LAS AMAZONAS - Esperando por seu amor escrita por SENHORA RIVERO


Capítulo 3
Capítulo 3 - O furacão




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INÊS— Então, foi só por isso que você me quis novamente? Para ter seu filho! – ela tentou erguer-se, mas ele a segurou com força e fez sentar-se em seu colo. Inês debateu-se alguns segundos depois observou a fala dele.

VITORIANO— Eu sou louco por você, mulher! Agora me beije e me deixe entrar em você novamente!

INÊS— Não, Vitoriano, não vai mais tocar em mim...

Inês afastou-se dele sentindo todo seu corpo estremecer. Amava aquele homem, queria-o como nunca desejara ninguém mais, porém não era fácil acreditar que todos aqueles momentos de paixão, que toda sua entrega, era apenas para satisfazer o eterno capricho de Vitoriano em ter filho varão.

Aqueles lábios quentes, que tinham o poder de adormecer qualquer dúvida, qualquer temor, eram os mesmos que sorriam para ela enquanto faziam amor. Aqueles lábios de desejos e entregas eram os que podiam mentir sobre um futuro que ela tinha medo de desejar? Se ele estava mentindo apenas para ter o filho, ela não poderia se conter...

VITORIANO— Inês!

Vitoriano gritou com um pouco de tensão na voz, não gostava de ser ríspido com ela, mas às vezes, saía do sério. Depois de toda aquela paixão, de se entregar a ele e dizer que o amava com todo loucura, por que se revoltar diante da possibilidade de terem um filho?

Não via cabimento naquele argumento de Inês, será que ela dissera aquilo apenas para fugir dele? É claro que não estava planejando apenas engravidá-la, ele a amava. O planejamento era estar com ela, para todo sempre, para toda a vida.

INÊS— Vou embora! – ela respondeu ríspida buscando por suas roupas na caminhonete.

Ele sorriu do desespero dela em se cobrir e admirou o corpo belo. Inês sempre insistia em conservar-se recatada em trajes sempre elegantes e pouco provocantes. Era isso que o fascinava, quanto mais ela se cobria, mais desejo sentia.

Ao contrário de sua esposa, Inês o deixava enlouquecido por aquilo que ele não podia ver e que desejava com todo loucura. O corpo dela era um templo onde só ele podia amar... ele e o maldito marido dela.

VITORIANO— Morenita, por Deus! Venha até aqui e aproveite um pouco mais o momento! – pediu sorrindo, esperando que ela baixasse a guarda.

INÊS— Para quê? – falou zangada já com parte de sua roupa posta. – Para você me encher de seu desejo de fazer um filho? É para isso que quer que eu volte aos seus braços?

VITORIANO— É para te encher de beijos, de carícias! Eu te amo! Te amo mais que tudo! – ele sorriu e observou a forma dela buscar o que faltava em suas vestes. Estava mais linda do que nunca, os olhos verdes faiscantes de raiva.

INÊS— Eu não posso ter um filho com você, Vitoriano!

Ela por fim, estava sendo sincera e demonstrando seus sentimentos reais. Os olhos transpareciam a tristeza absurda de ser a outra mulher na vida dele. Não era a primeira vez que caía nos braços do homem que amava e em todas as vezes ela sabia, não terminava bem.

VITORIANO— Você não quer ter um filho meu, Inês, mas tem um filho dele!

A voz de Vitoriano ficou mais grave e ele começou a vestir-se enquanto discutia com ela. Inês sentiu-se fragmentar com aquele argumento. Como contestá-lo? Com explicar a ele tudo que era necessário? Como ser a faca que destruiria aquela aparente vida sem tensão que levavam?

INÊS— Não fale do que você não sabe! – recuou com aquela conversa, sabia bem onde ele queria chegar.

VITORIANO— Como posso saber, Inês, se você nunca, NUNCA me diz a verdade?

Vitoriano aproximou-se dela com atenção. Ainda sentia vontade de deitar-se naquela relva e continuar a fazer o amor. Não queria brigar, não queria voltar à fazenda, queria apenas beijá-la e esquecer-se de tudo!

INÊS— Vamos embora! – Inês sentiu-se fraquejar ao vê-lo perto novamente.

Ela nunca tivera coragem de esclarecer aquele casamento com Loreto, que se arrastava até aqueles dias. Sabia que no dia em que dissesse a Vitoriano que Loreto havia sido violento com ela e que inclusive abusara dela, Vitoriano o mataria.

