As testemunhas - O lado mais sombrio escrita por EverCintra


Capítulo 3
Elena - querida morte




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“ Ela tentou me beijar com seus lábios frios, oh senhora morte o que fazes aqui, ele me arrancou dos seu braços pálidos, sua mão era fogo, eu estava caindo e ele me puxou para cima,  não importa se estou no céu ou no inferno, só sei que eu vi um anjo”

 

Elena

 

QUERIDO DIARIO

Eu sei que já faz um tempo que não te escrevo, as coisas se complicaram desde a última vez, hoje fazem seis meses que meus pais morreram, e uma parte minha morreu junto com eles, e o mundo já não tem a mesma cor, tudo que eu era, tudo que eu sou está morto junto com eles e só me restou essa fina e frágil carcaça humana.

Mas hoje é um novo dia, eu tenho que estar bem, hoje vou voltar para escola, voltar para os meus amigos, voltar para o kay, as pessoas vão me olhar e vão pensar “ olha lá a pobre garota que perdeu os pais” outras virão a mim e vão me perguntar se estou bem e eu responderei que sim, mesmo não sendo verdade.

 

— Elena desce logo aqui se não vai se atrasar e eu não quero ser taxada como irresponsável logo no seu primeiro dia.

A essa é a tia Rebeca eu vim morar com ela, ela era só um solteirona que adorava morar sozinha e curtir a vida sem responsabilidades ou regras  que teve que se transformar em uma mulher responsável, ela era como um pássaro que voava livre para onde vento soprava, e por minha cauda ela nunca mais vai voar.

 “ Ela Fechou  o diário e sentiu o aveludado da capa de camurça e na capa uma foto dos seus  pais, era a foto da festa de natal eles estavam sorrindo, foi a última festa deles, cada parte do seu corpo queria gritar e chorar, mas ela sorriu e colocou a roupa mais linda que conseguiu achar, era um vestido vermelho justo, vermelho como o amor, e colocou o colar da sua mãe era um fio dourado com uma rosa branca como pingente, simples delicado e perfeito, como ela era

— Você está linda.

— Oi tia beca – ela me olhava com tristeza, mas não a mesma tristeza que as pessoas me olhavam, ela sentia orgulho de mim, quando ela me olhava, ela via a minha mãe e isso a destruía por dentro, o que mais doía era que elas não eram próximas, uma sempre foi o oposto da outra.

— Seu café está pronto, acho que eu acertei ovos, pão e suco de laranja, são os seus favoritos.

— tia não precisa se preocupar tanto.

—  Não é nada, vamos me diga como eu estou tenho uma entrevista de emprego tenho que parecer seria – ela riu como se fosse uma piada.        

— Você está incrível – e ela estava, ela tinha 32 anos com um corpo de fazer inveja a qualquer universitária, ela usava um terninho preto básico – solta o cabelo, ele preso fica sério demais.

Ela riu e soltou seus cabelos castanhos que batiam no busto, - Eu sei estou tão nervosa, eu nunca fiz isso na minha vida deve ter algum manual na internet pra isso.

— Ei calma, relaxa me perdoa por está fazendo você passar por tudo isso.

— oh querida não fala isso, e vai logo tomar seu café e vai direto para escola, e não quero saber de você matando aula, seja responsável, eu não acredito que estou dizendo isso – ela balançou a cabeça  e sorriu – é assim mesmo que se fala né?  

Ela me fazia sorrir e sentir de novo o aconchego de uma mãe – é assim mesmo.

 Então abro a porta do quarto e antes que pudesse sair ela me chama de volta

— Elena – ela está com um olhar sarcástico

— oi ?

— Aquele menino do cabelo esquisito está te esperando lá embaixo.

Eu sabia o que aquele olhar irônico significava

— Somos só amigos.

— Ele é bonitinho você está precisando pegar alguém – ela se assustou com o que disse – ow meu Deus isso não é uma coisa que uma pessoa séria diga, eu, eu  estou de olho em você menina comporte-se.

— tchau tia.

Ele estava sentado no carro me esperando – Não sabia que tinha comprado um carro.

— Não podíamos passar a vida toda indo de ônibus para escola. – ele usava uma jaqueta marrom retro, seu cabelo estava esquisito mesmo como se tivesse caído de uma arvore. – como você esta ?

 - eu sobrevivi – entrei e bati a porta do carro tinha cheiro de novo – e ter sobrevivido parece ter sido o problema – a ele eu poderia dizer como realmente estava me sentindo.

— Não fala assim, eu sei que vai ficar tudo bem você é a garota mais forte que eu conheço.

Ele ligou o carro

— Malakai você não pode imaginar como isso é difícil.

— Da pra você me chamar de kay, odeio esse nome parece que meus pais queriam que eu fosse mal, e respira fundo temos um dia inteiro pra tentar fazer você sorrir.

Então ele deu a partida no carro.


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