Romântico Anônimo escrita por Lia Salvatore


Capítulo 1
Dez Anos Atrás


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, eu e a Nati fizemos esse capítulo e estamos preparando essa fanfic com muito amor para vocês, esperamos que vocês gostem.
Boa Leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/726537/chapter/1

Fevereiro de Dois Mil e Sete, dez anos atrás...

 

Era começo de fevereiro, o mês que é marcado pelos casais apaixonados, corações vermelhos, declarações e principalmente o amor, um mês que é esperado, desejado e adorado por muitos, e detestado por outros. Para o menino de cabelos tão negros quanto o petróleo, que habita o mais profundo lugar abaixo do mar, e olhos verdes como as águas do oceano era um mês de admirar o amor e o grande poder que ele tem sobre os homens e mulheres, que tem o privilégio e honra de ter tal sentimento e que tem o poder de causar as mais diversas atrocidades, mas também os mais belos e maravilhosos momentos da vida de alguém.

 Desde pequeno adorava ver tais demonstrações desse lindo sentimento, ver os casais passeando de mãos dadas com sorrisos bobos nos rostos, os homens entregando flores, joias, chocolates e bichos de pelúcia para as mulheres, que se derretiam em lágrimas e recompensava-os com beijos apaixonados e no final trocavam o tão famoso e temido por muitos, EU TE AMO. Para Perseu se uma pessoa tivesse encontrado o amor e tivesse o seu amado ou amada ao lado, esse sujeito era completo e não precisava de mais nada na vida.

Com apenas quatorze anos Perseu já era um garoto bastante responsável, sua mãe Sally Jackson, sempre esteve presente em sua vida e lhe deu uma boa educação, junto com muito amor e carinho. Ela perdeu o seu marido quando ele tinha apenas sete anos nos ataques de onze de setembro às torres gêmeas do World Trade Center, ele trabalhava na torre Norte. Foi um baque muito forte para os dois, principalmente para o pequeno menino que amava o seu herói, mas mesmo depois da tragédia eles seguiram em frente, e seis anos e meio depois o amor bateu na porta do coração de Sally e desde então ela namora Paul Blofis.

Se sentia feliz pela mãe ter conseguido encontrar o amor outra vez, ela mais do que ninguém merecia essa chance rara. Sally se desdobrou para poder manter a casa, escrever seu livro, ser dona de casa e dar atenção ao seu filho, uma verdadeira guerreira, que aguentou a tristeza e saudades do falecido esposo e passou por cima de várias pedras no seu caminho e venceu, conseguiu terminar seu livro que fez muito sucesso, com isso, conseguiu estabilidade para poder se dedicar mais a escrita e ao seu filho.

Apesar de tudo, Perseu é feliz com a vida que tem, mora em Manhattan num apartamento de classe alta e é considerado rico, mas não liga para isso, pois como sua mãe sempre diz “Riqueza não traz felicidade, nunca trouxe e nunca vai trazer, apenas o amor tem esse poder” e a partir daí o amor tornou-se seu maior sonho. Encontrar a sua alma gêmea, a parte que lhe foi arrancada por Zeus no começo dos tempos.

Uma vez na biblioteca achou o livro ‘’O Banquete’’ do filosofo grego Platão, ele dizia que os homens eram seres completos, de duas cabeças, quatro pernas, quatro braços, o que permitia a eles um movimento circular muito rápido para se deslocarem. Porém, considerando-se seres tão bem desenvolvidos, os homens resolveram subir aos céus e lutar contra os deuses, destronando-os e ocupando seus lugares. Todavia, os deuses venceram a batalha e Zeus resolveu castigar os homens por sua rebeldia. Tomou na mão uma espada e cindiu todos os homens, dividindo-os ao meio. Zeus ainda pediu ao deus Apolo que cicatrizasse o ferimento (o umbigo) e virasse a face dos homens para o lado da fenda para que observassem o poder de Zeus. Dessa forma, os homens caíram na terra novamente e, desesperados, cada um saiu à procura da sua outra metade, sem a qual não viveriam. 

Achou várias outras explicações para a pauta Alma Gêmea, mas a de Platão era a sua preferida, pois concordava com ele. O homem apesar de ter seu lado bom, tem também seu lado ruim e por isso Zeus os castigou, e apesar de tudo ainda temos a chance de encontrar a nossa metade, pode ser difícil, demorar ou até impossível, mas temos essa chance. Toda vez que via algum casal, Perseu se lembrava desse pensamento e isso o dava esperança de que a sua vez ainda ia chegar.

