Entre elfos e vampiros escrita por neko chan


Capítulo 26
Algumas coisas ficam no passado por bons motivos




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— Espero que tenham tido uma boa noite. - escuto a voz de Madeleine entrando no quarto, abro um olho ainda meio sonolenta e a vejo sorrindo junto com Safira na porta

— Que horas são?

— Acho que.... - ela vai em direção a janela e olha para fora levantando uma pequena parte da cortina - Umas 5:20 talvez

— 5:20?! Meren, Meren! - eu a sacudo violentamente para que ela acorde

— O que? - ela resmunga se aconchegando ainda mais perto de mim e escondendo o rosto no meu pescoço

— Está tarde, temos que ir agora mesmo!

— Agora? Não quero ir, vamos ficar mais um pouco. - ela me abraça e sinto suas mãos em minhas costas

— Não temos escolha, vamos! - eu tento me levantar da cama até finalmente me lembrar que estava sem roupas - Eh, meninas, poderia nos dar licença por um momento?

— Já vimos um corpo feminino pelado antes, loirinha, não é o fim do mundo. - Safira diz naturalmente

— Mas só quem pode ver esse aqui sou eu. - diz Meren se sentando e deixando sua parte superior do corpo à mostra e passando a mão pelo meu ombro, me fazendo desviar o olhar enquanto segurava o lençol a altura do pescoço

— De toda forma, temos que nos trocar logo e ir rápido para o quartel

— Ok, ok, vemos esperar vocês la fora para darmos uma carona até a parada

Elas saíram do quarto e nós tomamos um banho, deixei que ela tomasse banho comigo dessa vez porque era extremamente necessário que fossemos rápidas, colocamos nossas roupas e corremos para fora, os pais de Madeleine ainda dormiam, devem estar de ressaca depois do tanto que beberam na outra noite, as duas nos esperavam do lado de fora já na forma lupina e nos levaram rapidamente até a parada, mas estava começando a ficar tarde, o pegasus não seria rápido o suficiente para nos levar a tempo.

— Meren, rápido, passe a poção em mim! - ela não entendeu muito bem, mas estávamos sem tempo de questionar qualquer solução

Não esperava ter que mostrar isso para ela tão cedo, mas era uma situação urgente, então deixei que minhas asas saíssem, elas rasgaram a parte de tras na minha camisa em duas linhas verticais, senti meu nariz mudando para um formato um pouco mais arredondado, orelhas, dentes e unhas crescendo rapidamente e pelos escuros se espalhavam pelo meu corpo.

— Suba rápido. - digo telepaticamente para ela, que o faz logo em seguida carregando nossas mochilas

Eu não era realmente uma fã dessa forma estranha que eu podia assumir, eu poderia para o tempo como uma boa maga do tempo, mas não seria realmente fácil carregar a Meren com o peso de uma pedra por uma distancia tão longa, sem falar que se algum outro mago do tempo sentisse minha magia ela poderia ser anulada e eu teria problemas depois, então me transformar em um estranho morcego humanoide parecia bem mais pratico naquela hora.

— Diga, Meren... - continuo falando com ela telepaticamente

— O que?

— Você não poderia se transformar em qualquer animal voador a ir por conta própria? Você gostava muito de se transformar em dragões quando era menor

— Bem, você sugeriu isso na hora e eu não parei para pensar nessa possibilidade na verdade, mas acho que assim é melhor. - ela acaricia minhas costas - E além do mais, meus poderes como animaga são menos poderosos quanto meus poderes de elfa

— É verdade..... esse tipo de poder não é usado por outras espécies a muito tempo, não é?*

— É bem mais pratico usar poderes de espécie de toda forma, mas ainda é divertido me transformar em dragões, eu deveria fazer de novo qualquer dia.... a proposito

— O que?

— Acho que você fica adorável assim

— Você só pode ser cega. - rio - Segure-se, eu vou um pouco mais rápido agora

Conseguimos chegar no local em mais ou menos 10 minutos, foi realmente um alivio que não chegamos tarde, bati na janela quando Serafina estava se preparando para tocar o trompete para acordar Maxine.

