As testemunhas - O lado mais sombrio escrita por EverCintra


Capítulo 6
Dara - Aço da espada




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Dara

“ Eu sou o aço que não se dobra as chamas, o vento que não se curva as próprias  vontades, eu serei a espada e o escudo da criação, protegerei esse mundo com a minha vida, eu sou a ordem da espada. Juro que não retornarei a minha casa até a minha morte, eu sou a guardiã dos desesperados a força dos fracos, a vela que jamais se apaga, eu sou a ordem da espada”

— Não a um dia se quer que eu não me lembre de cada palavra do juramento, como uma maldição que carrego me lembrando qual o meu proposito aqui.

o céu estava claro sem nenhuma nuvem no céu, era só mais uma manhã de missões rotineira, a ordem que nos tinham dado era para invadirmos um covil de bruxas nas imediações leste da cidade, afinal éramos guerreiros e alguém tinha que limpar a sujeira da ordem, era assim que eles se chamam a ordem da espada incumbidos pelo próprio Miguel de proteger esse mundo, mas parecia que eles sempre deixam a sujeira pra gente.

— Então vamos invadir?....  Dara ?

  - Oi desculpe Ariel – estávamos por trás de uma arvore morta  a uns sete metros de um casa abandonada.

— Veja só – disse Ariel – nenhuma planta viva ao redor da casa , com certeza é aqui, vamos.

— Espera – se tinha uma coisa que ele não era, era paciente e sempre achava que estava entrando em um parque de diversões, as vezes ele esquecia que agora éramos tão quebráveis quanto um vaso caro.

Puxei então uma flecha da minha aljava e a colei no arco, era feito de aço celeste tão mortal quanto a destruidora a espada de Ariel – eu sei ele não é bom com nomes – puxei o arco e senti seu brilho quente, a flecha cravou em cheio a porta da frente fazendo um estalo.

— Vamos embora não tem ninguém ai.

— cccomo assim? Não vamos nem entrar ?

— Aquela flecha emite radiação , toda criatura das trevas vira pó num raio de 10 metros, se tinha alguém não tem mais – eu já estava sendo rude com ele, ele era um cão de briga viciado em ação.

Ele embainhou  a destruidora – você tira a diversão das coisas.

— vamos embora.

Antes que pudéssemos nos  virar, ouvimos um estalo de madeira quebrando vindo do interior da casa.

Ele me olhou com um olhar sarcástico – Radiação sei.

A casa estava em total decomposição suas paredes mofadas já ruim, mas tinha que admitir era um belo covil típico de histórias para assustar crianças,  aparentemente estava realmente vazia, a passos lentos percorremos seu interior, algumas mobilhas velhas e um relógio antigo nada que parecesse ser um sabá de bruxas, caminhei em direção ao relógio todo dourado com algumas escritas que não conhecia a língua, havia uma coruja desenhada em cada ponteiro do relógio seus olhos vermelho rubi parecia nos observar, isso me fez recuar um pouco e senti a irregularidade da madeira aos meus pés um rangido estranho quando pisada, era um alçapão  e embaixo uma escada que dava a uma espécie de porão.

— Espero que não tenha nenhum sapo ai embaixo.

Ariel me olhou incrédulo – Você mata demônios e tem medo de sapos?

— Eles são nojentos tá – e vamos logo ou melhor vai na frente.

Eram vinte e seis degraus eu contei cada um enquanto descíamos.

— fica aqui – disse Ariel no ultimo degrau .

— Acha que eu sou o que uma garotinha pra você me mandar ficar aqui.

— Tem alguma coisa ali no fundo

— A meu Deus,  é um sapo?

— acho que não, só se existirem sapos de dois metros – ele desembainhou a destruidora o seu brilho iluminou o cômodo.

A criatura se assustou com o brilho e se levantou desengonçado como se não controlasse suas partes humanoides, ele emitiu um ruído horrível e tentou fugir mas a corrente que cerrava seu calcanhar o fez cair com a cara no chão, se é que podemos chamar aquilo de cara.

O humanoide se ajoelhou no chão e começou a chorar como uma criança de dois metros  que se machuca brincando, suas vestes estavam rasgadas com manchas de sangue cicatrizes irregulares traçavam o seu corpo seus membros eram costurados como um boneco de pano.

