Os 'Anjinhos' Do Papai ! escrita por Dri Viana


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Hora da Sara saber sobre o vaso e o que seus filhos aprontaram na escola.



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Quase vinte minutos após ter dado banho nos gêmeos e tê-los deixados arrumadinhos e cheirosos sobre sua cama de casal e vendo desenho animado na TV, Grissom foi preparar o lanche de Noan e Liah. Deixaria pra arrumar depois a "bagunça" que seus pimpolhos e os dois cachorros aprontaram. Primeiro viria a preparação do lanche dos filhos, até porque, já tinha passado do horário deles comerem. E tanto Grissom quanto Sara prezavam por seguir à risca os horários de alimentação de seus 'bebês', estipulados pela médica dos mesmos.

Já na cozinha, o ex-supervisor tratou de preparar uma vitamina, pois seus filhos adoravam isso. Ele variava nas vitaminas para não enjoar o paladar dos filhos. A vitamina de hoje foi feita com mamão, banana, maçã, morango, mel, aveia e leite. Depois disso pronto, Grissom colocou a vitamina nos copos com desenhos animados de engraçados insetinhos, que ele mesmo havia comprado para os filhos. O copinho de Noan, por exemplo, tinha desenhos animados de: formiguinhas, besourinhos e gafanhotos. Já o de Liah tinha joaninhas, borboletas e abelhinhas. Logo em seguida, após dispor a vitamina nos devidos copos dos gêmeos, Grissom separou em uma tigela plástica alguns biscoitos de leite e então, voltou para seu quarto onde encontrou os filhos exatamente como os deixou vendo TV.

Em questão de poucos minutos, o lanche já havia sido "devorado" pelos dois pequenos enquanto eles não desgrudavam os olhos da TV. E com o aviso do pai de que era para os gêmeos ficarem quietos vendo o DVD de desenho animado que Grissom havia acabado de pôr pra Noan e Liah assistirem à pedido deles mesmos, o homem saiu do quarto pra cuidar de arrumar o banheiro e a sala, a qual seus filhos tinham sujado.

...

Já havia quase escurecido quando Grissom terminou de limpar o banheiro social e depois deixar a sala um verdadeiro brinco de limpa e arrumada.

O ex-supervisor sentou-se um instante no sofá pra descansar um pouco. Suas costas já começavam a "reclamar" pelo serviço que ele fez durante todo esse tempo. Ficar agachado e curvado pra enxugar o chão do banheiro, catar os cacos de vidros na sala, e varrer ou escoar água, deixaram suas costas à míngua.

Seus filhos apareceram vindos do quarto. O DVD tinha terminado e eles vieram atrás do pai. Subiram no sofá e jogaram-se em Grissom.

—Você tava dormindo aqui papai?

—Não, filha. O papai só estava descansando um pouquinho.

—Papai tá suado e fedendo! - Noan fez uma careta engraçada que causou risos no pai e na irmã. Seu filho não tinha mesmo papas na língua.

—Papai tá fedendo por culpa de vocês dois, seu danadinhos, que desarrumaram tudo aqui e no banheiro. Aí, eu tive que arrumar as coisas sozinho.

Após explicar isso, Grissom salpicou alguns beijos no pescoço de Noan e depois, outros beijos em Liah fazendo os filhos caírem na risada por causa dos beijos. Eles tinham cócegas no pescoço igual à mãe.

De repente, enquanto Grissom fazia aquele "ataque" delicioso de beijos intercalado entre os filhos, o telefone da casa tocou e interrompeu os beijos que o ex-supervisor dava nos pequenos.

—Ó! Deve ser a mamãe! - Ele anunciou aos filhos.

Enquanto Liah abriu um sorriso mais largo ainda e disse toda esfuziante que queria falar com a mãe, Noan perdeu o sorriso que tinha e sua expressão ficou triste. Grissom notou isso imediatamente e sabia o porquê.

O pequeno Noan sabia que agora o pai contaria sobre o que disse a professora e ele ouviria aquela bronca da mãe.

Sob o olhar dos filhos, Grissom esticou o braço e apanhou o telefone do móvel ao lado do sofá.

— Alô!