— Ah, você chegaram, que sorte, achei que acabariam se atrasando de alguma forma. - ela abre a janela, Meren entra primeiro e eu me transformo em vampira de novo flutuando para dentro - Ainda preciso acordar a menina sátiro, então... - ela toca o trompete violentamente perto de Maxine, que acorda com um pulo - Ótimo, ótimo, meu trabalho está feito

— Você não tem coração? - diz Max em voz triste - Bem vindas de volta meninas

— Como foi de volta a sua casa, Max? - pergunto

— Foi ótimo, meus pais me levaram para passear o dia todo e comemos muitas frutinhas. - sorria alegremente como uma criança

— Vocês deveriam ir se arrumando logo, está começando o segundo mês da iniciação de vocês, ou seja, vão fazer a pista de obstáculos de novo, desejo a melhor sorte para vocês, mas não esperem conseguir tão cedo, aquela pista foi feita para você cair mil vezes até conseguir atravessa-la de olhos vendados na milésima primeira vez. - ela se ajoelha perto da cama de Francine e afaga a cabeça dela - Hora de acordar, Fran, está um belo dia para fazermos armas de destruição em massa. - diz sorrindo

— Não que você realmente precise de alguma, não é? - Maya responde friamente saindo do banheiro - Eu vou indo na frente. - saio do quarto batendo a porta

— Sempre de bom humor logo cedo. - Serafina fala para si - Vamos, Fran, eu deixo você usar aqueles cogumelos venenosos hoje, aqueles que só crescem uma vez por ano perto das cavernas de gelo, hoje temos uma entrega especial para a mestre, ela quer mesmo nossas bombas de veneno, então que tal começarmos agora?

Francine abre os olhos lentamente e estica seu braço para tocar suavemente a bochecha de Serafina enquanto balança a cabeça afirmativamente.

— Essa é minha mecânica, confio que vai fazer a melhor bomba e de amsi longe alcance hoje. - ela pega a menina no colo e puxa o macacão que ela sempre usa de cima do baú e o coloca no ombro

— Serafina, como você conheceu a mestre? - pergunto enquanto ela se prepara para ir embora

— Não é realmente uma historia interessante. - vira a cabeça sorrindo

— Mas vocês parecem se conhecer a muito tempo também

— Vamos as penas dizer que.... a mestre não conhece muitas pessoas nas melhores situações possível, quanto pior a situação, mais próxima ela se tornará da vitima, foi assim que ela conheceu você

— Como sabe disso

Ela sorri mais uma vez, mas não parecia um sorriso normal, era um sorriso assustador, senti um calafrio na espinha.

— Eu sou uma bruxa, eu sei de muitas coisas. - por um segundo vi seus olhos mudarem para um tom vermelho muito forte e brilhante - Agora temos que ir, grande dia de trabalho, grande encomenda e grande cliente hoje. - ela sai do quarto e a ultima coisa que vejo e Francine nos encarando pela ultima fresta que a porta deixou antes de se fechar, ela também tinha um olhar assustadoramente serio.

Serafina nunca confirmou, mas comecei a suspeitar de duas coisas, primeiro que ela era ou já foi uma mercenária, pois algumas das técnicas que ela usava para trabalhar eu mesma já havia visto na minha terra natal antes dos vampiros começarem a enlouquecer, segundo que ela fez algo muito ruim no passado e talvez ela nunca vá contar essa historia, mas tenho certeza absoluta de que quando ela conheceu a mestre.... ela não foi uma vitima.

Tentei esquecer isso um pouco e nos arrumamos para irmos tomar café, Max empolgadamente nos contava sobre sua aldeia enquanto comíamos e ela se sujava enquanto comia frutas vermelhas, então estávamos constantemente a limpando, aquilo era o mais próximo que eu conseguia senti de ser mãe. Como Serafina havia dito antes, fizemos mesmo o percurso outra vez, mesmo ele estando aberto para treinarmos nele o tempo todo e eu tendo passado por ele quase todos os dias no ultimo mês eu ainda era terrível nele, mas agora eu realmente não estava me deixando abalar por ele. Almoçamos na sala de alquimia como se costume, Serafina obrigava Max a se sentar em cantos onde não tivesse nenhum objeto de trabalho por perto para garantir que ela não estragaria nada, eu não interferia, isso era um medo real.

As lições da tarde foram bem mais tranquilas, eu já estava começando a pegar o ritmo de como as coisas funcionavam por ali, talvez por eu estar praticando o tempo todo ou por estar especialmente feliz naquele dia por conta da noite passada, seja lá o que fosse isso estava me ajudando, então seria melhor manter esse ritmo.