Era o primeiro dia de fevereiro, uma quinta-feira cinzenta em Nova York e o céu ameaçava uma chuva forte a qualquer momento, mas o jornal afirmara que ela só cairia no final da tarde. Perseu tinha acabado de tomar o seu café e se dirigiu a porta, mas antes parou no pequeno armário onde ficava os agasalhos, toucas, luvas e cachecol, e pegou seu casaco, cachecol preto e seu gorro, também preto, depois de se agasalhar para o frio intenso da cidade pegou sua mochila azul marinho e saiu do apartamento, indo em direção aos elevadores.

Chegou na calçada em frente ao edifício e olho para os lados da rua, e logo avistou o grande ônibus amarelo vindo o buscar para mais um dia de aula. O ônibus parou e abriu a porta para ele, cumprimentou o motorista com um bom dia e foi se senta no fundo, já que era um dos cinco primeiros a ser pego tinha mais opção de escolha de onde senta. Colocou sua mochila no colo e pegou um livro de história, tinha um pequeno teste nas primeiras aulas e queria se certificar que tinha aprendido todo o conteúdo.

Já faltava dez minutos para o sinal bater quando o ônibus, agora lotado de alunos, para em frente ao colégio Good High School. Perseu espera todos descerem para sair, sabia que se fosse junto seria exprimido que nem laranja, isso se não fosse empurrado e caísse no chão.

— Bom trabalho, Sr. Cooper. – desejou ao senhor já de certa idade depois de sair do ônibus.

— Obrigado garoto e boa aula. – Perseu apenas sorrio e se virou para o enorme prédio a sua frente.

Respira fundo e segue em direção a entrada, segue para o seu armário. Depois de guarda e pega o que precisava para as próximas aulas, duas de história e duas de matemática, seguiu para sua sala e se sentou na primeira carteira perto da porta, ficou revisando o conteúdo até o professor chega com uma pasta cheia de papéis.

— Boa sorte a todos e peço mais uma vez, sem colar pois todos têm capacidade de fazer esse teste. – dizia o professor Paulo Lopez, um cara jovem que tinha começado a lecionar a dois anos, mas que era muito simpático e sempre estava disposto a ajudar qualquer aluno.

— Boa sorte, Percy. – desejou para o moreno quando entregou-lhe a folha.

— Obrigado. – sorrio e se virou para sua mesa.

Percy era o apelido que Paulo lhe deu no primeiro dia que chegou na escola, Perseu se ofereceu para ajudar ele a conhecer a escola e os alunos, e desde então eles são amigos, mesmo com muitos alunos falando pelos corredores que ele se aproveitava para tirar boa nota. Mas isso nunca incomodou Perseu, ele sabia que as notas que tirava era por seu esforço e empenho nos estudos, e por isso não dava bola.

Fez sua prova tranquilo, prestando atenção em tudo, e depois de responder as quinze questões, pegou sua mochila e seu casaco e foi em direção ao corredor. Saiu da sala e virou o corredor para ir para o seu armário, só não contava que uma garota estivesse correndo na mesma direção, e com o choque dos corpos Perseu caiu com a garota em cima dele.

— Aí. – gemeu sentindo suas costas doerem com o impacto no chão, mas ao olhar para cima esqueceu dela na hora.

— Ai meu Deus, me desculpa. – falou a garota, enquanto se levantava ela estendeu a mão para Perseu, que olhava para ela atônito, nunca vira uma garota tão bonita como ela. Loura, de cabelos cacheados, que alcançavam até a altura de seus ombros, descendo, escorridos como cascatas de um dourado cintilante, sua pele clara e cheia de sardas, seus olhos cinzentos e um sorriso encantador.

Ela pareceu ficar sem graça e vermelha, por conta da atenção exclusiva que o garoto estava lhe dando, pigarreou, chamando atenção para si.

— Não foi nada. – conseguiu dizer o moreno de olhos verdes, que fitava os olhos da garota a sua frente, ela sorriu.

— Prazer, Annabeth. – estendeu a mão para Perseu, que a apertou assim que notou o movimento. – Qual seu nome?

Perseu pensou em responder, quando foi interrompido por uma garota de cabelos negros e espetados, seu estilo era meio punk, seus olhos de um azul profundo e eletrizantes.

— Annabeth! Annabeth! – puxou a loura para si. – Vem, preciso te mostrar uma coisa, é urgente.

Não deu nem tempo de o moreno dizer seu nome, nem ao menos se despedir, quando percebeu, a loura já tinha sumido pelos corredores do colégio, já Perseu, bem, ele ficou ali, parado, estático, encostou em seu armário e soltou um suspiro fraco.

— Uau, que garota simpática. – sorriu com a lembrança daquela profundidade cinzenta invadindo suas órbitas verdes.

Com o mesmo sorriso em seus lábios e olhos, que ficaram gravados em sua mente, foi para o seu armário. Deixou seu livro de história e pegou o de matemática e colocou os óculos que tinha esquecido. Perseu usava óculos há dois anos, era para descanso, para não força muito a visão que sempre estava sendo usada pelo garoto, que sempre lia algo, se não fosse um livro físico era um digital ou então navegando na internet.