—Gil, sou eu, amor!

—Oi, querida!

—Como estão vocês por aí?

O ex-supervisor esboçou um sorriso da pergunta de Sara. Essa começava a se tornar a pergunta preferida da esposa. Era sempre a primeira questão que ela lhe lançava após saudá-lo na ligação.

—Estamos bem, querida. E você?

—Um pouco exausta!

Sara lhe contou que hoje foram horas de muita aula teórica de atualização e outras mais, à respeito de algumas novas técnicas de coleta de evidências de alguns materiais, bem como, outras técnicas que ajudariam na possível elucidação de alguns casos que os "alunos" trabalhassem futuramente. Amanhã, segundo Sara seriam as aulas práticas. Eram dias alternados de aula teórica e aula prática.

—Nossa se somente com essas aulas teóricas você já ficou um pouco exausta. O que dirá amanhã com as aulas práticas?

—Nem me fale!

—Papai, eu quero falar com a mamãe! - Liah pediu puxando a camiseta do pai.

Atendendo aos apelos da filha, Grissom passou o telefone a Liah para que ela falasse com a mãe, mas antes de fazer isso, o ex-supervisor disse a esposa que depois ainda queria falar com ela pra lhe explicar sobre algo que certamente, os filhos lhe contariam. Sara já imaginou que se tratava de alguma travessura dos filhos. Então, Grissom deu o telefone à Liah.

O ex-supervisor observou Noan que estava cabisbaixo encarando suas mãos miúdas enquanto ouvia a irmã falar. Mais uma vez, Grissom sentiu dó de seu pequeno.

O homem de olhos azuis então voltou sua atenção a Liah já prevendo que sua garotinha ia falar sobre o vaso. E foi dito e feito! Liah realmente contou sobre isso, mas antes a garotinha contou primeiro sobre o banho que ela e o irmão deram nos cachorros. E só então, ela chegou no assunto do vaso quebrado por ela e o irmão, que na versão dela foram Hank e Flik, mas Sara sabia que tinha sido seus pequenos. Depois a garotinha finalizou dizendo a mãe pra desculpar os cachorrinhos e revelando que já estava com muita saudades dela.

Logo em seguida, já era Noan quem falava com Sara todo acanhado. Ele repetiu algumas coisas contadas por sua irmã e quando mencionou sobre as tentativas infrutíferas de Flik de fugir do banho que o pai dava no cãozinho, o pequeno Noan sorriu de leve.

—Filho tá tudo bem com você?

Apesar de ouvi-lo sorrir na linha, ela sentia que tinha alguma coisa errada com seu pequeno. O jeito dele falar com ela estava diferente. Era mãe e sabia quando algo de errado estava se passando com um de seus pequenos, somente pelo tom de voz deles que mudava ao falarem com ela. Das duas uma, ou ele aprontou algo além do que a irmã contou que eles aprontaram e Noan estava com medo dela brigar com ele quando souber o que fez, ou ele estava doente.

—Eu vou passar para o pai. Um beijo, mamãe! - O pequeno se despediu beijando o bocal do telefone e esquivando-se assim, rapidamente, de responder a pergunta da mãe. Logo em seguida, Noan passou o aparelho telefônico para Grissom.

—Papai a gente vai ver o Flik na lavanderia. Vem, Liah!

Noan saiu levando a irmã pela mão pra saírem da sala.

"Molequinho esperto! Sabe que vou contar que aprontou e já fugiu pra não ouvir a bronca da mãe.", Grissom pensou enquanto via os filhos sumirem em direção a cozinha pra alcançarem a lavanderia.

Assim que eles estavam fora do campo de visão do ex-supervisor, Grissom voltou o telefone ao ouvido pra falar novamente com a esposa.

—Sim, querida!

—Antes de querer saber o motivo pelo qual mais uma vez o Noan falou de um jeito estranho comigo... Eu primeiro quero saber se o vaso que ELES quebraram não foi o que a sua mãe me deu de presente de aniversário, foi?

Seu marido esboçou um discreto sorriso ao sentir o pequeno desespero na voz dela ao questionar aquilo.

—Foi esse mesmo! Sinto muito!