Mais uma noite comum, mas dessa vez Serafina trouxe clandestinamente uma televisão com ela, era relativamente grande, eu não tinha a menor ideia de como ela havia conseguido trazer isso para dentro, então apenas pensei "mercenária, certamente mercenária", além da televisão ainda trouxe um aparelho de vídeo game e uma sacola cheia de jogos que Francine carregava, nenhuma de nós se atreveu a perguntar como ela conseguiu e trouxe isso tudo para cá sem ser vista, aquilo tudo seria certamente confiscado se descoberto e todas nós congelamos quando vimos Maya entrar no quarto, ela certamente iria nos dedurar.

— Essas coisas não são permitidas aqui, você sabe disso. - fala diretamente com Serafina

— Ora, ora, é realmente um desperdício da nossa juventude ficarmos definhando aqui sem aparelhos eletrônicos, mesmo que eles não sejam tão utilizados assim, apenas queríamos usar nosso tempo livre da melhor forma, afinal..... jovens gostam de coisas diferentes, você não concorda? Achei que gostasse de coisas que saíssem da tradição. - sinto o clima pesado entre as duas e senti as intenções cruéis de Serafina por detrás daquele sorriso

— Causadora de problemas

— "Seguidora de tradições". - dá grande ênfase nas aspas, senti Maya se enfurecendo cada vez mais, mas ela respira fundo e tenta se acalmar

— Faça como quiser, mas não te darei cobertura se alguém descobrir

— Não se preocupe, você sabe que guardo segredos a sete chaves, não sabe?

 

Maya a ignorou e se deitou em sua cama, hoje ela estava com um livro diferente, provavelmente terminou o ultimo no tempo em que estivemos fora, Serafina ajeitou os cabos da televisão e nos chamou para jogar, tinham 6 controles junto com os jogos, Francine escolheu um jogo de corrida e me entregou animadamente dando pequenos pulos, ela estava realmente animada com aquilo, o que me fez pensar que Serafina o conseguiu exclusivamente para agradar à ela.

Depois de 3 horas jogando, Francine e Max acabaram adormecendo no chão, coloquei Max na cama e Serafina colocou Fran na dela como de costume, retirou os cabos da tomada e guardou tudo com muito cuidado dentro do baú e colocou um cadeado, acho que ninguém realmente se atreveria a mexer nas coisas dela sabendo o que tipo de arma que ela consegue fazer.

— Bem, então.... - ela fala comigo - Hoje foi um dia e tanto não foi?

— Acho que sim

— Eu tenho uma coisa para dizer a você, Emma

— O que?

— Regras são feitas para serem quebradas, sabia?

— O que quer dizer?

— Que se você ver alguma coisa que chame sua atenção e não for atrás por ser segurada por regras você vai acabar deixando seu futuro escorrer pelos dedos como areia. - ela sorri e eu fico em silencio imaginando o que ela queria dizer com aquilo - Agora vá dormir, acho que você vai ter uma noite longa. - ela se deita e eu escuto a porta do bainheiro se abrindo, Meren havia acabado de escovar os dentes

— Acho que não vou mais conseguir dormir com você como antes. - ela sussurra maliciosamente para mim enquanto se ajeita na nossa cama, que era quase uma cama se casal por ter duas camas juntas

— Vai ter que se controlar por um tempo até acharmos um lugar onde estejamos sozinhas

— Podemos fugir para fora de madrugada

— Você sabe que sair de noite sem supervisão é contra as regras

"Regras", a voz de Serafina ecoa na minha cabeça, mas ignoro e abraço Meren a deixando mais perto de mim, o calor de seu corpo me acalmava mesmo que eu pudesse sentir pouco, ela beija minha testa gentilmente como de costume.

— Boa noite, querida. - sussurra

— Boa noite


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Notas finais do capítulo

* Emma se refere aos poderes das classes de mago, animago, mago do tempo, mago dos elementos e espíritos da floresta, todo o mundo é dividido em países onde as criaturas predominantemente podem controlar um poder especifico entre os 5, entretanto com o passar do tempo algumas criaturas magicas como vampiros, elfos, bruxas e etc começaram a optar por não usar tanto esses poderes e se focarem em seus poderes de espécie, os únicos que ainda usam 100% desses poderes são os magos de nascença
A historia da Serafina e da Francine é realmente muito longa para ser contada aqui, então pensei que seria melhor fazer um spin off com poucos capítulos apenas para contar um pouco do que elas passaram, tem muita informação no passado delas, como o motivo da Francine nunca dizer nada e apenas Serafina confirmar que ela pode falar



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