Os 'Anjinhos' Do Papai ! escrita por Dri Viana


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Grissom levando esporro da esposa. E pra variar passando um novo apuro com os filhos.



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—Você o quê, Grissom?

Ele até afastou o telefone do ouvido, pois a pergunta feita quase que aos berro pela esposa lhe deixaria surdo.

Tinha acabado de lhe contar sobre o almoço com Heather.

—Repete o que disse!

Mesmo com o telefone ainda longe do ouvido Grissom conseguiu ouvir a voz alta de Sara lhe vociferar aquelas palavras.

—Sara, por favor, assim você vai me deixar surdo, querida. - Disse numa voz branda na tentativa de acalmar os ânimos da esposa e manter-se sereno com ela.

—Pode ter certeza que surdo não encabeça a minha lista de como eu quero te deixar agora, Gilbert. Responde a minha pergunta.

—Querida...

—Pára de me chamar de "querida" quando estamos discutindo. Sabe que me irrita profundamente isso.

Ela estava uma fera e ele bem sabia disso.

—Ok... Ela ia ter que esperar quarenta minutos por uma mesa, Sara.

—Pois que esperasse! Te garanto que ela não ia morrer de fome por isso.

Ele quase quis rir desse comentário de sua esposa, mas tinha certeza que se fizesse isso ia despertar ainda mais a fúria de Sara.

—Eu não gosto dela. Você sabe disso perfeitamente. Então não tinha nada que convidá-la pra almoçar com você e NOSSOS filhos, passando a ideia para os outros de vocês serem uma família. Onde ELA é a sua esposa e mãe do seus filhos.

—Sara... Minha esposa é VOCÊ. A mãe dos meus filhos também é VOCÊ. E eu só quis ser gentil com uma conhecida.

—Pois que não fosse!

—Sara, por Deus.

—Por Deus, eu que digo, Grissom. Você almoça com uma mulher que eu não gosto e quer que eu releve e aceite numa boa?

—Não aconteceu nada de mais, Sara. Foi só um almoço.

—E por que não atendeu minhas ligações? Por acaso não queria interromper o seu agradável almoço com sua... Conhecida querida?

—Sem ironias ou deboches, Sara. Ou eu vou encerrar a ligação.

Ele se irritou. Estava fazendo de tudo pra não perder a calma, mas estava ficando difícil já.

—Ah, você agora se acha no direito de ficar irritado?

Que arrependimento sem tamanho ele já sentia. Não achou que chegaria pra tanto aquilo. Mas o que ele queria? Era com Sara Sidle que ele estava casado. Sua mulher era bastante ciumenta. Ainda mais em relação a Heather.

—Olha eu não atendi porque simplesmente esqueci o celular no carro. Vi suas ligações ainda à pouco. - Mentiu. Se dissesse a verdade ia piorar as coisas muito mais do que elas já estavam pro seu lado.

Ele ouviu sua esposa suspirar alto do outro lado da linha. Era um indício de que a discussão pra ela já tava se encaminhando pra um fim. Se era pro lado bom ou ruim, o ex-supervisor não sabia. Mas que era pro fim, era.

—Me desculpe, querida, por não ter visto suas chamadas. Com certeza, eu te deixei preocupada. Não era a minha intenção. Juro! - Ele pediu com voz branda e suave pra amolecer o coração de sua esposa.

—Deixou e muito preocupada. Eu já estava quase ligando para o Brass​ e dizendo que você e os meninos tinham desaparecido.

Seus lábios se espicharam em um sorriso pelo exagero dela. Mas depois a culpa lhe fez tirar o sorriso dos lábios. O desespero dela era única e exclusivamente culpa sua.

—Eu sinto muito. Isso não vai tornar a acontecer. Prometo.

—Eu espero que não mesmo, Grissom.

—E me desculpa também pelo almoço com Heather. Eu repito que só queria ser gentil com ela.

—Isso aí, eu não vou desculpar agora.

—Sara...

—Não tente insistir. Eu ainda tô uma fera com você por isso.

Ele ficou calado e resolveu seguir o "conselho" dela e não insistir naquilo por hora.

—E os meninos?

—Dormindo!

—E eles com a Heather, como foi?

—Noan não se incomodou com a presença dela, mas também não caiu de amores.

—Era só que me faltava o meu filho caindo de amores por aquela mulher.

—Foi só um modo de falar, Sara.

—Eu sei bem, OK?... E Liah?

Seus lábios se esticaram num sorriso ao recordar do comportamento da filha na presença de Heather.

—Ela agiu feito você agiria... Cheia de ciúmes de mim!

—Agiu é?

Ele pode sentir no tom de voz dela a satisfação por saber disso.

—Sim!

O ex-supervisor contou à esposa tudo o que aconteceu durante o almoço, pois não queria correr o risco de omitir algo e depois Liah lhe derrubar contando.

—Quer dizer, que ela não deixou a Heather se despedir de você?

—Não!

—Muito bem. Vou mandar a Liah agora ficar colada em você, doutor Grissom. Se você ousar aprontar, ela me conta.