Eu não sabia o que sentia em relação a isso no inicio nojo e repulsa mas um grande sentimento de pena surgia em mim – o que é isso.

Ariel apontou a espada na garganta do monstro – É o monstro de frankstein.

— Frank quem?

Ele mais uma vez me olhou incrédulo – nunca ouviu falar dele?

— Sim mas só ouvi murmúrios, não sabia que ele era real.

— Ele é maldade pura seu dono usou pedaços humanos e suplicou  as trevas para que dessem vida a essa criatura horrenda – ele aperto mais a espada na garganta do monstro que chorava como uma criança.

— o que você vai fazer ? - Já passei por isso milhares de vezes, mas com aquela criatura era diferente, seus olhos brilhavam inocência.

 - Eu vou dar um fim a essa besta – ele apertou mais a espada e um fio de sangue desceu do pescoço do monstro.

Um surto de adrenalina passou o meu corpo coloquei uma flecha no arco e a apontei na cabeça de Ariel - Soldado baixe já a sua espada – não sabia o que estava fazendo mas era uma grande loucura.

— O que você está fazendo precisamos mata-lo – falou com fúria.

— a gente não veio  aqui para isso  , ele não é a nossa missão, vamos levar ele para a ordem eles decidem oque fazer com ele.

Um silencio fúnebre tomou o lugar rasgado apenas pelo som da criatura em prantos.

— soldado aqui eu sou a sua comandante e eu lhe dei uma ordem, abaixe a espada.

Ele sabia que eu não soltaria a flecha, e em um surto de fúria ele levantou a espada e com um corte letal ela desceu em direção a criatura, mas ele errou de proposito e atingiu a corrente que segurava o monstro.

— Não se aponta armas para um aliado aprenda isso garota, e  ele é sua responsabilidade, vamos ver o que acontece quando a ordem decidir mata-lo.

A ordem estava situada no edifício central da cidade, protegido por uma barreira magica onde nada das trevas conseguia atravessar e claro era totalmente invisível a humanos, ao todo existem oitocentos deles eram chamados de prédio das almas  porque toda alma que nasce ou morre passava por eles , apesar de antigos nossa tecnologia era de ponta sempre trabalhando para proteger esse é o nosso lema proteger e guardar.

Deixamos a criatura de frankstein no cemitério dos anjos, em uma cela por trás de uma estatua antiga que eu não sabia de quem era, a criatura ironicamente ficou assustado com ela, ao fechar a porta da cela ele me olhou e vi sua face por sobre a luz que descia de uma frecha – obrigado – disse o monstro.

Então seguimos para junto da ordem para passar o relatório da missão e contar que tínhamos um hospede um tanto desengonçado morando nos fundos, tudo estava silencioso e aquilo era estranho, aquele lugar não parava um minuto, ninguém conseguia nos falar o que estava acontecendo só diziam as mesmas palavras – eu não tenho ordem para falar.

Eles estavam em pânico, foi a primeira vez que vi o medo nos olhos deles, aquilo me fez embrulhar o estomago

— eu quero falar com o conselheiro chefe agora.

— estão no salão oval – disseram que não queriam ser interrompidos a nenhum custo.

— vão sonhando, Ariel vem comigo?

— Não eu estou bem vou amolar minha espada, nela dá pra confiar .

As portas de carvalho branco do salão oval estavam fechado e na porta um homem alto com um terno esquisito não importa quanto tentasse não  lembrava dele.

— o que esses velhos estão fazendo ai?

Eu consegui provoca-lo - olha o respeito garota

— Não me chama de garota, odeio isso, e quem é você mesmo?

Ele não falou nada continuou imóvel como uma estatua.

— então ta -  me virei de costa e pulei por sobre seu ombro abrindo a porta com um chute.

— oque pelos sete infernos está acontecendo aqui.

Era o conselheiro chefe que me olhava com reprovação, ele e um  punhados de velhos tagarelas.

— Senhor ela pulou e entrou a força, -disse o homem alto.

— ele não me deixava entrar.

— você não chegou a me pedir.

Foi quando notei o motivo do pânico geral, sobre a mesa do conselho uma pele de cordeiro branco e uma frase de sangue que não consegui ler.

