Uma jovem baixinha do quinto ano estava olhando seu horário. A jovem Mariana, que era da Casa Winos, estava observando seu horário e se animando que, no dia seguinte, haveria aula de Feitiços com o professor John Hernonum. Ela adorava o professor, que era gentil com os alunos dedicados e inteligentes.

Tales chegou perto da garota e se sentou do seu lado. 

—Mari, quais são as suas aulas com os quintanistas do Solus? - perguntou ele.

—Não sei, mas sei que não vai ser aula de voo, já que preciso estar no solo. - disse ela, sorrindo em seguida.

—Eu estou falando sério! - disse ele. - Mas esquece! Vai se inscrever pro quadribol? 

—Não. Muito esforço pra receber apenas uma taça de quadribol...- disse ela.

—Mari, quadribol não é uma simples taça, cara! É ganhar usando seus reflexos e habilidades. - disse ele. - E eu ainda quero pegar o pomo de ouro mais rápido que você.

—E o que lhe dá tanta certeza disso? - perguntou ela.

—Eu somente preciso de minhas habilidades. Mas somadas a ela, eu tenho uma firebolt. - disse ele.

A garota ficou olhando, lerda, para ele. Seus olhos piscaram, demonstrando que ela não sabia o que era aquilo.

—É uma vassoura incrível! - disse ele.

—Ata! E o que torna ela tão incrível? - perguntou a jovem.

—Ela tem uma aerodinâmica perfeita e uma aceleração extremamente alta, além da leveza no voo.

—Posso experimentar ela? - perguntou a jovem. Tales confirmou com a cabeça e os dois levantaram.

Caminhando até o dormitório da Casa Solus, os dois conversaram sobre os horários novos. Falaram sobre os jogadores de quadribol de suas casas e acabaram discutindo sobre o time que seria campeão da escola.

Tales pegou a firebolt e saiu do dormitório, enquanto Mari esperava fora. Os dois saíram da escola e desceram as escadas, enquanto conversavam. Eles perceberam que alguns casais estavam sentados nas escadas, tendo encontros românticos. 

Correram até o campo de quadribol e Tales montou na vassoura.

—Será que podemos pegar um balaço e testar a vassoura? - perguntou Mari. Mas Tales apenas deu um impulso e a vassoura voou. Ela era veloz e extremamente leve, sensível a qualquer toque de curva que Tales fazia.

O jovem fazia manobras, testando a vassoura e sentindo os cabelos voarem ao vento, deixando-os muito bagunçados. Mari observava o garoto voar e, apesar de ser preguiçosa, sentiu vontade de voar naquela firebolt. Após alguns minutos, Tales desceu e deixou a garota montar na firebolt, e ela voava bem, fazendo manobras para testar o equilíbrio da vassoura, assim como Tales. Ficaram duas horas reversando a vassoura, jogando pedras pro outro apanhar e outras coisas. Quando terminaram, estavam suados e com sorrisos estampados no rosto.

***

Leoffer estava sentado em uma poltrona, observando vários alunos de Winos conversarem. Com sua varinha na mão, ele lia um livro de feitiços e azarações. Ele viu uma mosca voando, mirou a sua varinha na direção dela.

—Estupefaça. — sussurrou ele, e a mosca perdeu o rumo e começou a cair. O garoto, rapidamente, mirou a varinha para a mosca caída no tapete. -  Enervate.— disse ele, e a mosca voltou para a sua sanidade.

Ele estava dominando bem este feitiço estuporante, o que fez ele sorrir. O garoto guardou a varinha nas vestes e pegou o livro.

Ele subiu para o seu dormitório e viu alguns garotos do primeiro ano. Um deles era moreno com cabelos lisos e arrepiados. Ele olhou para o jovem e sorriu.

—Olá. Prazer, me chamo Danilo Martenzo. - disse ele. Leoffer cumprimentou ele com um sorriso rápido.

—Me acho Leoffer. - disse ele. O garoto observou os outros dois jovens no local. Um deles era gordinho, de cabelos loiros e lisos. O outro era alto para a sua idade, tinha dois olhos azuis extremamente claros e parecia que tinha um sorriso estampado na rosto que era impossível de se tirar. O quarto dos alunos do primeiro ano que eram da Casa Winos era um quarto grande, com sete camas,o que levou ele a crer que sete garotos foram selecionados para Winos naquele ano, desconsiderando as garotas. Ele caminhou até a sua cama e se deitou. Leoffer deduziu que fosse sua, pois seu malão estava do lado dela.