Como condenar ao homem de sua vida a uma condição com aquela? Como tornar o homem mais gentil que conhecera em um assassino? Verter aquela bondade que era tão fundamental ao mundo a um emaranhado de ódio e vergonha.

Não tinha saída quanto aquele segredo. Era melhor que Vitoriano passasse toda vida acreditando que ela amava a Loreto e que o havia trocado do que ele ser preso para defendê-la de um passado de violência que não podia ser alterado.

Podia se lembrar da tristeza ao abandonar a cidade em braços de Loreto, podia recordar cada uma das vezes em que implorara para não ser tomada a força e ele mesmo assim, o fizera. Loreto não tinha coração, nem alma.

Loreto tinha desejo absurdo por ela. Um desejo que o impedia de ter consciência de sua crueldade, da maldade de escolher ter uma mulher contra sua vontade. A cada noite que ele escolhera passar com ela, um pouco da alma de Inês deixava de sorrir.

Por fim, ela resignara-se e ele então fora preso. Estavam distantes deste então... mais de sete anos. Agora, contrariando todas as expectativas o juiz aceitara apelação de libertação de Loreto e o mesmo fora libertado e recebera uma indenização como comprovação de sua inocência.

VITORIANO— Não! – Vitoriano segurou nos braços de Inês com loucura, a respiração bufando como um animal em vias de cópula. Aquela mulher o deixava louco!

INÊS— Solte-me! – ela pediu aflita já sentindo todo corpo corresponder a ele.

VITORIANO— Diga-me de uma vez, Inês, por que me trocou por aquele homem? Eu sei que ele quer você de volta! Sei que ele te ligou e que vocês tem um encontro hoje à noite!

Inês soltou-se dele assustada, o que Vitoriano estava dizendo, como ele sabia de tudo aquilo?

INÊS— Está me vigiando? Como você... – foi interrompida por ele, que já se aproximava novamente.

Vitoriano sentiu-se fraquejar, odiava ter que admitir que ela estivera com outro, que aquele amor, aquele corpo estivessem sob os cuidados de alguém que não fosse ele. Controlou a respiração e observou o rosto dela assustado em sua frente.

VITORIANO— Não estou te vigiando, Inês... apenas queria que você estivesse segura e me certificar que nenhum...

INÊS— Homem estaria perto de mim, é isso? – esbravejou sentindo o controle dele sobre sua vida. – Você tem uma mulher, Vitoriano!!!! Você se casou novamente! Você vai ter um filho com ela!!! E espera que eu seja o quê sua? Sua amante? – os olhos encheram-se de lágrimas.

VITORIANO— Inês, meu amor... eu... – ele tentou tocá-la, mas ela não aceitou o toque e afastou-se furiosa.

Que loucura era aquela? Como poderia imaginar que ele a mantinha assim, sob custódia, sob vigilância. Por mais que Vitoriano insistisse em se explicar, Inês não queria ouvir. Era muita informação para uma única manhã.

INÊS— Por favor, me leve para casa... – esticou a mão num gesto de recusa aos braços dele. – Eu preciso ficar sozinha...

VITORIANO— Morenita...

INÊS— Vitoriano, por favor...

VITORIANO— Eu não posso imaginar que você vai voltar aos braços daquele homem, eu fico louco!

Inês não desejava nunca mais ver Loreto. Ela sabia o que lhe custava estará ao lado dele, mesmo assim sentia que ela era capaz de cumprir suas ameaças de matar Vitoriano caso ela não regressasse aos seus braços.

INÊS— Eu não estou nos braços de Loreto, eu estava no seus! – a voz foi firme e os olhos intensamente verdes buscaram os olhos castanhos dele. – Mas isso acabou! Por favor, me leve para casa ou vou sozinha!

Sem dizer mais nada Inês subiu na caminhonete e aguardou que ele também viesse. Sentiu as lágrimas em seus olhos, mas não as verteu... Guardaria aquela dor para quando estivesse sozinha, aquela dor era sua, só sua...

Vitoriano entrou na caminhonete com o lençol nas mãos e com raiva o remessou no banco de trás da caminhonete, sentando-se ao volante logo em seguida. Estava tudo acabado de novo... mais uma vez estavam distantes!

VITORIANO— Inês, eu te amo... Eu só quero o seu bem. Eu quero você do meu lado. – insistiu tentando consertar tudo.

INÊS— Você me quer? Você me ama e me deseja tanto assim? – ela virou-se concentrada em busca da resposta.

VITORIANO— Mais que tudo, minha Morenita...