—Não tenha a menor dúvida de que ela fará isso mesmo!

Eles sorriram.

...

—Papai, a Liah sumiu!

Ele se virou no mesmo instante em que aquelas palavras de Noan entraram em seus ouvidos.

—Como assim sua irmã sumiu Noan?

—A gente tava brincando de esconde-esconde e ela foi se esconder, mas eu não encontro a Liah mais. Ela sumiu.

O desespero já bateu nele.

—Calma! Ela não pode ter desaparecido de dentro de casa, filho. Vamos procurar sua irmã.

Cinco minutos e a calma que Grissom havia pedido ao filho, já era inexistente no ex-supervisor.

—Liah onde você tá filha? - Ele indagava à procura da menina.

Seu coração já estava batendo tão rápido que Grissom já conseguia ouvir as batidas fortes.

—Por que ela não aparece papai?

—Ela deve está num esconderijo secreto. - Ele contou numa falsa calma.

De repente os latidos altos de Hank misturados aos finos de Flik chamaram a atenção de Grissom. Ele e Noan foram ver qual era o problema com os cães.

Ao chegarem lá viram ambos os cachorros arranhando a porta de um velho armário de madeira que ficava ao lado da máquina de lavar e escutaram o choro de Liah vindo do móvel.

Imediatamente Grissom foi na direção do móvel velho pra tirar sua filha de lá. Em segundos ele já tinha sua pequena nos braços. Ela chorava assustada. Havia ficado trancada ali, pois o móvel velho ao ter sua porta batida travava e só abria pelo lado de fora. E Liah não sabia disso.

—Filha, graça a Deus!... Não devia ter se metido aí dentro, Liah. Esse armário é velho.

—Eu queria... Me esconder... Mas a porta... Não...

Ela não conseguiu prosseguir contando mais por conta do choro.

—Tudo bem. Passou, amor. Passou. - Ele embalava sua menininha assustada.

Graças a Hank e Flik, ele conseguiu descobrir o esconderijo da filha. Não queria nem imaginar o que aconteceria com Liah  se os dois cães não avisassem que ela estaria ali.

—Vamos pra sala, Noan. Vem! - Ele segurou na mão do filho e seguiu com Liah em seu colo, agarrada ao seu pescoço e ainda chorando.

Acomodando-se no sofá, ele tentou acalmar sua filha. Viu Noan também tentar fazer o mesmo ao segurar na mão da irmã enquanto dizia que: "já passou, Liah."

—Como você passou pra lavanderia sem o papai ver, filha?

Ela contou que ele não estava na cozinha quando ela foi pra se esconder no armário na lavanderia.

O único momento em que ele não estava na cozinha foi na hora que foi atender a ligação de Catherine. Certamente, foi nessa hora que Liah passou.

—Não se esconda mais lá. Os dois não é pra nenhum se esconder mais naquele armário. Me entenderam?

Os dois assentiram.

Amanhã mesmo ele se encarregaria de tirar aquilo da lavanderia e colocar escondido num canto qualquer no quintal, pra evitar mais novos sustos.

—Fiquem aqui na sala vendo TV, que o papai vai só terminar de preparar o lanche de vocês. Tá bom? Não saiam daqui.

Mais uma vez eles assentiram. Grissom ligou a TV e pôs no canal onde passava os desenhos que os filhos gostavam de ver, e depois, ele foi a cozinha.

Alguns poucos minutos e ele já retornava a sala segurando uma bandeja com dois copos de suco e dois pães pequenos para os filhos.

Eles comeram tudo direitinho como não deixava de ser.

Depois do pequeno susto, o ex-supervisor notou que Liah não quis mais se desgrudar dele. Ela havia ficado assustada mesmo. E ele nem se fale!

Aqueles dois eram teste pra cardíaco!

Cada susto que eles o fazem passar, que se tivesse problema de coração já estaria morto há tempos!

...

Ele observou Noan ficar de repente todo esfuziante e saltitante no sofá enquanto falava com a mãe. No instante seguinte, soube a razão daquilo. Sara havia comprado a capa que ele tinha pedido à mãe pra lhe trazer.

—Agora eu vou voar que nem o Superman.

Grissom arregalou os olhos. Tinha que tirar isso da cabeça dele e lhe explicar aquilo, ou do contrário, seu pequeno ia colocar aquela capa e querer se jogar de cima de algum móvel da casa achando que ia conseguir voar e evitar sua queda no chão.

—Não é bem assim filho. - Ele disse à Noan quando o menino não mais falava com Sara e sim, Liah, que por sinal ficou tão feliz quanto seu irmão, ao saber que seu pedido de uma boneca também havia sido atendido pela mãe. A garotinha até se esqueceu momentaneamente do seu medo por conta do susto de mais cedo.

—Eu não vou poder voar, papai?

—Não, filho. Só quem voa são os pássaros.

—Então eu quero ser um pássaro. Como eu faço, papai?

Ele riu da ingenuidade de seu menino.