Ele escutou a porta se abrindo e Danilo começou a conversar sobre quadribol com as pessoas que acabaram de entrar. A conversa fez apenas o garoto olhar para o relógio e perceber que eram quatro horas da tarde.

Sua mente começou a se encher de expectativas para as aulas do dia seguinte, e então, percebeu que não havia decidido quais aulas opcionais faria. O curso de Desaparatar, estudado pelos jovens de Castelobruxo desde o primeiro ano, era uma boa ideia. As expectativas também surgiram com relação as pessoas e a própria escola.

O dia se Leoffer se seguiu e a única coisa ruim nele foi ter se assustado com a armadura que gritou. O almoço tinha sido incrível e o lanche da tarde também. Após isso, o garoto decidiu visitar a biblioteca para ler alguns livros e pegou seu horário das aulas fixas.

Os alunos acordavam as seis horas, quando o café da manhã era servido. As aulas obrigatórias começavam as sete horas e terminavam ao meio-dia. Sendo quatro aulas obrigatórias por dia, cada uma com cinquenta e cinco minutos de duração. Entre a segunda e a terceira aula, havia um intervalo de uma hora para o lanche da manhã. O almoço era servido as uma hora da tarde e terminava as duas. Duas e meia começavam as aulas opcionais, que eram duas por dia e tinham o mesmo tempo de duração. As quatro e meia, quando acabavam as aulas opcionais e era servido o lanche da tarde e os alunos podiam ficar livres até as sete horas, quando era servido o jantar. Todas essas informações foram passadas para os alunos do primeiro ano pelos monitores e Leoffer as revisava em sua mente, pensando no que poderia fazer nos horários vagos. 

O jovem notou que ficara na biblioteca por muito tempo, pensando. Quando olhou para o relógio, percebeu que faltavam cinco minutos para o jantar ser servido. Leoffer se levantou, guardou os livros foi até o Salão Principal, aonde eram servidas as refeições. O salão era extremamente grande e havia seis mesas com um comprimento enorme e uma largura normal, sendo duas mesas para os alunos de uma casa. As duas mesas da esquerda com relação a entrada eram para os alunos da Winos, as duas do meio eram para os alunos da Casa Lunos e as da direita eram para os alunos da Solus. A mesa dos professores era perpendicular a dos alunos, mais ao fundo da sala, mas os professores não ficavam direcionados aos alunos. Suas cadeiras arrodeavam toda a mesa, que era igual a dos alunos. 

O Salão Principal era localizado no segundo andar do templo, e não na parte interna da pirâmide da estrutura. Ele era dourado e iluminado por archotes. Havia janelas com uma largura pequena, mas uma altura incrível, que mostravam o céu estrelado. As janelas ficavam na parede atrás da mesa dos professores e verticalmente perpendicular a mesma. Um arco era localizada no topo destas janelas, fazendo apenas parte da arquitetura do local.

A comida era convocada para os pratos e bandejas nas mesas e os garotos se serviam. Variedades de comida estavam a mesa e muitos alunos nem sabiam o que escolher, pois havia muita comida. Havia bandejas com pilhas de sanduíches de hambúrgueres, bandejas com costelas de porco, com frango ou pernil. Também havia várias jarras com variedades de sucos e alguns alunos insistiam que havia uma jarra com refrigerante.

Após os alunos terem jantado, os pratos, bandejas, copos e talheres ficaram limpos e então, foi servido a sobremesa. Assim como o jantar, a variedade de sobremesas era grande, desde pudim de leite-condensado até sorvete de chocolate. Os alunos comeram a sobremesa e alguns comentaram que, se continuasse assim, iam voltar gordos para casa.  

Após a janta, os alunos do primeiro ano foram acompanhados até os dormitórios e o resto do dia se seguiu, com alunos animados para o inicio das aulas.

Leoffer voltou para o seu quarto e se deitou na cama. Quando chegou, já havia um garoto dormindo e roncando levemente, mas isso não o atrapalhou.