e assim que ele olhou viu os cabelos prateados voado com o vento junto com algumas folhas, a luz das estrelas e da lua tocando a pele branca e delicada iluminando a moça como se fosse um anjo que tinha acabado de cair do céu, seus olhos cor de mel o fitava de uma forma meiga e gentil, seu vestido listrados de diversas cores, simples e comprido ia até os pés com alças finas presas aos seus ombros, uma sandália rasteira e uma cesta com fruta e um livro dentro dela, fez Máscara da Morte admirá-la por um tempo, mas balançou levemente a cabeça espantando qualquer pensamento que poderia levá-lo a um interesse de um relacionamento com uma garota, ainda mais linda como aquela.

“O que ela vai querer com um monstro assassino como eu?” Ele se pergunta em pensamento e responde com seu ar sério.

— Olá, posso ajudar em algo? – ele perguntou a fitando.

— Você é um dos cavaleiros? – ela perguntou segurando o braço com uma das mãos, a cesta na outra próxima a suas pernas.

— Sim – ele respondeu sem muita emoção.

— É um cavaleiro de bronze, prata, ouro, ou o que?

— Sou de um dos cavaleiros de ouro.

— Nossa! Você deve ser importante no santuário.

“Se ela soubesse iria me odiar”. Ele pensa e devia o olhar e já vai começar a andar de novo.

— E que eu sempre tenho observado você aqui solitário debaixo dessa árvore já um tempo, então fiquei me perguntando se você era um cavaleiro?  - Máscara da Morte volta seu olhar para ela de novo. - Se você tinha amigos?  Por que você está sempre triste e pensativo, meio solitário nesse lugar - ela apontou para debaixo da árvore onde a grama fazia um colchão onde Máscara da Morte ficava deitado e olhando para o horizonte sempre que se sentia perdido em sua dor e seu arrependimento.

Ele deu um leve sorriso de canto e caminhou um pouco até ela.

— Acho que despertei a sua curiosidade, mocinha – ele olha dentro do cesto, pega uma das maçãs e a encara da forma que ele sempre olhava para matar ou tirar a vida de alguém, mas ela apenas o olha meigo.

Máscara da Morte olha a maçã vermelha e cintilante e diz:

— Posso?

— Bom da hora que você está ai e deve estar com fome – ela da um sorriso e olha para o seus pés desviando os olhos do dele.

— Estava me observando todo esse tempo - ele morde a maçã a olhando e pega o livro e lê o título.

— Sim...

— A Bela e a Fera – ele vira o livro para ler a sinopse, ela se antecipa.

— Gosta de ler? – ela ansiosa. – É um livro que fala de uma menina que ficou no lugar do pai para salvar ele da Fera, mas ela o vê solitário e não tem medo dele, mesmo todos o achando que ele é um monstro, ela ainda continua acreditando nele e vê muito além que isso nos olhos dele.

— Interessante, mas não curto contos de fadas – ele coloca o livro de volta. – Não existe conto de fadas na vida real, mocinha – ele morde mais uma vez a maçã, e ela diz:

— Achei você meio parecido com a Fera do livro – Máscara desvia o seus olhos do dela meio incomodado.

— Vai por mim, sou bem pior que essa Fera do seu livro e se eu fosse você não me aproximaria de mim de novo, até por que não seria saudável para você – ele se virou de costas para ela e começou a caminhar.

— Vai voltar amanhã, cavalheiro?

Ele não respondeu e continuou seu caminho de volta.

Ela ficou o observando e deu um sorriso, no dia seguinte ela ia falar com ele novamente.

*****

Não demorou muito Máscara da Morte chegou em sua casa olhando as paredes novamente. Pensou em como libertaria aquelas almas sofridas e desesperadas, em como libertar o arrependimento e o sofrimento que ele causou por muito e muito tempo. Suspirou fundo e olhou cabeça por cabeça, quando viu uma que ele desconhecia presa em sua parede.

Lembrou-se da imagem da garota que nem quis saber o seu nome, já que não se sentia digno de ter um relacionamento, já que ele era um mostro assassino e ficou com as marcas do arrependimento em sua alma.

Olhou mais uma vez as paredes e disse:

— Mas... – ele encarou de forma desesperada.

Sabia a dor que causara nas pessoas donas daquelas cabeças, sabia de cada uma que ele havia matado, mas aquela, aquela ele não tinha feito nada, simplesmente nada com ela.

Escutou um grito de agonia e dor vindo de fora do santuário, conhecia claramente aquele grito, e logo em seguida a cabeça da pessoa aparecendo em sua casa.

— NÃO!!! – ele saiu correndo para onde o grito vinha e assim que chegou lá viu o corpo sem cabeça, escorrendo o sangue pela calçada.

— Pode explicar por que fez isso Máscara da Morte? – Saori o encarou séria.

Ele tinha um passado manchado de sangue e dor, ele podia ter traído a sua deusa que poderia ter protegido, ou cumprido a sua promessa de protegê-la, mas não, ele errou muito no passado. Ele podia ter a pior reputação de todas, sim ele podia ser um monstro, mas ele não queria mais ser esse monstro, Máscara da Morte queria mudar e por algum motivo alguém estava brincando com ele, brincando com os atuais sentimentos dele e isso não ficaria assim.

— Não fui eu... – as palavras saíram em um tom calmo, pois ele podia ter toda a culpa de um passado sombrio, mas agora ele não era culpado.

— Não é o primeiro que acontece hoje – Aldebaram de braços cruzados e um porte imponente.

