Save the Hero escrita por Lost Satellite


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá



A história leva o nome da música Save the Hero - Beyoncé

Boa leitura!



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Emma andava distraída pela calçada, seus pés deslizavam livres sobre o cimento gasto. Chutava pedrinhas sem querer e a todo instante. Era a salvadora. Lidava com isso desde que resolveu aceitar esse fato. Quebrava maldições, salvava a cidade, as pessoas que ali viviam, salvava sua família e sua própria vida, salvava o final feliz de todos, mesmo que não fosse tecnicamente obrigada a isso.

Mas ela era a salvadora e se sentia no dever de salvar, tudo e a todos. Com exceção da única coisa que ela não fora capaz de salvar até agora, Regina e seu final feliz.

No princípio, ela achou que um final feliz era sobre merecimento. Depois começou a mudar de pensamento, não bastava apenas merecer, tinha algo que ela não entendia nos finais felizes. E como poderia, a cada batida de seu coração, que estavam contadas, ela percebia que não havia salvado seu próprio final feliz.

Segurou um tremor inesperado em sua mão, começou a se sentir ansiosa outra vez. Iria morrer. Sabia disso e não conseguia negar. Nervosamente pisou em falso e tropeçou no ar, caiu de cara no chão.

Foi ali, sentindo o frio do chão contra seu rosto, que ela entendeu. Não era apenas uma salvadora, ela era uma heroína também, e percebeu que em todas as histórias ninguém precisava salvar um herói. Mas ali estava ela, prestes a encarar o seu próprio fim, e quem a salvaria?

Não importava o quanto ela se esforçasse, o quanto lutasse, era o fim e ninguém poderia salvá-la. E ali, sentindo o frio e a aspereza do chão, ela quis desistir, nem  precisava se dar o trabalho de levantar, havia perdido, estava condenada, destinada a um fim precoce e violento. Fechou os olhos esperando que algo acontecesse, desejou um sinal que pudesse dizer que tudo ficaria bem.

− Emma. – ouviu a voz de Regina chegando até ela. – Emma! – Ela estava agachada ao seu lado, suas mãos balançavam os ombros de Emma.

− Vá embora. – Emma disse sem olhá-la.

− Está bêbada? – Ela perguntou confusa. – Vai adoecer, levante-se.

− Não preciso. – Ela finalmente abriu os olhos e encarou a outra.

− Não seja uma criança birrenta. – Ela levantou puxando Emma pela mão, com dificuldade as duas se colocaram de pé.

Regina ainda segurava a mão de Emma, sentiu quando um tremor percorreu da mão dela para a sua, sentiu também o movimento brusco de Emma para afastar Regina.

− O que há de errado com você? – ela perguntou demonstrando preocupação.

− Eu estou bem, apenas vá embora. – Emma não conseguia olhar Regina nos olhos, encarava os próprios pés.

− Não vou deixá-la aqui, onde está Killian?

− Você está vendo mais alguém aqui? – Emma abriu os braços gesticulando para o espaço ao seu redor. – Olha a hora Regina, você nem deveria estar aqui.

− Você está sendo rude, mas não vou culpá-la. Deixe-me adivinhar... Está se sentindo mal por causa daquelas visões e decidiu que precisava beber, e claro andar pelas ruas de madrugada e bêbada.

− Sei que estou errada, mas isso não importa.

− Claro que importa. Chateia-me o fato de não me chamar para beber com você. – Emma não esperava por essa resposta.

− Por que eu a chamaria?

− Pelo que consta, era você quem corria atrás de mim para que fossemos amigas, acho que beber quando se está mal é uma coisa que amigas costumam fazer.

 − Faz tanta questão assim de botar o nariz onde não é chamada? – Emma perguntou ácida.

− Apenas pare de fazer o que está tentando. Não vai me fazer ir embora, muito menos afastar-me. – Ela disse enganchando seu braço no de Emma. – E chega de bebida pra você, vou levá-la pra longe desse frio.

Não demorou para que a magia de Regina as envolve-se transportando ambas para a sala de sua casa, a lareira estava acesa e o ambiente quente e acolhedor.

− Se quiser ficar no chão da minha casa, não vou impedi-la. – Regina disse soltando Emma.

− Quer mesmo fazer piada sobre mim?

− Você está se tratando como uma piada.

− Não fiz piada, quando percebeu que não teria um final feliz. – Emma disse a encarando.

− Agora vejam quem está com a língua afiada.