Ele ouviu um suspiro da esposa no outro lado da linha e desfez o sorriso.

—Eu acabei pegando no sono após tê-los colocado pra dormir depois do almoço que não ouvi quando eles acordaram algum tempo mais tarde e, começaram a aprontar. - Explicou-se Grissom. _De verdade, sinto muito, Sara. Sei que adorava aquele vaso.

—Tudo bem. Mas os meninos não se machucaram com os cacos de vidro do vaso e as outras coisas que Liah me contou que quebraram, machucaram?

—Não!

—Não mesmo?

—Não! Acha que eu mentiria pra você sobre isso?

—Mentir não digo, mas omitir, talvez. Não estou certa?

Talvez! Mas caso os filhos se machucassem, ele teria que contar, pois ela saberia disso assim que colocasse os pés em casa e visse os meninos. Desse modo, não adiantaria omitir esse fato dela.

—Eu te contaria, mais cedo ou mais tarde.

—Ok!... Mas Grissom preste mais atenção neles. Ou eles põem a casa à baixo, querido.

—Vi que eles põem mesmo!

—Você devia está no sono pesado pra não ouví-los aprontar, não é?

—Na verdade, eu estava num sonho bem interessante com você, se é que me entende quando me refiro à "interessante".

—Um sonho erótico, é isso?

Havia um sorriso escapando dos lábios de Sara ao lançar essa questão ao marido.

Grissom olhou em direção à porta da sala pra vê se seus filhos não vinham, pra não ouvirem o que contaria a esposa. Após certificar-se que os gêmeos não vinham e continuavam na lavanderia, Grissom então respondeu:

—Exatamente. Um sonho bem erótico!

Ele ouviu um assoviou de sua esposa seguido do som de seu sorriso e também sorriu com ela.

—E eu posso saber sobre esse sonho que teve comigo? Ou será que os meninos estão por perto e você não pode me contar?

—Eu acho melhor deixar pra contar em outro momento. Os meninos foram rápido à lavanderia e podem voltar a qualquer instante e ouvirem o que não deve.

—Ok! Eu ligo mais tarde, quando eles já tiverem dormindo e aí você me conta esse sonho.

—Tá, mas você já vai desligar?

—Não! Ainda quero saber o que Noan tem. Vamos, me conte, Gil!

—Ele está com medo de você brigar com ele pelo que ele fez na escola.

—E o que foi que ele fez?

—Recebi uma reclamação da Cinthia dizendo que nossos gêmeos hoje não se comportaram tão bem assim na escola. Eles não quiseram fazer as atividades. Armaram uma guerra de tinta na sala de aula num instante em que a professora saiu da sala e não quiseram tomar banho depois disso e do lazer. Estavam todo sujo de tinta quando os apanhei na saída da aula.

—Você ralhou com eles por isso tudo?

—Ralhei, claro.

—Ralhou mesmo?

—Sim!

—E só por isso ele está com medo?

—Não. À caminho de casa enquanto ralhava com eles por seu mau comportamento na escola, Noan disse que a professora estava chata hoje. Chamei sua atenção. E Liah contou que o irmão tinha dito na cara da Cinthia que ela era chata.

—Santo Deus! E você o que disse disso?

—Falei que era feio e que isso não se diz. E sabe o que ele me disse?

—O quê?

—Que a Cinthia estava chata mesmo!

—Mas esse molequinho com esse gênio horrível dele.

—Ele tem a quem puxar, não têm? - Grissom não perdeu a chance de cutucar a esposa, pois esse gênio do filho vinha dela, e não dele.

—Vou me abster de responder essa tal pergunta e provocação sua, Gilbert.

Ele apenas sorriu discretamente da esposa. Em seguida, Sara lhe pediu pra passar o telefone que ela queria falar novamente com os filhos.

—Por favor, querida, não brigue com eles tão severamente principalmente, com Noan. Eu já chamei a atenção deles pelo que fizeram.

—Ótimo que fez isso. Agora é minha vez, dá licença, Gilbert.