INÊS — Então, decida sua vida e se divorcie de sua esposa!

Vitoriano ficou observando a expressão firme que Inês utilizou para puni-lo e depois ligou o carro. Estava acabada aquela parte da história, na tentativa de demostrar amor e não vê-la partir em direção a Loreto, ele apenas acelerara o processo.

Deu partida e em silêncio os dois se dirigiram a fazenda. Naquela manhã, o sol não brilharia mais, embora estivesse bem firme a iluminar o céu.

Durante todo o dia, as amazonas filhas tiveram de aguentar o mau humor daquele pai insatisfeito. Vitoriano fora grosseiro com Débora, brigara com Conny e simplesmente não dera nenhuma atenção as solicitações de atenção de Cassandra.

Quisera durante todo dia conversar com Inês, pedir perdão pelos mal entendidos, jurar que a amava e beijá-la intensamente. Mas nada disso fora possível...

Já a noitinha, quando o céu escurecera por completo, Diana adentrou o escritório arrumada para sair e com a expressão de inquietação.

DIANA— Papai? – ela sorriu ainda na porta. – Posso entrar?

VITORIANO— Sim, minha princesa, entre. – ele abriu imediatamente um sorriso largo e se levantou para beijar a filha.

Os dois se abraçaram e Diana apenas confirmou que alguma coisa estava fora de lugar com seu pai. Os olhos dele estavam tristes e até a respiração estava descompassada.

DIANA— O que está deixando meu papito assim, triste, sozinho e nervoso? Em? – perguntou acariciando gentilmente o rosto dele.

VITORIANO— Problemas, meu amor! – respondeu ainda abraçado com ela e sentindo o calor do corpo da filha curar sua dor. – Problemas antigos.

DIANA— Eu posso ajudar? – afastou-se do pai para poder olhá-lo. – Eu te amo e não há nada que eu não faria por você, papai.

VITORIANO— Também te amo, Dianita! – passou a mão pelo rosto dela com amor. – Mas você não pode me ajudar! Ninguém pode.

Inês sorriu do lado de fora do escritório e Vitoriano observou que ela deveria estar saindo. Apertou a filha contra seu peito e depois a soltou. Com um pouco de tensão caminhou com ela em direção a saída. Diana o beijou e despediu-se:

DIANA— Fique bem, papai e não se preocupe tanto. Tente se divertir com a cobra da sua esposa. – sorriu sendo irônica. – Agora eu vou senão a Nana vai se atrasar. Vou leva-la a cidade. Ela vai se encontrar com o marido dela que esteve fora. Acredita pai? Nem sabia que minha Nana tinha um marido.

Vitoriano sentiu-se tremer por dentro quando na porta ouvia aquelas declarações inocentes da filha e observava Inês sorrir com o filho ao lado. Emiliano era um homem, era o filho que ele queria ter tido com a sua mulher, com sua morenita.

VITORIANO— Boa noite, Inês! – ele provocou com atenção, sentindo o ciúme invadir todo seu corpo. Inês estava linda.

INÊS— Boa noite, Senhor.

VITORIANO— Vai sair? – a voz amarga enquanto Diana e Emiliano se cumprimentavam

INÊS— Vou.

VITORIANO — Emiliano vai acompanha-la?

INÊS — Não senhor, vou sozinha. – devolver já virando-se para sair.

VITORIANO­ — Se desejar posso ir com você! – foi incisivo, estava transtornado.

INÊS— Prefiro ir sozinha... Boa noite! – Inês beijou o filho e caminhou junto com Diana para a porta de saída.

Vitoriano sentiu uma pontada na coluna. O vestido verde e longo que ela usava não tinha um único decote que a insinuasse ou mesmo sugestionasse algo sexual, mas mesmo assim o deixara louco. Sentiu a respiração acelerar quando imaginou que Loreto poderia desejar uma reconciliação naquela noite e que talvez nunca mais pudesse se aproximar de Inês.

Buscou uma garrafa de tequila e sentou-se no sofá do escritório. Beberia algumas doses e depois sairia atrás dela com um louco. Aquela mulher era sua... ninguém mais desfrutaria daquele amor que ele sabia ser único.

VITORIANO — Você é minha, Inês! – Vitoriano sussurrou pegando uma arma e saindo em disparada logo depois de tomar três tequilas de uma única vez... 

JULIANA MARCIA RAMOS AZEVEDO (AUTORA DO ENREDO DESTA FIC)

                         SENHORA RIVERO TEKILA


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