—Não têm como filho. E se tivesse... Você como um pássaro ia ter que viver na natureza e não mais comigo, a mamãe e a Liah. Você ia querer viver longe da gente?

—Ah, não, papai. Isso não!

—Papai a mamãe. - Liah lhe estendeu o telefone.

—Oi, querida!

—Contei pra eles que consegui comprar o que me pediram. Eles ficaram felizes.

—Não faz ideia do quão sorridente eles estão aqui.

—Acho que posso imaginar. E sabe o que mais? Comprei um presente até pra você, mesmo não merecendo nada por ter almoçado com aquela mulher que eu não gosto.

—Ainda não me desculpou por isso?

—Devagar estou desculpando, pois até presente já comprei.

Ele sorriu pela lembrança dela de lhe comprar também um presente apesar de ainda estar aborrecida com ele.

—Comprou é?

—Comprei. Na verdade, o presente é pra você, mas quem usa sou eu.

Ah, ele não precisava de qualquer outra "pista" pra saber do que possivelmente se tratava o presente. Com certeza, devia ser uma lingerie. Sua esposa sabia que ele era fascinado por vê-la só nesse tipo de trajes.

—Que interessante! Já posso até imaginar o que seja então.

Ela sorriu e ele gostou de ouvir o som de sua risada.

—Só pra você saber, a cor da que eu comprei é vermelha. Pra substituir a única que eu tinha dessa cor e você fez o favor de rasgar a calcinha ao tirar do meu corpo, quando fizemos amor em comemoração ao nosso aniversário de casamento, mês passado.

Ele sorriu marotamente. Tinha sido uma noite memorável. Eles fizeram amor loucamente num quarto de um renomado hotel, o qual Grissom havia feito reservas só para a comemoração dessa data especial.

Ele olhou para os filhos sentados ali ao seu lado. Era uma pena ter aqueles dois pares de olhos castanhos em cima dele, pois do contrário, ele responderia aquela provocação da esposa em lhe lembrar daquela noite espetacularmente incrível. Onde ele perdeu o juízo e eles fizeram amor de maneira quente, muito quente! Pra depois fazerem com toda calma do mundo.

—Mal posso esperar pra ver esse presente. - Ele se limitou a apenas dizer.

—Eu também mal posso esperar pra que veja! Você vai gostar.

—Não duvido disso.

—Já tô com tanta saudade! - Sara murmurou após ficarem um breve instante em silêncio. Ela já não estava mais suportando ficar longe de sua família. Quatro dias e ela tinha a impressão de que na verdade, já haviam se passado quatro meses. A saudade era grande já. _Não vejo a hora de volta pra junto de vocês, Gil.

—Eu também tô com saudades, muita na verdade. E também não vejo a hora de você estar aqui com a gente de novo.

...

Era madrugada quando ele acordou sobressaltado por conta de um grito vindo do quarto dos filhos. Correu pra lá ainda meio trôpego e ao entrar no cômodo encontrou Liah sentada na cama e chorando.

—Ei, o que foi, minha menina?

Ela se jogou em seus braços, agarrou seu pescoço e chorou mais ainda com o rostinho escondido na curvatura do pescoço dele.

Grissom observou Noan já acordado e sentado na cama. O garotinho tinha despertado assustado com o grito da irmã.

—Por que ela tá chorando?

—Não sei, filho. Acho que foi um pesadelo. Foi isso, filha?

Ela assentiu, contando entre os soluços que sonhou que tinha ficado presa no armário de novo, só que dessa vez ninguém a encontrava.

—Isso não vai acontecer. Foi só um sonho ruim, meu amor. - Ele beijou a cabeça dela e tentava tranquilizar a menina. _Quer vir dormir com o papai?

—Quero! - Ela respondeu ainda chorosa.

—Você também quer vir dormir com o papai, Noan? - O garotinho assentiu na mesma hora. _Então vamos!

De volta ao seu quarto, Grissom ajeitou seus filhos de modo que ele ficou no meio e cada um de seus filhotes ficou deitado em cada braço dele, e agarrados ao pai.

—Só falta a mamãe aqui.

Faltava mesmo. Aquela casa não era a mesma sem sua esposa. Seus filhos não eram os mesmo sem Sara. E ele próprio não era o mesmo sem ela. Sua esposa era o coração daquela casa.

—Ela já volta depois de amanhã, filho. - Ele beijou os cabelos finos de seu menino.

Sábado sua esposa já estaria ali. E ele torcia pra que essa quinta-feira e sexta voassem.

—Tô com saudade da mamãe.

Ele ouviu Liah dizer baixo e logo em seguida, Noan concordou com a irmã.

—A gente só vai precisar esperar mais hoje e amanhã pra ver a mamãe, tá bom?

Eles concordaram com o pai.

—Bom dia noite, meus amores. - Ele beijou a cabeça de cada um de seus filhos. E em questão de poucos minutos, pai e filhos já dormiam serenamente.


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Notas finais do capítulo

Fic na reta final.

Um beijo e até o próximo.



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