Ele suspirou e chamou pelos filhos que apareceram na sala segundos depois. Grissom disse que a mãe queria falar com os pequenos de novo. Ele passou primeiro o telefone pra Liah. Viu sua filha apenas ouvir calada ao provável sermão da mãe. As vezes, ele se sentia péssimo por ver sua esposa brigar com os filhos. Não gostava de vê-los levando bronca mesmo que merecessem às vezes. Todavia, sabia que ela só brigava com eles quando era realmente preciso. E isso era para o bem deles. Não podia sempre passar a mão na cabeça deles por suas travessuras ou cresceriam adultos mimados e sem limites. Mas que ele se sentia péssimo quando sua esposa brigava com os pequenos, Grissom se sentia.

Ele viu sua pequena esboçar um tímido sorrisinho em determinado momento e depois, prometer a mãe que se comportaria na escola.

Então foi a vez de Noan falar com a mãe. Com cara de choro, o pequeno pegou o telefone da mão da irmã e isso cortou o coração de Grissom. Esperava que sua esposa fosse sensata como costumava sempre ser, e não pegasse tão pesado no sermão com o pequeno.

De olhos atentos em Noan, Grissom viu seu pequeno baixar a cabeça após atender a chamada e falar algo que ele não entendeu, pois sua voz saiu baixa pra ele e como não conseguia ver sua boquinha, o ex-supervisor não pode fazer leitura labial do que o filho disse.

Repetindo as palavras da irmã, Grissom escutou seu pequeno prometer à mãe que se comportaria durante à aula, não chamaria mais a professora de chata e pediria desculpas a mesma por isso. Logo depois de alguns segundos de ter dito tais coisas, os lábios do pequeno se espicharam em um sorriso e Grissom escutou Noan dizer a mãe que também a amava muito e ele se despediu de Sara, passando o telefone ao pai e dizendo que a mãe queria falar de novo com dele.

—Oi...

—Conversei com ele sem brigar, Gil. Ele me prometeu que vai pedir desculpas amanhã a professora por tê-la chamado de chata.

—Eu ouvi quando ele prometeu isso.

—Disse pra ele que certamente, a professora ficou triste por ele tê-la chamado disso. E que não era pra repetir isso mais.

Ele ficou aliviado por ver que sua esposa pegou leve na chamada de atenção do pequeno.

—Obrigado, querida!

—Pelo quê está agradecendo?

—Por ter pego leve. - Ele murmurou colocando as mãos sobre sua boca e bocal do telefone, para que os filhos não ouvissem suas palavras.

—Eu não sou nenhuma carrasca, Grissom.

—Não disse isso, meu amor. Mas é que as vezes, você é severa demais.

—E você, coração mole demais!

Ele sorriu. Aquela era a verdade mesmo e não contestaria!

Algumas horas mais tarde, com as crianças a sono profundo no quarto delas, Grissom recebeu a ligação da esposa após acomodar-se na cama espaçosa demais só pra ele. Adoraria sua Sara ali pra dormir agarrado a ela. Mas ainda teria quatro noites pela frente sem ela naquela cama.

Como disse na ligação que fizera mais cedo, sua mulher estava ligando agora pra saber sobre o tal sonho erótico que seu marido teve com ela. Entre sorrisos, ele contou que sonhou que estava sozinho na sala dos professores na Universidade, em um intervalo de aula, quando viu sua esposa entrar ali "vestida pra matar". Ela trancou a porta e veio até ele sem pronunciar nada, afastou da frente dele os papéis que lia e sentou-se a mesa que havia diante dele. Logo em seguida, curvou-se pra frente deixando seus rostos próximos e então lhe sussurrou em um tom altamente erótico, que tinha vindo pra eles estrearem a mesa daquela sala, como fizeram anos atrás na mesa da sala dele, no laboratório, quando ele ainda era supervisor do turno da noite. E, ali, sobre aquela mesa, eles fizeram amor de maneira selvagem, exatamente, como foi na sala dele.

—Santo Deus, Grissom! Quando eu voltar a gente tenta fazer desse sonho realidade.

Ele sorriu. Sua esposa era maluca. E ele a amava assim mesmo!


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Notas finais do capítulo

Por isso que ele não ouviu os filhos aprontando. Estava tendo um sonho desses com a esposa. Kkkk

Um beijo e até o próximo capítulo.



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