— o que é isso? O que está acontecendo aqui ?

— deixe-a ficar e feixe a porta quando sair.

— senhor - interrompeu um velho tagarela – ela não tem idade para participar do conselho.

Isso foi um elogio para mim – Graças a Deus que não.

— ela é uma selvagem – interrompeu outro – não pode estar no nosso meio.

— já chega – interrompeu com fúria o conselheiro chefe – temos assunto muito mais urgentes para resolver.

Eu me aproximei da mesa e pude finalmente ver as letras que se traçavam na pele do cordeiro MENE MENE TEQUEL UPHARSIN.

Eu não conhecia aquela língua nem oque aquilo significava – o que é isso ?

Estava ai hoje de manhã quando chegamos, não sabemos quem colocou ai.

— Mas oque significa isso ? essas letras ?

— E um pressagio maligno, Deus contou os dias do teu reino, pesado fostes na balança e fostes achado em falta, isso é o que quer dizer.

— É uma ironia blasfema trazida até nos – gritou o velho

Era impossível nenhuma criatura das trevas poderia entra naquele lugar, e aquilo abalou o espirito de todos, estávamos expostos a uma sentença de morte.

— com certeza foi alguém do mundo dos mortos ou que trabalha para eles- disse o conselheiro – quero que redobrem a segurança nenhuma grama seja tirado desse prédio sem que eu saiba.

— muito bem vou avisar a todos

— A dará mais uma coisa – disse o conselheiro – a criatura de Victor Frankstein – ele congelou por um minuto e eu também como ele poderia saber dele? Eu nem  se quer tinha mencionado o assunto — acabe com isso.

— Mas ele não tem culpa do que fizeram com ele – interrompi

— Como ousa questionar uma ordem do conselheiro chefe – disse o ancião que sentava a sua direita – já não basta ter poluído nosso santuário com a presença dele.

— talvez a menina tenha razão – falou o velho da esquerda que não era tão velho, finalmente alguém do meu lado  - o monstro ansiava por amor esse foi o seu único pecado ele desejava amar como os humanos e isso o destruiu .

— lembro-me que ele destruiu o seu criador também – falou o velho mais tagarela de todos - pobre Victor deve ter virado comida de peixe a essas horas.

Ele calou por um segundo e me olhou com aqueles olhos que todos me olhavam aqueles olhos que eu tanto odiava.

—  O monstro deve ser destruído imediatamente, ele é a prova viva de que Deus já não é mais o único criador do homem.

Eu olhei o conselheiro chefe nos olhos esperava ouvir a revogação da sua ordem, mas ele não a deu.

— Então será a feito a vossa vontade.

Usei de proposito a ultima citação da oração sagrada para que pelo menos por um minuto eles se questionassem dos seus pecados.

Coloquei meu capuz negro e minha aljava de flechas e Desci até o cemitério ele estava na cela do fundo ajoelhado, a monstro estava orando, o demônio estava orando, em silencio fui até ele com a faca na mão, e cortei toda a corda que tínhamos amarrado nele nas mãos e nos pés.

— o que esta fazendo?– disse o monstro se atropelando em cada letra como se estivesse aprendendo a falar de novo.

— estou soltando você, ou melhor estou nos libertando, vamos fugir daqui – eu não sabia oque estava fazendo mas por um minuto um minuto apenas senti que aquilo  era o certo e aquilo me fez levantar.

Abri a porta da cela e vi de novo aquela estatua do  estranho, então vi a espada que descia por sua perna direita, era Miguel e sua espada julgando os que tinham caído, Os que eram trevas eram destruídos, os que eram luz a espada mal algum o faziam, me pergunto que destino teria essa criatura nas mãos de Miguel, e lembrei das citações dos anciões “ e chamou ele cada um pelo seu nome, eram milhares mas ele sabia o nome de cada um”.

— Você tem um nome? – perguntei ao monstro que antes sentia repulsa.

Ele balançou a cabeça desengonçado – nome ?  ele pareceu desorientado meu criador não me deu um nome.

— Você precisa de um nome, um nome de humano.

— Ele pareceu adorar a ideia, então lembrei das palavras do ancião “ele só queria amar como os humanos e isso o destruiu “.

        - Vou te chamar de Adam.


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