Fechou a mochila com tudo que precisava para a próxima aula, e assim que fechou o armário foi para o pátio, esperar o tempo passar para a aula. Naquele dia não teve um único segundo que os olhos cinzentos e a dona deles não saíssem de sua mente.

Três meses depois...

Nesses meses que se passaram Perseu continuo o mesmo, apenas pelo fato, que agora ele tinha virando uma sombra para a mais nova aluna da Good, Annabeth Chase. Tinha se mudado de São Francisco, tem quatorze anos, veio com o pai para Nova York, é muito inteligente e faz aniversário no dia doze de julho. Poucas informações, básicas na realidade, mas para Perseu era só questão de tempo, pois, virou seu hobby conhecer e descobrir coisas sobre a loura que fez seu coração parecer um motor de Ferrari. O garoto não tirava mais da cabeça a imagem de Annabeth, além de ficar vagando pelos corredores nos horários livres atrás dela, apenas para observar aquela que fazia seu coração disparar apenas ao escutar seu nome.

Thalia e Jason Grace, Nico e Bianca Di Angelo, Piper McLean, Silena Beauregard, Charles Beckendorf, Chris Rodriguez, Clarisse La Rue, Hazel Levesque e Frank Zhang foram os amigos que a loura conquistou no primeiro dia de aula, fora o coração do moreno, mesmo sem percebe, ou querer. Era incrível como seu jeito o encantava, como ela ajudava seus amigos no que fosse e sua inteligência era o que mais chamava a atenção. Com certeza Annabeth Chase era a garota que mais o interessava.

Não era só isso que tinha mudado, ele fazia as coisas com um sorriso bobo no rosto e isso não passou despercebido por sua mãe, Sally não perguntou nada, mas seu coração de mãe sabia que o seu menino tinha se encantado por alguma garota, e torcia muito para que logo, ele lhe contasse tudo, como sempre fez.

Sete de Maio de Dois Mil e Sete, primavera...

Perseu passava a maior parte de seu tempo livre, buscando formas de como entender o que estava sentindo, ele sabia que o risco que corria em não ser correspondido era enorme, mas ao mesmo tempo, ele tinha a certeza, de que não estava sentindo aquilo tudo à toa.

Todos os dias nos intervalos, Annabeth passava por ele e o cumprimentava apenas com um aceno, ele sorria tímido, e ao mesmo tempo, sentia-se um pouco frustrado por nunca ter conseguido dizer seu nome a ela, mesmo ela já sabendo, por fazer as matérias de álgebra e artes com ele.

Perseu abriu seu armário, pegando ao fundo, um saco pardo, onde levava seu lanche, que já estava um pouco amassado, por conta da pressa em trocar os materiais, nos intervalos entre as aulas, fechou o armário com o saco em mãos, seguindo até o final do corredor, que dava ao refeitório do colégio.

Assim que adentrou o recinto, percebeu Annabeth sozinha, num canto, sentada, parecia chateada, respirou fundo e decidiu se aproximar.

— Olá Annabeth, posso me sentar aqui? – perguntou o moreno, ainda tomado pela timidez.

Annabeth se surpreendeu com a aproximação repentina do garoto.

— Claro, Perseu. – respondeu. – Sente-se.

Um silêncio tomou o ambiente, enquanto Perseu tirava seu lanche de dentro do saco, todo amassado, o lanche era simples e estava enrolado em papel filme, Annabeth observava o que o garoto fazia, curiosa talvez pela atitude que ele tomara em seguida.

Perseu partiu o lanche ao meio e o ofereceu a loura que estava observando o que ele fazia.

— Toma, pega metade. – falou o garoto, entregando o pedaço do sanduiche, nas mãos de Annabeth. – Está um pouco amassado, mas pelo menos, você não fica com fome.

— Como? Como sabe que esqueci meu lanche? – perguntou curiosa.

— Na verdade, eu não sei. – respondeu. – Só imaginei que não estivesse com ele, porque, além de estar sentada sozinha, não tem nada nas mãos e me pareceu triste.

— Uau, você é bem observador, Perseu. – o garoto, sorriu tímido. “Não imagina o quanto”, pensou, lembrando-se de todas as vezes que ficou atônito, observando Annabeth. – Obrigada.

— De nada. – falou antes de dar a primeira mordida em sua metade, aproveitando para observar o sorriso no rosto da garota, que saboreava o outro pedaço, fazendo com que o coração do moreno palpitasse de alegria.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Curtiram?
Cometem o que acharam
Favoritem se gostaram
Recomendem se amaram.
Beijocas e até mais♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Romântico Anônimo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.