— Olha, eu sei que tudo aponta para mim, tanto que as cabeças estão aparecendo na minha casa, mas eu sei cada uma que eu matei, mas essas pessoas não fui eu – ele encara os que estão ali.

Mu chega e ouvi o fim da conversa.

— Temos que investigar, não podemos acusar o Máscara da Morte assim.

— Ele mesmo disse que as cabeças estão indo para casa dele – Shiryu aproximou e o encarou. – Quer maior prova que isso?

— Eu sei que você não gosta muito de mim Shiryu, mas o que eu disse é verdade, as cabeças estão aparecendo na minha casa, mas não sou eu – ele o encara de uma forma fria que Shiryu se afasta.

Máscara olhou um por um e antes de sair disse:

— Façam o que quiserem, só não me acusem injustamente – ele sai pisando alto e apertando o punho.

“Seja lá quem for tentando me incriminar ele vai pagar cada centavo” – ele sorri lateralmente pensando em como seria a morte de quem estava fazendo se passar por ele no santuário.

Mu o acompanhou e viu seu amigo entrando na sua casa.

— Veio me incriminar também? – ele perguntou ríspido e sério.

Mu suspirou fundo e o encarou.

— A forma de matar e o jeito são muito parecidos com o seu – ele fala sem mostrar que está o incriminando, afinal o cavaleiro de Áries sabia como era o seu amigo.

— Não é – ele o encara. - Pode parecer a olho Mu, mas se você olhar bem há falhas no pescoço e como o sangue escorre pelo chão – ele aponta para as duas novas cabeças na parede – A forma que as cabeças aparecem na minha parede e diferente de quando eu matava e se fosse prestar bem a atenção no rosto de alguém que eu assassinei – ele apontou para uma cabeça. - Observe bem os detalhes do sofrimento que eu causei na pessoa, em como o ar de desespero ficou estampado no rosto dela.

Mu olha minuciosamente o rosto.

— Agora olha o rosto que apareceu na minha casa. – ele aponta para outra cabeça. – Ela morreu de uma forma trágica e sofrida, mas faltou o desespero da alma, da dor e do sofrimento antes dela morrer – ele faz uma pausa. – Quando eu matava eu usava meu cosmo para penetrar a alma e causar o maior desespero possível na alma da pessoa que eu ia assassinar. Veja aquele rosto – apontou para um dos rostos que matara. Era prazeroso para mim, eu me sentia bem em ver a pessoa sofrendo de corpo e alma enquanto eu cortava a cabeça em forma retamente sem deixar um rastro de sangue no lugar, além de saber que as pessoas ainda iam sofrer no Shekishike, por isso esse ar de desespero nelas – ele suspirou fundo sentindo-se desconfortável com aquelas lembranças, era tudo que ele menos queria naquele momento e olhou para o Mu. – Ele não vai parar até fazer todo mundo acreditar que sou eu.

— Os estilos são bem parecidos – Mu tirou o olhar dos rostos, já sentia um desconforto em olhá-los.

— Me deixa sozinho Mu – ele o encarou de forma fria e Mu sentiu o olhar de desaprovação dele por ele parecer não acreditar nele.

— Vai investigar? – ele perguntou olhando o amigo.

— Isso não é da sua conta – ele passou pelo ariano e saiu novamente com raiva.

Mu ficou olhando o amigo andando quando ouviu mais um grito de dor e agonizante. Olhou novamente e continuou vendo Máscara da Morte andado tranquilamente sem se importar com o grito que ouvira. Mu olhou para a parede e viu a cabeça aparecendo na casa do ariano, olhou e o amigo já estava um pouco distante da sua casa, dava para ver da janela.

— Não tem como ele estar em dois lugares ao mesmo tempo – Mu colocou a mão no queixo pensativo e foi ver o ocorrido.

Mais um corpo sem a cabeça, mais poça de sangue espalhada pelo chão e mais um inocente morto sem motivo nenhum.

— Atena você tem que fazer alguma coisa – Aldebaram observava.

Mu chegou e eles já limpavam o chão retirando o sangue.

— Temos que investigar e ver se realmente é o Máscara da Morte matado essas pessoas.

— Simples, e só ir a casa dele, as cabeças estão na parede dele – Shiryu apareceu ali. – Precisa de mais provas que essas Saori? 

— É verdade que as cabeças estão aparecendo na casa do nosso canceriano, mas eu estava com ele agora a pouco e o vi sair ao mesmo tempo em que ouvi o grito da pessoa – Mu encarou Saori.

— Também acho que tem algo suspeito aí – Saori sentia que o que eles viam não era a verdade.

Eles foram até a casa do canceriano e viram as cabeças novas que apareceram.

— Acho que não precisa de mais provas Saori – Shiryu olhou para as paredes. – Você tem que fazer algo Saori antes que isso piore.

— Ainda acho que devemos investigar, ou esperar os demais cavaleiros voltarem. 

— Para que?  - Aldebaran perguntou indignado. – Mais pessoas inocentes vão morrer só para preencher o ego do Máscara da Morte? Todos sabem o que ele fez – ele saiu com raiva.

— Mu... – Saori quer saber a opinião dele.

— Faça o que você achar que deve, porém não se arrependa da sua decisão depois – Mu saiu os deixando ali.

Eles estavam com um assassino no Santuário, todos achando que era o Mascara da Morte, mas o mesmo tinha a sua consciência limpa das mortes recentes. Ele só queria achar o filho da mãe que estava tentando jogar a culpa nele, ou algo do tipo, mas seria difícil.


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