− Eu vou morrer, Regina, essa é a piada.

− Não vai não, nós sempre damos um jeito. – Regina esforçou-se para não demonstrar preocupação em sua fala.

− Errado, eu dou um jeito, mas dessa vez não haverá uma salvadora para dar um jeito.

− Pare de dizer bobagens. Esta cidade está cheia de heróis, há no mínimo meia dúzia para salvá-la, Swan.

− Heróis salvam as vítimas em apuros, eu não sou uma vítima.

− Está certa, você não é uma vítima, é uma Salvadora, uma heroína.

− E quem salvará a heroína? – Emma perguntou, sua mão tremendo violentamente. – Olha pra isso, não posso controlar.

Regina não disse nada, mas encurtou a distância entre elas, segurando sua mão entre as suas.

− Emma, eu quero que pare de pensar nisso. Bebeu demais, e já tem se torturado com isso por muito tempo. – Elas se olharam nos olhos. – Olhe para mim, eu estou aqui, e você não vai morrer, não hoje, nem amanhã e nem quando chegar a hora dessa estúpida visão acontecer.

− Quem irá me salvar? – Emma perguntou, as lágrimas escorriam por sua bochecha.

Levou alguns segundos para que Regina entendesse os temores da outra. Medo da morte, algo naquelas visões faziam com que Emma congelasse de medo. Ela nunca havia pensado sobre isso, sobre perder Emma. Nunca chegou a ser uma possibilidade. Emma Swan chegou a sua vida como uma presença inconveniente, a qual Regina tentou inúmeras vezes se livrar, mas agora, ela começou a sentir a eminente preocupação em sua perda.

− Eu salvarei. Prometo. – Não importa o que teria que fazer, ela faria, simples assim. Não deixaria Emma vagar por esse pensamento outra vez. Ela já havia experimentado a sensação de saber que ninguém pode salvar sua vida.

Estava tão absorta que não percebeu o ferimento no queixo de Emma.

− Você se machucou. – Ela disse tocando o rosto de Emma.

− Eu não ligo. – Ela deu de ombros.

− Fique parada. – Regina estendeu a mão sobre o ferimento, e num passe de mágica ele sumiu. – Novo em folha. Agora, por que não preparamos uma cama para você dormir?

− Eu tenho que ir pra casa... deixei meu carro... – ela parou de falar, não se lembrava de onde havia deixado o carro.

− Se pensa que vou deixá-la sair nesse estado. Fique, e amanhã você não terá se arrependido.

Emma a olhou outra vez, olhos meio perdidos, meio brilhantes.

− O que foi? – Regina perguntou.

Estavam paradas no meio da sala, Regina ainda segurava a mão de Emma.

− Não me olhe assim, Emma, não vou deixá-la sair assim, amanhã estará livre, mas agora seremos responsáveis.

 − Eu vou... ficar. – Ela disse cedendo.

Regina não levou mais que dez minutos para aprontar tudo, um quarto de hóspedes aguardava Emma.

− Aqui, deixe-me ajudá-la. – Regina se ofereceu, auxiliando Emma a tirar a jaqueta, o que fez com que Emma se desequilibrasse e caísse sobre a cama puxando Regina ao seu lado.

− Desculpe. – Emma Disse virando o rosto na direção da outra, seus narizes quase se tocando.

− Lembre-se de não beber assim outra vez, afinal o que tanto tomou? – Ela sentou-se na cama enquanto perguntava.

− Não faço ideia. – Emma notou o braço de Regina ao seu lado, muito próximo, analisou a pele levemente bronzeada, e sem pensar deslizou a mão sobre ele, o que fez com os pelos do braço dela se eriçassem.

− O que está fazendo? – Regina perguntou constrangida.

− Desculpe.

− Eu vou dormir. – Ela ia se levantar, mas Emma a segurou.

− Por favor, não vá. Fique comigo.

− Swan... – estava preparada para argumentar algo, mas as palavras lhe fugiram da boca quando olhou nos olhos de Emma, que a encarava perdida e confusa. – Você não está sozinha.

Deitaram-se na mesma cama, lado a lado.

− Estou com medo. – Emma disse num sussurro sonolento e distante.

− Eu também. – Regina disse alguns segundos depois, mas a outra já adormecera, não restara nada a ela se não segurar a mão de Emma, e pedir aos deuses para que, só dessa vez, ambas pudessem ter um final feliz.


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Notas finais do capítulo


Olá

E então o que acharam?

Até breve!



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